Charles ficou pálido.— Vivia... — Ele começou, mas foi interrompido.— Estou brincando! — Olívia soltou uma risada, voltando a beliscar o rosto dele. — Olha só como você está magro! Está fazendo isso de propósito? Quer me deixar preocupada?As marcas das lágrimas da noite anterior ainda estavam no rosto de Charles, mas ele não respondeu. Em vez disso, entrelaçou os dedos nos dela, apertando-os com força, como se nunca mais fosse soltar.Depois de refletir por um momento, ele decidiu não falar nada. Em vez disso, inclinou-se sobre ela e a beijou profundamente, com um amor tão doce e intenso que parecia querer apagar todas as dores do passado."Eu vou lembrar de cada ferida sua, Vivia. Vou carregar todas elas. E, no resto da minha vida, vou me sacrificar para te compensar."...Mais tarde, Samara acordou e, ao saber que seu irmão e cunhada estavam na casa, ficou radiante.— Quero ver a Olívia! — Disse ela, com o rosto brilhando de alegria.Benjamin, no entanto, a abraçou por trás e a pu
Quando Benjamin viu Bernardo, irmão de Olívia, aparecer em sua casa, sentiu todos os pelos do corpo se eriçarem.Benjamin tinha a fama de ser um verdadeiro demônio no submundo, mas diante de Bernardo, ele não passava de um gatinho acuado. E, para piorar, Bernardo não era apenas um homem perigoso — ele era o irmão de Olívia, o que tornava qualquer atitude contra ele algo impensável.— Sr. Benjamin... Me desculpe... — Stéphanie disse entre respirações pesadas, com um olhar cheio de culpa.Benjamin engoliu em seco, o pomo de Adão subindo e descendo em sua garganta, enquanto gritava nervoso:— Não faça nenhuma besteira! O herdeiro da família Bastos não pode se rebaixar ao ponto de bater em uma mulher!— E o que você sugere? Que eu fique parado enquanto ela me espanca até a morte? — Bernardo bocejou, entediado. — Parece que você me acha masoquista.Aquela resposta direta fez Benjamin travar. Ele conhecia bem a personalidade de Stéphanie: leal como ninguém, ela era capaz de arriscar a própri
Por mais que Samara tentasse, não era páreo para Bernardo. Ele segurava a porta com uma única mão, mantendo-a aberta com facilidade.— Irmãzinha, não precisa me evitar. Eu não vim aqui para te levar de volta.Aquelas palavras fizeram Olívia congelar, e Charles estreitou os olhos, confuso.— Você... Não veio nos separar? — Olívia perguntou, hesitante.— Nunca quis separar vocês. — Bernardo respondeu, com sinceridade. Ele olhou para os dois, uma mistura de compaixão e cansaço em seus olhos. — Só queria ter certeza de que você está segura. Se está saudável, sem ferimentos. Não precisa ter medo de mim.A simplicidade e a honestidade em sua voz atingiram Olívia como uma flecha. Ela sentiu o coração apertar e as lágrimas voltaram a brotar em seus olhos. Charles também ficou profundamente comovido. Até aquele momento, ele não acreditava que alguém da família de Olívia pudesse apoiá-los.— Bernardo!Olívia correu para abraçá-lo, e Bernardo a recebeu com um abraço apertado, acariciando seus ca
Benjamin também ficou animado com as revelações, mas decidiu que não queria Samara envolvida em assuntos tão complicados. Pediu, então, que Stéphanie a levasse de volta ao quarto, enquanto ele ficava na sala para ouvir o desenrolar da história.Charles segurava Olívia nos braços enquanto os dois se acomodavam no sofá, ouvindo atentamente Bernardo relatar o ocorrido. Ele contou tudo sobre o encontro e o confronto tenso com Bruna: como ela tentou usar truques sujos, incluindo armas escondidas e até mesmo um jogo de sedução para atraí-lo a uma armadilha. Mas Bernardo, sendo quem era, reverteu a situação e deu o troco nela.No entanto, ele não mencionou um detalhe: naquela noite, Bruna o surpreendeu com um beijo feroz, quase elétrico, que o pegou completamente desprevenido. Foi um beijo intenso, carregado de lágrimas silenciosas e uma dor visceral.Ela havia ido lá para matá-lo, e mesmo assim, foi ela quem chorou desesperadamente. Bernardo não chorou, nem por um segundo. Que direito ela t
