Íris
15 Anos antes
Foi fácil adaptar-me a essa família, eles são muito carinhosos e livres, talvez por isso tenham tanta dor de cabeça com o seu filho mais velho Orian. Ainda não tivemos tempo de nos conhecermos, mas também não estou curiosa.
Em um pleno sábado, enquanto a família preparava-se para ir a igreja.
— Deixei tudo preparado ai na geladeira, qualquer coisa é só tirar e aquecer, tudo bem querida? — Diz a senhora Sara.
— Tudo bem sim e obrigada — Respondo.
— Vamos mamãe, não gosto de chegar atrasado — diz o Liam.
Eles saíram e eu fui a posta acenar para eles.
Tinha a casa só para mim por algumas horas, como será que a minha família está? Devo ligar? Eles devem estar bem, não pr
— Só chegou agora? Precisamos ir — falo para a Íris, andando despreocupada.Ela parece mais cansada que o normal. Abatida, tristonha.— Onde você foi? — Perguntou a Mayra.Ela parou de subir as escadas finalmente e virou-se para olhar para nós. Respirou fundo preparando-se para responder, quando inesperadamente o senhor Daniel entra com duas grandes malas.— De quem é isso? — Perguntei. E ele olhou para nós e permaneceu calado.O que fez a Íris respirar fundo outra vez levantando a cabeça olhando para o alto.— Levas as malas para o meu quarto — disse ela, olhando para o mordomo e depois para mim — posso continuar em teu quarto?— Sim claro. Mas de quem são essas malas? A Maria vai ficar um tempo connosco? — Pergunto.— Olá Luz — diz o homem atrás de mim. Me viro e vejo um homem que com o tempo, parece ter ficado mais jovem. Era para ter crescido.— O que você faz aqui? — Pergunto.
ÍrisNa noite anteriorEstou a ficar cada vez mais fraca, a tontura que tive ontem está cada vez mais notório. Não sou muito boa a fazer isso e todo mundo sabe, quem cuidava de mim era a minha avó, ela sempre o fez, e como é que eu volto a pedir a ajuda da Mayra se eu pedi para ficar longe das minhas coisas?Respirei fundo e ouvi a porta a bater.— Entra — respondi.E vejo o Henriques entrar no quarto.— Está tudo bem?Ignoro completamente a sua pergunta e me viro para olhar outra vez para cima.— O que você quer?— Saber de você, o teu quase desmaio me deixou preocupado.— Disse que estava bem, porquê insiste? Quer cuidar de mim agora?— Quero sim, o que foi? Tem alguma coisa errada?— Está tudo bem. Nã
Hoje é meu dia de folga, e sendo sincera não me apetece ir a lugar nenhum. Tinha planos de ir até a biblioteca, mas só de pensar na noite de ontem, fico com muita vergonha de sair.— Porque ainda está de pijama? — Pergunta o Kevin.— Depois do que aconteceu ontem, eu não saio de casa — digo, me e sento no sofá. — O que aconteceu ontem?Respirei fundo.— Ele voltou — digo.O Kevin ficou parado, tentando decifrar quem é o “ele”. Até que a sua ficha caiu realmente.— Hé…— Nem precisa terminar esse nome, aquela velha me paga eu juro — falo, dando um murro na almofada.E ele riu de mim.— Agora que ele está de volta o pensas em faz? — Perguntou.— Evitar o máximo possível, afinal de contas, ele é o namorado da minha melhor amiga!O Kevin olhou para mim arregalando os olhos. E então eu percebi o meu erro.— Quer dizer da Gabriela — retruco.— Evitar não é a solução certa, se a tua avó trouxe ele de volta para ti é porque vocês têm que se casar, vocês precisam falar, e tu precisas sa
Nas urgências e emergências encontrei uma escapatória, foi a área onde eu mais me identifiquei, nenhum médico de elite aceitaria estar aqui, mas eu, não preciso ser da elite, pessoas formam as elites. Numa noite fatídica de terça-feira centenas de ambulancias chegando com inumeros pacientes com ferimentos graves e tenho certeza que alguns acabam de dar o seu último suspiro ao serem transportados em macas. — Doutora Iris o que vamos fazer? São muitos pacientes — diz a enfermeira ao meu lado assustada. — Vamos cuidar de todos e deixar o minimo, o mais minimo de mortos possível, faça o impossível para salvar a maioria, ou o que der — disse, segurando o estestocópio e colocando em torno do pescoço – anda, vamos trabalhar– Vamos a isso pessoal – gritei. - Sim Doutora – responderam todos. Enquanto cuidavamos de todos os pacientes, viam mais enfermeiros de outras áreas do hospital, para ajudar, além de colegas de trabalho acredito que somos uma família. - Iris! – Diz uma voz at
