Hebe já estava um pouco embriagada, mas quando Breno a segurou, seu estado de embriaguez diminuiu significativamente. Seu rosto puro, suas orelhas e o longo pescoço ficaram tingidos de um vermelho brilhante.- Srta. Hebe, cuidado. - Disse Breno, preocupado ao vê-la cambalear, pensando que ela estava muito bêbada. Ele rapidamente envolveu o braço em volta de sua cintura delicada, segurando-a ainda mais firme.De repente, sua garganta secou e seu coração deu um salto. A suavidade e a finura daquela cintura fizeram-no perder-se por um momento, e ele não pôde evitar um suspiro interior. No entanto, ele era um verdadeiro cavalheiro, sem intenções desonestas. Recuperou a compostura rapidamente, seu rosto bonito não mostrando nenhum sinal de perturbação.- Breno, minha irmã vai para casa com você esta noite! Olívia, sempre atenta aos detalhes, estava tão relaxada entre os seus que não percebeu a tensão entre os dois. Ela acenou para eles de forma despreocupada, enquanto saía de braço dado
No caminho de volta, Olívia encostou a cabeça no ombro de Gilbert, sentindo uma leve sonolência. Na verdade, ela queria perguntar o que Arthur tinha dito a Charles. Mas pensou melhor e desistiu. De qualquer forma, não devia ser coisa boa. Arthur parecia gentil, mas tinha uma língua afiada, às vezes até mais que a dela. Ela não queria ouvir como Arthur insultava Charles. Não que ela sentisse pena daquele canalha, mas não queria ver alguém que ela amou tanto sendo tratado como um cachorro aos olhos do irmão. Isso a faria se sentir derrotada.- Vivia, está acordada? - Gilbert perguntou suavemente.- Estou sim, tem algo a dizer, irmão? - Olívia respondeu, despertando de seus pensamentos.- Vivia, você percebeu uma coisa?Olívia olhou surpresa para Gilbert.- Você notou que a atmosfera entre Breno e Hebe está meio estranha? - Gilbert sorriu levemente. - Não sei se estou enganado, mas tenho a sensação de que há algo mais entre eles.- Algo mais? - Olívia arregalou os olhos, quase deixando
O peito de Olívia parecia queimar, como se tivesse sido enchido com água fervente, fazendo-a apertar os dedos dormentes de tanta angústia.Por quê?Por que Charles podia ser tão bom para Olívia, mas tão cruel com a antiga Jennifer?- Irmão, você me conhece. Sempre fui uma pessoa que ama e odeia com clareza. Talvez você esteja certo, os sentimentos são realmente confusos e complexos, mas eu não sou assim. Eu sei exatamente o que quero.Olívia olhou melancólica pela janela, sua voz tremendo e os olhos marejados. - Não importa o quão complicados sejam meus sentimentos por Charles agora, não existe mais amor ali. Já entreguei minha vida uma vez, queimando toda minha juventude para amar uma pessoa. Esse tipo de autodestruição sem qualquer retorno, uma vez na vida é o suficiente.…Breno dirigia Hebe de volta para a escola. Ambos estavam perdidos em seus próprios pensamentos, e o silêncio reinava.Era uma noite tranquila, e a entrada dos fundos da escola estava deserta. O Porsche parou sua
Hebe, ao ver a mulher, teve um choque que fez suas pupilas se contraírem. Seu corpo começou a tremer ainda mais nos braços de Breno, e um suor frio escorria por suas costas.A mulher se chamava Dina, colega de faculdade e curso de Hebe, conhecida por sempre implicar com ela, atormentá-la e humilhá-la.Breno de repente se lembrou de algo que Olívia mencionara anteriormente: Hebe tinha muito medo de atravessar a rua e de carros que passavam em alta velocidade.Anos atrás, quando Glória se casou com Érico, a família tinha muitos filhos, mas todos ainda eram pequenos. Algumas famílias rivais, invejosas do poder do Grupo Bastos, viram uma oportunidade de atacar Érico através de seus filhos.Na época, a rivalidade se voltou para Glória, considerada a esposa menos favorecida, e seus filhos, presumidos como os menos protegidos. Enviaram alguém para eliminar Hebe, que tinha apenas sete anos, jurando fazer Érico pagar com a vida de um filho pelo prejuízo que causara aos negócios deles.Embora H
