Karina não queria abrir mão do bebê que carregava, e em seu coração, ela ainda tinha esperança de que um dia os três pudessem estar juntos como uma família.O telefone de Ademir não parava de tocar. Ele atendeu, dizendo:— Estou a caminho.Depois de uma breve pausa, acrescentou:— Avise ao Túlio.— Ademir, isso... — Bruno hesitou. Filipe havia comentado que essa era a chance perfeita para Ademir conquistar a gratidão de Karina. O que Ademir estava planejando?Ademir, sem paciência, perguntou:— O que foi, quer que eu repita?— Não, vou avisar o Túlio agora mesmo.Desligando o telefone, Ademir seguiu em direção à parte de trás do haras. No caminho, encontrou Túlio.— Sr. Ademir. — O rosto elegante de Túlio estava repleto de dúvidas. — A ligação que recebi foi de alguém da sua equipe?Ademir assentiu, confirmando a pergunta de Túlio. Ele não disse mais nada e seguiu à frente, caminhando sem explicar muito.Túlio, ainda mais confuso, se perguntou o que Ademir estava fazendo ali. Por que e
Enzo e Bruno estavam bastante confusos. Ademir foi embora assim, sem mais nem menos? Ele não ia esperar Karina para se mostrar um pouco?— Túlio.De repente, Ademir se virou e falou friamente:— Não conte a Karina sobre isso.Dizendo isso, Ademir não olhou para trás mais uma vez e foi embora com passos largos.No entanto, havia um sorriso amargo nos lábios daquele homem.Ela não permitia que Ademir fosse gentil com ela, então não havia necessidade de deixá-la saber disso....— Catarino!Karina recebeu uma ligação e se encontrou com Túlio no meio do caminho. Catarino dormia profundamente nas costas de Túlio.Karina fez uma rápida verificação em Catarino, e quando percebeu que ele estava bem, finalmente relaxou.Ela olhou para Túlio com gratidão e disse:— Túlio, muito obrigada. Dessa vez você realmente teve muito trabalho.Ele gastou tempo e esforço, além de ter que lidar com uma situação inesperada.Túlio abriu a boca, visivelmente em conflito por dentro.Mas, no fim, ele decidiu não
— Eles disseram que, este ano, as notificações foram enviadas por carta, direto para a sua casa. E quem assinou o recebimento foi a Vitória. — Explicou Patrícia. — Karina, talvez a Vitória tenha sabotado você!Neste momento, o rosto de Karina estava pálido como papel.Ela já havia imaginado a possibilidade de não ser selecionada, mas nunca pensou que seria prejudicada por Vitória!— Karina. — Patrícia olhou para o relógio. — A entrevista começa às dez. Você ainda tem tempo.Isso mesmo!Karina sabia que não podia desistir agora. Precisava recuperar a sua carta de notificação!Sem hesitar, ela foi direto para a Mansão da família Costa.Ela precisava encontrar a carta!— Patrícia, peça uma licença para mim!— Certo, vá logo!Karina não perdeu tempo e correu até a Mansão da família Costa.— Karina... — A empregada abriu a porta.Karina olhou para ela friamente e perguntou:— Onde está a minha carta?Assim que ouviu a pergunta, a empregada ficou visivelmente nervosa. — Eu... Eu não sei...
