- Como você pode falar assim? Você não tem educação? É tão vulgar! - Disse Lívia, exaltada, praticamente fora de si.As palavras do outro, embora calmas, eram muito ofensivas.- É isso mesmo! Caipiras serão sempre caipiras, sem nenhum refinamento! - Disse Arthur, enfurecido.Como um intelectual altamente educado e de uma família abastada, quando foi que alguém tão insignificante o apontou o dedo e o insultou?- Eu sempre respondo às pessoas de acordo com o que recebo. Vocês são grosseiros e esperam que eu os trate com cortesia? - Disse Ademir, friamente.- Você...Lívia mordeu o lábio, sem saber como responder.- Vamos lá, gente, todos nós somos amigos da Gabriela, não vamos estragar o clima por uma bobagem. - Disse Sarah, vendo a situação tensa, na tentativa de aliviar o ambiente.Hoje era o aniversário de cinquenta anos do pai de Gabriela, seria problemático se eles causassem uma confusão.- Deixe pra lá, não devemos nos rebaixar ao nível desse inútil, para não diminuir nossa própria
- Se eu conseguisse conquistar a Gabriela, então você teria uma chance com a Vanda. - Heitor respondeu com franqueza.Vanda e Gabriela eram igualmente belas, naturalmente difíceis de se conquistar.- Então nós, os irmãos, teremos que nos esforçar bastante.Arthur estava visivelmente animado.- O genes da família Ribeiro são tão bons assim? Todos são homens e mulheres lindos, se eu conseguisse casar com o Henrique, certamente nossos filhos também seriam muito bonitos! - Lívia disse, admirada.Ao ouvir isso, Heitor e os outros ficaram sem palavras.Nada havia sido decidido ainda, e ela já estava pensando em ter filhos?- Parece que eles estão vindo em nossa direção? Será que notaram a minha beleza? Impossível, preciso retocar minha maquiagem!Lívia ficou tanto surpresa quanto feliz ao ver Henrique se aproximando, e rapidamente tirou um espelho para retocar a maquiagem.Quanto a Heitor e Arthur, imediatamente estufaram o peito e encolheram a barriga, posando como jovens nobres.- Henrique
- Eu não bebo, sai da minha frente.Palavras simples, mas que provocaram um silêncio ensurdecedor no recinto.Desde o momento em que Henrique entrou, todos os olhares estavam voltados para ele.Inúmeros eram aqueles que buscavam agradar e bajular.Assim, quando Henrique ofereceu um brinde a Ademir, muitos, incluindo Lívia, Heitor e Arthur, ficaram surpresos.Eles ficaram, todos, cheios de inveja e ressentimento.Ter Henrique, uma figura de tal gênio, brindando em sua honra era algo para se ostentar com orgulho.Contudo, eles jamais poderiam imaginar que Ademir rejeitaria.E ainda por cima, com tamanha arrogância, mandou Henrique se afastar.Que situação era aquela?Faltar com respeito a Henrique?- O que você acabou de dizer? – Perguntou HenriqueNeste momento, não apenas o grupo ao redor estava estupefato, até mesmo Henrique começou a duvidar se tinha ouvido errado.Quem ele era?O filho da família Ribeiro, um oficial de alta patente do Exército Tigre, um futuro general que comandaria
- Se algum de vocês quer beber deste copo, pois que bebam vocês mesmos, eu certamente não vou beber.Ademir se manteve inabalável, sem mostrar medo da ameaça de Henrique.- Não é você que decide se bebe ou não este vinho! - Henrique disse com um olhar frio. - Alguém! Faça-o engolir o vinho!- Sim, senhor!Os dois oficiais, ao ouvirem isso, avançaram imediatamente, se preparando para forçar Ademir tomar a bebida.- Não encostem em mim. - Ademir, com um movimento reverso, esbofeteou ambos os oficiais, derrubando-os no chão.Eles caíram com o nariz sangrando e dentes voando.Por um momento, não conseguiram nem se levantar.- Caralho! Ele ousou mesmo agredir os oficiais de Henrique?!Ao verem essa cena, as pessoas ao redor ficaram chocadas e furiosas.Agressão a um oficial não é nenhum pequeno delito.Se necessário, até armas podem ser usadas!- Moleque! Você está querendo morrer mais cedo!Vendo os oficiais sendo atacados, Henrique finalmente se enfureceu.Com um movimento brusco, ele lan
