- Senhores, sei que me odeiam, mas agora ouçam o que tenho a dizer. - Ademir olhou ao redor e falou em voz alta. - Deixem-me terminar, e depois, façam o que quiserem comigo. Não vou resistir!- Agora que está entre a vida e a morte, você quer se justificar? - Décio o encarou.- Acreditem ou não, eu vou falar. Ricardo merece morrer porque ele é o verdadeiro autor do envenenamento! - Ademir falou algo surpreendente.- Isso é um absurdo! - Décio resmungou. - Ricardo é da família, como ele poderia envenenar a gente? Você está claramente tentando nos incriminar!- Exatamente! Se você vai inventar uma história, ao menos encontre um motivo convincente. Quem vai acreditar que Ricardo é o culpado? - A multidão o desprezou. O olhar que eles dirigiram a Ademir, ainda era extremamente hostil. Se não fosse por Gabriela estar na frente dele, todos já teriam partido para a agressão.- Você diz que Ricardo é o culpado, tem alguma prova? - Edson, que tinha estado em silêncio até então, finalmente falou
- Absurdo! Absolutamente absurdo! Todos nós vimos com muito clareza, Ricardo estava em plena forma antes de você atacá-lo. Como que você diz que ele já era um cadáver? Isso é ridículo!Décio ficou ainda mais enfurecido, querendo despedaçar o homem à sua frente.- Você pensa que somos idiotas? Por que motivo acreditaríamos nessas mentiras?- Exato! Ricardo foi claramente morto por você, todos nós podemos provar isso!O público estava indignado, e as vozes questionadoras só aumentavam.Ele matou um homem, não assume o crme e acanda usando desculpas absurdas como essa. Ele realmente acha que todos ali são crianças de três anos?- Jovem, você tem certeza do que está falando?Nesse momento, até Edson franzia a testa.Ele tentou dar a Ademir uma chance de explicar, mas as palavras deste estavam se tornando cada vez mais absurdas.- Sei que vocês não acreditam, mas tenho provas.Ademir falou e caminhou até o corpo de Ricardo, rasgando a sua camisa abruptamente.Rapidamente, manchas de cor vin
Décio estava atordoado, quase incapaz de acreditar no que via.Era a primeira vez que ele se deparava com uma cena tão sinistra.- Tem que ser coisa do Geraldo! - Exclamaram membros da família Ribeiro, em choque.Antigamente, alguém da família morria subitamente de tempos em tempos, mas nunca algo tão aterrorizante havia acontecido assim.- Que crueldade! - Edson franziu a testa com uma expressão sombria.Primeiro mataram Ricardo, depois, usando feitiçaria, manipularam seu cadáver para envenenar a todos na família.Tal ação era não apenas cruel, mas também diabólica.Ninguém, exceto Geraldo, seria capaz de tal coisa.- Agora vocês acreditam em mim? - Ademir falou no momento certo.- Bem... - Décio hesitou.Por mais difícil que fosse aceitar, a realidade estava diante dos olhos de todos. Ele não tinha escolha senão acreditar em Ademir.- Pai! A verdade foi revelada. Não é hora de mandar seus homens recuarem? - Gabriela lembrou.- Recuem. - Edson acenou, indicando que todos os guardas se
- A mão oculta nos bastidores?Ao ouvir essas palavras, todos os olhares se fixaram na bela jovem. Se fosse antes, ninguém acreditaria em Ademir, chegando até mesmo a desdenhar de suas palavras.Mas após os eventos recentes, eles não tiveram escolha senão considerar com seriedade as palavras de Ademir. Afinal, se um corpo morto pode saltar e se mexer, o que mais além disso poderia ser suspeito?- Não tenho razão alguma para ofender você, por que você quer me prejudicar? - A mulher franziu a testa, parecendo um pouco incomodada.- Ademir, é melhor não fazer acusações sem provas! - Edson alertou severamente.Seu irmão mais velho acabara de sofrer a dor de perder um filho, e agora sua esposa estava sendo apontada como uma traidora.Isso era como jogar sal na ferida que está em carne viva.- Exatamente! Você tem alguma evidência para provar que minha cunhada está envolvida? - Décio disse, com um tom grave.- Se eu estou dizendo, é porque tenho certeza. - Ademir olhou firmemente para a be
