- Claudia, não se preocupe, amanhã eu irei te buscar.Claudia sabia que certamente teria que encontrar Antônio, e segurou a mão de Francisca:- Francisca, não se preocupe comigo, afinal, eu só vou ficar aqui de graça por sete dias, eu não tenho medo. Fique tranquila.Depois que Francisca saiu, ela entrou no táxi e, ao abrir o celular, viu o tweet que Catarina havia postado na internet. Algumas palavras se destacavam: [Os bons se revelam!]Ah, que Os bons se revelavam!Francisca apertou o celular, suas mãos tremiam. A ponta dos dedos ficou pálida com a pressão. Ela decidiu ir para a empresa primeiro, mas, ao perguntar à secretária, soube que Antônio havia contratado um diretor executivo e estava em casa descansando.Antônio descansando? Era a primeira vez que ela ouvia isso.Francisca teve que pegar outro táxi para a mansão Oasis. Durante o trajeto até a mansão Oasis, ficou claro que a segurança já sabia que ela estava chegando e não ofereceu resistência. A imensa mansão estava excepci
Quando Francisca recobrou os sentidos, o homem no chão já estava em silêncio. Ela se aproximou apressadamente, tocou sua testa e sentiu que estava ainda mais quente.Francisca se levantou para pegar a caixa de remédios sobressalente. A caixa ainda estava no mesmo lugar, mas os medicamentos dentro dela estavam vencidos, e Antônio não havia providenciado mais nenhum.Ela teve que pegar alguns cubos de gelo na geladeira, envolvê-los em um pano e usá-los para baixar a temperatura dele.Em seguida, ela encomendou alguns remédios pela internet.No início, Antônio se recusou a abrir a boca para tomar o remédio. Sem alternativa, Francisca teve que adicionar um pouco de mel aos medicamentos e forçá-lo a engolir.Ninguém poderia imaginar que o temido Antônio, que dominava o mundo exterior, na verdade gostava de coisas doces.Francisca pretendia levá-lo de volta ao sofá, mas ele era pesado demais, e ela não tinha força suficiente, então teve que deixá-lo deitado no chão.Ela diminuiu o ar condici
Francisca ficou surpresa. Ela ainda não tinha processado a situação quando Antônio se sentou novamente no sofá, olhando para ela:- Estou me sentindo mal, fique aqui e cuide de mim.- Se eu cuidar de você, você vai deixar minha amiga em paz? - Perguntou Francisca.Antônio emitiu um som de aprovação, com sua voz rouca e magnética:- Sim.Francisca concordou. Afinal, ela também precisava se aproximar de Antônio, e isso se encaixava bem em seus planos.Antônio se recostou no sofá, com uma leve dor no estômago. Ele não tinha comido nada desde que saiu do país na noite passada até agora.- Francisca, você não esqueceu como cozinhar, certo? Estou com fome.- Posso pedir comida para você. - Disse Francisca, tirando o celular do bolso.Ela estava prestes a fazer o pedido, Antônio franziu a testa e a interrompeu:- Eu quero comer algo que você tenha cozinhado.- Se eu cozinhar, vai levar pelo menos uma ou duas horas.- Eu posso esperar.Os olhos profundos de Antônio se fixaram intensamente no r
Antônio já não tinha mais vontade de comer. Como ele nunca percebeu o quão astuta Francisca podia ser?O céu lá fora estava gradualmente escurecendo, e após um trovão abafado, um relâmpago cortou o ar.Francisca olhou para o celular e viu que já eram oito da noite. Normalmente, nesse horário, ela ligaria para Helena e verificaria como estava Breno.Uma figura alta bloqueou a luz à sua frente, e Antônio, sem que ela percebesse, estava de pé atrás dela.- O que você está olhando? - Perguntou Antônio.Francisca rapidamente guardou o celular e se virou para encará-lo. A expressão de Antônio havia melhorado um pouco, mas seus olhos ainda estavam afiados.- Você já está satisfeito? Posso ir embora agora?- Tão ansiosa para ir embora. Será que Henrique entrou em contato com você? - Perguntou Antônio, sem pressa.Francisca sentiu que ele estava insinuando algo:- O que você quer dizer?Ele estava falando de forma estranha hoje, sempre mencionando Henrique. E justo nesse momento, o celular de F
