Capítulo 0006

Cap.6: decisão de Morgan.

Morgan ordenou que alguns seguranças buscassem informações no bairro de Hanna. Foi uma busca inútil até interrogarem a última pessoa que viu Hanna; então souberam que ela tinha ido para outro lugar e que estava bem.

Morgan visitou a casa de Hanna acompanhado de sua mãe. Ambos estavam parados em frente àquela ruína, andando por entre o que restava, podendo encontrar até mesmo vestígios do vestido de noiva, documentos e pertences de Hanna.

— Parece que estava tentando matá-la, não acha? — perguntou Abigail.

— Com certeza… — confirmou ele, apreensivo. — Mas isso é muito ruim. Tenho que manter esse casamento por pelo menos três anos, e quase não conseguimos nem por vinte e quatro horas.

— Verdade, querendo ou não, será melhor mantê-la debaixo do nosso nariz, caso contrário, nossa família vai se afundar com ela.

— Mas ainda temos que descobrir onde ela está.

— Você não conseguiu ligar para ela?

— Já liguei, o advogado já ligou, mas ela não atende. — comentou, inquieto. — Não há nada aqui, vamos para casa agora.

Morgan chamou sua mãe, e então seguiram de volta à mansão.

Hanna, por sua vez, acabou não vendo nenhuma das ligações. Seu celular, agora descarregado, não passava de um aparelho inútil. Ela nem mesmo pensou em pedir ajuda ao seu marido; era como se não estivessem casados.

Após andar muito, ela decidiu seguir para um dos únicos lugares que conhecia bem. Como funcionária, ela também tinha uma chave e podia entrar quando quisesse. Hanna tem um emprego de meio turno em uma empresa frigorífica que faz distribuição na cidade; ela cuida do estoque. Ainda assim, não era o tipo de emprego que lhe permitia ganhar o suficiente para atender todas as suas necessidades.

Naquele horário, ainda havia funcionários lá, mas era como se ela não estivesse sendo vista, com tantos apressados indo de um lado para o outro. Ela seguiu até a cantina, onde ficou por muito tempo, até que o local fosse fechado e todos os funcionários fossem embora.

— Como ela pode simplesmente não atender nenhuma das ligações, mesmo com tudo que aconteceu? — resmungou Morgan, já cansado, preso em seu escritório.

— Você tem que descansar; não vai acontecer nada com ela. — sugeriu sua mãe.

— Quem garante? Além disso… o que essa mulher anda fazendo para alguém tentar matá-la? Ou será que foi um incêndio premeditado por ela, apenas para manipular nossa família?

— Não sei… mas ao que parece, ela não estava na casa. Tudo que ela tinha foi perdido ali: documentos, até mesmo o vestido que compramos estava queimado. Não acredito que ela tenha feito isso sem nem mesmo pegar seus documentos. — comentou ela.

— Sim… mas é difícil acreditar que alguém do nosso círculo tenha tentado matar Hanna. — resmungou Morgan.

Enquanto conversavam, Hanna dormiu na cantina sem conseguir um carregador. Então, teve que esperar até amanhecer, quando finalmente conseguiu um carregador emprestado e pôde ver quantas vezes Morgan tinha ligado.

— E nem é apaixonado, imagina se fosse… — resmungou ela, em seguida retornando a ligação.

\ Onde está? — perguntou ele ao atender de imediato, sua voz tensa e cortante.

\ Oi, maridinho! Pensei que não cumpriria suas obrigações como marido. Eu até pensei que não gostava de mim. — Uma pitada de sarcasmo tingia seu tom, um sorriso amargo se formando em seus lábios.

\ Você acabou de perder sua casa e ainda quer fazer piadas, senhora Ortiz? — A frieza em sua voz era como um tapa na cara, trazendo-a de volta à dura realidade.

\ Bom... Faz parte. — O sorriso amargo se intensificou. — Mas se queria saber se estou viva, já tem a resposta.

\ Você já tem onde ficar? — Sua pergunta era direta, quase brusca.

\ Bom... — ela soltou suspiro malicioso. — Estou pensando em ficar na casa de um amigo de trabalho. Ele é muito legal e gentil. — Havia um brilho desafiador em seus olhos.

Morgan suspirou pesadamente, lutando para manter a calma enquanto seus punhos se fechavam em frustração.

\ Como uma mulher casada vai se enfiar na casa de outro homem? — indagou e a fúria mal contida vibrava em sua voz.

\ Eu não tenho para onde ir. E ainda me casei com o pai do meu noivo, que por acaso ainda não me deu notícias sobre meu... meu noivo fugitivo.

\ Ninguém tem notícias de Davis, mas como eu disse, assim que eu encontrá-lo, você estará casada com o homem que foi escolhido para você. — disse ele com a voz firme.

\ Muito bom! Eu vou tomar café agora, manterei contato. — Ela se virou para ir embora, a indiferença em sua voz contrastando com a tempestade que se desenrolava em seu interior.

\ Não! Onde você está? Vou mandar alguns seguranças te buscar. — perguntou ele e a urgência em seu tom era inegável.

\ Senhor Farrugia, não precisa se preocupar. Eu vou ficar bem. Além disso, o trato era apenas o casamento, certo? Já está cumprido, não precisa se preocupar. — Um sorriso irônico se formou nos lábios dela ao dizer isso.

\ Sua casa foi incendiada por causa de coisas que você anda aprontando. Eu não vou correr o risco de deixar você por tudo a perder

\ O que? — A pergunta escapou de seus lábios, carregada de incredulidade. — Quem você acha que eu sou? Aquele incêndio criminoso com certeza foi retaliação por causa do casamento e, pelo visto, era para eu estar morta. E agora quer me levar para onde? — Seus olhos se arregalaram de terror, o medo finalmente tomando conta dela.

\ Não foi ninguém da minha família, eu te garanto. Até porque não ganharíamos nada com isso. Enfim, arrume suas coisas... digo, espera onde você está e mandarei alguém te buscar. — asseverou uma ordem com a voz áspera, mas um tom de preocupação se escondia por trás de suas palavras.

\ Já que não posso ir para a casa de outro homem, não tenho escolha, sendo que não tenho dinheiro.

\ Onde você dormiu essa noite?

\ Em um hotel cinco estrelas. - respondeu com deboche

\ Bom... acredito que a quantia que você pediu foi mais que suficiente., mas o que está fazendo que não pode vir agora?

\ Estou trabalhando meio período em uma empresa frigorífica que faz distribuição, então não posso ir agora.

\ Você não vai mais para esse trabalho após vir para a mansão. Você não precisa dele.

Hanna ficou sem reação, apertando a têmpora e fazendo uma careta.

\ O que está tentando dizer? Além disso, não faz sentido. Você nem quis ver meu rosto quando nos casamos. Como poderemos morar na mesma casa?

\ Nada disso vai mudar. Abra a caixa de e-mail. Eu escrevi algumas restrições e como será sua estadia na mansão Farrugia.

\ E se eu quiser recusar?

\ Você não está em posição de recusar. Afinal, você não tem ninguém e nem uma casa para viver. Abra seu e-mail e leia. São condições boas para ambas as partes. — sugeriu ele com indiferença.

Hanna concordou e encerrou a ligação, sentindo-se em um beco sem saída. Não daria para viver nas condições que estava, mas ao menos ainda tinha um trabalho. Mas isso também já estava para acabar.
Cristina Cristey

ola, a parti de hoje as atualizações serão diárias, espero que gostem da historia, um abraço da c&c

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