Antes que ele pudesse reagir, uma adaga afiada já estava pressionada contra seu pescoço. A lâmina exalava uma aura sinistra. Claramente ela estava envenenada.- Querida, o que você está fazendo?Délcio estava atordoado.Ele não esperava que sua própria esposa pudesse atentar contra sua vida.- Não grite, sua bela esposa já morreu há alguns dias.A bela jovem sorriu levemente.- Você não é minha esposa? Quem é você?O semblante de Délcio mudou.- Geraldo é meu mestre. Quem você acha que eu sou?Ela continuou sorrindo.- Você é discípula dele?Edson franziu o cenho, e seu rosto assumiu uma expressão séria.Tantas precauções e ainda assim, mais um inimigo dentro de casa. Ninguem imaginava que um dos homens de Geraldo tinha se infiltrado na família Ribeiro.- Então foi você quem nos envenenou! Guardas, prendam-na! - Délcio deu a ordem imediatamente.- Todos fiquem onde estão! - A bela jovem elevou levemente a adaga, ameaçando o pescoço de Délcio. - Esta lâmina está envenenada, um simples c
Sob a organização meticulosa de Edson, os convidados que participaram da reunião anual da família Ribeiro começaram a deixar o local, um após o outro. O evento foi interrompido inesperadamente. Para evitar que alguém tirasse proveito da situação, Edson emitiu uma ordem de confidencialidade sobre os eventos do dia. Nenhuma palavra deveria ser dita publicamente.Quando os últimos convidados se dispersaram, apenas cerca de cem membros da família Ribeiro permaneceram no local. Como membros fiéis da família, eles compartilhavam tanto as glórias quanto os fracassos.- Ademir, estamos em dívida com você por ter identificado o verdadeiro culpado dessa barbárie Sem você, nossa família teria sofrido grandes perdas - Edson disse, batendo no ombro de Ademir com um olhar de apreço. Era raro encontrar um jovem tão capaz.- Pai, Ademir salvou nossa família. Você não pode simplesmente agradecer e achar que isso resolve tudo, pode? - Gabriela começou a pedir recompensas.- Claro que não - Edson respon
Carros de luxo abriam caminho à frente, seguidos por guarda-costas fortemente armados. O cortejo era imponente, contando com mais de uma centena de pessoas. No centro da comitiva estavam um homem e uma mulher.O homem era Samuel, reconhecido por sua inteligência e destreza militar. Elegante e alto, seus olhos cortavam o ar como os de uma águia, parecendo conseguir penetrar tudo à sua volta. Onde quer que ele fosse, se emanava um ar de autoridade inquestionável. Ao seu lado, estava Carina, que já havia cruzado caminhos com Ademir.- Irmão, eu perguntei a Gabriela e parece que ela não está disposta a se casar com você. - Disse Carina casualmente.- Quer ela queira ou não, não é da sua conta. Se eu decidi que ela é a mulher para mim, então ela será - respondeu Samuel, com uma frieza autoritária.- É verdade. - Concordou Carina, assentindo com a cabeça. - A opinião de Gabriela não importa. Este casamento é uma aliança entre nossas famílias. Ela, como mulher, não tem o direito de opinar.-
Quando o olhar de Samuel varreu o ambiente, um calafrio incontrolável percorreu pelo corpo de toda a família Ribeiro. Um medo insuportável os invadiu.O tom dele era tranquilo, sem qualquer flutuação.Entretanto, apenas aquele olhar já era suficiente para aterrorizar as pessoas.Por um momento, todos sentiram como se estivessem sendo observados por uma fera.- Não entenda mal, a garota falou sem pensar. - Disse Edson, lançando um olhar severo para Gabriela. - Pare de fazer escândalos e volte para o seu quarto agora!- Gabriela! O casamento entre as duas famílias não é brincadeira. Não faça nada imprudente! - Úrsula, alarmada, rapidamente alertou.Até agora, algumas bravatas já foram feitas na frente de Carina, mas fazer o mesmo diante de Samuel, poderiam causar consequências graves.- Não estou causando nenhum escândalo, nem sendo imprudente. - Gabriela permaneceu firme. - Samuel, eu sei que você é excelente, mas o amor não pode ser forçado. O casamento forçado não é feliz. Espero que