Chego no serviço cansada, as olheiras de baixo dos meus olhos são evidentes mesmo passando corretivo, base e pó as marcas arroxeadas embaixo deles são notáveis.
Uma noite sem dormir para mim é o mesmo que levar um soco nos olhos, suspiro atordoada olhando para o mar de papéis que eu teria que arrumar enquanto Drevitch terminava uma teleconferência com alguns franceses.
Pelo menos era o que estava escrito na agenda sobre a mesa que eu resolvi analisar por curiosidade. Tirando aqueles pensamentos da cabeça foco minha atenção no que eu tinha para fazer e com um sorriso no rosto continuo minhas obrigações ou o pouco que fui instruída sobre elas, afinal ninguém tinha culpa do caos que minha vida se encontrava a não ser Ivan.
Drevitch confiou esse cargo a mim e não me darei o luxo de perde-lo, tenho que mostrar o quão eficiente consigo ser quando quero, mas é difícil quando sua vida pessoal está um completo desastre.
Achei que hoje seria um dia para revisarmos sua agenda, mas pelo que percebi sua vida como chefe não é tão simples quanto pensei. A agenda toda rabiscada em uma letra desordenada e feia sobre a mesa me indica que seu dia seria cheio e ele mal terá tempo para conversar, sendo assim, foco minha atenção no armário abarrotado de papéis e me pergunto o que a outra secretaria fazia em vezes de organizar tudo isso.
Após organizar o máximo de pastas e papeis por ordem alfabética que eu consegui em uma tarde, sinto minha cabeça pesada e dolorida por forçar tanto a vista.
Com um suspiro pesado continuo os meus afazeres até vê-lo passar por minha sala e seguir apressadamente pelos corredores com uma expressão irritada. Sabendo que provavelmente ele não queria ser incomodado espero o máximo que posso para ir até sua sala.
Depois de horas organizando tudo, finalmente consigo deixar a sala apresentável para outras pessoas, sem papeis caindo das portas do armário ou sacos plásticos de salgadinhos caindo das gavetas.
Levanto-me batendo a mão na minha blusa que estava amarrotada devido a faxina geral e caminho pela sala em cima dos meus saltos altos que de certa forma me deixa elegante.
Não sou magra, mas também não sou gorda, digamos que estou no meio termo, talvez um pouco acima do peso, portanto gosto do meu corpo como é. Tenho lindas curvas e um belíssimo quadril avantajado mais que era proporcional ao resto do meu corpo. Sei muito bem reconhecer minha beleza, apesar do meu ego estar destruído.
Amanda deixou alguns contratos sobre a mesa e avisou que eu deveria leva-los ao senhor Drevitch assim que tivesse a oportunidade, então me encaminho em direção a sua sala e dou três toquinhos na porta entrando logo em seguida.
Sinto minhas bochechas esquentarem ao chegar no exato momento em que ele estava terminando de vestir seu terno preto, elegante e provavelmente caríssimo. Por um momento acredito ter visto tatuagens em seus braços por baixo da camisa branca de botões, mas procuro deixar esse pensamento de lado.
Alguém como ele parecia gostar mais de manter sua aparência do que ir contra as regras. Na minha visão ele é muito certinho para algo tão radical, não que isso seja errado, mas não faz o tipo visual dele.
Ignoro minha mente que tenta criar milhões de explicações descansarias e foco minha atenção no que era realmente importante me aproximando dele com as pastas em mãos.
-Srta. Ravallo tenho um compromisso agora e volto somente depois do almoço assuma as responsabilidades por aqui e remarque a próxima reunião para amanhã. –Abotoa o terno pegando as chaves do carro que estava sobre a mesa.
-Sim senhor. –O observo confusa sem entender aquela repentina agitação.
Ele é o tipo de homem que não demonstra seus sentimentos, então provavelmente algo está acontecendo, mas não serei eu que perguntarei algo, apenas vou concordar com suas ordens e sorrir.
