Alex— Tudo bem. E gosto da comida que ele faz, principalmente, o café, mesmo que Yuki tenha me ensinado inúmeras vezes, o dele ainda continua sendo o melhor. — Mudei um pouco de assunto.— Eu concordo, o café dele é igual ao da nossa mãe, toda vez que tomo me dá a sensação que foi ela quem fez. — Não sei como ele consegue, ele nem usa medidas, simplesmente coloca o pó no filtro e depois joga água. Cara, é humilhante. Só falta ele me dizer que o jeito de jogar a água é que faz a diferença.Kaito riu ao concordar e eu o acompanhei, a essa altura já estávamos subindo as escadas do condomínio. Estava ansioso para vê-lo. Não dá para negar os fatos, mas quero tentar olhar isso de maneira mais apropriada, sem machucá-lo, para isso, preciso ter uma conversa honesta com ele.Eu preciso entender primeiro o que está acontecendo entre nós, mas não supor e imaginar, quero que ele me fale de forma clara o que está sentindo, eu também lhe devo isso, quero que ele entenda minhas questões.Sim, eu s
Yuki— Como eu ia saber que você estava acompanhando? — Kaito se calou quando a porta do quarto abriu— Oi, Bom dia.— Bom dia, Richard, não sabia que estava aqui em casa. — Lancei um olhar para Kaito, só faltava ele ser inconveniente.— Desculpe, acabei ficando — respondeu constrangido. — Preciso ir ao banheiro.— Fique à vontade — Kaito apontou para a porta do banheiro.— Vocês não eram só amigos? — Kaito se aproximou e perguntou sarcástico depois que Richard entrou.Ignorei Kaito pois eu não conseguia pensar nisso, queria saber de Alex. O que ele deve ter pensado ao me ver nu na cama com outro homem? Porque certamente viu. O fato dele já saber não era a mesma coisa que ver. Mas para ele sair da forma como Kaito havia dito, com certeza não gostou do que viu, ao mesmo tempo que isso era bom, também era ruim.— Não esquenta com o Alex, Yuki, depois vocês conversam. E também ele não tinha nada que ter uma reação daquela, precisava ver a cara dele. Talvez assim ele caia na real e tome
AlexA imagem ainda martelava em minha cabeça e me levou a imaginar como foi antes deles se entregarem ao sono, na certa exaustos de tanto transar.Pensava também em quem seria o passivo ou ativo, ou se os dois desempenham ambos os papeis. Como seria Yuki gemendo… deveria ser lindo. Mas aí a imagem dele rebolando em cima de mim se formou, ele gemendo meu nome de forma arrastada.Tirei o braço do rosto mas continuei com os olhos fechados e dessa vez, não evitei levar minha mão para meu pau. Apertei por cima da roupa, sentindo a rigidez. Desci meu short junto com a cueca, nem me dei o trabalho de tirá-los completamente, ficaram embolados no meio das minhas coxas.Ainda com os olhos fechados, segurei em minha ereção, a glande já estava melada, apenas espalhei com os dedos e movimentei devagar. As imagens de Yuki nu sentado em cima de mim eram nítidas na minha cabeça, eu o imaginava me engolindo completamente, rebolando, subindo e descendo repetidas vezes, apertando meu pau, gemendo com o
YukiInsegurança.Eu passei o dia com esse sentimento entalado na garganta, mesmo que tivesse companhia e estivesse me divertindo, não parei de pensar nele e nessa situação nem por um momento, agora olhando para ele, isso aumentou. Mas seu olhar era de raiva e não fazia o menor sentido. Isso começou a me encher, só que eu já estava bastante cheio, quase transbordando.— Precisamos conversar — disse a ele com a pouca calma que consegui.Alex ficou em silêncio, olhou-me por mais um momento antes de abrir caminho para que eu entrasse. Seu quarto estava um pouco escuro, sendo iluminado apenas pela luz da cozinha e o notebook em cima da mesinha, ao lado, uma cerveja aberta e outras várias latinhas no chão. Entrei no cômodo e não me preocupei em sentar, apenas ele que se sentou na cama.No dia em que me revelei para Alex, foi como se um peso saísse de cima dos meus ombros. Na verdade, eu não ia falar, mas me irritou o fato dele começar a falar daquela mulher, me irritou mais ainda por ele
