Com milhões de visualizações, e só nesta transmissão, as doações ultrapassaram incríveis oitenta milhões. Uma única live, e já são oitenta milhões em doações...Breno se despediu dos espectadores pelo chat antes de encerrar a transmissão.Marcelo ainda não tinha ideia de que também havia aparecido nas notícias, e que sua imagem havia surgido na live anterior de Breno. Ele deu um tapinha no ombro de Breno, que estava entretido com seu smartwatch:— Menos tempo nos eletrônicos, não faz bem para os olhos.— Tá bom. — Respondeu Breno.Breno desligou o relógio prontamente. Marcelo ficou surpreso com a obediência repentina do garoto.Quando chegou em casa, Claudia perguntou:— Breno, você está bem?Breno balançou a cabeça, negando. Marcelo, curioso, perguntou:— Como você soube que algo aconteceu com ele?— Estava nos tópicos de tendência da live, você não sabia? Você também virou assunto. — Explicou Claudia, mostrando o celular para Marcelo.Ao pegar o celular, Marcelo finalmente entendeu o
— Então eu pergunto para ele? — Brincou Francisca.— Claro! Seria incrível se ele topasse participar de uma live com a gente. Estou pensando em mudar o nome da conta para A Tia Bonita do Breno.O nome anterior, A mãe de Breno, era para manter o anonimato, mas agora não havia mais necessidade de se esconder. Como Francisca já tinha aparecido na tela, agora era a vez de Claudia. Breno concordava; afinal, aquele canal era mais para a desocupada da Claudia se divertir.— Simão certamente não vai aceitar. Francisca sabia disso sem precisar perguntar.— Tudo bem. — Claudia respondeu, um pouco desanimada. — Francisca, você não vai ficar brava se criarmos esse canal, né?— Claro que não. Mas vocês precisam tomar cuidado com a segurança online e não divulgar informações demais.Francisca não era do tipo que impedia o crescimento dos jovens e amigos. Ela acreditava que devia apoiar as coisas que eles quisessem fazer.Claudia assentiu:— Pode deixar.Depois de desligar, Francisca começou a se pe
Antônio realmente não queria continuar a guerra fria com Francisca, mas sentia-se traído e enganado por tanto tempo.— E se for? Você tem medo? — Perguntou Antônio.Francisca ficou surpresa, claramente não esperava que Antônio perguntasse isso. Se fosse o temperamento antigo dele, ao fazer essa pergunta, já teria feito algo a respeito.Ela apertou as mãos, nervosa:— Se eu disser que tenho medo, você me deixaria em paz?Antônio apertou o braço dela sem responder. Esse silêncio fez o coração de Francisca acelerar de nervosismo. Por fim, ele a soltou, levantou-se, e sua figura imponente quase bloqueou toda a luz à sua frente.Foi então que Francisca conseguiu respirar um pouco mais aliviada, percebendo que Antônio estava apenas a intimidando. Mesmo sem enxergar, ainda conseguia ser tão irritante.Os olhos de Francisca se encheram de lágrimas. Vendo que ele ia embora, pegou um banquinho e colocou à sua frente.Antônio, inevitavelmente, esbarrou e franziu a testa:— Francisca!— Você que v
Liliane, depois de enviar as mensagens, bloqueou as duas. Ela era especialista em se desfazer de aliados quando não precisava mais deles. No entanto, esqueceu que as duas mães ainda estavam no grupo de mães da escola.Já eram dez horas da noite quando o celular de Francisca começou a vibrar sem parar. Curiosa, ela o pegou e viu que o grupo estava uma loucura com tantas mensagens.Vanessa dizia:[— Pessoal, não caiam na conversa da Liliane! Ela nos garantiu que, se afastássemos a Sra. Francisca, não nos deixaria na mão. Agora, olha o que aconteceu. Ela nos chamou de idiotas e disse que a responsabilidade é nossa! Antes, prometeu que assumiria tudo.]Vitória também se manifestou: [Liliane, você é nojenta! Por sua culpa, meu marido me largou!]Francisca passou rapidamente pelas mensagens, todos criticando Liliane. Provavelmente, Liliane estava ocupada e não viu as mensagens a tempo, por isso ainda não tinha expulsado as duas do grupo.Os outros, por outro lado, preferiram assistir à conf
