ÍrisSem que a minha família soubesse decidi procurar um neurologista, preciso saber o que está acontecendo comigo para além do meu coração deve ter mais alguma coisa, me sinto incompleta sem as minhas memórias restantes. — Doutor o que tem na minha cabeça. A lesão é muito grave? — De acordo os seus exames atuais, não! Os antigos poderiam até justificar a faltas de memória! Mas não há mais nenhum vestígio para apontar como causa, poderia dizer que são sequelas do acidente mais precisaria de uma segunda opinião médica e mais exames para confirmar. — Então o que o senhor sugere? — perguntei. — Recomendo um psicólogo, pode ser que a sua perda de memória esteja relacionado com algum acontecimento traumático do passado — diz o médico. — Obrigada Doutor— digo. — Assim que sair entrega esse papel a enfermeira e volte amanhã para mais exames — diz ele. — Combinado.— Não esquece de passar em um psicólogo por favor Íris. — Pode deixar que eu faço isso. ME aproximo da porta e coloco os
Luz — Que história é essa que você me engravidou? — Perguntei me afastando dele. — Eu quero ter um filho com você, o que tem de errado nisso? — perguntou, dando um nó na gravata. — Ainda é muito cedo e o nosso casamento ainda nem é público. Estamos casados apenas há 2 meses — falei, abotoando o vestido. — Amor esquece as regras das nossas famílias, eu quero muito ter uma família já, e eu sei que você está grávida— disse novamente, andando em minha direção. — Esquece isso, ainda não estamos prontos para ter uma família — falei desanimada. Como posso ter um filho com um homem que mal se lembra das coisas do passado? E principalmente agora que a mulher que ele amava voltou.— Você acha que não serei um bom pai? — perguntou. — Eu sei que serás um pai maravilhoso! Mas é eu? Você acha que estou pronta para ter um filho? —Eu… Antes que ele respondesse a secretária entra e diz-lhe que precisa sair para uma reunião com um dos seus investigadores. — Ok! Obrigado — diz. E ela saiu em s
Íris— Eu não consigo me lembrar de nada! — digo a psicóloga.— Sim! Eu conversei com o seu neurologista e vi alguns dos seus exames e parece que a sua perda de memória, não tem ligação com o seu acidente.— Então! Porquê eu não consigo me lembrar de nada? — Perguntei.— As vezes o nosso sob consciente nos impede de levar de acontecimentos que nos causam muita dor! Presumo que esse seja o seu caso. — O que eu poderia ter vivido que me causou tanta dor? A minha vida é bem monótona.— Só a sua família pode responder a essa pergunta.— Eu estou aqui justamente para isso. Eles não querem me contar o que aconteceu, e sem as minhas memórias eu me sinto totalmente incompleta. Eu quero voltar a trabalhar, mas não consigo. — A senhora tem certeza que quer recuperar as suas memórias? Se a sua família não está de acordo que se recorde, deve ser por que eles sabem como deve ter sofrido com isso. — Mas eu preciso saber, sofrendo ou não. — Tudo bem senhora Philips, vamos fazer terapia para que
Luz Eu tenho uma família, embora construída a base de uma mentira, eu tenho ele e o meu filho e não vou deixar ninguém mexer com nenhum dos meus amores. — Ultimamente estás muito distante — diz o meu marido.Estávamos deitados, acabamos de acordar faz uns 20 minutos. Ele parece não querer os trabalhar, ele é bem fofo quando está com preguiça. — Vamos sair hoje? — perguntei. — Obrigada por perguntar, e hoje não tenho vontade nenhuma de ir trabalhar. Vamos passar o dia juntos, pode ser? — Claro, percebi que não queres ir trabalhar. — Ainda não entrei na rotina — respondeu. — Vamos comprar coisas para o bebê, e depois vamos ver um filme e jantamos, que tal? — Eu acho perfeito, eu amo passar o tempo com a minha esposa, e hoje pareces mais animada. — estás do meu lado, não tem coisa melhor — digo.— Tens razão— falou ele, ficando por cima — Eu não sei porquê demoramos muito para ficar juntos, gostaria de ter te conhecido antes. — Não me culpes por isso — digo.— Eu não te culpo,
