Ninguém esperava que Cobra fosse tão cruel. Ele atacou sem nem mesmo discutir, e ainda por cima, o alvo era um nobre vindo da capital do estado. Este era o temido Sr. Cobra!- Você ousa me bater? - Gustavo segurava seu rosto, se sentindo humilhado. Não conseguia acreditar que um caipira como pudesse se atrever bater nele? Ele era o jovem mestre da família Cunha!- E daí se eu te bati? Você me desafiou no meu próprio território. Claro que você merece ser espancado! - Cobra retrucou com um sorriso frio.- Você sabe quem eu sou? Sou da família Cunha! - Gustavo estava com o rosto sombrio. Ter seu rosto estapeado em público era a maior humilhação de sua vida!- Família Cunha? E daí? - Cobra riu sarcasticamente.- Você sabe o que significa "o dragão não oprime a serpente local"? Na minha terra, se você é um dragão, você tem que se curvar a mim. Se você é um tigre, deve se deitar! Entendeu?! - O passado glorioso da família Cunha fazia até mesmo os chefões darem alguma consideração a eles. Ago
O semblante de Cobra se tornou sombrio, seus olhos aguçados percorriam o ambiente. No entanto, o que ele recebeu em troca foram garrafas de cerveja, uma após a outra. As garrafas foram lançadas como se fossem projéteis, acertando precisamente, e derrubando todos os brutamontes no chão. Uma garrafa para cada um, nem mais nem menos, a precisão era assustadora. Quem estava por trás disso, não perdia uma oportunidade, assim que algum dos homens se distraía, em segundos, a garrafa era lançada!- Quem está se escondendo? Apareça se tiver coragem! - Cobra rugiu. Claramente, quem podia derrubar uma dúzia de pessoas com garrafas de cerveja não era qualquer um.- Sr. Cobra, melhor perdoar quando é possível, por que ser tão implacável? - Ademir saiu como se fosse um estranho do meio da multidão, capturando instantaneamente a atenção de todos.Imediatamente, o público começou a comentar e apontar. Alguns estavam surpresos, outros admirados, e ainda havia quem zombasse.- Quem é esse sujeito? Como
- Como você ousa levantar a mão contra mim?! - Cobra estava atordoado, tocou a cabeça incrédulo, e suas mãos ficaram cobertas de sangue. Havia anos que, desde que tomou os territórios do Oeste da cidade, ninguém jamais o desrespeitou, muito menos atingiu sua cabeça com uma garrafa. Esse cara estava simplesmente pedindo para morrer!- Sr. Cobra, escute um conselho, deixe pra lá. - Disse Ademir, casualmente.- Você está morto, moleque! Vou te despedaçar! – Neste momento Cobra já tinha recuperado os sentidos e rosnava furiosamente, andando sem parar de um lado pro outro. No entanto, mal terminou de falar e uma faca já estava em sua garganta.A lâmina afiada perfurou a pele, e o sangue começou a jorrar. Se a lâmina fosse um centímetro mais profunda, cortaria sua artéria carótida.O bar inteiro de repente ficou em silêncio.Neste exato momento, os rosnados de Cobra pararam, assim como os murmúrios da multidão. Todos olhavam para Ademir, que segurava a faca. Se você ataca alguém com uma garr
Quando viram o Sr. Sergio aparecer, todos acharam que Ademir estava fadado a morrer. No entanto, se surpreenderam, quando os dois não apenas evitaram um confronto direto, mas também começaram a conversar de forma descontraída, como se fossem amigos próximos.Isso assustou consideravelmente o grupo de Cobra. E, por consequência, a família de Beatriz também ficou boquiaberta, todos sussurrando entre si, com os olhos arregalados, perplexos.- Não pode ser, esse moleque conhece o Sr. Sergio?- Meu Deus, quem é esse sujeito afinal? Como pode estar à vontade falando com o Sr. Sergio?.- Sr. Sergio, o Sr. conhece esse rapaz? - Cobra engoliu em seco, visivelmente nervoso.- Este Ademir é amigo da Gabriela. Você tem coragem de mexer com ele? - A expressão de Sergio se tornou fria.- O quê? Amigo da Srta. Gabriela? - Cobra sentiu um calafrio. Gabriela não era apenas uma das três grandes figuras de Cidade A, mas atrás dela também havia uma poderosa família da capital, no mesmo patamar de influên
