Uma dose de nostalgia, por favor. - Parte 1

 

Hoje já é quinta, estou no corredor próximo a sala e vejo Becc, ela corre até minha pessoa. - Oi Scarlet. - ela olhou intensamente no fundo dos olhos , isso deixou-me desconfortável e rápido desviei para qualquer outro lugar e acabei vendo o garoto de cabelo de cabelo preto, fiquei admirando até perceber que Becc estava tentado falar comigo.- ... dele. - O que ?- olhei pra ela como se tivesse acordado agora. - O garoto que perdeu uns três quilos agorinha. Seu nome é Theo. Ele é da sua turma de ciências sociais. - Pera, não, não pode ser.- Ela sorriu meigamente e retrucou. - Eu disse que ele é da sua turma, não que assiste as aulas. - Eu sorri e deu dei ombros. Fiquei olhado para ele e ela falou algo bem interessante. - Eu não estou tão a fim de assistir aula...- Falou olhando para os lados. - Quer vir comigo? Sei que alguém vai estar lá.- Eu pensei um pouco então vi o professor vindo em direção a sala - Pode ser, mas tem que ser antes que...- Ela me puxou tão rápido pra fora pela saída de emergência, que nem pude terminar de falar. - E agora?.- Perguntei meio curiosa.- Relaxa, só me segue.- Descemos as escada até uma sala no sub solo e ela puxou estante de madeira e logo trás havia uma porta, olhei bem pra ter certeza que não estava indo pro país das maravilhas, então ela tirou um papel e pude ver que a porta era decodificada com senha. Essa faculdade tem me ficado cada dia mais interessante, parece até um filme. A porta abriu eu entrei então ela entrou puxou a estante e fechou a porta. Ela tirou uma lanterna da mochila. Quando ela ligou a lanterna pude ver rapidamente coisas meio incomuns para aquela garota, um isqueiro, alguns maços de cigarro, duas garrafas de vinho e mais duas de vodca. Para uma garota tão fofa, como a que eu conheci a uns dias sofrendo bullying da irmã, ela já me surpreendeu bastante. - Bom eu sei que você viu, mas aquilo tudo não e meu, a maior parte e do meu ... NAMORADO! - ela gritou enquanto corria pelo estreito e abraçou um cara negro bem forte mas magro parecia bem gótico. - Oi gatinha, que bom que você veio.-ele agarrou ela e deu um beijo nela. Não disse nada, mas sabia de três coisas: Primeiro, ele era uma canalha. Segundo, ela estava apaixonada por ele E terceiro, eu já tinha visto ele em algum lugar, ele me lembrava alguém . - Gatinha, quem é sua amiga?- disse ele fazendo ela lembrar de mim. - Gato, essa é a Scarlet .- ele me olhou do pés à cabeça e sorriu como se lembrasse muito bem de mim.

-Oi Scar. - Porque essa gente adora criar uma intimidade que eu não dei. - Vamos estar todo mundo esperando. - Ele pegou a mochila da dela e ela pegou meu braço e foi me arrastando. Chegando no que parecia uma casa antiga, bom nem tanto. Eu vi duas garotas ao lado de um casal. Todos absolutamente góticos, todos em uma grade sofá fumando um narguilé. E no canto com fones de ouvido e uma garrafa de vodca na mão o garoto de cabelo comprido... Theo.

Becc e seu namorado ficaram junto ao grupinho e eu me sentei num Pufe preto no outro canto da sala e fui ouvir David Bowie. Alguns minutos depois o garoto se sentou do meu lado. Tirei um lado do fone. - Oi gata? - Disse o garoto de olhos vedes com um sorriso irônico nos lábios. Lindos como quase tudo nele, ele deu uma golada quando baixou o rosto pude ver seu maxilar lindo forte, ele tinha rosto de um deus grego. - Oi. - Eu falei baixo por algum motivo, então ele me ofereceu um pouco de vodca simplesmente esticando a mão. Eu peguei levei aos lábios e tomei um belo gole, muito boa. Não que seja muito bom beber ao meio dia de uma quinta feira. - Não imaginei que fosse aceitar geralmente garotas góticas só bebem vinho. - Eu sorri para ele e balancei a cabeça, ele riu. - Desculpe é que...- Ele estava sem graça. - Bom eu não sabia que os amigos da Becc eram...- Ele terminou a minha frase. - Góticos. - Olhei no fundo dos seus olhos e quase me perdi neles. - Eu não sou um deles, só que fiz amizade com o Marcel e é mais legal ficar aqui, do que tendo aulas de estratégia e ciências sociais. - Fiquei olhando em seus olhos até ele...- Prazer, sou Theodore Howard Noguchi, ou seja, Theo. - Até onde sei Noguchi e um sobrenome japonês, se bem que ele tem alguns traços sutis. -Scarlet...- Ele ficou me olhando como se meu sobrenome fosse obrigatório. - Scarlet Safira Albuquerque. - Ele esboçou um sorriso, provavelmente pelo meu nome do meio, as vezes agradeço meu pai por ter escolhido Scarlet. - Você é irmã do babacão que está ficando com a irmã da Rebecca. - Fiquei abismada. - Meia irmã. Não temos o mesmo sangue. - Olhei para ele estava bebendo então sussurrei- Que bom. - Surpreendentemente ele disse. - Também acho. É legal até demais...Safira. - Eu para ele seria e fiz que não com a cabeça.

- Scarlet? - Sorri e ele esticou o braço e meu deu a garrafa. Levantou foi até a mochila pegou ela e voltou pro meu lado. Tirou um maço de cigarros me ofereceu, fiz que não com a cabeça, pegou um e guardou novamente, colocou nos lábios o cigarro, acendeu e guardou o isqueiro em seguida tirou um pacote de alcaçuz e um grande pacote de salgadinhos, jogou ambos no meu colo jogou a mochila no chão. Dei mais uma golada quem diria que eu estaria bebendo vodca novamente, ele volta para pegar o Puff e começamos a conversar.

-Quem bebe vodca ao meio dia? - ele riu.

-Não sei... você sabe? - Rimos juntos, pude ver os olhares voltados para nós. Ficamos nisso por 2 horas jogando conversa fora, fazendo piadas e comendo. No meio da conversa ele disse: - ...Ei, amanhã nenhum deles vem pra cá.- As palavras que saiam da boca dele me deixavam interessada pelo que viria.- Na verdade eles nem se quer vão entra na escola... quer vir pra cá comigo?- Eu pensei por um tempo. Eu nem o conhecia direito. Pera...Já fiz coisa pior com gente que não sei quem é até hoje. - Quero sim. - Ele sorriu meu deu um pedaço de alcaçuz e disse - Gostei de você, é espontânea . - Senti me rosto corar.

- E você não é o que eu imaginei. - Ele tentou olhar nos meus olhos.

- O que você imaginou? - Eu mexi no cabelo que estava no meu rosto e ele ficou me encarando.

- O que foi? - Ele sorriu, que sorriso é esse, apaixonante, fiquei admirando sua boca.

- É que você é muito linda. - Seus olhos cor de esmeralda brilharam a cada palavra, estávamos dividindo o Pufe e eu achei que aquilo era culpa da vodca e açúcar, sem café da manhã.

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