Capítulo 0007

Cap.7: os seguranças vão buscar Hanna.

Meio-dia após o expediente, Hanna se sentou na cantina, abrindo o e-mail que Morgan lhe enviara. Uma risada cética acompanhava cada linha que seus olhos percorriam. A suposta tentativa de assassinato a que ele se referia servia apenas como pretexto para uma lista de imposições que visavam, na verdade, atender aos seus próprios interesses.

Hanna moraria na mansão Farrugia, mas não exatamente na mesma casa que os Farrugia. Um anexo, como uma segunda casa separada, era a sua designação. O acesso a essa parte da propriedade se dava por outra porta, completamente independente da entrada principal. Para ver qualquer membro da família, Hanna precisaria sair do anexo, atravessar o jardim até a entrada principal e solicitar autorização.

— O que ele quer? Me manter prisioneira? — questionou-se ela, cética, a cada linha que lia. — ter que continuar escondendo meu rosto... Bom, isso não será ruim. Assim, evitarei que ele crie interesse por mim. — suspirou ela, pensativa, ao se recordar brevemente do rosto de Morgan.

As exigências de Morgan – porque aquilo estava longe de ser algo que beneficiasse Hanna, a proibiam de sair do anexo. Ela teria uma casa grande, uma piscina na parte lateral da mansão, tudo isolado do acesso principal. Era um local onde ela poderia andar sem ser vista. Hanna se perguntava por que tamanha obsessão em não vê-la, a ponto de tomarem uma decisão tão drástica.

— Bom... Se eles não querem me ver, será assim. Até que esse casamento acabe, vou me manter longe dele e de todas aquelas pessoas...

Continuando a leitura, chegou à última linha, que informava que a família Farrugia arcaria com os custos de seus tratamentos médicos, devido à sua doença crônica.

— Ah... Entendi. — sorriu ela com ironia. — Talvez eu possa usar isso ao meu favor. — suspirou pensativa, ajeitando o boné na cabeça e puxando-o ainda mais para baixo, cobrindo seu rosto.

— Hanna? — chamou um jovem rapaz, aproximando-se com uma bandeja com o almoço. — Está falando sozinha? Parece que está bem irritada.

— Não! — sorriu falsamente Hanna, apagando a tela do celular.

— Vi no noticiário o caso da casa incendiada. Ninguém daqui sabe, mas sei que aquela casa é a sua.

— Raios... — sussurrou ela ao se lembrar de ter deixado Murilo levá-la para casa há uma semana.

— Você tem para onde ir? — perguntou ele, tentando encontrar seu olhar, mas ela permanecia de cabeça baixa.

— Eu... sim! — confirmou com a voz baixa e apertada.

Murilo hesitou, correndo o olhar ao redor da cantina. Ele era superior de Hanna, com apenas vinte e sete anos, um rapaz de cabelo castanho e aparência gentil. Era alguém em que ela sempre confiava por estar sempre cuidando dela.

— Como pode ser? Mais que todos aqui, sei tudo que você está passando. Eu sei que é um pouco inadequado, mas na minha casa tem um quarto extra. Além disso, minha irmã mora comigo, então se quiser se mudar...

De repente, a voz de Murilo sumiu quando Hanna estendeu a mão esquerda, revelando a aliança.

— Como vê... — suspirou ela, engolindo em seco ao perceber o semblante confuso do rapaz. — Eu me casei e não posso. Apesar do que aconteceu, agora tenho alguém com quem posso contar.

— Ah... Quando você se casou? — perguntou ele, confuso.

— Ontem. — Contou ela com desânimo.

Em seguida, Murilo sorriu.

— Hanna, se queria me rejeitar, poderia apenas dizer que não gosta de mim, não precisa mentir. — Ele retrucou ofendido.

— Mas... Eu não estou te rejeitando, estou contando a verdade! Tenho para onde ir!

— Olha... — murmurou ele, se levantando. Em seguida, deu de cara com dois seguranças altos e fortes que se aproximaram deles.

— Hanna Ortiz, seu marido Farrugia solicita que você siga imediatamente para a mansão Farrugia. — Avisou um deles de forma mecânica, sem a encarar.

Hanna se levantou sem reação, enquanto todos a encaravam. Murilo petrificou enquanto ela enrubescia, sem saber onde enfiar a cara.

— Você se casou com um Farrugia? — perguntou ele, cético.

— Bom... é o que dizem... — murmurou ela, sem saber onde enfiar a cara, ela sabia que todos na cidade sabiam quem era essa família.

Não teve outra opção se não sair dali a passos largos, até abandonar aquela empresa.

O carro já a esperava em frente à saída. Assim que seguiram viagem, passaram em frente a uma farmácia.

— Podem parar aqui, por favor? — pediu ela, sentada no banco dos fundos, mas eles pareciam não estar a ouvindo. — Eu preciso comprar alguns remédios, caso contrário eu posso ter uma erupção cutânea agressiva que pode até mesmo sujar vocês e sabe... é muito desagradável quando começar a cheirar mal. — Contou, fazendo cara de nojo. Imediatamente, eles pararam.
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