Cristina se levantou para ir junto, mas foi impedida por Admir:- Cristina, espere por mim aqui.Sua voz era gentil e, diante de Sílvia, Cristina não pôde recusar. Por dentro, Cristina estava insatisfeita. Afinal, ela logo se tornaria sua noiva e deveria ser a primeira a ser acompanhada. Quando Admir saiu, ela apertou com força a palma da mão.Lá fora, na escuridão da noite, a nevasca era intensa. Francisca pensou que Admir a levaria apenas até a porta e não recusou. Segurando a aba do casaco de Antônio, ela começou a caminhar, sem entender por que sua visão começou a ficar embaçada, nem conseguia enxergar claramente o caminho. Ela beliscou a própria mão para se manter lúcida.Antônio sabia que Admir os seguia e segurou firmemente a mão de Francisca, que estava quente.Francisca imediatamente ficou desperta e tentou puxar a mão, mas Antônio a segurou ainda mais forte e disse a Admir atrás deles:- Chega, se tiver tempo, é melhor focarmos em administrar bem a empresa.Admir parou de rep
No carro. Francisca sentia-se muito desconfortável, o médico disse que uma taça pequena de vinho não faria mal, mas hoje ela estava se sentindo especialmente mal, sonolenta e quente.- Antônio, para onde estamos indo, estou enjoada de carro.- Apoie-se em mim e durma um pouco, assim você não ficará enjoada.Antônio acalmou-a em voz suave.Francisca encostou-se no ombro dele e fechou os olhos. Estavam muito próximos, Antônio podia sentir o suave aroma que ela exalava. Ele reprimiu a agitação em seu coração.Finalmente, o carro chegou ao hospital. Antônio carregou Francisca diretamente para a sala de recepção privada.Após um exame completo, felizmente, o que foi adicionado à bebida não causou danos ao corpo dela. Assim que o efeito do medicamento passasse, estaria tudo bem. Marcelo chegou apressadamente ao quarto: - Antônio, o que aconteceu?Nesse momento, Francisca já estava adormecida. Depois de fazer um gesto para ele ficar quieto, Antônio levou Marcelo para fora do quarto.- Antôni
Cristina exibia um olhar altivo:- Afinal, minha madrasta é sua própria mãe biológica.Ao ouvir isso, Francisca respondeu diretamente:- Se você quer ser a Senhora da Família de Pareira, naturalmente deve me chamar de cunhada.Cristina engasgou. Não sabia porquê, mas desde que viu Admir acompanhando Francisca de volta na noite anterior, um instinto feminino a fez sentir aversão por Francisca.- Ainda prefiro te chamar de irmã, afinal, eu ainda não me casei. - Cristina concluiu e se aproximou. - Irmãzinha, hoje vou precisar que você me acompanhe para comprar as coisas necessárias para o noivado.Se não fosse por Admir, Francisca nem sequer consideraria lidar com ela:- Espere dez minutos.Após dizer isso, Francisca deixou Cristina sozinha na sala de estar e foi se arrumar.Cristina olhou ao redor. A Família de Pareira era realmente a maior de Cidade C. A residência de Antônio, embora discreta, exalava luxo em todos os cantos. Em comparação, o lugar onde Admir morava era muito mais simpl
Gabriela ficou pálida de repente, pensando se Francisca descobriu algo. Francisca continuou:- Por que minha própria filha biológica é inferior a uma enteada? Se você me odeia tanto, por que me trouxe ao mundo?Gabriela relaxou um pouco, soltando um sorriso sarcástico:- Se não fosse pelo seu pai, eu nunca teria te querido, o seu nascimento foi um erro!Francisca já ouviu essa resposta inúmeras vezes, pensava que já não se importava mais, mas seu coração ainda doía inexplicavelmente. Talvez ela realmente desejasse ter o amor materno como qualquer outra pessoa.Francisca olhou indiferente para Gabriela:- Se eu pudesse escolher, eu também não gostaria de ser sua filha.Dito isso, ela se afastou rapidamente.Gabriela observou as costas de Francisca se afastando e apertou silenciosamente as mãos. Nesse momento, Cristina se aproximou:- Mãe, o que vocês estavam conversando?Gabriela recobrou o sentido, seus olhos não mostravam indiferença em relação a Francisca, apenas ternura:- Nada impo
