- Beatriz, você pode parar de fazer drama, por favor? - Ademir franziu a testa. - Se fosse qualquer outra coisa, mesmo que valesse uma fortuna, eu daria para você, mas essa raiz de ginseng, eu realmente não posso.- Sim! Sou eu fazendo drama! Se você não quer dar, então esquece, vou dar um jeito por conta própria! - Beatriz virou a cabeça, furiosa. Antes, não importava o que ela pedisse, Ademir quase sempre concordava. Mas agora, ela só queria uma raiz de ginseng, e ele recusou tão categoricamente. Era óbvio que ele não a levava mais a sério. Parece que, com um novo amor, ela, a antiga paixão, já não era mais importante.- Ademir! Minha filha está pedindo ginseng para você, é uma oportunidade de você mostrar seu valor. Não seja ingrato! - Eduarda disse firmemente.- Exatamente! Com a posição, beleza e status da minha prima, há muitos jovens talentosos loucos para dar o ginseng que ela deseja. Você deveria aproveitar essa oportunidade! - Quitéria falou, erguendo a cabeça orgulhosamente.
- Acabei de voltar ao quartel-general e passei por aqui por acaso, então decidi dar uma olhada. Espero que não tenha problema. - Thomas Peixoto sorriu.- É um prazer conhecê-lo, Sr. Thomas. - Assim que se deu conta, Beatriz rapidamente se levantou para cumprimentar o soldado. - Não precisa ser tão formal. - Thomas tocou delicadamente no ombro de Beatriz, indicando que ela poderia se deitar novamente. – Beatriz, você está machucada e precisa descansar bastante. - É só um arranhão, nada demais. - Beatriz sorriu levemente.- Beatriz, quem é este... - Ademir examinava o homem de cima a baixo, um tanto confuso. Pelo distintivo no ombro dele, ficava claro que era um general. Com cerca de trinta anos e já na patente de general, ele devia ter uma origem notável ou ser excecionalmente habilidoso. - Este é o Sr. Thomas, fui emboscada esta manhã e foi ele quem me salvou. - Beatriz apresentou.A experiência anterior ainda estava fresca em sua memória. Se não fosse pela chegada oportuna deste ho
- Sr. Thomas, agradeço sua gentileza, mas este ginseng de primeira linha é demais para mim aceitar. - Disse Beatriz, após a surpresa inicial, rapidamente se sentindo embaraçada. Ela ainda não tinha tido a chance de retribuir o favor que salvou a sua vida, e agora, se aceitasse o ginseng de alta qualidade dele, ela não sabia como retribuir o favor. - Srta. Beatriz, o ginseng é destinado para curar doenças. Não me serve de nada deixar guardado. É melhor você levar para salvar alguém. Considere isso como uma boa ação. – Disse Thomas, sorrindo. - Mas... - Antes que Beatriz pudesse responder, foi interrompida por Eduarda.- Vamos lá, Beatriz, é um gesto gentil do Sr. Thomas, aceite e encontre uma forma de retribuir depois. - Enquanto falava, ela fazia sinais com os olhos.- É isso aí, prima, salvar vidas é o que importa. Sem esse ginseng de primeira linha, como vamos tratar a doença do chefe da família? - Quitéria também a aconselhou.- Isso... - Beatriz ficou sem palavras. Embora fosse
- Eu só estou falando a verdade, é sempre bom ficar de olho. - Ademir disse calmamente.- Ademir, o Sr. Thomas não é a pessoa que você pensa. - Beatriz disse com uma expressão séria. Ela estava claramente descontente com a difamação de seu salvador.- O que você sabe sobre ele, realmente? Além do nome dele, o que mais você sabe? - Ademir perguntou em resposta.- Eu... - Beatriz foi pega de surpresa. Se recuperando, ela rapidamente corrigiu. - De qualquer forma, o Sr. Thomas não é uma má pessoa, não julgue os outros com sua mente mesquinha!- Mesquinho? Nobre? - Ademir sorriu ironicamente. - Sim, eu sou o mesquinho e ele o nobre. Já que vocês acreditam nele, eu, o mesquinho, vou embora para não atrapalhar. - Dito isso, ele se virou e saiu pela porta.- Ademir, espere. - Beatriz abriu a boca para tentar deter o jovem, mas percebeu que ele já tinha ido embora.- Deixe ele ir! Que mania irritante! Não pode nem ouvir uma palavra? - Eduarda disse com desprezo.- Exato! Um homem adulto agindo
