Durante o intervalo do almoço, Karina estava voltando do refeitório após a refeição quando encontrou Ademir caminhando lentamente pelo corredor interno, amparado por Bruno.— Muito bem. — Karina elogiou. — Sua condição física é realmente boa, já consegue se levantar e caminhar. Se movimentar ajudará a se recuperar mais rápido, mas não exagere.— Sim, doutora. — Bruno respondeu sinceramente.Quando Karina estava prestes a sair, foi chamada por Ademir:— Espere um momento.— O que foi? — Karina se virou.— Você... — Ademir parecia um pouco envergonhado. — Do que você gosta?— O quê?A pergunta estava incompleta, Karina não sabia como responder.Ela piscou seus grandes olhos.— O que está pensando? — Ademir perguntou, insatisfeito. — Você não reclamou que eu não te agradeci? Considerando também aquela vez com Vitor, eu realmente quero te agradecer.Karina entendeu:— Você quer me dar um presente de agradecimento? — Ela não foi modesta. — Bem, não tem nada de especial, o que as outras garo
— Karina!— O que foi? — Karina riu sem graça. — Agora suas lágrimas estão cada vez mais falsas.Simão imediatamente parou de chorar de mentirinha:— A situação é urgente, estou em um encontro arranjado, venha logo!Karina revirou os olhos:— Desta vez não é a vez da Patrícia?— Não consigo falar com a Patrícia pelo telefone, só posso contar com você! Vem rápido, estou esperando!— Alô?Do outro lado, a ligação já havia sido desligada.Karina estava completamente sem saída.Não sabia o porquê da pressa da família de Simão, ele ainda era jovem, mas ao longo do ano todo sempre arranjavam encontros para ele.No entanto, Simão não queria nada disso, então sempre pedia para Karina ou Patrícia fingirem ser suas namoradas e estragarem os encontros.Karina não queria ir, mas não podia deixar de ir.O celular tocou, era a localização enviada por Simão.Karina mordeu o lábio, ela ainda iria, para ajudar o amigo!Era hora do rush, o trânsito estava um caos e Karina chegou bem atrasada.No celular
Karina se aninhou nos braços de Simão, se encostando em seu peito enquanto soluçava:— Simão, ela foi tão cruel, estou com tanto medo!— Não tenha medo, estou aqui. — Simão a consolou.— Sua mulher desprezível que seduz homens! — Uma mulher, furiosa, levantou a mão em direção a Karina.Um tapa ressoou, mas atingiu o rosto de Simão.A mulher, surpresa, exclamou:— Você realmente a protege assim?Simão se colocou à frente de Karina, com o rosto sombrio e os dentes cerrados:— Ela é minha mulher, naturalmente vou protegê-la! Quem te deu a ousadia de bater nela? Saia daqui!— Muito bem, Simão, você está fazendo um ótimo trabalho! — A mulher, chorando, saiu correndo.Karina soltou um longo suspiro de alívio, parando de chorar, e encarou Simão:— Já se divertiu o suficiente?Só ela sabia a quão nervosa estava por dentro.— Haha. — Simão sorriu com desdém, envolvendo seus ombros. — Não fique brava, vou comprar algo gostoso para você.— Só me faz fazer coisas tão desonestas! Quero comer sashim
Karina levantou os olhos e observou a cena diante de si. Era realmente uma imagem deslumbrante. Vitória, uma jovem garota, acabava de sair do banho, enquanto o ferimento de Ademir havia se reaberto. Não precisava nem pensar muito para entender o que havia acontecido.Ou foi na noite passada, ou talvez há pouco tempo, eles fizeram amor.— O médico está vindo fazer a ronda. — Vitória colocou a mão sobre o peito e sorriu, parecendo muito gentil. — Obrigada pela ajuda.De repente, Karina soltou uma risada e disse:— Não tem problema.Com calma, Karina deu mais alguns pontos na área onde o ferimento havia se reaberto.Karina falou de forma muito direta:— Pelo estado atual do paciente, ele não deveria fazer amor por enquanto. — Karina fez uma pausa e acrescentou. — Mesmo que seja a mulher a tomar a iniciativa, ainda não é apropriado. Se o ferimento se abrir novamente, isso pode agravar a situação. Se atingir a cavidade abdominal, pode ser fatal. O que é mais importante, um breve momento de
