A dor que Íris estava sentindo em seu peito, ao chegar em casa era imensurável e nenhum termômetro era capaz de medir a intensidade. Ela estava arrasada e destroçada por dentro. Vê-lo de braços dados com outra foi como receber uma apunhalada na alma, e ela sabia que aquela cena horrível a acompanharia para sempre. Mas, como não era possível arrancar aquela imagem de sua cabeça, ela teria que aprender a lidar com a dor da traição dele, assim como estava tentando lidar com a de seu irmão.Íris sempre se considerou uma mulher madura e forte, e ao contrário do que ele falou: ela era muito racional, mas era preciso reconhecer que ele tinha certa razão, pois, diante daquela situação, seu emocional prevaleceu. Mas, como ser racional diante daquela cena, onde o protagonista da traição era o grande amor de sua vida?Descobrir-se apaixonada por Alexandro a deixou extremamente vulnerável, pois mesmo diante de sua decisão de terminar de vez com aquele acordo, seu coração gritava latente em seu pe
Enquanto caminhavam de mãos dadas para a pracinha, muitas coisas passavam pela cabeça de Íris, e uma delas era que ela não queria mais lutar contra aquele sentimento que a fazia sentir-se viva, forte e segura. O sorriso que ele dirigia a ela era encantador e tinha o poder de quebrar qualquer resistência dela. Todas as vezes que o encontrava era como se fosse a primeira vez e, imitando os primeiros dias, a sensação de ternura sob o olhar dele a dominava. Diante daquele homem que andava ao lado dela, sem vergonha e sem preconceito, ela se questionava como era possível resistir a ele. Ela não queria mais resistir; ela não iria mais resistir... Ela não o entregaria em uma bandeja para Maia e nem para qualquer outra mulher: Alexandro não seria apenas o seu marido, como também o seu homem.Depois de chegarem a pracinha e sentarem-se, ele aproximou o seu rosto do dela e disse-lhe rouco de desejo.— Estou louco para beijá-la, para sentir a maciez dos teus lábios junto aos meus: não consigo
O dia de domingo amanheceu ensolarado e perfeito para ir a praia ou a piscina, e era exatamente isso que Alexandro e sua família fariam.Na noite anterior, Michaelis ligou para ele a pedido de Konstantinos, e os convidou para passarem o domingo na mansão. No primeiro momento ele hesitou, contudo não se achou no direito de boicotar a tentativa deles de conhecerem os gêmeos e nem de privar seus filhos de um agradável dia de lazer — pelo menos para as crianças seriam.Como confiança era essencial no relacionamento dele com Íris, ele ligou a seguir para ela, e a informou do convite de Konstantinos. E assim como ele; ela também achou boa a ideia de levá-los até a casa de seu pai.Como o convite só se estendeu a ele e aos seus filhos, ele descartou a ideia de chamar Melina para ajudá-lo com as crianças; o que significava que ele teria que se desdobrar para dar conta dos “anjinhos” dele.Entre risos e muita tagarelice de seus filhos, ele chegou aos portões da vila dos Varvakis. Depois de dar
Chegar em casa e cair na cama depois de um longo plantão era tudo o que Íris mais queria; o problema era que entre ela e o aconchego de sua cama existia o “tal” jantar familiar aos finais de semana. Ela tinha conseguido livrar-se do de sábado e, estava tentada a chegar em casa, correr para o seu quarto, trancar-se, jogar-se na cama e acordar apenas no dia seguinte.Por outro lado a curiosidade de saber como foi a receptividade e a impressão que os seus familiares tiveram de Alexandro e de seus filhos era grande demais, de maneira que deixando o seu cansaço de lado; assim que entrou na mansão, correu diretamente para o seu dormitório, tomou um banho relaxante e, ao invés de jogar-se na cama, conforme o desejo de seu corpo, ela arrumou-se apressada e desceu para encarar mais um jantar entediante e cansativo.Ao chegar no hall Catarina foi logo provocando-a venenosa.— Toda essa pressa de juntar-se a nós é por causa do seu noivo? Por que se for sinto desapontá-la, mas o bonitão já foi em
