Francisca olhou para o cheque diante dela e sentiu um especial senso de ironia.- Seu filho me disse para pagar a dívida antes de poder partir. E agora você está me oferecendo dinheiro para sair. Não sei o que fazer.- O que você quer dizer com isso? - Você deveria perguntar ao seu filho.Sílvia pensou por um momento, não continuou a questionar, e decidiu apelar para os sentimentos.- Francisca, você está casada com Antônio há mais de três anos e nem sequer lhe deu um filho. Você sabe como as pessoas o veem lá fora? Espero que você considere os outros, não seja egoísta.Egoísta.Francisca se ironizou interiormente, quem era realmente egoísta? Quando não tinha filhos, por que ela não pensou em perguntar ao próprio filho dela?- Eu já disse, você deveria falar com Antônio, não é que eu não queira partir. - Afirmou Francisca.Sílvia não esperava essa atitude dela, se aproximou de Francisca e disse:- Essa é a forma como você fala com os mais velhos?Ela terminou a frase, levantou a mão p
Sílvia não desconfiou da criança e se aproximou de Breno, se agachando:- Você lembra onde mora? Posso te levar de volta?A gentileza de Sílvia surpreendeu Breno. Embora sua mãe nunca tivesse mencionado a avó, ele já havia investigado.Sílvia era uma mulher forte. Após se casar com seu avô, ela cuidou sozinha do filho, já que seu avô não se envolvia com os assuntos da Família de Pareira, e nunca mostrou um sorriso em público.Enquanto Breno estava perplexo, Sílvia continuou:- Se você lembrar do telefone do seu pai ou da sua mãe, posso ligar para eles.Breno se recuperou e fez uma reverência:- Obrigado, você poderia me levar até o ponto de ônibus na avenida principal? Eu sei como pegar o ônibus de volta.O comportamento educado e inteligente de Breno fez Sílvia gostar ainda mais dele. Ela suspirou, se apenas Antônio tivesse ouvido-a, seu neto estaria tão grande agora.- Certo, entre no carro, vou te levar até o ponto de ônibus.Afinal, ela era a avó de sangue de Breno, e ele não estav
Antônio levantou o olhar em direção a Francisca.- O que ela veio fazer aqui?Francisca entregou a Antônio um cheque em branco que Sílvia havia dado a ela.- Dê-me o cheque, deixe-me partir.Antônio olhou para o cheque e perguntou:- Você concordou?Bastava preencher um valor no cheque e ela pagaria imediatamente a dívida.Francisca balançou a cabeça:- Não, já que eu fiz um acordo com você, é claro que não vou pegar esse dinheiro.Se ela fosse embora agora, como poderia estar grávida de trigêmeos? E como poderia salvar Fábio?Francisca entregou o cheque a ele: - Devolvo a você.Antônio pegou o cheque, deu apenas uma olhada e o jogou na lixeira. Seu olhar então caiu sobre o rosto de Francisca, marcado pelas alergias, e seus olhos estavam profundos.- Sua escolha está correta, mesmo que você preencha um valor nesse cheque, eu não o honrarei.Ele queria acabar com qualquer esperança de saída que Francisca pudesse ter!Ao ouvir isso, Francisca apertou um pouco mais a mão que segurava na
Antônio puxou Catarina para o lado.- Antônio, obrigada. - Agradeceu Catarina, olhando com satisfação para Francisca. Catarina estava um pouco arrependida de ter escolhido se casar com Antônio, percebendo que teria sido melhor não tê-lo escolhido. Se não se casasse com ele, poderia impor qualquer condição e ele geralmente concordaria.Ela se sentiu sortuda por ter sido ela mesma que a pessoa fingiu salvar Sílvia no passado...Francisca percebeu o orgulho de Catarina e ficou indiferente.A mansão Oásis era grande, com muitos quartos, e Catarina escolheu um quarto próximo ao quarto principal, deixando claro o seu significado.Enquanto Catarina arrumava seu quarto, Francisca se preparava para retornar ao seu quarto.Antônio estava sentado na sala e a chamou.- Venha aqui.Francisca não sabia o que ele queria, então foi até ele e perguntou: - O que foi?Antônio observava sua expressão. Ele sempre lembrava que, depois do casamento, Francisca havia dito que a mansão Oásis seria o lar deles