É sempre bom estar de volta ao hospital, embora que fique mais tempo do que o normal, eu sei que não tenho o que reclamar, é um previlégio poder trabalhar perto da minha família e de médicos com grandes experiências. Quero me especializar na área dos meus pais! Neurocirurgias e como a minha família é dona do hospital, o mínimo que eu posso fazer é estudar mais que os outros. Poucas dos meus colegas sabem que sou a Luz Sharonstone, a menor da família e uma das herdeiras. E se depender de mim, ninguém vai ficar sabendo. — Luz! — diz uma voz familiar atrás de mim — preciso da tua ajuda!Diz a minha irmã mais velha, Mayra. — Oque foi? — pergunto, me aproximando dela.— Podes ir ao escritório da Íris? — perguntou ela.— por quê? Aconteceu alguma coisa?— Não aconteceu, mas vai acontecer, está na hora de conhecer o seu adorado noivo — diz ela, baixinho.— Então fala com ela— digo.— Você sabe o que ela pensa sobre isso! É capaz de surtar.— E no que eu posso te ajudar? — Fala tu com e
Mais um final de expediente, confesso que estou cansada, tanto que sinto o meu coração acelerar.Sem corrida nem nada.Assim que chego em casa, encontro a minha irmã Mayra na sala.— Eu já marquei o vosso encontro — diz ela sentada na sala. — Que encontro? — pergunto sonolenta.— Com o seu querido noivo — diz ela.— Você não seria capaz de fazer isso — Digo.— Sinto muito, você sabe da regra da nossa família e tens passado muito dos limites, já tens 24 anos Íris, o teu noivado já tinha que estar marcado.— Não é pra tanto Mayra, o Limite é até aos 25 anos, não?— O noivado também conta! Vamos cumprir as regras por favor.— Claro, quem é ele?Ela me entregou um envelope com arquivos dentro.— O que é isso??— Toda informação que você precisa de saber sobre ele.Abro a pasta e me deparo com uma foto de um cara muito feio.— Ele não deveria ser mais velho? — digo, lento todas as informações.— Ele é, vê a data de nascimento dele.— Mas ele parece um adolescente nerd — digo incrédula.—
O turno foi cansativo, e ainda tenho que estudar para a cirurgia daqui a dois dias, eu me sinto muito carregada. Entro na sala dos médicos e encontro todo mundo a arrumar as suas coisas para ir embora. Olho para o celular e vejo, são 09h da manhã, o próximo turno já vai entrar daqui a meia hora, vejo o dia e me lembro. — Hoje é o dia do encontro da Íris — sussurro — será que ela está animada? Enquanto falava sozinha, vinha atrás de mim a minha amiga, que acaba me assustando. — Com quem estás a falar? — sussurrou no meu ouvido. — Aí Gabriela, quer me matar de susto? — pergunto. — Desculpa, não sabia que estava tão distraída assim — diz ela, abrindo o seu cacifo do outro lado da parede. — Hoje a Íris finalmente vai ter o seu tão odiado encontro, quero saber como será. — De certeza que não será romântico — retruca. — Estou mesmo curiosa para saber como será o Americano, a única que o conhece e a Mayra — Digo. — Americano? —Sim, eles todos têm uma coisa em comum conosco, d
Todo mundo achou que eu estive a dormir, mas eu fiquei durante horas andando de um lado para o outro, sentando e levantando da cama olhando para o guarda-roupa pensando no que vestir, em como me comportar olhando sempre para ficheiro dele e para o guarda-roupa na sequência. Eu não acredito que vou fazer isso... E se eu me vestir como essas mulheres exibicionistas? Será suficiente para assustar ele e não querer se casar comigo? Ninguém gosta de mulheres assim, quem sabe funcione. Abri o lado do guarda-roupa onde ficam os vestidos pretos, tirei o vestido mais simples e caro que estava ali, obviamente não foi comprado por mim, foi um presente da minha irmã Mayra, ela é sempre em alta com esse tipo de coisas, roupas, acessórios, sapatos caros, entendo super esse casal, ela é o Kevin fazem o par perfeito. Não precisava de muita coisa, só as mais caras que tinha, resumindo tudo que tenho. Brincos, vestido, perfumes, sapatos e o carro. Tudo em mim precisava estar acima de 1,3 milhõ