Breno acabara de sair da escola, e o motorista estava um pouco mais atrasado do que o habitual. Flávio tagarelava ao lado dele:- Você sempre é buscado pelo motorista, né?- E o que mais eu faria? - Respondeu Breno sem expressão.Flávio se vangloriou. - As pessoas que me buscam todos os dias são todos mais velhos da família Pareira. - O bisavô disse que queria que eu sentisse o amor de toda a família. - Disse ele, abaixando a voz, cheio de mistério. - Sabe quem veio me buscar hoje? - Perguntou Flávio.- Quem?Breno não estava interessado, mas seguiu o jogo, pois sabia que, se não o fizesse, Flávio não pararia.- Foi a vovó Sílvia. - Flávio anunciou, cheio de orgulho.Breno não deu muita importância. Sílvia não era a avó de Flávio de verdade, então por que ele deveria ficar feliz?Enquanto ponderava, o carro deles chegou. Era um carro de luxo, bem chamativo, e Sílvia saiu dele com um vestido elegante e saltos altos. Embora tivesse mais de cinquenta anos, ela ainda exalava charme em cada
Claudia tinha a intenção de assustar Breno, mas acabou recuando diante da expressão perplexa dele.- Bem, eu sei disso. Já estou tentando brincar com as outras crianças. - Respondeu Breno, tirando seu laptop e continuando seus estudos. Ele não tinha tido tempo para ler um livro há muito tempo, pois passava a maior parte do tempo brincando com blocos na creche.Claudia deu uma olhada e viu apenas símbolos estranhos na tela, completamente incapaz de entender. Realmente, algumas pessoas são mais habilidosas do que outras. O esforço desse garotinho era tão notável que Claudia não podia ficar para trás. Quando voltou para casa, ela imediatamente retomou a leitura de seus livros de direito, se preparando para enfrentar Catarina em uma batalha judicial.De repente, a porta do escritório foi batida. Breno estava parado do lado de fora.Claudia ficou curiosa:- O que foi?- Tia Claudia, tenho algo bom para te dar. - Disse Breno. Ele pegou emprestado o laptop de Claudia e começou a digitar rapi
Antônio sentiu um aperto no peito de repente. Ele largou os documentos que segurava e ordenou a Guilherme: - Contrate um CEO.Guilherme ficou atordoado:- Sr. Antônio, o que isso significa?- Eu preciso descansar por um tempo. - Respondeu Antônio. - Não há nada de urgente, não precisa me dar relatórios.Contratar um CEO em uma grande empresa era algo comum. No entanto, Guilherme ficou surpreso. Desde que Antônio alcançou essa posição, ele sempre fez tudo sozinho, sem dar a si mesmo a chance de descansar em prol de sua carreira. Mas agora, ele estava disposto a delegar suas responsabilidades.Guilherme demorou um pouco para se recuperar:- Sim, eu vou começar a procurar alguém.Assim que Guilherme saiu, Antônio examinou os documentos diante dele repetidas vezes, e sua mente estava cheia de pensamentos sobre Francisca. Ele se sentiu especialmente frustrado.“Todos esses anos, trabalhando duro dia e noite para ganhar dinheiro, para compensar o prejuízo causado pela Família Oliveira. Não
Antônio odiava essas atividades de propaganda e falsa representação. Seu instinto era recusar, mas as palavras saíram de sua boca:- Tudo bem.- Então eu vou me preparar primeiro. - Disse Francisca enquanto se virava para sair. Antes que ela chegasse à porta, ouviu a voz rouca e grave de Antônio vindo de trás.- Se você vai ver as crianças, acho melhor se vestir um pouco mais adequadamente.Francisca ficou momentaneamente perplexa. Ela abaixou a cabeça e percebeu que dois botões da sua blusa estavam desabotoados. Estava muito quente, e ela havia desfeito os botões no escritório, mas esqueceu de fechá-los novamente. Francisca apressadamente saiu do escritório e foi ao banheiro para abotoar sua blusa. Quando saiu do banheiro, seu rosto já estava vermelho como um tomate. Enquanto caminhava com a cabeça baixa, ela esbarrou em alguém.- Desculpe. - Disse Francisca.Quando Francisca levantou a cabeça, viu o rosto de Marcelo. Ela estremeceu instintivamente e deu um passo para trás, mantendo u
