Às sete horas daquela noite, todos os canais de notícias exibiram a reportagem sobre o tiroteio. Era o primeiro ou o segundo assunto em destaque.As imagens da prisão de Tristão foram transmitidas, e no vídeo que Charles havia fornecido à imprensa, o rosto de Tristão estava completamente à mostra, sem qualquer censura!Ao mesmo tempo, a notícia da morte trágica de uma jovem inocente no tiroteio ganhou ainda mais força, e o escândalo gerou uma enorme comoção pública.Os cidadãos indignados começaram a comentar no site da emissora e no Twitter, expressando sua revolta contra a brutalidade de Tristão:[Yexnard é considerada a cidade mais segura do país, e agora tem tiroteio? Isso é surreal!][Esse Tristão é um monstro! Um completo psicopata! Que a justiça o puna com rigor e faça justiça pela pobre menina. Não podemos deixar que o povo perca a fé nas leis!][Sempre que vejo notícias assim, as fotos das vítimas são expostas, mas o rosto dos criminosos é sempre ofuscado. Isso é absurdo! Dess
Olívia sabia como ninguém manipular a opinião pública, mexendo com as emoções dos internautas, conduzindo tudo de forma precisa e com um mínimo de esforço.— Breno, me desculpe de verdade. Eu sei que você ainda está se recuperando, mas tive que te incomodar. Você sempre foi o contato direto com a equipe de relações públicas, e conhece o processo como ninguém. Por isso, só você poderia fazer isso...— Srta. Olívia, por favor, não diga isso. — Breno respondeu sério, mas com um tom amável. — Não importa o que aconteça, nunca se esqueça: eu sempre estarei ao seu lado.— Breno... — A voz de Olívia ficou presa na garganta.Nos últimos tempos, talvez por estar tão envolvida no amor, ela sentia seu coração ficar cada vez mais sensível, como se qualquer coisa a emocionasse. E a culpa era de Charles, que a fazia se sentir cada vez mais envolvida e vulnerável!— Além disso, estou tão entediado nessa clínica que acho que vou enlouquecer. Por favor, me dê mais trabalho! Do jeito que está, vou acaba
Na Vila dos Lagos, a mansão da família Marques estava em polvorosa. Todos os empregados, com os olhos grudados nas telas de seus celulares e televisores, acompanhavam as notícias sobre o caso de Tristão. O choque foi geral, e os comentários fervilhavam.— Tristão? Aquele assistente pessoal que trabalhava com a senhora?— Claro! É ele mesmo! Desde a primeira vez que vi aquele homem, senti um calafrio. Aquele olhar... sempre tive certeza de que ele não prestava!— Meu Deus... A Vilma... Pobrezinha! Uma menina tão boa, e agora... Se foi!As empregadas não conseguiam conter as lágrimas, e o som dos soluços ecoava pela casa.— A morte da Vilma é, em parte, culpa da Tânia! Como ela pôde manter alguém tão perigoso por perto? Ela é egoísta demais! Será que, para ela, as vidas dos empregados não valem nada? — Uma delas gritava, visivelmente indignada.— Quando é que essa “nobre senhora” nos tratou como humanos de verdade? — Uma das empregadas mais próximas de Vilma comentou, com amargura. — Es
Uma voz grave e autoritária ecoou atrás deles, e o caos no ambiente cessou imediatamente.Todos se viraram, assustados, e rapidamente se curvaram em respeito:— Boa tarde, Sr. Felipe.— Papai... — Chica ficou pálida de repente, totalmente sem reação.Felipe e Robinson estavam atrás dela, e ela nem havia percebido!Mas... Papai não estava viajando? Como ele voltou tão de repente?— O que você estava fazendo agora? Você bateu em alguém? — A voz de Felipe era fria, e uma raiva contida brilhava em seus olhos.— Pai... Me ouça! Não foi minha culpa! — Chica correu até ele, agarrando seu braço como uma criança que acabara de ser repreendida. — Esses empregados estavam falando mal de mim e da mamãe pelas costas! Foram eles que passaram dos limites! Eles recebem nosso dinheiro, mas não sabem respeitar seus patrões! Pai, manda todos eles embora, por favor!— E é por isso que você achou certo bater em alguém? — Felipe ignorou as queixas dela, mantendo o rosto sério. — Só porque você é minha filha