-Eu sei que deve estar um pouco perdida, nem mesmo tivemos tempo de revisar a agenda, mas as coisas aqui são assim. –Um pequeno sorriso surge em seus lábios enquanto aqueles olhos verdes penetrantes me observam curiosos.
-Tudo bem Senhor Drevitch, tentarei me organizar com o pouco que sei e pedirei ajuda a Amanda quando for necessário. –Sorrio tentando não demonstrar meu cansaço físico e mental.
-Ótimo, confio em você. –Diz despreocupado e eu apenas assinto. –Mais uma coisa, reserve o final de semana para mim Srta. Ravallo vamos para o nordeste. –Ele me observa com um grande sorriso no rosto.
Sorriso esse que não demonstrava satisfação e muito menos felicidade. Era um sorriso vazio, forçado e sem um pingo de felicidade ou humor. Um leve calafrio de medo passa pelo meu corpo e sinto meu coração se acelerar.
-Passarei da sua casa na noite de sexta. O avião sairá de madrugada e ficaremos até o domingo, voltaremos a tempo de trabalhar na segunda, mas você terá o dia para descansar. -Pega uma pasta transparente sobre a mesa e eu fico estática processando aquela informação.
Viajar para o nordeste? Como assim? Porque motivos temos que ir para lá? Aquela viagem me pegou completamente desprevenida. Ficar o final de semana fora não era algo que estava em meus planos. Nunca fiquei um único dia longe da minha filha e por mais que soubesse que Ellen cuidaria muito bem de Daisy, aquilo não me agrada.
-Desculpa senhor não poderei ir. –Desvio o olhar daqueles olhos verdes questionadores.
-Eu sei que esqueci de mencionar isso na entrevista, mas as vezes serão necessário fazermos algumas viagens. –Ele suspira me observando.
-Eu entendo, mas é que tão repentinamente? Eu não esperava por isso. –Tento soar o mais natural possível não querendo ser mal educada.
-Bom, eu sei que é repentino, até mesmo para mim, mas você precisa entender um pouco mais sobre vinho, afinal você nem deve saber onde as vinícolas das indústrias Drevitch se localizam. –Ele me pega desprevenida e realmente não fazia ideia.
-Realmente não sei senhor. –Sinto minhas bochechas esquentarem.
-Também não deve saber quais são as melhores uvas para se produzir um vinho? Ou em que época do ano sai a melhor safra? Como cultiva-las adequadamente para que deem um maravilhoso suco? Como se extrai a essência e o sabor delas? –Ergue uma sobrancelha me encarando com certo divertimento, porém a irritação transparente em seus olhos me faz hesitar.
Acabo engolindo em seco optando pelo silêncio por não saber as respostas das inúmeras perguntas que ele me fez. Jamais me importei em fazer pesquisas sobre as empresas. Isso é uma vergonha para alguém que trabalha aqui a meses, mas nunca imaginei precisar.
-Certamente você irá para o nordeste comigo, afinal as Vinícolas Drevitch ficam lá e a adega central fica em Casa Nova fora os hectares espalhados pelas outras regiões. –Agora ele sustentava um sorriso de satisfação.
Sorriso esse que nunca imaginei ver em seu rosto. Apesar de muito gentil e extremamente inteligente ele é visivelmente solitário.
Como falar para ele que não poderei ir? Isso seria impossível.
De todas as formas não tem como questiona-lo, ele acabou comigo com apenas algumas perguntas.
-O mínimo que precisa saber é como tudo... –Ele gesticula o prédio central com a mão. –Funciona.
-Claro senhor, me desculpe pela minha falta de informações. –Aquilo já estava começando a me irritar.
Passando por mim satisfeito reviro os olhos fazendo uma careta ao segui-lo para fora.
- Amanda pediu para lhe entregar essas pastas. –Estendo as pastas para ele.