Bernardo, ao observar o casal se reconciliar tão intensamente, sentiu seu coração finalmente se aliviar. Por mais que ele quisesse proteger Olívia de tudo, percebeu que interferir em sua felicidade seria o maior erro.No final, o que importava era o que ela queria. Se, depois de tudo, ela escolheu Charles, então ele não tinha o direito de tentar separá-los. A felicidade dela era o único objetivo que realmente importava aos olhos de Bernardo.— Diogo sempre esteve manipulando Dalila nas sombras. Naquele jantar, pressionamos ela para confessar, mas nem assim ela entregou Diogo. — Benjamin comentou, cruzando os braços.— Não acho que ela seja leal a ele. Talvez ela nem saiba quem está por trás de tudo. Pode ser que ela esteja sendo usada sem sequer perceber. — Charles refletiu, com a voz carregada de seriedade.— Concordo. — Olívia assentiu.Benjamin, por outro lado, estava furioso. Apertando os punhos, ele mal conseguia conter sua frustração.— Chad, Vivia, me desculpem. Eu e minha mãe m
Benjamin estava com uma expressão amarga no rosto. O comentário de Bernardo, por mais que tentasse, soava como uma provocação. Tudo culpa de suas antigas aventuras amorosas, que agora o perseguiam como uma sombra indelével, mesmo que ele estivesse tentando levar uma vida mais séria e honesta.— Já investiguei através do sistema. O dono por trás do Doce Diabo é o próprio Diogo. — Bernardo estreitou o olhar, as sobrancelhas franzidas. — Ele não só aparece frequentemente por lá, como mantém relações estreitas com diversos figurões de Yexnard. Esse "clube", à primeira vista, parece um lugar sofisticado, mas na verdade é um antro de prostituição de luxo e corrupção, onde negócios sujos entre políticos e empresários são costurados. Para mim, Diogo não passa de um cafetão de terno e gravata.— O quê? Você está me dizendo que usou o sistema da agência para investigar isso? — Olívia arregalou os olhos, incrédula. — Bernardo, você ficou maluco? Isso é como usar um canhão para matar uma mosca! N
Charles não conseguiu esconder sua inquietação.— Aquela mulher não conseguiu matá-lo da primeira vez. Agora que falhou, ela pode tentar novamente. Bernardo, ela ainda está sob as ordens de Diogo. Quem sabe que tipo de armadilhas ou métodos ela pode usar? É impossível prever tudo.Antes que Olívia pudesse responder, Bernardo soltou uma risada baixa e desdenhosa. Seu sorriso era arrogante, e seus olhos brilhavam com uma confiança quase assustadora.— Quem quiser me matar, ainda não nasceu....O grito ecoava pelo porão úmido e sombrio do Doce Diabo. Era um som cortante, cheio de dor, que fazia até os guardas do lado de fora estremecerem.Dentro do porão, o cenário era aterrorizante. Bruna estava suspensa no ar, seus pulsos presos por algemas de ferro, o corpo frágil balançando sob a luz fraca. Ela vestia apenas uma camisola de renda branca, tão fina que já estava quase completamente manchada de sangue.Diogo, com o rosto impassível, soltou o chicote que segurava e jogou-o para Cauã, ant
Diogo curvou os lábios pálidos em um sorriso cruel:— Então, você encontrou um homem que se importa com você?O tom zombeteiro dele perfurou o peito de Bruna como uma lâmina ensanguentada.— Bernardo gosta de você? Ele se importa com você? Só porque vocês passaram uma noite juntos? Só porque ele te deu uma caixa de remédio para o estômago? — Diogo soltou o pescoço dela e, em seguida, deu uma leve pancada com o dedo em sua testa. — Sempre achei que você fosse desprezível, mas pelo menos tinha um pouco de cérebro. Agora vejo que você não tem nada. Dar a você o rosto de Olívia é um insulto à beleza dela.A visão de Bruna começou a embaçar, tornando o homem que ela amava há dez anos irreconhecível, distante.Lágrimas dolorosas escorriam de seus olhos como pérolas quebradas, mas Diogo permaneceu indiferente à sua dor.— Pare de sonhar, Bruna. Conheço bem os irmãos de Olívia. Eles são como eu: só têm espaço no coração para ela. Você, com sua origem miserável, sendo alguém que trabalha para m