— Uau! É o Sr. Benjamin! Ele e a Srta. Samara estão juntos? — As funcionárias mal conseguiam conter a empolgação.— Que maravilha! O Sr. Benjamin é lindo e rico. E o melhor de tudo: ele é o neto mais velho do Sr. Osvaldo. Um dia, será o herdeiro do Grupo Júnior! Ele vai proteger a Srta. Samara, com certeza!— É verdade! Agora a Srta. Samara nunca mais vai ser maltratada pela Chica! — Sussurrou uma das empregadas, tentando falar baixo, mas Felipe, com seus ouvidos atentos, ainda escutou e franziu o cenho.— Papai... — Samara chamou, com uma voz tímida, o que a deixava ainda mais adorável.— Boa tarde, senhor. — Benjamin cumprimentou Felipe com um sorriso radiante, levantando a mão de Samara, entrelaçada à sua, exibindo a união do casal para todos. — Samara sentiu saudades e quis vir ver o senhor.Samara corou intensamente, abaixando o olhar tímido enquanto se aconchegava ainda mais ao lado de Benjamin.Chica, que já havia abandonado qualquer esperança de se tornar a futura esposa de Ben
— Benjamin, obrigado por ainda se preocupar comigo. — Felipe sorriu com aprovação.— Não sou só eu, Samara, Chad... Todos têm pensado no senhor. — Benjamin respondeu com um sorriso encantador, sempre habilidoso em agradar.Ele não estava apenas tentando impressionar o futuro sogro, mas também aproveitava para elevar a boa imagem de seu amigo Chad.— Faz tempo que não vejo Samara. Vocês dois, venham comigo ao escritório. Vamos sentar e conversar com calma. — Disse Felipe, enquanto lançava um olhar carinhoso para Samara e lhe chamava com um gesto de mão. — Venha, Samara, venha aqui com o papai.Samara, embora tivesse se distanciado um pouco do pai conforme crescia, sempre guardava na memória o quanto ele a mimava quando era pequena.— Papai... — Chamou ela, com os olhos brilhando de emoção, soltando a mão de Benjamin e caminhando em direção ao pai.Benjamin, observando a cena, sentiu um aperto inexplicável no peito e seus olhos se encheram de lágrimas. Ele sabia que, por mais que amasse
Chica enxugou as lágrimas, mas seus olhos brilharam com uma frieza inesperada.— Tudo o que ele fez foi por suas ordens, mãe. O que isso tem a ver comigo? Não tente me envolver... Eu não vou pagar por algo que foi ideia sua!— Sua ingrata! Agora quer se livrar de tudo? Quando sua mãe precisa de ajuda, você só pensa em salvar a própria pele? Se eu cair, você acha que vai escapar ilesa? — O olhar de Tânia era feroz, e Chica sentiu um calafrio percorrer sua espinha.Já não havia mais qualquer traço de amor maternal entre elas. Eram cúmplices, unidas por crimes, e nada mais.— E agora? O que você vai fazer? — Chica perguntou, cerrando os dentes, cansada da situação.Tânia ficou em silêncio por um momento, seu rosto se tornando uma máscara fria e implacável.— Eu vou matar Tristão.— Matar... Matar Tristão? Mas ele está sob custódia da polícia! Como você pretende fazer isso? — Chica, que já estava acostumada com os métodos da mãe, não se abalou ao ouvir a palavra "matar". Seu único pensamen
— Desde que você ficou presa, sou eu quem está resolvendo as coisas, sou eu quem cuida de você. O que a Samara fez por você além de morar com o Benjamin todos os dias? Ela já esqueceu completamente quem é a mãe que passou por dificuldades para criá-la! Antes mesmo de casar com Benjamin, ela já te deixou de lado! — Chica desabafou, cheia de rancor.Tânia ficou paralisada, como se tivesse sido atingida por um raio. Ela não sabia o que responder.Se Samara se casaria com Benjamin ou não, já não fazia tanta diferença. O que importava agora, com ela presa dentro de casa e sua própria segurança em risco, era sobreviver. Filhos eram parte dela, mas no fundo, cada qual seguia sua própria vida. O que de fato importava era ela se manter forte e viva.— Está bem... Eu aceito o seu acordo. — Tânia finalmente cedeu, sua voz rouca e pesada, enquanto cerrava os dentes de raiva. — Desde que você elimine Tristão, eu garanto que Samara nunca será aceita na família Júnior!Os olhos de Chica brilharam com