-Volto em uma hora. –Pega as pastas das minhas mãos seguindo o seu caminho em direção ao elevador.
Assim que ele sai volto para minha sala satisfeita com a organização que encontro. Me concentro nos e-mails que eu ainda não havia aberto e me surpreendo com os inúmeros e-mails a serem respondidos.
Meu celular vibrar sobre a mesa e atendo rapidamente ao ver que era Juan o advogado.
-Boa tarde Hana! –Diz educadamente.
-Boa tarde senhor Juan, diga que me reserva boas notícias. –Suspiro esperançosa.
-Esse caso realmente é delicado Hana. Pedi uma cópia das suas assinaturas para o banco e infelizmente elas são verdadeiras. Eu não tenho muito o que fazer nesse caso. –Ele diz em um tom profissional.
Sinto o meu chão desabar sobre os meus pés e agradeço mentalmente por estar sentada. As lágrimas que escorrem por meu rosto desfocam a belíssima paisagem que as janelas panorâmicas me proporcionam.
-Mesmo estando separada? Não podemos recorrer a essa causa? –Pergunto esperançosa.
-Tentarei o máximo diminuir essa dívida, mas é difícil quando eles têm sua assinatura como prova. Essa dívida foi feita quando vocês ainda estavam casados e está no seu nome infelizmente. –Ele suspira do outro lado da linha. –Eu não queria comentar isso com você, mas é importante que saiba. O fato de você não ter recorrido a essa dívida no começo complica ainda mais a sua situação. –Ele tenta me explicar o que estava acontecendo, porém me sinto ainda mais confusa e desesperada.
-Não consigo acreditar que estou passando por isso. Tem que haver uma forma de provar que Ivan está por trás disso. –Digo decepcionada.
-Farei tudo que estiver ao meu alcance. –Diz gentilmente.
-Obrigada. –Agradeço logo após me despedir, pois não tinha mais o que dizer.
Respiro com certa dificuldade pelo susto e pelo baque daquela notícia. Não consigo aceitar ou acreditar que terei que trabalhar para pagar uma dívida exorbitante que não é minha e que foi feita para a amante do meu ex-marido.
Tem algo mais humilhante do que isso? Acredito que não.
Procuro focar minha mente em outras coisas e quando vejo Drevitch volta em uma hora em ponto.
Ao passar pela minha sala ele franze uma de suas sobrancelhas bem desenhadas que contrastavam com sua barba grande e ruiva. Engolindo meu desespero sorrio enxugando rapidamente algumas lágrimas que escaparam dos meus olhos.
O cumprimentando como se nada estivesse acontecendo.
-Você está bem? Está um pouco pálida. –Ele me observa preocupado.
-Estou bem. –Afirmo.
-Você deveria estar em horário de almoço. –Ele observa o relógio e somente agora percebo que não havia ido almoçar.
Com um sorrisinho amarelo minto descaradamente.
-Almocei aqui mesmo e como estou me situando no ambiente resolvi voltar mais cedo.
Ele semicerra os olhos, mas não questiona.
-De acordo com a agenda senhor tem uma reunião em 10 minutos. –Observo a agenda.
-Venha para sala de reuniões. –Ele não pede e sim ordena.
Levanto-me o seguindo pelos corredores em direção a sala de reuniões a direita.
Praguejo por ter que segui-lo em um momento como esses onde me encontro tão debilitada mentalmente. Jogo meus problemas pessoais de lado ou não conseguira seguir meu trabalho com total dedicação. Uso os benefícios das respirações que aprendi em uma revista, para acalmar meus pensamentos e meu coração.
Sou forte o suficiente para aguentar minhas dores sozinha. Se Ivan acha que conseguirá me derrubar dessa forma está completamente enganado.
Pego um bloco de anotações sobre mesa e sento onde me é indicado por ele anotando os pontos importantes da reunião.
O assunto abordado na reunião é o sabor do vinho e sua durabilidade, a cada questionamento e pergunta me sinto completamente perdia como um peixe fora d'água.
