Claudia e Breno acompanharam Francisca depois de entregar as flores para Helena.O carro de Admir era grande, cabendo os quatro confortavelmente, com muito espaço sobrando. Claudia já tinha andado em muitos carros luxuosos, especialmente ultimamente, acompanhando Breno, mas era a primeira vez que via um carro equipado com tantos equipamentos médicos e até mesmo um médico. Se algo acontecesse, parecia que poderiam fazer uma cirurgia ali mesmo no carro.Admir os deixou na porta de casa e depois de se despedir de Francisca, mandou o motorista voltar. Claudia ficou ao lado de Francisca e perguntou:- E Antônio?- Eu mandei ele voltar com Fábio. - Respondeu Francisca.- Ah, entendi. - Claudia observou as roupas molhadas de Francisca e não pôde deixar de comentar. - Ele simplesmente foi embora assim, sem nem te proteger com um guarda-chuva.Como melhor amiga, Claudia, era claro, queria que Francisca encontrasse um homem que a tratasse bem.- Eu queria ficar sozinha um pouco, vamos, está frio
Antes, quando Antônio não tinha sofrido o acidente, Francisca partia em segredo. Agora que ele não podia ver, Francisca ousou dizer-lhe cara a cara que queria ir embora. Era que ela pensava que ele ficou cego e não era mais capaz de enfrentá-la, de agir contra ela?Francisca não percebeu a estranheza de Antônio, seus olhos baixos:- Não tínhamos combinado? Você também prometeu se divorciar de mim, eu não quero mais ficar com você.Antônio apertou com mais força.Francisca gemeu de dor:- Ai.Antônio soltou imediatamente um pouco:- Eu não concordo.- Eu posso te compensar, pagar suas dívidas, ajudar a pagar parte do que você deve, como uma compensação pelo acidente de carro. - Continuou Francisca.Afinal, quando sofreu o acidente de carro, Antônio se colocou na frente dela, evitando que ela se machucasse. Antônio entendeu pela primeira vez a sensação de ter o coração partido, e agora está vivendo isso novamente.- Quem precisa dessa compensação?Antônio aumentou o tom de voz, quase per
Em Cidade C. A situação causada por Gabriela na cidade estava fora de controle, mesmo com todo o dinheiro do mundo, não seria resolvida de imediato. E pela primeira vez, ela sentiu medo.Após o retorno de Francisca, ela foi ao presídio para vê-la. Gabriela, que costumava ser radiante, agora estava pálida.- Francisca, e Helena?Gabriela perguntou imediatamente ao ver Francisca. Mesmo que Helena tinha dito que Gabriela era inocente nesse caso, Francisca a odiava profundamente.- Ela morreu, você a matou.Francisca não sentia mais nenhuma compaixão por ela. Helena a colocou na prisão com tanto esforço, não deixaria Gabriela sair.- Foi ela quem me incriminou, eu não a matei de verdade. - Explicou Gabriela.Francisca olhou friamente para ela:- Quem arriscaria a própria vida para incriminá-la?Gabriela, vendo que Francisca não acreditava, ficou furiosa e apertou os punhos:- Como eu poderia saber o que deu nela, ela não tem medo de morrer, me prejudicou!Ao ouvir isso, Francisca sentiu um
Fábio, depois de terminar seu tratamento no hospital, estava descansando quando sentiu alguém observando-o secretamente do lado de fora. Ele olhou pela janela, mas não viu ninguém por perto:- Que estranho.A intuição de Fábio nunca o decepcionou, então ele fingiu estar dormindo, fechando os olhos. Após algum tempo, abriu os olhos novamente e viu um homem agachado, segurando uma câmera, correndo apressadamente entre os arbustos do lado de fora da janela.Fábio semicerrou os olhos, parecia muito com Antônio quando estava pensativo.- Maldito, me filmando secretamente. - Disse Fábio.Enquanto Fábio dizia isso em voz alta, em sua mente ele se perguntava quem poderia estar espionando-o. Nesse momento distraído, Francisca bateu na porta do quarto:- Querido, está descansado? Vamos para casa.Fábio assentiu repetidamente:- Sim.Ele se levantou da cama, vestiu suas roupas e seguiu Francisca para sair do hospital.- Mãe, aquela mulher má foi presa e não vai mais voltar, certo?A mulher má men