Simão soltou um grito de dor, levantando a cabeça e encarando Ademir com um olhar surpreso e inocente. Nesse momento, ele já não se importava com o poder e a posição de Ademir; afinal, ele também fazia parte da família Nogueira!— Ademir, você tá maluco? A gente não tem nenhuma desavença, e você vem e me bate?Enquanto falava, Simão já havia se levantado, claramente pronto para uma briga. Mas Enzo e Bruno rapidamente se colocaram na frente de Ademir:— Sr. Nogueira, antes de chegar nele, o senhor terá que passar por nós dois!Era óbvio que esses dois eram soldados profissionais, talvez até investigadores especiais. Não havia dúvida de que Simão não teria chance contra eles.Simão, furioso, gritou:— Eu vou chamar a polícia! Não vou tolerar essa humilhação!— Humilhação? — Ademir, que até então permaneceu em silêncio, respondeu com um tom repleto de sarcasmo. — Você está se sentindo mais humilhado do que as mulheres que você brincou?Simão ficou atônito. Ele já tinha saído com muitas
Karina riu de raiva, balançando a cabeça: — Eu queria dizer obrigada. Obrigada por me defender. Ademir ficou surpreso, será que ele ouviu errado? De repente, Ademir cobriu o ferimento, sentiu uma dor intensa. — Ademir? — Karina se inclinou, nervosa, colocando a mão em seu abdômen. Ele levantou o olhar para Karina, e seus olhos eram incrivelmente belos, como duas gotas de mercúrio branco, claras e translúcidas, e dentro desses olhos brilhantes, parecia haver pequenos fragmentos de mercúrio negro. Lá dentro, havia apenas Ademir. O coração de Ademir amoleceu. No segundo seguinte, aquela sensação desapareceu. Karina falou de forma severa: — Eu te disse para não fazer esforço! E você ainda vai brigar com os outros! Quer voltar para a sala de cirurgia, é isso? Essa mulher, mudava de atitude mais rápido do que virava uma página. Não tinha acabado de agradecê-lo? Ademir segurou a mão dela: — E por quem você acha que eu briguei? Se está achando ruim, então não se preoc
Karina de repente voltou a si, soltando um grito e cobrindo o rosto, antes de sair correndo do banheiro."Meu Deus! O que foi que eu fiz? Calma, calma, sou médica, só vi um homem, por que me espantar? Isso, exatamente."Karina se forçou a se acalmar, respirando profundamente até conseguir se recompor.Ademir ainda não tinha saído, então ela não teve outra escolha senão esperar por ele. Depois do que acaboude acontecer, Karina não ousava andar por aí ou olhar demais.Ela então percebeu que havia uma caixinha de joias sobre a mesa de apoio, aberta, revelando uma pulseira com diamantes.Karina murmurou baixinho:— Que linda.— Você gostou? — De repente, a voz de Ademir soou.Ademir tinha saído e se aproximava, se sentando à beira da cama.Karina sentiu o rosto esquentar, tomada por uma timidez repentina.— O quê?— Perguntei se você gostou dessa pulseira. — Ademir pegou a pulseira, que Júlio havia acabado de entregar.Por que ele estava perguntando isso para ela?Karina achou estranho, e,
Karina hesitou por menos de um segundo antes de entrar no carro. Quanto ao motivo de Túlio estar na Universidade J, ou se era apropriado ela entrar no carro dele, esses pensamentos tiveram que ser deixados de lado por enquanto.— Obrigada, quero ir para o Cemitério City West.Cemitério City West. Túlio conhecia bem aquele lugar. Nos tempos de juventude, quando estavam apaixonados, ele costumava acompanhar Karina lá para prestar homenagens nos aniversários da morte de Heloísa.No entanto, o que será que a estava deixando tão apressada hoje?Ele não perguntou muito, apenas pressionou o pedal do acelerador:— Certo.Quando chegaram ao destino, o carro mal havia parado e Karina já havia saltado, quase caindo.— Karina! — Túlio rapidamente a segurou. — Cuidado.— Estou bem. — Disse Karina apressadamente. — Obrigada por me trazer, desculpe por ter tomado seu tempo, você pode ir, eu vou me virar.Dizendo isso, ela se virou e começou a correr.Atrás dela, Túlio ficou paralisado. Será que Kari