Francisca apoiou Admir de volta ao lugar onde ele morava antes de ir embora. Ela só voltou depois disso. Assim que entrou na sala, sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo. Em um dia tão frio, o aquecedor sequer estava ligado.Francisca enrolou seu casaco mais apertado ao redor de si e entrou. Lá, ela viu Antônio sentado sozinho no sofá, com um rosto bonito, mas frio como gelo. Desde que ele perdeu a memória, Francisca raramente o via assim.- Por que não ligou o aquecedor? Você não sente frio? - Perguntou Francisca.Antônio olhou para ela ao ouvir sua voz:- Com tanta raiva, como poderia sentir frio?Sua voz irônica deixou Francisca ainda mais confusa:- O que quer dizer? O que quer dizer com tanta raiva?Antônio não podia acreditar que, mesmo agora, Francisca ainda estava fingindo. Ela realmente achava que ele era cego!Sem perder tempo com palavras, ele simplesmente tirou um maço de fotos e jogou na direção dela. As fotos se espalharam pelo chão, mostrando Francisca e Admir abra
Na manhã seguinte, a empregada da casa vi Antônio dormindo no sofá pela primeira vez. Ao ouvir o barulho, Antônio abriu os olhos imediatamente:- Francisca.- Mestre Antônio, sou eu. A senhora ainda não acordou. - Respondeu a empregada.Antônio franziu a testa:- Entendi. Vocês podem sair, nos próximos dias não preciso de vocês aqui sem minhas ordens.Ele estava acostumado a viver em Cidade Sambo e não gostava de ter muitos empregados.- Sim.A empregada saiu cuidadosamente e fechou a porta. Antônio, depois de acordar com o barulho, perdeu o sono e esperou Francisca se levantar. Desde que Francisca engravidou, ela dormia profundamente e acordava tarde todos os dias.Porque passou a tarde de ontem acompanhando Cristina na escolha de algumas coisas, quando acordou hoje já era dez horas da manhã. Depois de se arrumar, ela desceu as escadas e sentiu o aroma da comida.Francisca não viu Antônio, mas enquanto caminhava em direção à cozinha, viu ele atrapalhadamente ocupado perto do fogão.An
Tânia fazia um relatório para Francisca sobre o estado atual dos negócios da empresa:- Chefe, com essa tendência, em breve estaremos ganhando uma fortuna. Quando você vai voltar? Ahri veio me procurar recentemente, dizendo que quer te encontrar, pedindo para você escrever mais uma música para ele.Ahri era um ídolo pop internacionalmente famoso, mestiço e extremamente bonito. Tânia nunca conseguia recusar seus pedidos.- Vou esperar mais um tempo. - Respondeu Francisca.Tânia ficou um pouco decepcionada:- Tudo bem, vou dizer a ele quando chegar a hora.- Sim. - Murmurou Francisca.Após a conversa com Tânia, Francisca colocou o celular de lado. Na verdade, a maioria dos negócios da empresa no exterior eram administrados por Tânia. Francisca só precisava ter uma ideia geral.A casa estava muito silenciosa, então Francisca ligou a televisão e seus olhos se fixaram em uma notícia de entretenimento. Na tela, Catarina, que não era vista há muito tempo, estava sentada em frente à câmera, pe
A sala ficou em silêncio novamente, ninguém deu atenção a ele. Marcelo não se importou com o constrangimento e continuou:- Cunhada, diga-me o que você quer comprar, eu irei comprar para você agora mesmo.Tão prestativo, não se sabia o que esse cara estava pensando.Francisca sentiu que Marcelo não tinha boas intenções:- Não precisa, eu tenho dinheiro suficiente para comprar.Marcelo ficou um pouco envergonhado e perguntou novamente:- Antônio, precisa de algo?Antônio não respondeu, em vez disso, perguntou:- Você precisa de algo?Marcelo sentiu-se um pouco constrangido dessa vez, mas não ficou com raiva:- Não é nada, não posso vir aqui para me divertir com vocês?Ontem, Sílvia pediu a Francisca para ir ajudar a decorar o local do noivado hoje. Francisca disse isso para os dois e saiu.Assim que Francisca saiu, Antônio ficou ainda mais irritado com Marcelo:- Se você não tem nada para fazer, vá embora.- Antônio, você está me deixando muito triste, não vai nem me oferecer uma xícara