Karina lançou um olhar ligeiro ao homem à sua frente e soltou um riso de autodepreciação.— Foi meu erro, eu interpretei mal, achando que essa pulseira era para mim. Naquele momento, você deveria ter me dito que eu estava enganada.— O que ela disse? — Ademir, por um momento, não conseguiu entender o que estava acontecendo.Karina continuou:— Sr. Ademir, no futuro, não dê algo destinado à sua namorada para outra pessoa. Agora que eu a peguei, você terá que comprar outra para a sua namorada. Não acha isso um incômodo?Ao terminar de falar, Karina se virou e começou a sair.Ademir ficou com o rosto sombrio, imaginando que Karina havia encontrado Vitória. Onde ela encontrou Vitória?Isso não era importante. O importante era que ela viu Vitória usando a pulseira.Então, Karina estava chateada?Por quê?Mesmo que alguém devesse estar chateado, deveria ser Vitória, não Karina.A pulseira era originalmente para Karina.No momento em que Karina abriu a porta, Júlio entrou.Ele sorriu e a cump
— Karina. — Patrícia tocou em Karina, lembrando ela. — Será que estão te chamando?Karina finalmente levantou a cabeça e olhou na direção indicada.Bem ao lado delas, um carro prata se movia lentamente, como se estivesse passeando.Ao perceber que ela havia notado, o carro parou, e Júlio saiu, abrindo a porta.— Karina, você está indo para onde? Com essas coisas pesadas, venha, o Ademir disse que te levará. — E, enquanto falava, ele já segurava a alça da mala, prestes a colocá-la no carro.— Não precisa! — Karina segurou firme, recusando friamente. — Eu vou a pé.Júlio, sem saber o que fazer, olhou para o banco de trás do carro.Através do vidro da janela, Ademir viu o que estava acontecendo e imediatamente ficou em alerta.Ademir saiu do carro na hora, passou por Júlio, pegou a mala e ordenou friamente:— Abra o porta-malas.— Claro, Ademir!Com facilidade, Ademir levantou a mala e a colocou no porta-malas.Karina, tanto surpresa quanto irritada, correu até ele e agarrou seu braço.—
O homem estava parado bem perto, seu rosto era incrivelmente bonito, mas naquele momento estava coberto por uma expressão sombria. No entanto, ele não demonstrava isso.Karina ainda estava de mau humor com ele, tudo por causa do incidente com a pulseira.Ademir era um homem, e realmente não havia lidado bem com a situação.Ademir disse:— Sobre a pulseira, eu errei. Mas você também me entendeu errado, essa pulseira era para você desde o início.A voz de Ademir era baixa, pois ele também temia que a situação ficasse embaraçosa.Karina ficou surpresa. Por que ele estava mencionando isso de repente? Além disso, ele estava se explicando para ela? Estava se desculpando?— O quê? O que você disse?Karina não conseguia acreditar.Nesse momento, o rosto de Ademir ficou vermelho, e ele disse:— Se você não ouviu, esqueça!Para ele, já era difícil explicar uma vez, e essa mulher ainda queria que ele repetisse?Ele nem olhou mais para o álbum.Aquela curiosidade que tinha momentos antes já havia
A questão do cemitério foi resolvida assim.E não foi só isso, Túlio também encontrou um padre e marcou um bom dia e horário para a cerimônia.Naquele dia, o céu estava claro, e uma leve brisa soprava.Simão e Patrícia acompanharam Karina.Quando chegaram ao cemitério, Túlio já estava lá, esperando por eles.Karina ficou surpresa e desviou o olhar.Patrícia franziu a testa e lançou um olhar irritado para Simão:– Como ele veio parar aqui?– Como eu vou saber? – Simão, com sua cara de pau, fingiu não saber de nada.– Karina. – Mesmo sendo ignorado, Túlio não parecia se importar. – Vim prestar minhas homenagens à sua mãe. Se eu não soubesse de nada, tudo bem, mas sabendo e não vindo, eu me sentiria muito mal.Patrícia imediatamente questionou:– Você se sentiria mal?– Patrícia! – Karina segurou o braço de Patrícia e balançou a cabeça, pedindo para que ela não dissesse mais nada.Patrícia apenas fez uma careta e ficou em silêncio.Karina então olhou para Túlio:– Obrigada por vir se desp