Percebo que ele me levou até lá na única intenção de mostrar a importância dos detalhes e a complexidade por trás de uma sofisticada taça de vinho.
Realmente preciso aprender e entender o básico das indústrias Drevitch para assumir o cargo de secretária pessoal de um CEO tão importante, pois essa reunião me deixou intrigada.
A reunião demorou cerca de duas horas e acabou atrasando as demais. Sai tarde da empresa e perdi o ônibus. Fiquei no ponto por mais tempo do que gostaria e sinceramente não era legal esperar em um lugar tão sombrio como aquele.
Apesar de ter muitas pessoas em volta é um ponto onde os marginais gostam de passear e aprontar, mas é o lugar mais perto de onde trabalho que passa o ônibus para o meu bairro. Com a condição financeira abalada por Ivan, não posso me dar o luxo de vir trabalhar de táxi já que minha vida financeira se resume em economizar todo o centavo possível do meu salário para pagar uma dívida que não é minha.
Cheguei em casa tarde e encontrei minha filha e Ellen dormindo. Não jantei, pois não tinha fome devido ao mar de pensamentos que me assolavam e assombravam. Na verdade estou sem comer nada o dia todo, mas isso não faz diferença.
Se eu soubesse onde Ivan se enfiou juro por todos os deuses dessa Terra que iria pessoalmente dar uma boa e bela surra nele e faria questão de m****r um processo sobre ele por usar meu nome injustamente.
***
Dormir tem sido algo quase impossível e a semana passou tão rápido que mal percebi. Minha cabeça continua a mil e em poucos dias conheci diversas variações de humor do senhor bonitão que chamo de chefe.
Ele é um homem centrado e inteligente, mas também é complexo e esconde coisas que me fazem querer entende-lo. As vezes ele é um pouco bruto e mal educado, mas a maior parte do tempo é compreensivo. Ele é um mar de sentimentos e a cada dia que se passa me deixa conhecer um de seus lados novos. Talvez ele tenha transtornos bipolares, ou não, não sei, mas é uma possibilidade.
Retiro aqueles pensamentos da minha mente ao perceber que hoje era sexta-feira véspera da viagem que não pude recusar.
Estava concentrada na revisão de um e-mail quando me assusto ao ouvir o telefone tocando com ramal do senhor Drevitch piscando em vermelho.
-Em que posso ajudá-lo? –Atendo.
-Venha até minha sala. –Curto e grosso desliga o telefone sem esperar uma resposta.
-Claro. Educação em primeiro lugar. -Encaro o telefone sem saber o porquê do mal humor repentino, mas faço o que me foi ordenado.
Bato antes de entrar e o encontro concentrado em seu computador, seus dedos habilidosos digitam rapidamente sem nem mesmo olhar para o teclado.
-Está dispensada por hoje Srta. Ravallo. –Continua seus afazeres me ignorando.
-Ainda são quatro da tarde senhor. –Digo sem entendê-lo.
-Arrume suas malas e não esqueça nada para o fim de semana, aconselho roupas leves e um belíssimo vestido de festa. –Desvia os olhos do computador me observando por cima dos óculos de grau.
-Hum... Desculpa senhor, mas não tenho um vestido de festa.
Nunca precisei de um vestido de festa, não um para as festas que ele é acostumado a ir.
Ele analisa meu corpo descendo seus olhos até meus pés e depois retorna a subir olhando em meus olhos novamente. A esse ponto sinto minhas bochechas se esquentarem de vergonha e troco os pés incomodada.
-Me envie suas medidas que por mensagem que dou um jeito nisso. Para você não se atrasar Thiago meu motorista está te esperando para leva-la para casa. –Observando minha reação com um sorriso no rosto.
-Obrigada Senhor. –Falo rapidamente saindo o mais rápido que posso de sua sala.
Não esperava a gentiliza dele e sim o mal humor, mas desta vez confesso que fui surpreendida.
