— Eles disseram que, este ano, as notificações foram enviadas por carta, direto para a sua casa. E quem assinou o recebimento foi a Vitória. — Explicou Patrícia. — Karina, talvez a Vitória tenha sabotado você!Neste momento, o rosto de Karina estava pálido como papel.Ela já havia imaginado a possibilidade de não ser selecionada, mas nunca pensou que seria prejudicada por Vitória!— Karina. — Patrícia olhou para o relógio. — A entrevista começa às dez. Você ainda tem tempo.Isso mesmo!Karina sabia que não podia desistir agora. Precisava recuperar a sua carta de notificação!Sem hesitar, ela foi direto para a Mansão da família Costa.Ela precisava encontrar a carta!— Patrícia, peça uma licença para mim!— Certo, vá logo!Karina não perdeu tempo e correu até a Mansão da família Costa.— Karina... — A empregada abriu a porta.Karina olhou para ela friamente e perguntou:— Onde está a minha carta?Assim que ouviu a pergunta, a empregada ficou visivelmente nervosa. — Eu... Eu não sei...
— O que está acontecendo? — Lucas chegou apressado e viu sua esposa sentada no chão, chorando desesperadamente.— Lucas, olhe para a sua boa filha, ela fez toda essa bagunça!Karina fixava o olhar nela e, de repente, cuspiu diretamente em seu rosto.Eunice ficou paralisada, tocou o rosto e, perdendo o controle, gritou:— Louca! Essa mulher está louca!Vendo a cena, Lucas rapidamente avançou e deu um tapa firme no rosto de Karina, dizendo:— Peça desculpas à Eunice! Como você pôde fazer isso?!Karina virou o rosto, sem sentir qualquer dor, seu coração oscilando entre o gelo e a raiva.De repente, Karina começou a rir alto, arregalando os olhos enquanto encarava o pai.Ela não conseguia parar de rir.Foram eles que destruíram tudo para Karina!Família, estudos, amor!Esse ódio não poderia ser resolvido!Karina não disse nada, secou as lágrimas e guardou cuidadosamente as cartas na bolsa, segurando ela firmemente no colo.— Karina, o que você está levando... — Lucas tentou continuar pergu
Só ela tinha a capacidade, só assim ela e o irmão poderiam viver como seres humanos!— Solte! — Vitória finalmente se soltou dela, se levantando de repente e apontando para ela com escárnio. — É claro que eu sei o que a carta de admissão significa para você! Justamente porque eu sei o que ela significa, eu a rasguei!— O quê?!Os lábios de Karina tremeram:— Repete isso!— Eu disse... — Vitória jogou o cabelo para trás da orelha, falando de forma lenta e venenosa. — Rasguei! Eu rasguei a carta de admissão!Então Vitória soltou uma risada maníaca.— Eu sei que você tem ótimas notas! E daí? Seu futuro foi destruído por mim! Você está destinada a passar o resto da vida sob os meus pés!Karina abriu a boca, mas por muito tempo não conseguiu dizer uma palavra sequer.A Vitória diante dela parecia um demônio!Esse demônio era a prova da traição de seu pai, a mulher que havia tirado seu pai de sua mãe e destruído sua família!Agora, até mesmo seu futuro, Vitória havia arruinado!Era uma boca
Os seguranças avançaram, cercando Karina, e dois deles se prepararam para agir.— Não me toquem! — Karina gritou, segurando o braço ferido, se levantando com dificuldade.— Você não vai fugir! — Nadia se colocou à frente dela, dizendo friamente. — Você agrediu uma pessoa, e as câmeras de segurança capturaram tudo com clareza. Já chamamos a polícia!Se esperava que Karina ficasse apavorada, mas, surpreendentemente, ela não demonstrou nenhuma reação.Com um leve sorriso nos lábios, Karina respondeu:— É mesmo? Tudo bem, então vou esperar a polícia chegar aqui.E, dizendo isso, se sentou calmamente em uma cadeira, completamente serena.Nadia ficou atônita."Ela... Será que enlouqueceu de verdade? Não tem medo?"...Vitória foi levada ao hospital mais próximo.— Não é nada grave. — Disse o médico, balançando a cabeça. — Há um pouco de inchaço na garganta, o que pode afetar a fala por alguns dias. Aplique um medicamento e evite falar por enquanto.Ademir assentiu, seguindo para o quarto ond