- Sr. Sergio, vamos direto ao ponto, sim? - Após dar um gole no seu chá, Ademir falou calmamente. - Você disse que encontrou o ginseng de alta qualidade. Onde está?- Já que você está tão ansioso, Ademir, não vou mais esconder. - Sergio sorriu e bateu palmas. Ao ouvir o som, um guarda-costas rapidamente trouxe uma caixa de madeira de sândalo. Sergio pegou a caixa, colocou a caixa na mesa e abriu com um movimento fluido. Rapidamente Ademir notou um ginseng do tamanho da palma da mão, com pele amarelada e raízes extraordinariamente densas, se revelando.- É realmente algo esplêndido! - Ademir olhou atentamente e um sorriso imediatamente surgiu em seu rosto. Um ginseng de quinhentos anos é definitivamente um tesouro raro em todo o mundo! Agora ele estava um passo mais perto do seu objetivo com mais uma erva valiosa!- E então, Ademir, está satisfeito? Mais uma questão resolvida? - Perguntou Sergio, com um sorriso ambíguo.- Com certeza, muito obrigado, Sr. Sergio. - Ademir sorriu levemen
No início, Sergio estava sorridente, cheio de confiança. No entanto, rapidamente percebeu que algo estava errado. A força de Ademir era muito maior do que ele havia antecipado. Sentiu, com clareza, ondas terríveis de força, avançando como uma maré alta. Tanto que sua palma inteira começou a estalar. Parecia que a qualquer momento seria esmagada!O rosto de Sergio endureceu, e finalmente, sem mais hesitações, lançou um soco poderoso tentando afastar Ademir. No entanto, Ademir não se esquivou, recebendo o soco de frente. Quando seus punhos colidiram, a cadeira sob Sergio se desfez instantaneamente!Sergio foi empurrado para trás pela força de rebote, até que se estabilizou contra a parede. Em contrapartida, Ademir permaneceu sentado, imóvel.O resultado estava claro!- Você é bom, garoto! Não esperava que você fosse tão forte. Eu te subestimei! - Os olhos de Sergio se estreitaram, seu rosto mostrava indecisão. Ele não havia previsto que Ademir, tão jovem, possuísse tal força. Após uma ún
- Só quero te lembrar que é bom você pensar três vezes antes de agir. Não ache que, só porque tem alguém te apoiando, você pode fazer o que quiser. – Beatriz, com uma expressão séria, correu até Ademir para alertar. - Um homem deve sempre confiar em sua própria força. Rastejar perante os poderosos pode te dar um momento de glória, mas é passageiro, nunca é uma estratégia de longo prazo. Espero que você perceba isso a tempo.- Como você sabe que estou rastejando perante os poderosos? - Ouvindo isso, Ademir achou um tanto divertido.- Não está? Se não fosse pela reputação de Srta. Gabriela, você acha que Cobra teria deixado você em paz agora? Claro que não, nesse momento você estaria desesperado tentando pensar em uma solução. - Beatriz foi direta.- Se você diz, então deve ser verdade. De qualquer forma, aos olhos de vocês, eu sempre serei um inútil. - Ademir debochou, balançando a cabeça. Impressões enraizadas em pessoas são difíceis de mudar. Mesmo que um dia a verdade esteja diante d
À noite, na delegacia, dentro de uma cela escura. Ademir e Beatriz estavam amarrados de costas com uma cadeira. O ambiente era úmido e escuro, quase como se as mãos desaparecessem antes de chegarem aos olhos, criando uma pressão invisível.- Sinto muito, não queria te envolver nisso. - Ademir quebrou o silêncio.- Eles dizem que você roubou algo valioso. Isso é verdade? - Beatriz indagou abruptamente.- O que você acha? – Ademir perguntou.- Não acho que você teria coragem para isso. Alguém está te incriminando? Tem algo a ver com Cobra? – Beatriz respondeu.- Cobra é apenas um peão. O verdadeiro culpado é o Sergio. - Revelou Ademir.- Sergio? Você quer dizer Sr. Sergio? - Beatriz se assustou. - Vocês pareciam se dar tão bem antes, o que aconteceu?- Nós nos desentendemos. - respondeu Ademir, impassível.- O quê? - O rosto de Beatriz mudou. – Mas você atacou o Sr. Sergio? Você enlouqueceu?- Ele começou. Eu só estava me defendendo. - Ademir se manteve sereno.- Você é tão impulsivo! -