— O que está acontecendo? — Lucas chegou apressado e viu sua esposa sentada no chão, chorando desesperadamente.— Lucas, olhe para a sua boa filha, ela fez toda essa bagunça!Karina fixava o olhar nela e, de repente, cuspiu diretamente em seu rosto.Eunice ficou paralisada, tocou o rosto e, perdendo o controle, gritou:— Louca! Essa mulher está louca!Vendo a cena, Lucas rapidamente avançou e deu um tapa firme no rosto de Karina, dizendo:— Peça desculpas à Eunice! Como você pôde fazer isso?!Karina virou o rosto, sem sentir qualquer dor, seu coração oscilando entre o gelo e a raiva.De repente, Karina começou a rir alto, arregalando os olhos enquanto encarava o pai.Ela não conseguia parar de rir.Foram eles que destruíram tudo para Karina!Família, estudos, amor!Esse ódio não poderia ser resolvido!Karina não disse nada, secou as lágrimas e guardou cuidadosamente as cartas na bolsa, segurando ela firmemente no colo.— Karina, o que você está levando... — Lucas tentou continuar pergu
Só ela tinha a capacidade, só assim ela e o irmão poderiam viver como seres humanos!— Solte! — Vitória finalmente se soltou dela, se levantando de repente e apontando para ela com escárnio. — É claro que eu sei o que a carta de admissão significa para você! Justamente porque eu sei o que ela significa, eu a rasguei!— O quê?!Os lábios de Karina tremeram:— Repete isso!— Eu disse... — Vitória jogou o cabelo para trás da orelha, falando de forma lenta e venenosa. — Rasguei! Eu rasguei a carta de admissão!Então Vitória soltou uma risada maníaca.— Eu sei que você tem ótimas notas! E daí? Seu futuro foi destruído por mim! Você está destinada a passar o resto da vida sob os meus pés!Karina abriu a boca, mas por muito tempo não conseguiu dizer uma palavra sequer.A Vitória diante dela parecia um demônio!Esse demônio era a prova da traição de seu pai, a mulher que havia tirado seu pai de sua mãe e destruído sua família!Agora, até mesmo seu futuro, Vitória havia arruinado!Era uma boca
Os seguranças avançaram, cercando Karina, e dois deles se prepararam para agir.— Não me toquem! — Karina gritou, segurando o braço ferido, se levantando com dificuldade.— Você não vai fugir! — Nadia se colocou à frente dela, dizendo friamente. — Você agrediu uma pessoa, e as câmeras de segurança capturaram tudo com clareza. Já chamamos a polícia!Se esperava que Karina ficasse apavorada, mas, surpreendentemente, ela não demonstrou nenhuma reação.Com um leve sorriso nos lábios, Karina respondeu:— É mesmo? Tudo bem, então vou esperar a polícia chegar aqui.E, dizendo isso, se sentou calmamente em uma cadeira, completamente serena.Nadia ficou atônita."Ela... Será que enlouqueceu de verdade? Não tem medo?"...Vitória foi levada ao hospital mais próximo.— Não é nada grave. — Disse o médico, balançando a cabeça. — Há um pouco de inchaço na garganta, o que pode afetar a fala por alguns dias. Aplique um medicamento e evite falar por enquanto.Ademir assentiu, seguindo para o quarto ond
Ademir ficou paralisado.Em um momento de impulso, Ademir revirou a bolsa.Lá dentro, tudo era sobre Túlio. Era uma bolsa cheia de cartas de amor!Ademir deu um sorriso frio, empurrando as cartas de volta com força. Ele até lacrou a abertura da bolsa novamente, sem interesse algum em ler aquelas coisas!...Ademir estacionou o carro na frente da casa e viu Karina saindo pela porta. Ele apertou a buzina, tentando lembrar Karina de entrar no carro.No entanto, Karina agiu como se não tivesse ouvido. Nem sequer olhou para Ademir, apenas continuou andando em frente.Ademir franziu a testa, abriu a porta e saiu do carro, gritando:— Karina! Karina!Chamou o nome dela duas vezes, mas Karina não respondeu.Ademir correu atrás dela, segurou seu pulso e perguntou:— Para onde você pensa que vai? Entre no carro, vamos para casa!— Tire suas mãos sujas de mim! Não me toque! — Karina reagiu violentamente, como se Ademir fosse um portador de alguma doença.Ademir franziu as sobrancelhas, incrédulo:
— Karina! — Ademir perdeu completamente o controle de suas expressões ao ver a cena, pegando Karina nos braços. — Vamos para o hospital!A dor era tão intensa que Karina não conseguia recusar a ajuda de Ademir.Desde o início da gravidez, Karina nunca havia se sentido tão mal.Ela até começou a pensar que talvez o bebê já não pudesse mais esperar por sua decisão, e que ele mesmo já havia tomado a sua própria.O pai da criança não sabia de sua existência, e talvez nem estivesse preparado para recebê-la.E a mãe... Era tão frágil.Karina mal conseguia se manter firme na própria vida...Será que, então, o bebê estava se despedindo de sua mãe?De repente, Karina agarrou a camisa de Ademir com tanta força que os músculos de seu pescoço ficaram visíveis, tensos.— Ademir! — Ela chamou o nome dele, desesperada.— Diga.Talvez fosse o efeito da dor, mas Karina sentiu uma suavidade incomum naquele homem, uma gentileza em seu olhar e em sua voz que nunca havia notado antes.— O bebê... — Começou