Francisca decidiu que primeiro iria se arrumar, tomar o café da manhã e depois pensaria em como encontrar os documentos. Quando desceu, viu que Antônio não tinha ido trabalhar e estava sentado na sala de estar.— Não vai trabalhar hoje? — Perguntou Francisca.— Não.Antônio já havia organizado a maior parte dos assuntos da empresa, não havia nada urgente para tratar.Francisca pensou que, de fato, a empresa dele ainda era pequena e não havia muito a fazer. Mesmo assim, ele ainda a ameaçava...Ela foi para a cozinha preparar algo simples para comer, mas encontrou a mesa cheia de refeições nutritivas. Com um chef e uma empregada em casa, tudo ficava mais fácil. Como seu apetite aumentara, Francisca agora comia por dois. Quando terminou de comer, levantou-se devagar, segurando o ventre que começava a se avolumar, mas antes que pudesse arrumar a mesa, Antônio entrou:— Vai descansar, a empregada cuida disso depois.— Não tem problema, posso me mexer um pouco.— Se quer se mexer, saia para
Desde que Cristina ficou noiva de Admir, eles não falavam mais sobre casamento. Admir, ao ouvir seu irmão mencionar a palavra casamento, lançou um olhar para Francisca. Ao ver que ela estava com uma expressão serena, ele disse lentamente:— Sim, vou organizar tudo.Ao terminar, Admir soltou a mão que Cristina segurava e disse:— Não vamos atrapalhar mais, irmão.Depois que ele saiu, Francisca voltou a si.Antônio abaixou a voz e apertou a mão dela:— Ficou chateada?Francisca estava um pouco confusa:— Do que você está falando?Foi então que percebeu que Antônio estava segurando sua mão com força.— Solte minha mão.Antônio não soltou:— Já está brava?Francisca se inclinou para mordê-lo. Antônio, já acostumado, não afrouxou o aperto, mas o movimento chamou a atenção das enfermeiras e dos pacientes que passavam, lançando olhares curiosos para o casal.Francisca ficou envergonhada. Não teve escolha senão se afastar, endireitar-se e tentar ignorar a situação. Na verdade, ela estava surpr
Embora Antônio lembrasse claramente o caminho, ele não conseguia ver, então certamente esbarraria em alguém ao caminhar. Ele não gostava de tatear o caminho nem de usar bengala. Na porta do hospital, havia muitos carros estacionados, e o motorista demorou para chegar. Antônio ficou parado ali por um bom tempo, e naquele momento, ele aprendeu uma lição valiosa: nunca deixou Francisca ou qualquer grávida irritada.Era a primeira vez que o motorista via Antônio tão sem saída. Ele não esperava que a senhora tivesse deixado Antônio, que estava cego, na porta do hospital. E se algo acontecesse a ele, o que fariam?— Senhor, o senhor está bem? — Perguntou motorista.Ele correu até Antônio. Vendo que o motorista finalmente havia chegado, Antônio, que já estava impaciente, surpreendentemente não se irritou:— Da próxima vez, seja mais rápido.— Desculpe, é que estava difícil encontrar um lugar para estacionar aqui fora.Antônio não o culpou mais. O motorista respirou aliviado e começou a guiá-l
Francisca observou o motorista sair indignado, ponderando se havia realmente exagerado. Afinal, deixar Antônio, que era cego, sozinho não foi muito gentil da parte dela. Ela largou o regador e entrou na sala de estar, onde Antônio estava sentado no sofá, com os olhos fechados, como se estivesse refletindo sobre alguma injustiça.Francisca se aproximou, prestes a falar algo, quando notou os documentos espalhados à frente de Antônio, todos relacionados aos ativos do antigo Grupo Oliveira. Ela ficou parada ali, atordoada.Antônio, sem abrir os olhos, disse calmamente:— O que você pediu está aí. Verifique se não falta nada.Ao ouvir isso, Francisca olhou para os papéis sobre a mesa e lembrou-se do que o motorista havia mencionado sobre Antônio ter esperado por meia hora na porta do hospital. Sentiu-se profundamente culpada:— Desculpe-me.Antônio pensou que ela estava se desculpando por ter saído com a criança, mas ficou surpreso ao ouvi-la continuar:— Não deveria ter deixado você sozinh