Me recosto na porta envergonhada e coloco as mãos em minha bochecha tentando aliviar a sensação térmica do meu corpo. Agradeço por Amanda não estar ali naquele momento, afinal não saberia disfarçar meu constrangimento. Ela é um amor e eu adoro sua amizade, mas não quero que ela tenha conclusões erradas sobre mim e nosso tão complicado chefe bipolar.
Na verdade tenho muito a agradece-la, não sei o que seria de mim sem suas piadas sem sentido quando estou me sentindo desanimada ou triste por culpa de Ivan. Eu precisava contar para alguém sobre tudo o que se passava em minha vida e Amanda acabou sendo a vítima para ouvir minhas lamentações e no final ela quer matar Ivan assim como eu quero.
Disperso esses pensamentos focando no que realmente deveria fazer minhas malas já estavam prontas, pois Ellen já havia preparado tudo, mas aproveito a oportunidade que me foi dada para ficar umas horas a mais com minha filha.
Layonel Dispensei à Srta. Ravallo para que ela pudesse arrumar suas malas e parando para pensar por um momento fiz certo em contrata-la como minha secretaria. Ela é uma mulher centrada e muito boa no que faz, as vezes um pouco insegura, mas sempre me surpreende com seus serviços bem feitos.O que mais me surpreende é sua organização, nunca consegui organizar as pastas como deveriam e as vezes perco partes de contratos importantes tendo que refaze-los, mas ela conseguiu arrumar anos de trabalho acumulado em apenas um dia. Isso me surpreendeu de tal maneira que não consigo descrever em palavras, não consegui acreditar no que meus olhos presen
Hana RavalloAcomodo-me em uma das poltronas encantada com tudo que ele reservava por dentro. O seu interior mais parecia uma casa do que um avião. Claro que não esperaria menos de algo que vem da família Drevitch, mas mesmo assim me surpreendeu.Layonel conversa com um homem que acredito ser o piloto e não consigo entender como ele pode ficar vinte e quatro horas do seu dia com aqueles ternos desconfortáveis. Sinceramente estou começando a achar que ele esconde algo por trás daqueles panos caro e elegante. Na verdade, ele é um homem charmoso e sensual, exala luxuria e poder, mas ainda a algo nele que me confunde e intriga.Mexo no celular na tentativa de aliviar a tensão do meu corpo por ser primeira vez dentro de um avião, mas o medo não colabora muito com o meu psicológico e depois de alguns minutos Layonel se acomoda na poltrona a minha frente m
-Está atrasada Srta. Ravallo.-Me chame de Hana por favor. –Pegando minha bolsa que estava jogada sobre a poltrona do quarto para acompanha-lo.-Você está vinte minutos atrasada. –Ele insiste no meu atraso.-Desculpa senhor. –Tento encurtar o assunto.-Vamos a festa amanhã não se atrase novamente. –Ele ajeita os óculos de grau com o dedo indicador indo em direção ao elevador.-Sim Senhor. –Suspiro e vejo ele me observar.-Pode me chamar de Layonel. –Me surpreendo com seu pedido, mas fico feliz por poder chama-lo informalmente pelo menos aqui.Ao sair do elevador me surpreendo por estarmos no telhado do prédio e não no térreo. Havia um helicóptero a nossa espera e aquilo não reconforta meu coração.-Você não disse que teríamos que voar uma segunda vez. –Digo desanim
Douglas me apresenta toda a casa e conta um pouco da história explicando que aquela era a residência dos Drevitch antigamente. Pelo que percebi Layonel viveu sua infância junto com seus avôs e pais nesta casa, mas Douglas não entrou em detalhes sobre o que ouve depois disso.Apesar de estar curiosa para saber mais sobre essa família incrível contenho minhas inúmeras perguntas apenas para mim.Seguimos pela casa até chegar em um imenso quintal onde levava as indústrias, uma cerca baixa separa a casa do local de produção, provavelmente para não deixar que os turistas invadam o espaço privado da família.-A muito tempo todos viviam feliz aqui e os turistas enchiam esse lugar, hoje a procura por esse lugar ainda é grande, mas não encontram mais os moradores da casa presente. –Douglas sorri entristecido.Tento o máximo que posso cont