"O quê? A camisa foi feita por ela?"Ademir estava incrédulo. Ao olhar novamente para a camisa, de repente, pareceu-lhe ainda mais bonita.— Você está dizendo que essa camisa foi costurada por você, ponto por ponto, com suas próprias mãos?— Sim. — Karina apertou os lábios.Heloísa, antes de falecer, era designer de moda e chegou a ter um ateliê em casa. Quando Karina mal conseguia andar, já segurava uma agulha e linha.Embora Heloísa tivesse partido cedo, Karina tinha uma base sólida desde pequena, e talvez tivesse herdado o talento da mãe. Fazer uma camisa não era nada complicado para ela.Ademir, apesar de aparentar calma, estava profundamente chocado por dentro. "Essa camisa foi realmente costurada por ela! Cada ponto saiu das mãos de Karina!"Karina observou cautelosamente a expressão de Ademir:— Na última vez que fiquei brava com você, me senti muito mal.Ela não podia confessar que se sentia culpada por ter usado o dinheiro dele, então inventou essa desculpa. Mas isso, sem dúvi
Enquanto visitava a exposição de arte, Vitória percebeu que o humor de Ademir não estava dos melhores.Ademir olhava para os quadros, mas o que realmente surgia diante de seus olhos era a imagem de Karina, sorrindo enquanto se virava.Karina realmente não se importava.— Ademir. — A mão que estava enlaçada no braço de Vitória se mexeu, trazendo Ademir de volta à realidade. Vitória o olhava com uma expressão um tanto magoada. — Você está pensando no trabalho? Ou é o ferimento que está te incomodando?— Não, não é isso.O que estava incomodando Ademir?Karina não se importava, e não era assim que deveria ser? Ela era apenas sua esposa no papel, não sua esposa de verdade.Na verdade, nem mesmo esse título de esposa duraria muito tempo.A mulher à sua frente era quem passaria o resto da vida ao seu lado.— Eu estava apenas concentrado nos quadros. — Ademir respondeu, quase automaticamente, e então, carinhoso, perguntou à namorada. — Você viu alguma pintura de que gostou? Se gostar, podemos
— Você vai me convidar para comer? — Karina perguntou, intrigada, sem indagar diretamente o motivo, mas esboçando um sorriso. — Porém, você não pode sair agora. Se você fugir para encontrar sua namorada, eu posso fingir que não vi nada, mas sou sua médica, não posso te acompanhar em um passeio secreto.— Você fala demais. — O queixo perfeitamente esculpido de Ademir se contraiu, enquanto o pomo-de-Adão subia e descia. — Só me diga se você vai ou não.— Vou sim.Diante da expressão sombria de Ademir, Karina não ousou recusar. Além disso, ela estava curiosa para saber por que Ademir a havia convidado para jantar.Ademir esboçou um sorriso de satisfação.— Então, nos encontraremos no quarto daqui a pouco....O quarto VIP de Ademir não era muito diferente de uma suíte presidencial.Havia uma sala de estar, uma sala de jantar e até uma cozinha.A cozinha não foi usada, pois Ademir pediu que a comida fosse entregue diretamente no quarto.Quando Karina chegou, o chef que havia trazido a comi
Vitória viu a mesa posta, com duas configurações de talheres, dispostas uma de frente para a outra.— Isto é... Tem mais alguém vindo? Ademir não sabia que ela viria, então, provavelmente, isso não foi preparado para ela.De repente, Ademir sentiu uma inexplicável inquietação no fundo do seu coração. Mas ainda assim disse:— Eu ia jantar com o Júlio, mas ele teve um imprevisto e não pôde vir.Vitória suspirou de alívio.Por um instante, ela quase suspeitou que Ademir estivesse com outra mulher, mas como isso seria possível? Afinal, era só o Júlio.Vitória puxou uma cadeira:— Jantar sozinho é tão chato, né? Vou te fazer companhia. — Ao ver que Ademir ainda estava parado, ela insistiu de forma manhosa. — Senta logo!Ademir concordou, mas parecia que seus pés estavam pesados demais para se mover.Ao se sentar, Vitória notou a pintura encostada na parede. Não era aquela a pintura que Ademir comprou na exposição hoje? Ele disse que era um presente para alguém, mas a deixou ali. Para que