- Você acha divertido me enganar? Foi assim que o Henrique te ensinou? - Antônio perguntou, com os olhos vermelhos, palavra por palavra.Lá fora, a chuva caía forte, e Francisca ouvia o som do trovão, ecoando com estrondo.Ela não fingia mais ter perdido a memória:- Eu só queria deixar o passado para trás e recomeçar minha vida.Antônio riu, apertando firmemente o pulso dela, se aproximando:- Deixar o passado para trás é como uma falsa morte? E você já pensou nos meus sentimentos?A outra mão de Antônio encontrou o lado do rosto dela, notando que ela tremia.- Você tem medo de mim? - Perguntou Antônio.Francisca mordia os lábios com força, até sentir o gosto de sangue na boca, antes de falar:- Antônio, eu te peço, devolva meu filho.- Ele não é seu, ele é filho meu e do Henrique. Eu te imploro, devolva-o para nós.Ouvindo Francisca dizer com seus próprios ouvidos que o filho não era seu.Uma linha esticada na mente de Antônio se rompeu:- Se eu não me engano, você e ele começaram a
Não apenas por causa do casamento forjado pela Família Oliveira. Havia também o fato de Francisca ter fingido a própria morte! E o tempo que ela passou vivendo com Henrique no exterior por tantos anos!Francisca tinha uma expressão de sofrimento em seu rosto:- Você sabe muito bem que isso não tem nada a ver comigo.- Mas você é uma das beneficiadas, não é?A voz de Antônio estava tingida de raiva contida.Antônio estava irritado porque Francisca apenas parecia pensar que ela lhe devia algo por causa do casamento forjado.Ela não mencionava nada sobre a farsa da morte nem sobre Henrique e a criança.Francisca continuava em silêncio.Depois de um longo e silencioso intervalo, Antônio foi sozinho até a varanda e acendeu outro cigarro.No frio vento, ele tossia incessantemente, seus olhos já estavam vermelhos e um pouco quentes. Ele não sabia por que tinha escolhido deixar Francisca daquela maneira. Talvez fosse por não aceitar. Não aceitar que ele a procurou por quatro ou cinco anos e el
Francisca não aguentou mais e largou os talheres com força.- Já estou satisfeita. - Disse ela enquanto se levantava para sair.Antônio finalmente percebeu que ela estava chateada. Ele se levantou e a alcançou, segurando firmemente o pulso de Francisca.- Por que está chateada?Francisca puxou a própria mão:- Não estou chateada, Sr. Antônio. Você está certo. Minha amiga e eu não somos boas o suficiente nos estudos, caso contrário, não teríamos permitido que sua pessoa fosse levada para a delegacia e ficasse detida por um dia.Ela disse que não estava chateada, mas estava claramente irritada.Antônio, sem saber o que fazer, abaixou a guarda e explicou:- Eu não sabia que a advogada mencionada pela Catarina era sua amiga.Francisca apenas ouvia em silêncio. Foi a primeira vez que Antônio não sabia o que fazer, então ele tentou acalmá-la:- Diga-me, como posso compensar o ocorrido e pedir desculpas a ela?Francisca não esperava que ele dissesse isso. Antes que pudesse responder, ouviram
- Desculpe. - Disse Guilherme. Guilherme sempre soube se manter na linha, e o motivo pelo qual ele lembrou Antônio dessa vez foi para evitar que ele se arrependesse no futuro.Durante esses quatro ou cinco anos em que Francisca desapareceu, Antônio mudou, e Guilherme era quem sabia disso com mais clareza.Antônio também não o culpou. Após vê-lo sair, ele voltou para o quarto.Nesse momento, Francisca recebeu uma ligação de Claudia, dizendo que havia sido libertada na noite passada.- Francisca, você foi procurar Antônio? - Perguntou Claudia, sentindo algo errado, já que tentou ligar para Francisca ontem à noite e ninguém atendeu.- Sim, eu contei a ele sobre isso ontem.Francisca não escondeu.- Então ele te causou algum problema?Claudia estava um pouco preocupada.- Não. - Francisca viu Antônio voltar e acrescentou. - Vamos conversar mais tarde.Francisca desligou o telefone. Antônio entrou na sala:- Quem ligou?- Claudia. - Francisca se levantou e olhou para Antônio. - E o Fábio?