- E nós vamos deixar o assunto por isso mesmo? - Gabriela estava relutante.Seu marido tinha sido humilhado, e ela, naturalmente, não estava disposta a engolir esse sapo em silêncio.- Gabriela, o que importa é o panorama geral, por favor, se acalme.Edson fez um sinal com os olhos e então levou seu grupo para o lugar reservado à família Ribeiro.As dez mesas na frente do salão de banquetes eram destinadas aos membros principais da família Ribeiro, assim como certos dignitários.Os demais convidados só poderiam se sentar mais atrás.- Querido, sinto muito por te fazer passar por isso, eu certamente encontrarei uma oportunidade para vingar você! - Gabriela mordeu o lábio.- Isso não foi nada, foi apenas uma trivialidade, não precisa se preocupar comigo, vá ficar com seu pai.Ademir sorriu levemente.Essas palavras já eram o suficiente para ele.- Como assim? Você não vai se sentar comigo? - Gabriela ergueu uma sobrancelha.- Não, a ordem dos anfitriões deve ser respeitada, eu fico aqui,
Na residência da família Gomes.Samuel estava sentado em seu escritório, imerso na leitura de livros sobre estratégias de guerra.Absorvido, ele lia cada palavra sem perder nenhuma.Foi então que ele ouviu uma batida na porta.- O que é? - Samuel não levantou a cabeça.- Jovem mestre, chegou a hora, devemos partir. - Uma voz envelhecida soou do outro lado da porta.Samuel colocou o livro de lado, se levantou e ajeitou suas vestes antes de abrir a porta e sair.Um velho servo estava do lado de fora, esperando com a cabeça baixa.- Qual foi a reação da família Ribeiro? - Samuel perguntou indiferente.- A família Ribeiro não está preparando nenhum casamento, eles organizaram uma festa de aniversário. - O servo falou com a cabeça ainda inclinada.- Uma festa de aniversário? - Samuel esboçou um sorriso sarcástico. - Eles estão tentando me pressionar? Interessante.- Devemos adiar a ida para buscar sua esposa para outro dia? - O servo perguntou cautelosamente.- Se o compromisso está marcado
Arthur acompanhou com um comentário irônico:- Ademir, você quer um conselho? É melhor você se separar logo de Gabriela, senão você só vai se humilhar!Diante disso, Ademir nem se deu ao trabalho de responder, apenas continuou a beber seu chá calmamente.No entanto, essa atitude arrogante só fez aumentar a antipatia dos demais.- Não estava todo arrogante agora pouco? Por que está tão calado agora? Isso é tudo que você é capaz? - Lívia zombou com um sorriso frio.Para ela, era claro que o adversário estava se sentindo envergonhado.- Deixa pra lá, vamos manter a nossa dignidade, senão, daqui a pouco, ele vai ficar furioso. - Heitor brincou com um sorriso zombeteiro.Um inútil que sabe alguns truques de briga, Ademir realmente não o levava a sério.- E quem é aquele? Tão bonito e com tanto charme. – Disse Lívia.Naquele momento, Lívia parecia ter visto algo, apontando de repente para a porta.Todos olharam na direção que ela apontava, todos viram um homem elegante segurando um leque, ca
- O quê?Heitor e seus companheiros ficaram pasmos ao ver o respeitoso e cortês tratamento do Elder para com Ademir.Os olhos deles se arregalaram em descrença.O jovem mestre da família Moraes, um dos dez notáveis jovens da Província N, aclamado como um nobre de elite, estava recebendo um inútil com um sorriso?Isso era impossível!- Não pode ser! O Ademir conhece o Sr. Elder? - O sorriso no rosto de Lívia se petrificou.Ela pensava que Elder tinha aparecido por causa de Heitor, mas para a sua surpresa, Ademir era o verdadeiro objetivo dele.E pela aparência, a relação entre eles parecia ser muito boa.- Por que diabos esse garoto conhece o Sr. Elder?! - Surpreso, Arthur sentiu mais inveja do que choque.Um inútil, que direito tinha ele de fraternizar com a nobreza?- Como isso é possível? - Heitor ficou paralisado, com um olhar de total surpresa.Ser ignorado por Elder era uma coisa, mas Heitor simplesmente não podia aceitar que alguém que ele mesmo aspirava conhecer tratasse Ademir