- Batizaram o vinho?Ao ouvir estas palavras, todos ficaram surpresos, os olhares convergiram imediatamente para Henrique.Se isso fosse verdade, haveria uma boa razão para Ademir não beber.- Você não sabe o que está falando! - Henrique, com as pálpebras trêmulas, tentava manter a calma. - Quem você pensa que eu sou para drogar a sua bebida? Isso é claramente uma difamação!Embora não entendesse como Ademir havia percebido, ele certamente não podia admitir isso naquele momento.- É isso mesmo! Meu irmão te ofereceu um copo de vinho, se você não quer beber, tudo bem, mas agora está nos acusando sem provas, isso é muito baixo! - Vanda fingiu estar indignada.- Parece que você está aqui apenas para causar problemas!- Difamar um oficial é um crime inafiançável!- Na minha opinião, deveriam simplesmente expulsá-lo, isso é intolerável!As pessoas começaram a acusar Ademir com muitos comentários mordazes.Sob a influência de suas primeiras impressões, eles obviamente tendiam a acreditar em
- E nós vamos deixar o assunto por isso mesmo? - Gabriela estava relutante.Seu marido tinha sido humilhado, e ela, naturalmente, não estava disposta a engolir esse sapo em silêncio.- Gabriela, o que importa é o panorama geral, por favor, se acalme.Edson fez um sinal com os olhos e então levou seu grupo para o lugar reservado à família Ribeiro.As dez mesas na frente do salão de banquetes eram destinadas aos membros principais da família Ribeiro, assim como certos dignitários.Os demais convidados só poderiam se sentar mais atrás.- Querido, sinto muito por te fazer passar por isso, eu certamente encontrarei uma oportunidade para vingar você! - Gabriela mordeu o lábio.- Isso não foi nada, foi apenas uma trivialidade, não precisa se preocupar comigo, vá ficar com seu pai.Ademir sorriu levemente.Essas palavras já eram o suficiente para ele.- Como assim? Você não vai se sentar comigo? - Gabriela ergueu uma sobrancelha.- Não, a ordem dos anfitriões deve ser respeitada, eu fico aqui,
Na residência da família Gomes.Samuel estava sentado em seu escritório, imerso na leitura de livros sobre estratégias de guerra.Absorvido, ele lia cada palavra sem perder nenhuma.Foi então que ele ouviu uma batida na porta.- O que é? - Samuel não levantou a cabeça.- Jovem mestre, chegou a hora, devemos partir. - Uma voz envelhecida soou do outro lado da porta.Samuel colocou o livro de lado, se levantou e ajeitou suas vestes antes de abrir a porta e sair.Um velho servo estava do lado de fora, esperando com a cabeça baixa.- Qual foi a reação da família Ribeiro? - Samuel perguntou indiferente.- A família Ribeiro não está preparando nenhum casamento, eles organizaram uma festa de aniversário. - O servo falou com a cabeça ainda inclinada.- Uma festa de aniversário? - Samuel esboçou um sorriso sarcástico. - Eles estão tentando me pressionar? Interessante.- Devemos adiar a ida para buscar sua esposa para outro dia? - O servo perguntou cautelosamente.- Se o compromisso está marcado
Arthur acompanhou com um comentário irônico:- Ademir, você quer um conselho? É melhor você se separar logo de Gabriela, senão você só vai se humilhar!Diante disso, Ademir nem se deu ao trabalho de responder, apenas continuou a beber seu chá calmamente.No entanto, essa atitude arrogante só fez aumentar a antipatia dos demais.- Não estava todo arrogante agora pouco? Por que está tão calado agora? Isso é tudo que você é capaz? - Lívia zombou com um sorriso frio.Para ela, era claro que o adversário estava se sentindo envergonhado.- Deixa pra lá, vamos manter a nossa dignidade, senão, daqui a pouco, ele vai ficar furioso. - Heitor brincou com um sorriso zombeteiro.Um inútil que sabe alguns truques de briga, Ademir realmente não o levava a sério.- E quem é aquele? Tão bonito e com tanto charme. – Disse Lívia.Naquele momento, Lívia parecia ter visto algo, apontando de repente para a porta.Todos olharam na direção que ela apontava, todos viram um homem elegante segurando um leque, ca