Hebe, ao ver a mulher, teve um choque que fez suas pupilas se contraírem. Seu corpo começou a tremer ainda mais nos braços de Breno, e um suor frio escorria por suas costas.A mulher se chamava Dina, colega de faculdade e curso de Hebe, conhecida por sempre implicar com ela, atormentá-la e humilhá-la.Breno de repente se lembrou de algo que Olívia mencionara anteriormente: Hebe tinha muito medo de atravessar a rua e de carros que passavam em alta velocidade.Anos atrás, quando Glória se casou com Érico, a família tinha muitos filhos, mas todos ainda eram pequenos. Algumas famílias rivais, invejosas do poder do Grupo Bastos, viram uma oportunidade de atacar Érico através de seus filhos.Na época, a rivalidade se voltou para Glória, considerada a esposa menos favorecida, e seus filhos, presumidos como os menos protegidos. Enviaram alguém para eliminar Hebe, que tinha apenas sete anos, jurando fazer Érico pagar com a vida de um filho pelo prejuízo que causara aos negócios deles.Embora H
Uma pilha de notas foi jogada de dentro do carro, como se fosse um monte de papel inútil, caindo sobre Breno de maneira extremamente humilhante.- Você!Breno olhou furiosamente para dentro do carro, mas no segundo seguinte, a Ferrari arrancou e desapareceu na noite.Hebe, ao ver a humilhação que ele sofreu, franziu a testa e começou a tremer de raiva.- Gatinho, isso é um agrado do Sr. Jair para você, pegue.Dina, vendo que o Sr. Jair tinha ido embora, deixou cair a máscara de falsa modéstia que usava. Ela então se aproximou de Breno, tentando tocá-lo na lapela do casaco.- Gatinho, você é tão bonito e elegante, por que anda com essa mulher de reputação duvidosa, pobre e sem graça? Não combina nada com você. Que tal... Ah!Nessa hora, Breno, com uma expressão sombria, deu um passo para trás rapidamente.Dina, que estava se inclinando para ele, perdeu o equilíbrio de maneira desastrosa e, usando saltos altíssimos, caiu de joelhos no chão.Ela acabou ajoelhando diretamente na frente de
Afinal, nos quatro anos que passou estudando teatro na universidade, Dina e seu grupinho frequentemente a importunavam. Hebe tinha uma personalidade naturalmente mais tímida e desejava apenas se formar em paz, então sempre engolia sapos. Mas, ao lembrar da humilhação de Breno por parte de Sr. Jair e das intenções de Dina em relação ao homem que ela gostava, todo o medo dela se dissipou instantaneamente. Em seu lugar, surgiu uma raiva avassaladora que parecia prestes a explodir de seu peito. Hebe ficou com o olhar frio como gelo e não deu atenção a Dina, continuando a andar para frente. - Vadia! Hebe, sua desgraçada, pare já aí! - Dina gritou, chamando-a pelo nome. Hebe parou e se virou lentamente. Ao ver Dina ofegante, mancando com os joelhos vermelhos e sangrando, ela não pôde deixar de sorrir um pouco, ainda que quisesse rir alto. - Para quem você está chamando de vadia? - Você ainda pergunta? Claro que estou falando de você! - Dina, ignorando a dor, avançou para desabafar s
Charles mal conseguiu sair do hospital, e só o trabalho acumulado durante esses dias internado já o deixou ocupado por três dias e três noites inteiras.Nesses dias, sua condição física não estava nada estável, mantendo-se de pé graças aos remédios e às poções que Olívia lhe dava. Ele pedia para Dante aplicar os medicamentos de uso externo todos os dias, rezando para que pudesse se recuperar completamente e ficar cada vez melhor. Afinal, com um corpo tão debilitado, como ele poderia proteger a mulher que amava?- Presidente Charles, é hora de tomar seu remédio. - Dante colocou os comprimidos e a água mineral em uma bandeja e os levou até Charles.Ele estava inclinado sobre a mesa, revisando documentos, e respondeu distraidamente: - Agora não, daqui a pouco.- Bem, se o senhor não tomar o remédio na hora certa, eu vou ter que informar a Sra. Marques sobre sua teimosia. - Dante falou com firmeza. - A Sra. Marques me contatou outro dia, pedindo para eu garantir que o senhor tome os rem
Dante deu um leve arrepio. - Cof, cof... Presidente Charles, eu só estou preocupado com o senhor! Com essa velocidade de tartaruga no relacionamento com a Sra. Marques, será que ainda vou estar vivo para ver vocês dois reconciliados? Da última vez, o senhor arriscou a vida para salvar a Sra. Marques, mas ela continua fria com o senhor. Esses dias, além de me ligar para saber sobre o seu estado de saúde, ela nem se deu ao trabalho de vir visitá-lo... Eu fico com o coração partido, preocupado com o senhor.Ele se lembrou de como era antigamente. Sempre que sabia que o Presidente Charles estava voltando, a Sra. Marques preparava uma refeição completa e ficava de pé na entrada da mansão, ansiosa por sua chegada. Naquela época, ela o amava com todo o coração, devotando-se inteiramente a ele. Agora, o olhar frio que ela lançava para Charles era tão gélido que até um observador como Dante se sentia sufocado. Muitas coisas, uma vez perdidas, eram impossíveis de recuperar...- Não importa.