O dia do jantar na casa de Alexandro chegou e com ele a apreensão de Íris em saber que logo mais estaria conhecendo sua futura família, depois de passar pela cena constrangedora no shopping e deixar a pior das impressões para as cunhadas dele.Como a primeira impressão era a que ficava; ela estava caprichando no visual e em simpatia para tentar pelo menos, suavizar um pouco mais a opinião que provavelmente elas tinham formado dela.Não saber o tipo de ambiente que a aguardava era outra questão que a deixava apreensiva, pois ela tinha medo de exagerar no visual e parecer soberba diante da família dele; por outro lado ela não poderia apresentar-se a ele vestida de qualquer jeito, de maneira que o ideal seria dosar na vestimenta para não parecer nem muito chique e nem muito simples.Como escolher algo simples em seu guarda-roupa era algo quase impossível, ela optou por um vestido longo de seda pura, em tons de vinho, com um ousado decote em V na frente e nas costas, e tule nas laterais e
Íris chegou na casa de Alexandro esgotada emocionalmente. Os bofetões e as chicotadas ainda ardiam em sua alma e a fazia recordar os tempos em que seu pai a batia. A última vez que ele a bateu forte foi quando ela se rebelou e decidiu seguir carreira. Na época ele pediu para os irmãos a segurarem, porém eles se recusaram. Mas, Catarina, fingindo esbarrar-se nela a jogou diretamente de encontro a seu pai e ela levou uma boa surra dele. Desde então, toda vez que eles discutiam, Íris sempre se esquivava dele; sempre procurava manter certa distância de seu pai, para que ela não fosse surpreendida por ele.Depois de olhar-se mais uma vez pelo espelho de seu carro, ela decidiu acrescentar um pouco mais de blush em seu rosto descorado, para disfarçar a palidez que se sobressaia em meio a maquiagem leve e suave.Deixando suas aflições de lado, ela pegou a sua carteira, desceu do carro, caminhou em direção a porta de carvalho, tocou a campainha e esperou que alguém fosse atendê-la.O olhar de
Depois que a família Petrakos retirou-se, Íris fez menção de sair, porém Alexandro a deteve. Apesar de ela ter agido naturalmente depois da conversa com Maia; Alexandro a conhecia o suficiente para saber que ela não estava bem e, que, provavelmente, sua cunhada tivesse feito ou dito alguma coisa que a deixou naquele estado de ausência de emoções. Ela estava distante e terrivelmente controlada, e isso não era próprio dela.Antes que ele tivesse tempo de sondar o que tinha acontecido, os seus filhos manifestaram o desejo de ir para a cama, e, receoso que ela aproveitasse a ausência temporária dele para sair a francesa, ele pediu-lhe para ajudá-lo a pô-los para dormir.Aquela simples tarefa trouxe-lhe certo ânimo e ela acabou esquecendo por um instante que os dias seguintes seriam difíceis e decisivos na vida dela. Por enquanto ela tinha para onde ir, pois Michaelis a convenceu a passar os próximos dias na casa dele: segundo ele, sua mãe estava desesperada e foi por ela, que ela decidiu
Sem saber o que esperar do dia seguinte, Íris chegou na casa de Lucas num estado de nervos terrível e, em nome da grande amizade de anos, ela pediu-lhe arrego por aquela noite. O ideal para ela seria ter ido para um hotel, mas ela estava sentindo-se extremamente carente e necessitando dividir com alguém aquela dor que a cada segundo apertava-lhe mais o peito, a ponto de ela sentir-se sufocar.Ela nunca imaginou que o amor a deixaria tão fragilizada e tão vulnerável a ponto de fazê-la desabar com o simples rompimento de um contrato de casamento. Ela, que sempre se considerou uma mulher forte, agora estava se curvando diante daquela dor quase insuportável que a corroía por dentro e a destruía aos poucos. Mas ela precisava reagir e ser forte para enfrentar o que ainda viria pela frente. Ficar chorando nos cantos de cabeça baixa, não traria o seu noivo de volta e nem sua vida novamente. Agora o que restava-lhe fazer era enxugar as lágrimas, erguer a cabeça e vestir a máscara da fortaleza