Tatiana levantou a mão, interrompendo Carolina antes que ela começasse a expressar sua indignação, e disse:

- E não se apresse em se explicar, eu tenho provas.

Os dois marginais que estavam jogando cartas com ela pegaram seus celulares e colocaram um vídeo e uma gravação de áudio na mesa de centro.

No vídeo, mostrava Tatiana entrando no quarto e logo em seguida sendo trancada por alguém do lado de fora assim que ela acendia a luz. Em seguida, mostrava ela tentando girar a maçaneta, mas sem conseguir abrir a porta. O vídeo era curto, apenas trinta segundos, mas era o suficiente para provar que Tatiana foi trancada naquele quarto por alguém, e não estava lá por vontade própria, como Carolina havia afirmado.

Carolina negou veementemente:

- Irmã, eu não sei por que alguém te trancou aqui! Eu também não pude subir com você, e hoje havia tanta gente vindo, uma mistura de todo tipo de pessoas, até mesmo esses marginais conseguiram entrar...

Suas palavras jogaram a culpa novamente em Tatiana.

Embora fosse verdade que ela estava trancada, ninguém sabia quem a havia trancado e por qual motivo. Além disso, os dois marginais estavam jogando cartas com ela no quarto, e ninguém sabia quem os trouxe. E se fosse uma consequência de suas próprias ações?

Tatiana sorriu:

- Por que você está com tanta pressa? As provas ainda não foram apresentadas por completo.

No outro celular, havia uma gravação de áudio. Assim que as palavras foram ouvidas, o rosto de Carolina mudou completamente.

"- Aqui estão trezentos mil. De acordo com as suas regras, trouxe dinheiro em espécie. Mais trinta mil serão entregues depois que o trabalho estiver concluído. Eu quero comprar a reputação de uma mulher, basta que esta noite..."

- Não reproduza isso! - Carolina entrou em histeria, gritando enquanto corria em direção ao celular e o quebrava!

Mas aquela parte do áudio já havia sido ouvida por todos. Querendo ou não, todos ouviram o suficiente.

Então, ela chegou afirmando com tanta certeza que Tatiana havia perdido sua inocência porque tudo era um plano de sua autoria. Não era de admirar que ela tivesse trazido tantas pessoas para acompanhá-la apenas para procurar uma pessoa que tinha subido para trocar de roupa.

Seiscentos mil.

Para lidar com uma irmã que acabou de voltar ao país e não tinha laços de sangue, era difícil dizer se era generosidade ou mesquinhez.

Tatiana olhou para o celular quebrado e falou com uma voz indiferente:

- Desapontada? Os marginais que você contratou, coincidentemente, eu os conheço. São exatamente aquelas escórias que você despreza, os pobres desfavorecidos. Você não me fez passar vergonha na frente de tantas pessoas importantes, não é frustrante para você?

- Cale a boca! - Carolina explodiu completamente, como quando ela foi diagnosticada com transtorno bipolar anos atrás, ela estava furiosa e enlouquecida. – Sim, estou frustrada! Por que você tem o direito de ocupar minha identidade por tantos anos? Você é a escória, a mais baixa das classes, o que te dá o direito de desfrutar de tudo da família Garrote? Por que você voltou? Você roubou tudo de mim, você é uma ladra!

Vitória se aproximou ansiosamente e abraçou Carolina, chorando junto com ela:

- Foi culpa da mãe, culpa minha por não ter cuidado direito de você desde o seu nascimento e ter te perdido! É culpa da mãe, Carol, não culpe outras pessoas...

De repente, as pessoas que antes desprezavam Carolina por usar táticas sujas começaram a consolá-la com compaixão, até mesmo sentindo pena dela:

- Se ela não tivesse sido trocada, seria a herdeira da família Garrote. Como poderia estar sofrendo lá fora?

- E quanto a Tatiana, ela nem foi violada, está aqui parada e bem. Por que ela está sendo tão cruel?

Cruel.

Tatiana captou essa palavra com perspicácia.

Ela se levantou do sofá, seu rosto era o mesmo, mas agora parecia absolutamente imponente!

Ela abaixou os olhos e olhou para a mãe e filha abraçadas, olhando de cima para elas com um olhar de superioridade e dizendo:

- E se eu exigir um pedido de desculpas de qualquer forma?