Diante da indiferença de Beatriz e da indignação generalizada ao seu redor, Ademir ficou sem palavras pela primeira vez. Depois de um silêncio prolongado, finalmente saiu do quarto do hospital. Ele sabia que, não importava o que dissesse, ninguém acreditaria nele. Ao ver Ademir saindo, as pessoas presentes naquele quarto de hospital alternavam entre escárnio e zombaria.- Já era hora de cair fora! Que incômodo!- Exatamente! Não tem um pingo de autoconsciência!- Dr. Antônio, o inconveniente já foi embora. O senhor já pode se acalmar. - Eduarda disse com um sorriso.- Antônio, faça isso por mim, não se importe com isso agora. O importante é tratar o doente. Depois te recompensarei generosamente! - Gustavo também começou a apaziguar.- Se até Gustavo está pedindo, acho que posso abrir uma exceção. Mas é só dessa vez, entendeu? - advertiu o homem de óculos.Todos assentiram e lançaram olhares gratos a Gustavo.- Com certeza, com certeza!"É incrível como as pessoas se diferenciam. Enqua
O Dr. Antônio, com seus óculos bilionários, voltou a diagnosticar Bruno, mas a pulsação confusa, deixou o médico nervoso com os olhos quase saltando para fora. Por um momento, ele ficou completamente sem saber o que fazer.- A situação parece ruim... - O homem de óculos mostrou uma expressão difícil e suspirou. - O paciente é fraco e está sofrendo de várias doenças. O frio percorre seu corpo, tornando a cura impossível. Melhor começar a preparar o funeral.Ao ouvir isso, todos ficaram cegos de raiva. - O quê?!-Meia hora de diagnóstico e essa é a conclusão? Preparar um funeral?!- Dr. Antônio! Por favor, salve meu avô, não importa o custo! - Beatriz entrou em pânico imediatamente.- Eu... - Justo quando o homem de óculos estava prestes a dizer algo, a porta foi abruptamente aberta. Ademir entrou, seu rosto sombrio. Sem dizer uma palavra, ele tirou uma agulha de prata e a inseriu rapidamente no peito de Bruno.A agulha começou a vibrar e girar freneticamente. Correntes invisíveis de en
Ao presenciar a cena, todos ficaram paralisados. Ninguém poderia imaginar que uma simples tigela de água quente pudesse acordar Bruno. Era surreal!- Ele realmente acordou?!- Não pode ser, será que o Ademir realmente curou a doença do velho?!- Que estranho, como ele conseguiu fazer algo que nem mesmo o médico Antônio conseguiu fazer?Observando Bruno, que estava com a face serena e respiração normal, todos se entreolharam, incrédulos. Por um momento, a forma como olharam para Ademir mudou. Ninguém queria acreditar que o responsável pela cura de Bruno não foi o Dr. Antônio, mas o inútil do Ademir.- Vovô, como você está se sentindo? - Beatriz rapidamente se aproximou para perguntar.- Estranho, eu estava sentindo frio e calor ao mesmo tempo, mas agora estou me sentindo muito bem- Bruno examinou a si mesmo, maravilhado. Até recentemente, ele achava que seu tempo estava se esgotando, que não passaria daquela noite. Nunca imaginou que, num piscar de olhos, aquele sentimento de estar à be
- Mestre! Como você veio aqui? - Ao ver Felipe, o homem de óculos ficou surpreso e imediatamente o saudou com respeito. Sua expressão era de profunda humildade.A família Silva ficou imediatamente entusiasmada.- Mestre?- Será que este é o famoso Felipe? -Será que ele veio para ajudar a curar o vovô?Ao reconhecer a identidade, todos se aglomeraram ao redor de Felipe com expressões bajuladoras em seus rostos.- Felipe, é uma honra recebê-lo! - Há muito ouço falar de sua reputação, Felipe. Te conhecer hoje é realmente uma honra!Cada um mais bajulador que o outro. Todos queriam garantir a atenção daquele médico renomado em todo o país. Afinal, não apenas suas habilidades médicas eram incríveis, mas ele também tinha uma vasta rede de contatos e uma grande influência, uma simples palavra dele poderia mudar o rumo de suas vidas.- Mestre, você não estava em reclusão? Por que apareceu aqui? - O homem de óculos estava curioso.- Tenho um amigo que me ligou há pouco, disse que você está aq
