Antônio falou sem pressa.Francisca sentiu seus olhos se estreitarem. Ela sempre soube que Henrique tinha uma posição complicada no exterior, mas nunca soube exatamente o que ele fazia. Muitas vezes, ela percebia que ele sofria ferimentos graves.- Fazer algo que prejudica os outros e a si mesmo não parece ser o seu estilo.Francisca fingiu estar calma.A imponente figura de Antônio bloqueou o caminho de Francisca.- Parece que você me conhece bem, não é? Como você sabe que eu não me beneficio?Seu pescoço se contraiu enquanto falava.Francisca manteve seu olhar firme nele:- Gastar mais dinheiro para fazer negócios não lucrativos, isso não é se prejudicar?Antônio soltou um riso frio:- Você está errada. Eu nunca faço negócios que não sejam lucrativos. No meu atual posto, eu sei que há certos negócios que não são apenas pelo dinheiro.“Ele oprimiu repetidamente os empreendimentos de Henrique no país nos últimos anos, tornando suas empresas cada vez mais difíceis de operar. Mas afinal,
Francisca não esperava que o amor que dedicou a ele por tantos anos fosse descrito com apenas duas palavras baratas. Ela se sentiu profundamente desvalorizada.- Sim, agora eu sinto que não vale a pena. - Respondeu Francisca.As veias na testa de Antônio pulsaram, seus olhos ficaram vermelhos, e ele pressionou sua cabeça contra o peito. Francisca sentiu-se sufocando.Ela respirou pesadamente. No entanto, Antônio não estava disposto a soltá-la, esperando que ela se desculpasse. Mas Francisca era obstinada, e se ela decidisse algo, não voltaria atrás, assim como quando ela se apaixonava por alguém.Agora, ela havia decidido algo e não se desculparia facilmente.Francisca já não estava bem de saúde, e com essa situação, sua respiração gradualmente enfraqueceu.Antônio percebeu e rapidamente a soltou, mas antes que ela pudesse recuperar o fôlego, ele a beijou novamente.Os olhos de Francisca tremeram ligeiramente, sua mente ficou em branco. À medida que ela lentamente recuperava a consciên
Henrique também notou Francisca logo atrás de Antônio e lançou-lhe um olhar reconfortante, em seguida estendeu a mão para Antônio.- Sr. Antônio, prazer em conhecê-lo. - Cumprimentou Henrique.Sem a tensão imaginada, entre eles havia uma excepcional gentileza.Antônio apertou sua mão e depois olhou para Francisca, apresentando-a:- Esta é minha esposa, Francisca.Durante a cerimônia de posse, Antônio envolveu a cintura de Francisca com um braço. Francisca queria afastar sua mão, mas ele apertou ainda mais, se recusando a soltar, mesmo que ela arranhasse suas costas até sangrar. Seu rosto permanecia tranquilo.Henrique observava tudo em silêncio, sem demonstrar qualquer surpresa:- Não precisa apresentar, Francisca e eu somos amigos de infância. Eu a conheço melhor do que o Sr. Antônio.Francisca. Ele a chamou de um jeito tão familiar. Ele a conhecia melhor do que ela mesma?Antônio olhou sombriamente para trás e encarou Francisca.- Querida, como é que nunca me contou sobre esse amigo
Guilherme queria dizer que, por enquanto, Francisca estava tranquila. Mas se as coisas continuassem assim, haveria um dia em que Antônio estaria exausto e, nesse momento, eles realmente não poderiam estar juntos.Francisca não era boba e percebia o que ele queria dizer nas entrelinhas.- Guilherme, você tem uma namorada? Ou melhor, você é casado?Os olhos estreitos de Guilherme, atrás dos seus óculos dourados, brilharam ligeiramente:- Eu tenho uma noiva.Quando ele mencionava a noiva, ele se sentia um pouco impotente. Embora eles se conhecessem através de um encontro arranjado e estivessem namorando, aquela mulher era muito imatura e ficava frequentemente de mau humor. Ele a havia deixado esperando por causa do trabalho, e ela estava se recusando a se casar. Para ela, o casamento era apenas uma brincadeira.- Bem, ela deve gostar muito de você, não é?Guilherme, assim como seu chefe Antônio, não se preocupava com os sentimentos dos outros e era frio com as pessoas. Se sua noiva não go
