- Ninguém vai tocar no Ademir hoje! Gabriela não dava a mínima para as aparências.Em seus olhos, seu homem era mais importante que o mundo inteiro.Não importava se ele fosse injustamente acusado, ou mesmo culpado, ela o defenderia até o fim.- Insolente! - Décio, num ímpeto de raiva, gritou. - Um assunto tão importante para a família e você, uma jovem, faz toda essa bagunça? Levem Gabriela de volta para o quarto!- Sim senhor!Algumas mulheres não hesitaram e meio que a arrastaram Gabriela para fora do salão de festas.Vendo essa cena, Ademir franzia a testa. Ele teve vontade de intervir várias vezes, mas se conteve.A atitude da família Ribeiro já havia acendido uma fagulha de raiva em seu corpo.- Ademir, ninguém pode te ajudar agora. - Ricardo deu alguns passos à frente e disse em voz baixa. - Eu te avisei para ir embora mais cedo, você não quis ouvir, e agora, se arrependeu?- Eu não sou o culpado. - Ademir tentou se defender.- O que importa se você é o assassino ou não? Se eu
Olhando para os olhos ainda abertos de Ricardo, todos estavam atônitos.Olhos arregalados, rostos de incredulidade.Ninguém imaginava que Ademir fosse tão audacioso a ponto de matar alguém sem ao menos excitarAdemir não deixou nem espaço para negociações.Como pode alguém matar sem sequer falar uma palavra?Isso foi totalmente fora do padrão.- Estamos ferrados, agora sim estamos completamente ferrados.Luísa bateu na própria testa enquanto fechava os olhos.Se antes havia alguma dúvida, agora, independentemente da verdade, Ademir estava confirmado como o assassino.A partir deste momento, Ademir tornou-se o inimigo público da família Ribeiro!O silêncio momentâneo foi seguido por um frenesi geral.- Audacioso! Ousa matar alguém da família em público? Você está fadado a morrer!- Que porra é essa?! Esse cara enlouqueceu? No território da família Ribeiro, ele ousa matar um descendente? Absolutamente insano!- Desafiando abertamente toda a família Ribeiro, nunca vi alguém tão cruel.Por
- Senhores, sei que me odeiam, mas agora ouçam o que tenho a dizer. - Ademir olhou ao redor e falou em voz alta. - Deixem-me terminar, e depois, façam o que quiserem comigo. Não vou resistir!- Agora que está entre a vida e a morte, você quer se justificar? - Décio o encarou.- Acreditem ou não, eu vou falar. Ricardo merece morrer porque ele é o verdadeiro autor do envenenamento! - Ademir falou algo surpreendente.- Isso é um absurdo! - Décio resmungou. - Ricardo é da família, como ele poderia envenenar a gente? Você está claramente tentando nos incriminar!- Exatamente! Se você vai inventar uma história, ao menos encontre um motivo convincente. Quem vai acreditar que Ricardo é o culpado? - A multidão o desprezou. O olhar que eles dirigiram a Ademir, ainda era extremamente hostil. Se não fosse por Gabriela estar na frente dele, todos já teriam partido para a agressão.- Você diz que Ricardo é o culpado, tem alguma prova? - Edson, que tinha estado em silêncio até então, finalmente falou
- Absurdo! Absolutamente absurdo! Todos nós vimos com muito clareza, Ricardo estava em plena forma antes de você atacá-lo. Como que você diz que ele já era um cadáver? Isso é ridículo!Décio ficou ainda mais enfurecido, querendo despedaçar o homem à sua frente.- Você pensa que somos idiotas? Por que motivo acreditaríamos nessas mentiras?- Exato! Ricardo foi claramente morto por você, todos nós podemos provar isso!O público estava indignado, e as vozes questionadoras só aumentavam.Ele matou um homem, não assume o crme e acanda usando desculpas absurdas como essa. Ele realmente acha que todos ali são crianças de três anos?- Jovem, você tem certeza do que está falando?Nesse momento, até Edson franzia a testa.Ele tentou dar a Ademir uma chance de explicar, mas as palavras deste estavam se tornando cada vez mais absurdas.- Sei que vocês não acreditam, mas tenho provas.Ademir falou e caminhou até o corpo de Ricardo, rasgando a sua camisa abruptamente.Rapidamente, manchas de cor vin