No último andar do Hotel Spring, uma mulher elegante e sofisticada estava de pé no terraço, observando toda a Cidade C. Ela segurava um cigarro, cuja fumaça se dissipava no ar. Seus olhos profundos deixavam seu pensamento enigmático.Bateram à porta.A mulher apagou o cigarro em suas mãos e disse:- Entre.Cristina abriu cuidadosamente a porta e entrou.- Mãe.Lara virou-se e seus olhos penetrantes suavizaram:- Venha aqui.Cristina se aproximou. Lara levantou a mão e começou a arrumar suavemente as roupas dela:- Como tem sido para você ultimamente?Ela estava ocupada demais, passando a maior parte do tempo no exterior cuidando de projetos. Desta vez, ela veio porque ouviu falar que Gabriela havia cometido um assassinato e queria ver como Cristina estava. Cristina, diante dela, parecia uma garota imatura.- Mãe, estou indo muito mal.Os olhos de Lara mudaram:- Quem ousa te intimidar? Admir?Lara apertou os punhos. Como esse tolo do Admir achava que, por ter assumido o poder, poderia
O carro parou a apenas um centímetro de distância de Francisca. Seus olhos se contraíram, mas ela permaneceu calma.Havia câmeras de segurança aqui, e ela não acreditava que Lara realmente ousaria fazer algo tão descarado contra ela.Lara olhou para a mulher bonita e tranquila à sua frente e, se não fosse por sua filha, poderia até sentir um pouco de piedade por ela.- Você realmente quer se opor à minha filha? - Perguntou Lara.Francisca respondeu honestamente:- Eu não tenho nenhum relacionamento com Admir, nem agora, nem no futuro.Ela já havia decidido ficar com Antônio, como poderia aceitar Admir? Além disso, mesmo que ela não estivesse com Antônio, ela não ficaria com Admir, afinal, ela ainda tinha outros filhos.- É melhor ser assim. - Disse Lara, dando ordens ao motorista. O motorista começou a dirigir novamente. No caminho, Lara olhou pelo retrovisor para Francisca e acendeu um cigarro. Ela não tinha certeza se Francisca estava falando a verdade ou apenas mentindo.Lara ligou
- O que você ouviu?Sílvia estava especialmente preocupada quando se tratava de assuntos relacionados ao filho.Cristina disse de propósito:- Nada demais, provavelmente é mentira. Admir não é esse tipo de pessoa.Quanto mais ela dizia isso, mais Sílvia queria saber o que era:- Não tente esconder, me conte logo.Então, Cristina começou a falar lentamente:- Ouvi dizer que a cunhada Francisca já teve uma queda por Admir e eles tiveram um relacionamento.Essas palavras foram como um raio que atingiu Cristina em cheio. Ela já não gostava de Francisca e agora ficou furiosa ao saber que Francisca tinha alguma conexão com Admir.- Essa mulher nunca terá paz. - Disse Sílvia friamente.Cristina segurou a mão de Sílvia:- Tia, não fique brava. Na verdade, eu não acredito que Admir teve um relacionamento com ela, estou apenas preocupada...- Preocupada com o quê?- Preocupada... com a possibilidade de Francisca tentar roubar Admir. - Cristina estava cheia de preocupação. - Eu não queria mencion
Francisca acordou deitada nos braços de Antônio. Ela olhou ao redor e não viu Fábio, uma expressão de confusão se formou em seus olhos. Um movimento sutil fez Antônio despertar também, ele imediatamente a puxou para mais perto.- Acordou?- E o Fábio? - Perguntou Francisca.- Ontem achei o lugar muito apertado, então o levei para dormir no quarto de hóspedes. - Antônio respondeu sem demonstrar qualquer alteração.Francisca olhou para a cama grande, com mais de dois metros de largura. Onde estava apertado? Ela se preparou para se levantar.Antônio envolveu sua cintura com um braço forte e apertou ainda mais:- Dorme mais um pouco.Francisca estava vestida apenas com uma camisola leve, os dois estavam muito próximos e podiam sentir o calor um do outro.- Não, não consigo dormir.Ela tentou afastar a mão de Antônio. Ele segurou sua mão firmemente.- Seja obediente.Antônio sussurrou no ouvido de Francisca. A voz masculina sedutora e a respiração quente fizeram Francisca estremecer involun