Capítulo 27
Karina estava concentrada em seu trabalho, olhando apenas para o ferimento, evitando encarar Ademir. Ele não pôde evitar e perguntou primeiro:

— Você está com raiva de mim?

— O quê? — Karina hesitou, sem entender. — Brava? Eu? Com você? Tem certeza?

A voz de Ademir era suave e rouca:

— Melhor que não esteja.

Karina ainda não compreendia, mas também não fez mais perguntas, se inclinando para apertar o dreno do ferimento.

Ademir perguntou:

— Quando esse tubo pode ser removido? É muito incômodo carregar isso.

— Não tão cedo. Simplificando, é necessário drenar toda a sujeira de dentro. Caso contrário, uma infecção na cavidade abdominal seria um grande problema. — Depois de falar, Karina ficou em silêncio novamente.

A atmosfera ficou um pouco fria.

Ademir, com os olhos semiabertos, perguntou:

— Você não tem nada para me dizer?

— O quê?

Karina ficou surpresa e, quando estava prestes a falar, Ademir a interrompeu:

— Não me fale sobre o ferimento.

Karina se assustou, suas longas pestanas treme
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