Benjamin estava com uma expressão tão descarada, como se quisesse se exibir para o mundo inteiro! Charles estreitou os olhos, sentindo uma onda de irritação subir, com um toque de ciúmes. - E daí? Com a posição da família Júnior em Yexnard, é normal que te convidem, não acha?- E com a posição da família Marques em Yexnard, você recebeu um convite?- Se não dá pra conversar, sai daqui.Charles, sempre tão calmo e contido, perdia facilmente a paciência quando o assunto era Olívia.- Calma, estou só brincando. - Benjamin sabia que Charles estava chateado por não ter recebido um convite de Olívia, então puxou do bolso traseiro um convite todo amassado. - Olha só, esse é da sua madrasta, aquela velha bruxa. Coincidência ou não, ela marcou o aniversário para o mesmo dia da festa da Sra. Glória, e ambas em Yexnard. Parece até que querem competir.- O quê? A Tânia e a Glória fazem aniversário no mesmo dia? - Charles ergueu as sobrancelhas, visivelmente surpreso.- Presidente Charles, se não
No Village Garden Hotel.Olívia estava em seu escritório, analisando o planejamento da festa de aniversário com uma seriedade ainda maior do que quando organizou o casamento de Alice. Naquela ocasião, ela se dedicou porque Alice era uma importante parceira de negócios; desta vez, sua dedicação era porque Glória era sua parente.- Srta. Olívia, a senhora está se esforçando demais, já são três noites sem dormir. Precisa descansar um pouco. - Breno lhe trouxe um copo de suco de laranja, preocupado que tanto café pudesse prejudicar seu estômago.- Não posso descansar ainda. Já organizei o salão de festas, mas ainda não resolvi a questão do vestido da tia Glória. - Olívia largou os documentos e massageou as têmporas doloridas.Nessa idade, enquanto outras garotas estavam de mãos dadas com suas amigas, fazendo compras, viajando pelo mundo e vivendo romances doces, ela passava os dias imersa em pilhas de documentos e dados enfadonhos, liderando a equipe do hotel e pensando em como aumentar a
- Alexa! A presença de uma deusa em pessoa no meu humilde ateliê! Minha loja nunca esteve tão gloriosa! - Dora veio pessoalmente receber sua mentora, mas não deixou de provocar com seu humor afiado.Ela sempre soube que sua mentora, Olívia, era herdeira da família Bastos e tinha o prestigiado título de Sharon. Mas jamais imaginou que ela também fosse a lendária Alexa, uma revelação que a deixou boquiaberta!No mundo da moda e das joias, Alexa e Sharon eram verdadeiras lendas, com uma reputação impecável.- Tá bom, tá bom, eu sei que errei ao esconder minha identidade de você. Me diz, o que quer como compensação? - Olívia, com sua aura de poder, envolveu a cintura fina de Dora.- Mentora, só de você vir me visitar mais vezes já seria ótimo. - Dora fez um biquinho. - Não venha só quando precisa de algo, pode ser?Olívia, com um suspiro resignado, passou o dedo pelo nariz arrebitado de Dora. - Eu realmente estou muito ocupada. Mas prometo que, assim que essa fase passar, vamos viajar pa