Olívia bateu na porta e entrou.— Dr. Álvaro.— Dra. Olívia, seu rosto está muito vermelho. Está se sentindo bem? — Álvaro perguntou preocupado ao ver o rubor nas bochechas dela.— Ah... Não é nada.Olívia amaldiçoou Charles em silêncio, respirou fundo e tocou suas bochechas quentes.— Os resultados da tomografia do Charles já saíram?— Já sim. — Álvaro respondeu sério, pegando o exame na gaveta e entregando a Olívia.Ela pegou o exame e, à luz, examinou-o atentamente.De repente, suas sobrancelhas se franziram e seu coração afundou.— Dra. Olívia, você também percebeu algo estranho, né?Álvaro parecia mais tenso.— Sua cirurgia foi um sucesso. Pode-se dizer que, além de você, não há mais de três médicos no país capazes de realizar essa operação.— Sucesso? Você acha que foi um sucesso? — Olívia sentiu um aperto no peito e suas mãos tremiam enquanto segurava o exame, fazendo um leve barulho. — Do meu ponto de vista, deixar o paciente com sequelas... Isso é fracasso!Olívia podia suport
Diogo passou a noite inteira mergulhado em pensamentos, mas agora seus olhos brilhavam com uma nova luz.— Deixe-a entrar.— Sim, Sr. Diogo! — O secretário se retirou.Segundos depois, o som elegante de saltos altos quebrava o silêncio do camarote.— Dido.A voz era suave e sedutora. Uma figura voluptuosa e sensual logo apareceu diante de Diogo.O homem estreitou os olhos, observando Bruna com um olhar de admiração, como se estivesse apreciando uma obra de arte esculpida por suas próprias mãos.Bruna era a dona do Doce Diabo, uma mulher nascida na vida noturna. Cada passo que ela dava em direção a Diogo era cheio de charme, sem nunca parecer vulgar, mas extremamente atraente.Mas o que mais impressionava era seu rosto.No momento em que ela entrou, Diogo sentiu seu coração acelerar involuntariamente.Cabelos negros, lábios vermelhos, um sorriso confiante. Ele havia passado anos ajustando meticulosamente suas feições para que se parecessem com as de Olívia. A semelhança era de pelo meno
— As informações do seu infiltrado no hospital do Grupo Bastos chegaram....A notícia de que Charles havia acordado logo chegou aos ouvidos da família Marques.Haroldo e Felipe correram para o hospital. Ao ver Charles acordado, o avô não conseguiu se segurar e, sentando-se ao lado da cama, abraçou o neto, quase chorando.— Chad! Meu querido neto! Você me deu um susto terrível!— Desculpe, vovô, por ter preocupado o senhor. — Charles também sentia-se culpado ao abraçar o avô.— Como você está? Ainda sente dor de cabeça? Algum incômodo? — Haroldo levantou a mão para tocar a cabeça do neto, mas parou no meio do caminho.Lembrou-se da grande cirurgia que Charles havia passado, uma operação que levou mais de dez horas para costurar sua cabeça de volta. Ele não ousava tocar.— Estou bem, vovô. — Charles percebeu o que o avô pensava e, sorrindo, pegou a mão enrugada do velho e a colocou em sua cabeça. — Veja, está firme e forte.— Menino bobo... Você é mesmo um bobo! — Haroldo tocou levement
— Filho! Por que você resolveu me ligar de repente? — Felipe abriu um sorriso instantaneamente, seu tom amigável contrastando totalmente com sua habitual frieza aristocrática. As longas pestanas de Charles tremeram ligeiramente. Na sua memória, esse homem nunca tinha tido uma conversa tão paternal com ele, e nem mesmo o chamara carinhosamente de "filho". Somente quando estava com Alonso ele se comportava como um pai afetuoso. Para Felipe, Tânia era sua esposa e Alonso era seu filho de verdade. Era realmente irônico, mas Charles não tinha nada a dizer. — Pai, como está sua saúde ultimamente? — A voz grave e ressonante de Alonso soou. A voz do primogênito da família Marques era inconfundível, com uma ressonância tão forte que, mesmo a alguns metros de distância, Charles podia ouvi-la claramente. — Estou bem, muito bem, filho. E você? Como está se recuperando no País M? Tudo está indo bem? A sua doença tem se manifestado novamente? — Felipe havia visitado seu filho mais velho no Paí