Uma pilha de notas foi jogada de dentro do carro, como se fosse um monte de papel inútil, caindo sobre Breno de maneira extremamente humilhante.- Você!Breno olhou furiosamente para dentro do carro, mas no segundo seguinte, a Ferrari arrancou e desapareceu na noite.Hebe, ao ver a humilhação que ele sofreu, franziu a testa e começou a tremer de raiva.- Gatinho, isso é um agrado do Sr. Jair para você, pegue.Dina, vendo que o Sr. Jair tinha ido embora, deixou cair a máscara de falsa modéstia que usava. Ela então se aproximou de Breno, tentando tocá-lo na lapela do casaco.- Gatinho, você é tão bonito e elegante, por que anda com essa mulher de reputação duvidosa, pobre e sem graça? Não combina nada com você. Que tal... Ah!Nessa hora, Breno, com uma expressão sombria, deu um passo para trás rapidamente.Dina, que estava se inclinando para ele, perdeu o equilíbrio de maneira desastrosa e, usando saltos altíssimos, caiu de joelhos no chão.Ela acabou ajoelhando diretamente na frente de
Afinal, nos quatro anos que passou estudando teatro na universidade, Dina e seu grupinho frequentemente a importunavam. Hebe tinha uma personalidade naturalmente mais tímida e desejava apenas se formar em paz, então sempre engolia sapos. Mas, ao lembrar da humilhação de Breno por parte de Sr. Jair e das intenções de Dina em relação ao homem que ela gostava, todo o medo dela se dissipou instantaneamente. Em seu lugar, surgiu uma raiva avassaladora que parecia prestes a explodir de seu peito. Hebe ficou com o olhar frio como gelo e não deu atenção a Dina, continuando a andar para frente. - Vadia! Hebe, sua desgraçada, pare já aí! - Dina gritou, chamando-a pelo nome. Hebe parou e se virou lentamente. Ao ver Dina ofegante, mancando com os joelhos vermelhos e sangrando, ela não pôde deixar de sorrir um pouco, ainda que quisesse rir alto. - Para quem você está chamando de vadia? - Você ainda pergunta? Claro que estou falando de você! - Dina, ignorando a dor, avançou para desabafar s
Charles mal conseguiu sair do hospital, e só o trabalho acumulado durante esses dias internado já o deixou ocupado por três dias e três noites inteiras.Nesses dias, sua condição física não estava nada estável, mantendo-se de pé graças aos remédios e às poções que Olívia lhe dava. Ele pedia para Dante aplicar os medicamentos de uso externo todos os dias, rezando para que pudesse se recuperar completamente e ficar cada vez melhor. Afinal, com um corpo tão debilitado, como ele poderia proteger a mulher que amava?- Presidente Charles, é hora de tomar seu remédio. - Dante colocou os comprimidos e a água mineral em uma bandeja e os levou até Charles.Ele estava inclinado sobre a mesa, revisando documentos, e respondeu distraidamente: - Agora não, daqui a pouco.- Bem, se o senhor não tomar o remédio na hora certa, eu vou ter que informar a Sra. Marques sobre sua teimosia. - Dante falou com firmeza. - A Sra. Marques me contatou outro dia, pedindo para eu garantir que o senhor tome os rem
Dante deu um leve arrepio. - Cof, cof... Presidente Charles, eu só estou preocupado com o senhor! Com essa velocidade de tartaruga no relacionamento com a Sra. Marques, será que ainda vou estar vivo para ver vocês dois reconciliados? Da última vez, o senhor arriscou a vida para salvar a Sra. Marques, mas ela continua fria com o senhor. Esses dias, além de me ligar para saber sobre o seu estado de saúde, ela nem se deu ao trabalho de vir visitá-lo... Eu fico com o coração partido, preocupado com o senhor.Ele se lembrou de como era antigamente. Sempre que sabia que o Presidente Charles estava voltando, a Sra. Marques preparava uma refeição completa e ficava de pé na entrada da mansão, ansiosa por sua chegada. Naquela época, ela o amava com todo o coração, devotando-se inteiramente a ele. Agora, o olhar frio que ela lançava para Charles era tão gélido que até um observador como Dante se sentia sufocado. Muitas coisas, uma vez perdidas, eram impossíveis de recuperar...- Não importa.