Por causa da conduta de Felipe, o clima do quarto de hospital ficou ainda mais pesado. Todos lançaram olhares, primeiramente a Ademir, e depois ao respeitoso Felipe. Por um momento, as expressões eram de incredulidade, cheias de espanto silencioso. Era difícil acreditar que alguém tão ordinário como Ademir pudesse ser amigo de uma figura importante como Felipe.- Não pode ser! Ademir conhece Felipe? Isso é impossível!- Meu Deus, não consigo acreditar! Há três horas atrás o Ademir era somente um jovem medíocre, agora ele é amigo de Felipe? E ainda fez ele se desculpar?- Estou vendo isso direito? – Eduarda mal podia acreditar. Felipe era uma autoridade na medicina, alguém que comandava, alguém que possuía o respeito de todos na área. O fato dele se desculpar com Ademir era verdadeiramente surpreendente. "Será que o pó antídoto de Ademir foi realmente dado por Felipe?". Beatriz permanecia perplexa. Para dizer a verdade, desde que se divorciaram, ela percebeu que Ademir se tornou cada ve
- Ademir! Por que você está se achando tanto? Só teve sorte de salvar o vovô uma vez, e agora pensa que é o quê - Eduarda estava terrivelmente incomodada. "Pensa que é alguém só porque ousou olhar para minha filha com desdém?"- Pelo menos eu pude salvar o vovô. E vocês? Quase mataram ele! - Ademir respondeu, friamente.- Que atitude é essa?! – Eduarda gritou de maneira furiosa, a sua intenção era começar uma confusão para enfim poder culpar Ademir de algum feito e acabar com a imagem positiva que há pouco ele havia criado. - Chega! O que é isso? Fazendo escândalo em família, que figura estamos fazendo?! - Bruno interveio. - Eduarda, todos vocês saiam. Tenho algo para discutir com Ademir.Embora insatisfeita, Eduarda não teve escolha senão sair. Logo que saíram do quarto do hospital, o grupo começou a cumprir com a função que exerciam com tanta aspiração: bisbilhoteiros. - Vocês acham que o vovô vai deixar algo em testamento para Ademir? - É bem possível. Afinal, Ademir sempre cons
Naquele momento, o bar já estava repleto de pessoas. Alguns eram espectadores curiosos, outros eram seguranças do bar. O grupo mais notado era liderado por Carlos, todos jovens com rostos inchados e ensanguentados, todos ajoelhados em uma postura que sugeria que estavam à espera de um julgamento.- Carlos, como você ficou tão machucado? - Ao ver Carlos todo ferido, Beatriz franziu as sobrancelhas imediatamente.- Irmã! Vocês finalmente chegaram! - Carlos se levantou cambaleante, como se tivesse visto um salvador.- Meu filho! Quem te machucou assim? Diga para a mamãe, eu vou te vingar! - Eduarda estava destroçada. Normalmente, mesmo quando seu filho cometia um erro, ela não tinha coragem de encostar um dedo nele. Como poderia tolerar que outros o maltratassem?- Mãe! Foi aquela vadia que me bateu! - Carlos apontou ferozmente para trás. Eduarda e os outros olharam na direção e viram uma mulher vestida de vermelho, muito atraente, sentada casualmente numa cabine. Atrás dela, um grupo de
Ao saber da identidade de Keila, um burburinho encheu o bar inteiro. - Não acredito que Keila é a mulher do Sr. Cobra, não é à toa que ninguém se atreve a causar problemas aqui. – Alguém disse no canto do bar. - Não é que ninguém se atreva, é que aqueles que se atreveram já morreram! Um tempo atrás, um bilionário tentou assediar Keila. O Sr. Cobra cortou as mãos e as pernas do homem ali mesmo, e o cara teve que ir pessoalmente pedir desculpas depois! – Ademir responde.- Nossa! Isso é sério? – Beatriz perguntou.- Claro, Sr. Cobra é o dono do sul da cidade, quem ousaria desafiar ele? – Ademir completou.Algumas pessoas estavam surpresas, outras reverentes, e ainda havia aqueles que, mesmo diante de tudo o que foi feito, ainda achava graça com a desgraça alheia.- Estamos em apuros agora! - Carlos engolia seco, suando frio. Afinal, se ele soubesse que esse lugar estava sob a proteção do Sr. Cobra, nunca ousaria causar confusão.- Como fomos nos meter com alguém assim? - Eduarda encolh