- Venham, aproximem-se todos para um brinde!Edson segurava a taça com ambas as mãos, varrendo o olhar por todos ao seu redor, e em seguida, ele esvaziou o copo com um só gole.Ao ver isso, todos se levantaram e ergueram suas taças em resposta.Depois de feitas as cordialidades iniciais, rapidamente chegou a hora dos presentes.- Sr. Edson, esse é um cavalo dourado que eu criei cuidadosamente para você, que todos os seus desejos se realizem!- Sr. Edson, este Pingente de jade era um adorno exclusivo dos antigos príncipes chineses, espero que você goste.- Sr. Edson, esta pintura é uma obra genuína de um grande artista, uma verdadeira raridade. Aqui, fica meu desejo de saúde e felicidade constante!Um após o outro, os convidados avançaram com seus presentes, começando a despejar felicitações.Havia muitos ricos e poderosos presentes.O ato de dar presentes subentendia uma competição e uma comparação.Quem desse o presente mais valioso e mais raro ganharia o maior prestígio.Por um lado,
- Qual é a situação?Enquanto observavam a liteira sendo trazida para dentro, as pessoas trocavam olhares perplexos e começavam a cochichar entre si.Hoje não é o aniversário de cinquenta anos do Edson?O que o Samuel está tentando dizer trazendo uma liteira até aqui?Ele está tentando causar confusão de propósito?- O que você quer dizer com isso? - O sorriso de Edson lentamente desvaneceu.Ele não esperava que Samuel fosse tão decisivo, indo direto ao ponto, sem rodeios.- De acordo com o compromisso matrimonial, hoje, eu vim para me casar com Gabriela. - Disse Samuel, serenamente.- Compromisso matrimonial?- Não pode ser? O Samuel e a Gabriela já estão noivos?- Eles são muito compatíveis, não é estranho eles estarem noivos, mas essa maneira de receber a noiva é um pouco abrupta demais.As pessoas comentavam, com surpresa, com dúvida, inveja e curiosidade.Um casamento no dia do aniversário.Era a primeira vez que eles presenciavam tudo aquilo.- Vamos falar sobre o compromisso mat
Naquele momento, Henrique deu um tapa na mesa e se levantou, gritando furiosamente:- Samuel! Não pense que porque você tem um pouco de habilidade, pode vir aqui e causar essa confusão. A família Ribeiro não é qualquer “clãzinho” que você pode intimidar quando bem entender.- E quem é você? Que direito você tem de dirigir a palavra a mim? - Samuel olhou para Henrique friamente.- Escuta aqui! - Henrique estufou o peito, altivo. - Meu nome é Henrique, agora sou um oficial de alta patente no Exército Tigre, lutei em inúmeras batalhas, abatendo centenas!- Um mero oficial, você nem sequer é um general, de onde vem toda essa coragem, como você ousa ser tão arrogante na minha frente? - Disse Samuel, com desdém.- Embora eu seja apenas um oficial, minha general é a Débora, a Deusa da Guerra! Duvido que você tenha coragem de desafiá-la! - proclamou Henrique, orgulhoso.- Débora?Samuel arqueou levemente a sobrancelha, e um vislumbre de emoção finalmente apareceu em seu rosto.Como a primeira
- O quê?Ao ver Henrique gravemente ferido no chão, todos ao redor ficaram pasmos.Ninguém esperava que Samuel, com um simples gesto, tivesse derrotado um alto oficial do Exército Tigre.Será que ele era forte demais?O mais crítico era que o superior de Henrique era a Débora, a Deusa da Guerra.Ao ferir alguém em público, Samuel não estaria desafiando a própria Deusa da Guerra?Será que ele era insolente demais ou apenas destemido?- Audacioso, Samuel! Você ousa ferir um membro da família Ribeiro, pensa que não temos ninguém para nos defender?! Após um breve momento de choque, os membros da família Ribeiro se levantaram furiosos, batendo na mesa.Ser desrespeitado dessa forma era algo intolerável.- Samuel! Sou um oficial do Exército Tigre, você não terá o perdão da Débora, por me ferir!Henrique se levantou cambaleante, ao mesmo tempo chocado e furioso.Desde pequeno, ele era dotado de um talento excepcional e uma compreensão brilhante, tais competências o fizeram se tornar um mestr