Depois de um longo interrogatório de Clarisse que me fez rir, Layonel me guia até a sala de jantar que obviamente era esplendida como todos os cômodos daquela casa, e a mesa de madeira se estendia com lugares para no mínimo umas 20 pessoas.A mesa estava posta a nossa espera, com algumas garrafas de vinho e lugares postos para duas pessoas.Optaria por tomar um banho ante do jantar, mas não trouxe roupas, pois achei voltaríamos para o hotel ainda hoje.Elegantemente ele puxa uma das cadeiras oferecendo-a para mim e constrangida com ato cavalheiro e inesperado me sento tentando esconder a surpresa em minha face.-Vamos as degustações. -Não foi uma pergunta e sim uma afirmação.Ele segura uma garrafa a abrindo com habilidade colocando um pouco do líquido em uma das taças que está sobre a mesa.-Veja esse é um vinho seco. -Ele se inclina me m
Layonel me acordou cedo para tomarmos café da manhã e seguir de volta para salvador. A viagem foi feita em silêncio, ele tentou frustrantemente me distrair com alguns assuntos aleatório, masnão funcionou, minha mente estava longe demais e viajar com meios de transportes aéreos não era o meu forte.Além disso os pensamentos da noite passada ainda estavam me atormentando e por mais que eu tente esconder o meu estado crítico e lamentável de espirito estava frustrada demais comigo mesma para conseguir. -Está tudo bem? –Seus lindos olhos verdes preocupado me encaram curiosos. -Sim. –Resmungo com um sorriso contido nos lábios. -Não é o que parece. –Ele murmura mais para ele do que para mim. -Meios de transporte aéreo não é o meu forte. –Culpo o helicóptero. -Algo além disso lhe incomoda Hana, é visível. –Ele comenta com a atenção voltada para frente. -Me desculpe. –Desvio o olhar observ
Surpreendo-me com o vestido e tenho certeza que não foi ele quem escolheu, pois o pouco que já aprendi sobre sua personalidade ele provavelmente não escolheria esse tom royal de azul, muito menos um estilo sereia com decote coração tão profundo que marca e ressalta exageradamente meus seios. A transparência no busto era coberta por pedrarias delicadas e finas que não deixava o visual sofisticado do vestido pesado, a transparência se estendia pelas costas até a altura da coluna lombar deixando minha pele expostas.Em outra ocasião jamais usaria um vestido desses, ele marca cada pequeno detalhe do meu corpo e isso de certa forma me incomoda. Me sinto exposta demais e agradeço a falta de fome nessa última semana que ocasionou a perda de alguns quilinhos a mais que ajudou a acentuar o vestido.As meninas trazem as sandálias de salto prata junto com um conjunto de brincos pequeno
Procuro focar minha atenção em outras coisas e me pego admirando decoração do local que por sinal é linda. Várias mesas se espalham pelo lugar em cores vinho e branco, havia um palco com uma pequena orquestra tocando músicas suaves e lentas, uma grande mesa se estende no meio do salão com vários aperitivos que aparentavam estar deliciosos, a bebida principal da festa é vinho tinto e champanhe como o esperado.Na verdade, é uma imensa e grande variedade de vinhos, de todos os tipos, até mesmo os que Layonel não havia me apresentado ou explicado, mas agradeço mentalmente por ter conhecido um pouco sobre a produção, pois assim consigo entender o que alguns deles estavam falando e comentando.Além dos vinhos uma grande variedade de queijos e cada um deles levava uma pequena plaquinha ao lado com o nome das uvas realçavam o seu sabor.Como esp