No restaurante privado RoyalSabor.Henrique pediu ao chef para preparar os pratos favoritos de Francisca.- Você emagreceu ultimamente, coma um pouco mais. - Disse Henrique.- Ah é.Francisca segurava o garfo e a faca, olhando para a mesa cheia de comida requintada, mas sem apetite.- A propósito, sobre o que vocês conversaram hoje?Ela não conseguiu resistir a perguntar.Henrique serviu um pedaço de comida para ela:- Nada demais, apenas assuntos de trabalho.- E o Antônio está te incomodando?Francisca perguntou insistente.Henrique parou por um momento com o garfo e a faca, olhando para ela com um sorriso malicioso: - Eu não sou uma garotinha, como ele poderia me incomodar?Ele estava brincando novamente. Francisca percebeu que, do lado de fora, Henrique era chamado de senhor por todos ao seu redor, sempre sério e comprometido. Mas na frente dela, em pouco tempo, ele começava a fazer piadas, às vezes agindo como uma criança.- Estou falando sério. Se ele te incomodar, você precisa
Antônio ergueu a mão e estendeu-a:- Tão desarrumada assim, parece que vocês não estavam apenas jantando, não é?Aquela frase ressoou na mente de Francisca como um trovão. O que ele queria dizer com não estavam apenas jantando?Ela se esquivou do seu toque:- Somente pessoas com mentes sujas pensariam assim.A mão de Antônio congelou no ar. Seus olhos se estreitaram friamente:- O quê? Sujo? Agora quem está aqui, na minha frente, sujo é você!Como ele não poderia entender por que Francisca estava nessa situação? Ele apenas queria que ela explicasse! Se não quisesse explicar, tudo bem, mas por que ele precisava ser xingado?- Se eu sou tão sujo assim, então por que você ainda está aqui? Vá embora e não suje seus olhos.Antônio ficou cada vez mais irritado e a segurou firmemente em seus braços, de forma zombeteira.- Você acha que, se você se vestir assim hoje, ele não vai notar as marcas em você?Francisca olhou para ele incrédula, depois baixou o olhar para si mesma. Ela estava tão apr
Foi só ele ter visto, não foi?- Você se importa tanto com ele? Tem medo de ficar brava quando ele te vir chorando? - Disse Antônio.Antônio sentiu um aperto na garganta.Francisca não respondeu. Ela nem mesmo sabia por que estava chorando.Antônio nunca se importava quando Francisca chorava antes, mas agora, quando ela chorava, ele se sentia completamente perdido.- Não chore mais. - Antônio disse em voz baixa, e suavemente beijou a testa, a ponta do nariz, as bochechas de Francisca.Um tremor percorreu os olhos de Francisca quando ela tentou empurrá-lo, mas não conseguiu. Nesse momento, ouviu-se uma batida na porta.- Srta. Francisca, suas roupas foram entregues. - Disse o garçom do lado de fora.Antônio imediatamente parou e se encostou ao lado do ouvido de Francisca, respirando pesadamente. Francisca rapidamente enxugou as lágrimas do rosto e o encarou furiosamente.Antônio se afastou para que ela pudesse abrir a porta e pegar as roupas. Francisca abriu um pouco a porta, pegou as r
Romário conhecia muito bem a verdadeira face de algumas celebridades do mundo do entretenimento. Como amigo de Henrique, ele sentiu a necessidade de aconselhá-lo.Henrique acabou de perceber que se confundiu:- Não é a Catarina.Romário ficou confuso:- Se não é ela, então quem é?Romário só sabia das especulações envolvendo Catarina e Antônio.- É a Francisca.Francisca...Romário pensou por um momento e logo se lembrou dessa pessoa. Ele ficou ainda mais chocado: - Você quer roubar a esposa do Antônio?Se fosse para roubar a Catarina, seria compreensível, afinal eles ainda não estavam casados. Mas Francisca... Romário ponderou cuidadosamente e lembrou da mulher. Ela era a filha mais nova da família Oliveira, mas também era surda, o que era considerado uma imperfeição para a alta sociedade. Ela foi a única mulher que fez Antônio tropeçar.Dizem que eles se casaram, mas o irmão e a mãe de Francisca levaram embora o dote e o enxoval dela. No final, Antônio não conseguiu nada e se tornou