— Muito bem! Muito bem mesmo! — Haroldo estava eufórico, batendo com força no ombro de Charles, quase o derrubando.Do outro lado da linha, houve um momento de silêncio, seguido de uma risada leve e encorajadora: — Que bom que você pensa assim. Eu desejo que você e a Srta. Olívia se reconciliem.— Obrigado, irmão. — Charles respondeu baixinho.Mas, por alguma razão, a expressão "se reconciliem" o deixou desconfortável.Haroldo pegou o telefone, sorrindo calorosamente: — Alonso! Como vai a vida no exterior? Ouvi dizer que as praias douradas aí são lindas. Quando vamos tirar férias lá e pegar um sol?— Vovô, por melhor que seja no exterior, não há lugar como a nossa casa. — Alonso sorriu gentilmente. — Vovô, você já está mais velho, vir até o País M é uma viagem longa, e eu não quero que você se canse. Talvez, em breve, quando eu estiver melhor, possamos nos encontrar em Yexnard.Charles manteve a expressão neutra, mas seu coração apertou.— Hahaha! Isso seria ótimo! Se você puder volt
— Por isso, peço que permita que eu e Samara fiquemos juntos! Sei que antes não fui um bom homem, mas prometo que me esforçarei para ser um homem melhor, um homem só dela! Vou tratá-la bem, melhor do que Chad trata Olívia, eu juro pela minha vida! Darei a ela uma felicidade que fará todas as mulheres do mundo invejarem! Amo Samara, por favor, permita que eu a namore com a intenção de me casar! — Benjamin estava tão nervoso que apertava a mão de Samara até deixá-la vermelha, e sua voz tremia no final.Olívia lançou um olhar frio para Benjamin: “comparando-se com o inútil do Charles, você não tem mesmo ambição.”Charles olhou para ele, irritado: “Melhor do que eu trato Olívia? Você pode tentar, mas nunca vai conseguir.”Benjamin falou tudo de uma vez, com a expressão rígida e a velocidade da fala alta, mas seus olhos mostravam uma sinceridade profunda, claramente ele estava guardando tudo isso por muito tempo.Haroldo deu um sorriso amargo, parecia que esse playboy estava realmente apaix
Charles sentiu o coração finalmente se acalmar.— Olívia, obrigado. — Agradeceu ele com a voz embargada.Olívia parecia indiferente, mas por dentro não pôde deixar de se sentir tocada.O Grupo Marques tinha uma reunião importante, e Felipe saiu primeiro.Desde que a identidade secreta da renomada médica Priscila foi revelada, ela se tornou a médica principal de Charles. Agora, a responsabilidade pelo tratamento dele estava em suas mãos.Ela fez algumas perguntas a Charles, depois o colocou na cadeira de rodas e pediu que Benjamin e Álvaro o levassem para fazer exames.No quarto, ficaram apenas Olívia, o avô e Caio.— Jenny, seu semblante está sempre tão pesado. Você está escondendo alguma coisa? — Haroldo perguntou preocupado, aproveitando a ausência de outras pessoas.Olívia se sobressaltou e respondeu evasivamente:— Não, nada, vovô.— Jenny, você pode enganar os outros, mas não a mim. — Haroldo estava visivelmente preocupado, seu coração apertado. — Será que a lesão do Chad piorou?
Olívia percebeu que o avô estava claramente desconfortável, indicando que o assunto talvez tocasse em segredos profundos da família Grupo Marques. Perguntar mais seria realmente indelicado. Ela sempre foi uma pessoa que sabia se comportar, mas quando o assunto era Charles, sua curiosidade falou mais alto. Sem conseguir se conter, perguntou:— Vovô, a relação entre Charles e Alonso é tão tensa assim? Está... Relacionado com aquele caso de sequestro quando eram jovens?Haroldo arregalou os olhos, surpreso, e olhou para ela com espanto.— Você... Você sabe sobre o sequestro?— Desculpe, vovô, não era minha intenção saber disso. — Olívia sentiu a boca seca e, depois de uma pausa, continuou com voz suave. — Charles me falou sobre seu irmão e disse que, quando encontrasse tempo, me contaria tudo sem esconder nada. Naquele momento, eu estava resistente e não queria ouvir, mas a curiosidade era maior, então acabei investigando...Haroldo ouviu e viu que o rosto de Olívia estava corado de verg