AlexEstava paralisado.Observei Yuki sair batendo a porta e só depois voltei a respirar direito, então, me sentei. O que aconteceu aqui?Ele me beijou…Ele realmente me beijou…A sensação da sua boca contra a minha foi… Foi aquela sensação de frio na barriga ou a tal borboleta no estômago, como um adolescente que faz algo pela primeira vez.Era uma sensação de adrenalina.Lambi os lábios ainda sentindo aquela sensação. Foi o meu primeiro beijo com um homem, bem, não tanto porque não o correspondi, mas ainda assim…De todas as reações que pensei que Yuki teria, essa foi a mais surpreendente. Ele simplesmente me roubou um beijo.Eu… eu gostei de ter um beijo roubado por ele.Levei os dedos aos lábios como se ainda sentisse seu toque. Aquela língua saliente… sinto vontade de chupá-la. Recolhi a mão, eu não devia estar achando isso bom.— O que você fez, Yuki?… O que você está fazendo comigo?Bebi o restante do líquido da latinha em grandes goladas, eu precisava ficar bêbado o quanto an
AlexEu não podia negar que sim, mas não era só isso.— Sabe, acho que essas suas preocupações e medos são normais. As injustiças e problemas estão aí, escancarados. — Emi uniu as mãos sobre a perna cruzada e olhou para a minha mesa, ela divagou por um momento antes de continuar. — Eu não senti na pele, mas conheço várias pessoas que lutam diariamente para viver em paz com seus parceiros. Não é fácil, às vezes as dificuldades começam na própria família, depois vai para a sociedade. Há muitas situações desagradáveis, acho que realmente é preciso coragem para poder viver isso.— Eu penso muito nisso e cada vez que me aprofundo em certas questões, me perco mais. Eu já ultrapassei o limite, não dá para desconsiderar. — Por que não conversa com ele antes de tomar uma decisão? Exponha seus sentimentos, escute o que ele tem a dizer. Se exponha.— Acho que sou muito velho para isso. De repente aos trinta e poucos anos, descubro que sou gay! — Sorri um pouco envergonhado.— Se você é velho, e
YukiNenhuma mensagem…Encostei o celular na testa ao fechar os olhos. Como ele pode me ignorar desse jeito? Aquele beijo não significou nada para ele? Ele deveria ter entrado em contato nem que seja para brigar, dizer que achou nojento.Argh! O silêncio era mil vezes pior.Choranguei silenciosamente e corrigi a postura encostando as costas na cadeira. Meu humor estava péssimo, eu nem dormi direito e mal comi ao sair de casa. Kaito me olhou estranho, mas evitou comentários, ele sabe que não sou uma boa pessoa quando acordo mal humorado. Sinto-me um pouco arrependido da minha atitude impulsiva, mas uma parte apenas me conforta dizendo que pior não tinha como ficar. De fato. A verdade é que já não aguentava mais.Mas ele podia ter me correspondido nem que seja um pouco. Olhei para meus dois livros abertos e minhas anotações, eu fugi de todos que tentavam conversar minimamente comigo, a biblioteca era um bom lugar, aos menos a divisória individual me dava um pouco de privacidade para l
Alex— Como está indo? — perguntei ao parar ao lado de Emi.— Nada bem. — Sua irritação era quase palpável. — O modelo não está correspondendo às expectativas.O estúdio estava agitado, todos ocupados com suas funções, no centro, a maquiagem estava sendo retocada no modelo, ele era bastante jovem, me lembrava Yuki, o cabelo era similar, mas estavam bem lisos e brilhantes. Seu físico magro também era semelhante, acho que Yuki era bonito o suficiente para ser um modelo.— Nosso prazo está bom, mas não quero correr riscos de atrasar, o cliente é bem exigente. Se ele não tivesse definido pessoalmente o modelo, eu já teria trocado. Talvez deva terceirizar novamente essa parte.Cumprir o prazo era prioridade, mas tem horas que nem tudo está sob nosso controle. Eu não costumava acompanhar a parte prática como Emi, meu trabalho era na parte burocrática. — Já está indo? — Olhou meu casaco pendurado em um braço junto com minha bolsa.— Sim, preciso resolver algumas coisas com meu pai, logo mai