ÍrisApós sair da psicóloga, vejo um menino parado no outro lado da rua, parecia triste. Aquilo não chamou a minha atenção, ignorei e comecei a andar pela rua. O menino não parava de olhar para mim e me seguir. Eu parei e ele também parou, parecia que eu estava a ser seguida por alguém. Passei a estrada e ele recuou dois passos. — Você está me seguindo? — Perguntei. Ele apenas acenou, balançando a cabeça para a minha resposta “não”. — O que você quer de mim? — Perguntei. Ele apontou para a sacola que estava em minhas mãos. — Você sabe o que tem aqui? — perguntei. Ele acenou novamente, dizendo “sim” em resposta. — Se você sabe então já deve ter vindo aqui? — perguntei. Ele acenou para sim novamente. Olhei para o garoto que parecia ter fugido de casa e levei para uma lanchonete. — você não fala? — perguntei. — Falo! Só não gosto — respondeu com a sua boca cheia de comida.— Cuidado garoto, vai acabar de engasgado — dei o guardanapo para ele. — Muito obrigada! — falou. — D
Luz — Sim! Eu conheço o senhor e o senhor me conhece, só que não se lembra de nada — respondeu a Gabriela. — Eu acho que já devo ter vinda para cá algumas vezes, por favor e como sobrenome quero uns salgadinhos surpresa — falou o meu marido, lembrando que eu não gosto de doces. — Como o senhor desejar — falou a Gabriela, saindo com os cardápios e olhando para mim.Aquilo me deixou desconfortável, não soube como reagir a aquilo que acabou de acontecer, apenas permaneci em silêncio. Porquê ainda acho que ela tem algum direito sobre ele, afinal de contas ele é meu marido e ex-namorada dela, seja lá o que for que aconteceu entre eles não tem nada o que ver comigo.Respirei fundo e voltei a sorrir para o meu marido. — Foi ela a ex que você disse que eu tinha que me lembrar? — perguntou ele.— Sim! É ela mesmo.— Mas porquê eu não consigo me lembrar de nada com ela? É como se ela nunca tivesse existido na minha vida. — Mas ela foi muito importante para ti — respondi — até que te voltes
ÍrisAquele menino não me sai da cabeça.— O que você faz aqui?— Perguntou o menino do outro dia.Ele realmente é lindo, e acho que é bastante parecido com o Liam, será que é filho do meu cunhado? O rosto dele me faz lembrar alguém mas não sei quem.— Eu vim ver você, faz um tempo que não nos vemos— Falei— A senhora veio cá só para me ver?— Perguntou surpreso.— Claro, sai da clínica e me lembrei de ti, como não te vi do outro lado da rua, achei melhor vir ver como você estava — falei sorrindo.Ele me abraçou intensamente. O que surpreendeu, então abracei ele de volta.— Nunca nenhuma mulher me disse isso, tirando a minha avó— falou ele, ainda me abraçando.— Se quiseres eu podemos ser amigos! Que tal? Também não tenho muitas pessoas para contar além das minhas irmãs e alguém especial— falei.— Eu aceito—falou ele, entusiasmado.Eu sorri.Ele estava de uniforme parecia estar a sair do colégio, e pelo emblema dele, era um colégio da Elite.— Vamos passear?— Perguntei.Tinham segurança
Luz Eu estava me trocando quando ouvi um barulho de alguma coisa caindo ao chão e partindo, e parecia ter vindo do quarto da Íris, não dei muita importância, a minha desastrada irmã está sempre quebrando coisas, até que ela sai do quarto gritando. — Porquê estou nesse quarto? Porquê? — gritou ela. Como se estivesse com raiva de alguma coisa. Será que ela lembrou de alguma coisa?Ela gritava muito alto, parecia perturbada e entrando em pânico. — Íris? O que aconteceu? — perguntou a Mayra. — Ela está tendo um ataque de pânico— falou o Orian, que parecia ter acabado de tomar.Ela ficou sem ar que acabou desmaiando. O meu cunhando carregou ela ao colo e levou-a para o quarto de baixo. Ela ficou desacordada durante algumas horas e quando acordou parecia não ter acontecido nada outra vez. Quem me dera estar no lugar dela, não lembrar das coisas que a atormentam eu não sei se iria querer esquecer o Hélio ou a Gabriela, mas de certeza que iria querer o meu filho aqui comigo. Ele estava