Catarina não conseguia acreditar:- Francisca, você não costumava ser assim.Francisca costumava ser tão orgulhosa, como poderia agora medir Antônio pelo dinheiro?Francisca a questionou em resposta:- O lugar de esposa de Antônio não vale dez bilhões?Catarina riu e disse:- Você realmente mudou. Eu me lembro de quando estudávamos juntas na universidade, você disse que nunca disputaria um homem comigo. Mas agora não só está disputando, como também quer que eu pague dez bilhões em troca.O vilão sempre inicia a batalha, Catarina era mestre nisso.Francisca zombou com desprezo nos olhos:- Todo mundo sabe que não fui eu que roubei Antônio, foi Antônio que não te quis, órfã.O belo rosto de Catarina se contorceu completamente.- Chega! Você tem certeza de que só quer dinheiro?Francisca assentiu com a cabeça e continuou:- Ao pedir dinheiro a você, espero que não conte a Antônio. Se você contar, nosso acordo será anulado e eu vou continuar a me intrometer na vida de Antônio. Você nunca s
Catarina recebeu a mensagem de Francisca e um sorriso malicioso se formou em seus lábios. Ela imediatamente enviou uma mensagem para Antônio.[Antônio, não sei que tipo de relação você tem com Francisca agora, mas essa mulher é muito astuta. Se não acredita, encontre-me hoje à noite às 10 horas no Café Rua Julius.]Catarina planejava expor Francisca na frente de Antônio.Francisca ainda não tinha conhecimento dessa conspiração. Depois de se arrumar, ela viu Antônio sentado no sofá da sala de estar, olhando para o celular.Ao ouvir os passos, Antônio apagou a mensagem enviada por Catarina e olhou para Francisca.- Vamos tomar café da manhã fora.Francisca ficou um pouco confusa. Ela tinha visto o café da manhã preparado na sala de jantar. Mas sem pensar muito, ela seguiu Antônio para sair e comer.O restaurante tinha uma seleção requintada de itens de café da manhã.Francisca não se conteve e escolheu algumas coisas que gostava e começou a comer.Antônio a observava atentamente:- Você
Francisca só podia observar de longe o mar de peônias cor-de-rosa nos jardins externos.- Não acredito que elas ainda estão lá. - Sussurrou ela para si mesma.Seguindo o olhar dela, Simão também viu as lindas peônias, realmente uma visão encantadora. A mansão parecia simples, mas exalava vida em todos os cantos, mostrando o quão dedicado foi o antigo dono na construção.- O que é isso?Ele perguntou involuntariamente.- Minha casa em Cidade C quando eu era criança. - Respondeu Francisca.Infelizmente, agora ela nem sequer tinha permissão para entrar.- Vamos embora. - Disse Francisca, desviando o olhar.O veículo partiu lentamente.Francisca não viu um homem escondido nos arbustos próximos. Ele estava um pouco desgrenhado e permaneceu escondido ali o tempo todo.Depois de dar uma volta pela cidade, Francisca pediu a Simão que a levasse de volta para a mansão Oásis.Em seguida, ela foi para a sala de música, tocando piano e escrevendo partituras.O segurança relatou todos os movimentos
No café.Francisca se levantou e se aproximou de Catarina. Em seguida, sussurrou baixinho em seu ouvido:- Você disse que eu mudei, não é? Como é que ainda acha que posso ser enganada como antes? Eu te digo, eu sabia todas as suas artimanhas baixas antes, só não me importava em confrontar você! Da próxima vez, por favor, use métodos mais astutos!Catarina ouviu as palavras de Francisca e seu rosto, que inspirava compaixão, ficou assustadoramente sombrio.Francisca saiu diretamente do café e, quando chegou lá fora, viu que o carro que deveria estar estacionado de acordo com as instruções de Simão havia desaparecido. Ela suspirou aliviada.De repente, ela sentiu que o Antônio de agora era realmente diferente do jovem que ela costumava amar. Aquele jovem não tinha tantas preocupações, ele cuidava bem dela e nunca duvidaria dela...Francisca, distraída, entrou no carro e foi embora.Catarina saiu logo depois e, ao dar alguns passos, um homem agarrou sua mão e a levou para um lugar discreto