Depois de ser empurrado para dentro do carro, Ademir não ofereceu resistência, se permitindo ser manobrado pelas pessoas ao seu redor. Inicialmente, seus olhos foram vendados, e em seguida, um capuz foi colocado sobre sua cabeça, assegurando que ele não visse nada. A viagem que se seguiu foi longa e repleta de solavancos, indicando que o veículo havia deixado a área urbana. Era evidente que esses agentes não faziam parte da delegacia de polícia. Não se sabe quanto tempo passou, mas quando Ademir começou a sentir sono, o veículo finalmente parou devagar. Ao abrir a porta do carro, foi atingido por um forte cheiro de sangue. Nesse odor, se misturava o fedor de corpos em decomposição, algo nauseante.- Chefe, que lugar é esse que você me trouxe? - Ademir perguntou, curioso.- Cale a boca! Entre! - Uma voz repreensiva soou aos seus ouvidos.Ademir foi forçado a avançar, atravessando várias barreiras, abrindo pesadas portas de ferro e, por fim, descendo num elevador até o subsolo. Após um
Os demais também estavam da mesma maneira. No início, observavam ferozmente, ansiosos para agir. Depois de entender a situação, no entanto, começaram a rir e comentar. - Rapaz! Se você fosse uma pessoa muito maligna, já estaria morto agora. Mas, felizmente, você agiu em defesa de sua esposa, isso sim é ser um homem!- Isso mesmo! Parece que nós, a Gangue do Arruaceiros, ganhamos um novo membro!Eles o olhavam de cima a baixo, não de forma muito amigável, mas sem hostilidade.- O que está acontecendo aqui? - Ademir perguntou, confuso.- Nesta prisão, existem várias gangues. As regras da Gangue dos Arruaceiros são claras, se vingue se tiver motivos, revide se tiver inimigos. Você pode matar, mas não pode maltratar os inocentes ou cometer maldades sem limites. Se alguém fizer isso, será executado! - O homem careca e forte sorriu, mostrando os dentes.- Exatamente! Embora não sejamos pessoas boas, pelo menos somos homens de verdade. Não suportamos ver pessoas cometendo injustiças! - Os ou
- Prisão Negra? - Ao ouvir esse nome, Ademir não pode deixar de franzir a testa em preocupação.O nome da Prisão Negra ecoava por toda a Cidade N. Segundo os rumores, as pessoas encarceradas ali eram ou extremamente cruéis e perigosas, ou uma desgraça para a nação. Assassinos de elite, renegados das artes marciais, maníacos sanguinários, senhores das guerras internacionais, todos estavam lá. O mais importante era que a Prisão Negra tinha uma regra de ferro: só se entra, nunca se sai! Uma vez dentro, era impossível sair.Em outras prisões, bom comportamento poderia levar à redução da pena. Mas aqui, não importava quem você fosse ou qual fosse sua posição, havia apenas duas opções. Ou morrer, ou ficar preso para sempre.Desde a fundação da Prisão Negra, ninguém jamais havia saído vivo de lá, sem exceção.Sergio, anteriormente, havia sido enviado para a Prisão Negra.- Pequeno amigo, agora você deve entender a gravidade da situação, certo? - Disse o ancião magro, com voz cheia de signific
- Sou eu. - Ademir deu um passo à frente.- Garoto, sabe as regras daqui? - O gordo o examinava de cima a baixo.- Que regras? - Ademir retrucou. - Todo mundo que entra aqui apanha, claro, quão leve ou pesado, quanto mais ou menos, depende de mim, entendeu? - Disse o gordo.- Então, vocês querem dinheiro? - Ademir arqueou uma sobrancelha.- Espertinho! - O gordo acenou com a cabeça, satisfeito. - Meus irmãos cuidam de vocês, esse lixo, todos os dias, uma pequena taxa de incômodo não é demais, né? - Enquanto falava, o gordo esfregava os dedos, com uma expressão de ganância.- Desculpe, não tenho dinheiro. - Ademir balançou a cabeça.- Sem dinheiro? - O gordo franziu a testa e seu semblante se escureceu. - Então escreva uma carta, peça dinheiro à sua família, quanto mais conseguir, mais leve será a surra.- Minha família é pobre, não tem como conseguir dinheiro. - Ademir deu de ombros.- Então é um pobretão, que perda de tempo. - O gordo cuspiu no chão e xingou. - Alguém! Levem esse gar