Ademir ficou paralisado.Em um momento de impulso, Ademir revirou a bolsa.Lá dentro, tudo era sobre Túlio. Era uma bolsa cheia de cartas de amor!Ademir deu um sorriso frio, empurrando as cartas de volta com força. Ele até lacrou a abertura da bolsa novamente, sem interesse algum em ler aquelas coisas!...Ademir estacionou o carro na frente da casa e viu Karina saindo pela porta. Ele apertou a buzina, tentando lembrar Karina de entrar no carro.No entanto, Karina agiu como se não tivesse ouvido. Nem sequer olhou para Ademir, apenas continuou andando em frente.Ademir franziu a testa, abriu a porta e saiu do carro, gritando:— Karina! Karina!Chamou o nome dela duas vezes, mas Karina não respondeu.Ademir correu atrás dela, segurou seu pulso e perguntou:— Para onde você pensa que vai? Entre no carro, vamos para casa!— Tire suas mãos sujas de mim! Não me toque! — Karina reagiu violentamente, como se Ademir fosse um portador de alguma doença.Ademir franziu as sobrancelhas, incrédulo:
— Karina! — Ademir perdeu completamente o controle de suas expressões ao ver a cena, pegando Karina nos braços. — Vamos para o hospital!A dor era tão intensa que Karina não conseguia recusar a ajuda de Ademir.Desde o início da gravidez, Karina nunca havia se sentido tão mal.Ela até começou a pensar que talvez o bebê já não pudesse mais esperar por sua decisão, e que ele mesmo já havia tomado a sua própria.O pai da criança não sabia de sua existência, e talvez nem estivesse preparado para recebê-la.E a mãe... Era tão frágil.Karina mal conseguia se manter firme na própria vida...Será que, então, o bebê estava se despedindo de sua mãe?De repente, Karina agarrou a camisa de Ademir com tanta força que os músculos de seu pescoço ficaram visíveis, tensos.— Ademir! — Ela chamou o nome dele, desesperada.— Diga.Talvez fosse o efeito da dor, mas Karina sentiu uma suavidade incomum naquele homem, uma gentileza em seu olhar e em sua voz que nunca havia notado antes.— O bebê... — Começou
Karina teve um sonho muito longo.Era um pesadelo após o outro, cada um pior que o anterior.Uma sensação de desespero, como se o ar estivesse se esvaindo, tomou conta dela.Despertou com um grito, coberta de suor frio, sentindo o gelo penetrar cada poro de seu corpo.— Karina.Uma voz masculina e grave chamou suavemente seu nome. Karina, ainda atordoada, pensou que continuava sonhando. No instante seguinte, foi envolvida por um abraço quente.Por alguns segundos, ficou nos braços daquele homem, até que, aos poucos, recobrou seus sentidos.Ergueu a cabeça, os olhos secos, sem qualquer traço da fragilidade que demonstrou na noite anterior.— Karina. — Ademir murmurou em tom baixo. — Como você está se sentindo agora? Algum desconforto?Naturalmente, Ademir ergueu a mão para tocar sua testa, se lembrando de que na noite passada Karina apresentava febre.Contudo, ela rapidamente virou o rosto, se esquivando com precisão do toque de Ademir.Surpreso, ele congelou por um instante, como se ti
No dia seguinte, ao meio-dia, Karina marcou um almoço com Patrícia.Patrícia estava tão furiosa que mal conseguia controlar suas expressões. O garfo em sua mão quase perfurava o prato enquanto ela falava:— Isso é assustador demais! Se não tivesse acontecido com você, eu nem acreditaria que existe uma família tão horrível neste mundo!Karina sorriu com indiferença. Já havia superado a fase mais intensa de sua raiva.A vida precisava seguir.— Ah, e outra coisa. — Karina disse a Patrícia. — Fique sabendo disso, mas não conte ao Simão.Patrícia assentiu.O Sr. Nogueira era conhecido por sua impulsividade e temperamento explosivo. Se soubesse das humilhações que Karina enfrentou, provavelmente sairia por aí brigando.A questão da "garantia de mestrado" já não tinha solução, e não havia necessidade de envolver o Sr. Nogueira em mais confusões por sua causa....Naquela noite, Karina voltou à Mansão da família Barbosa e trabalhou até tarde, antes de finalmente ir dormir.Ela estava correndo