Décio estava atordoado, quase incapaz de acreditar no que via.Era a primeira vez que ele se deparava com uma cena tão sinistra.- Tem que ser coisa do Geraldo! - Exclamaram membros da família Ribeiro, em choque.Antigamente, alguém da família morria subitamente de tempos em tempos, mas nunca algo tão aterrorizante havia acontecido assim.- Que crueldade! - Edson franziu a testa com uma expressão sombria.Primeiro mataram Ricardo, depois, usando feitiçaria, manipularam seu cadáver para envenenar a todos na família.Tal ação era não apenas cruel, mas também diabólica.Ninguém, exceto Geraldo, seria capaz de tal coisa.- Agora vocês acreditam em mim? - Ademir falou no momento certo.- Bem... - Décio hesitou.Por mais difícil que fosse aceitar, a realidade estava diante dos olhos de todos. Ele não tinha escolha senão acreditar em Ademir.- Pai! A verdade foi revelada. Não é hora de mandar seus homens recuarem? - Gabriela lembrou.- Recuem. - Edson acenou, indicando que todos os guardas se
- A mão oculta nos bastidores?Ao ouvir essas palavras, todos os olhares se fixaram na bela jovem. Se fosse antes, ninguém acreditaria em Ademir, chegando até mesmo a desdenhar de suas palavras.Mas após os eventos recentes, eles não tiveram escolha senão considerar com seriedade as palavras de Ademir. Afinal, se um corpo morto pode saltar e se mexer, o que mais além disso poderia ser suspeito?- Não tenho razão alguma para ofender você, por que você quer me prejudicar? - A mulher franziu a testa, parecendo um pouco incomodada.- Ademir, é melhor não fazer acusações sem provas! - Edson alertou severamente.Seu irmão mais velho acabara de sofrer a dor de perder um filho, e agora sua esposa estava sendo apontada como uma traidora.Isso era como jogar sal na ferida que está em carne viva.- Exatamente! Você tem alguma evidência para provar que minha cunhada está envolvida? - Décio disse, com um tom grave.- Se eu estou dizendo, é porque tenho certeza. - Ademir olhou firmemente para a be
Antes que ele pudesse reagir, uma adaga afiada já estava pressionada contra seu pescoço. A lâmina exalava uma aura sinistra. Claramente ela estava envenenada.- Querida, o que você está fazendo?Délcio estava atordoado.Ele não esperava que sua própria esposa pudesse atentar contra sua vida.- Não grite, sua bela esposa já morreu há alguns dias.A bela jovem sorriu levemente.- Você não é minha esposa? Quem é você?O semblante de Délcio mudou.- Geraldo é meu mestre. Quem você acha que eu sou?Ela continuou sorrindo.- Você é discípula dele?Edson franziu o cenho, e seu rosto assumiu uma expressão séria.Tantas precauções e ainda assim, mais um inimigo dentro de casa. Ninguem imaginava que um dos homens de Geraldo tinha se infiltrado na família Ribeiro.- Então foi você quem nos envenenou! Guardas, prendam-na! - Délcio deu a ordem imediatamente.- Todos fiquem onde estão! - A bela jovem elevou levemente a adaga, ameaçando o pescoço de Délcio. - Esta lâmina está envenenada, um simples c
Sob a organização meticulosa de Edson, os convidados que participaram da reunião anual da família Ribeiro começaram a deixar o local, um após o outro. O evento foi interrompido inesperadamente. Para evitar que alguém tirasse proveito da situação, Edson emitiu uma ordem de confidencialidade sobre os eventos do dia. Nenhuma palavra deveria ser dita publicamente.Quando os últimos convidados se dispersaram, apenas cerca de cem membros da família Ribeiro permaneceram no local. Como membros fiéis da família, eles compartilhavam tanto as glórias quanto os fracassos.- Ademir, estamos em dívida com você por ter identificado o verdadeiro culpado dessa barbárie Sem você, nossa família teria sofrido grandes perdas - Edson disse, batendo no ombro de Ademir com um olhar de apreço. Era raro encontrar um jovem tão capaz.- Pai, Ademir salvou nossa família. Você não pode simplesmente agradecer e achar que isso resolve tudo, pode? - Gabriela começou a pedir recompensas.- Claro que não - Edson respon