Antônio lançou um olhar profundo para Marcelo:- Não precisa, eu já prometi a ela.Uma ponta de desapontamento passou pelos olhos de Marcelo, e ele não conseguiu evitar perguntar: - Mas você não é o que menos gosta de aparecer nesse tipo de evento?Antônio percebeu sua aflição e respondeu indiferente:- Tudo tem exceção!Marcelo não ficou muito tempo ali e saiu. Ao chegar ao corredor externo, viu Francisca rindo e conversando com as pessoas da empresa. Aquela expressão de felicidade era algo que ele nunca tinha visto antes.O assistente se aproximou de Marcelo e disse:- Jovem mestre, o Sr. Fernando está chamando você de volta.- Entendi....À tarde, na escola especial para pessoas com deficiência.Francisca entrou na nova sala de música e se sentou diante do piano, ensinando as crianças com deficiência a tocar.Antônio estava do lado de fora, cercado por seguranças. Era a primeira vez que ele via Francisca tocar piano, e o som claro e suave das teclas lembrava um riacho calmo, refre
- Eu comi a comida que você fez por três anos, não me importo desta vez. - Respondeu Antônio.Francisca sorriu e, após a chegada dos ingredientes, foi para a cozinha preparar a refeição. Na verdade, ela não sabia cozinhar antes, aprendeu aos poucos depois de se casar com Antônio. No entanto, Antônio nunca mostrou gratidão, sempre achou que era algo natural, assim como agora.Antônio se sentou na sala, mas seu olhar permanecia fixo em Francisca, como se nunca se cansasse de olhar para ela.Francisca trouxe prato após prato para a mesa, acrescentando algo especial no salmão com molho, o prato favorito de Antônio.Os dois se sentaram frente a frente. Antônio já fazia muito tempo desde a última vez que ele jantou com ela, ele nem mesmo tocou nos talheres.Francisca usou o garfo para colocar um grande pedaço de peixe no prato dele:- Você disse que não se importa. - Disse ela.Ao ouvir isso, Antônio pegou os talheres e, calmamente, comeu o peixe do prato.Francisca o observava, se sentindo
Francisca continuou:- Todas as garotas amam estar bonitas. Talvez a antiga eu fosse muito humilde e escondesse minhas preferências.Antônio ouviu isso e se sentiu sufocado.- Você quer dizer que, no passado, você fazia tudo isso por minha causa?Francisca ergueu a cabeça e encontrou seu olhar:- Eu disse que não me lembro, mas posso te dizer claramente que eu gosto de me maquiar, de usar roupas bonitas e joias de ouro e prata.No passado, Francisca usava roupas cinzentas e não se maquiava porque tinha medo de deixar Antônio irritado. Sua família havia enganado Antônio, e ela não queria provocá-lo ainda mais com sua aparência vistosa. Houve uma vez em que Francisca usou um vestido vermelho e cantarolou enquanto regava as plantas do lado de fora, e ele a zombou.Naquele momento, ele ironizou:- Família Oliveira realmente sabe como enganar as pessoas. Você ainda consegue se vestir bem e rir à toa.Desde então, em casa, Francisca não se permitia ficar feliz, rir ou se vestir bem. Antônio
No final, Francisca teve que desistir. Talvez depois de tanto esforço, ela estava especialmente exausta e acabou adormecendo.No dia seguinte. Raios de sol brilhavam em seu rosto.Antônio nunca havia dormido tão bem. Ele abriu os olhos e olhou para Francisca, encolhida em seus braços. Seus olhos frios, que antes eram gelados, agora estavam excepcionalmente suaves.A temperatura dentro da casa estava fria e, vendo-a tremendo, Antônio levantou a mão para pegar uma peça de roupa e cobri-la. Nesse momento, Francisca abriu os olhos. Ao ver os olhos gentis de Antônio, ela soltou: - Antônio.Antônio ficou surpreso. Francisca recuperou a consciência e imediatamente rolou para fora de seus braços, caindo pesadamente no chão.Ela soltou um gemido de dor. Antônio observou seu movimento desesperado e a ajudou a se levantar: - O que você me chamou?- O quê?Francisca decidiu fingir inocência. Antônio, vendo-a assim, não insistiu mais.Ele se levantou e lançou um comentário sarcástico:- Srta. Fra