- O quê?Claramente, Guilherme também não tinha intenção de repetir o que disse, já que ele se apoiou novamente na parede de pedra e se sentou em seu lugar. A pressão em sua ferida fez com que ele mudasse a expressão, e ele fechou os olhos, suportando a dor por um bom tempo antes de conseguir se aliviar.Tatiana na verdade tinha ouvido o que ele disse, só não tinha entendido o significado das palavras dele naquele momento.Agora ela entendia, ele estava aguentando a dor e se forçando a sair porque ela estava demorando, então ele decidiu sair à sua procura.Um sorriso zombeteiro surgiu em seus lábios e Tatiana provocou:- Eu digo, seu louco, você não estaria preocupado que eu encontrasse algum perigo lá fora, e por isso saiu à minha procura, estaria?- Como assim? - Rebateu Guilherme.Quando ele finalmente abriu os olhos, seu corpo de repente ficou rígido.O suor frio em sua testa foi suavizado por uma brisa fria, e a irritação e frustração que sentia foram aliviadas pela umidade da com
Após um longo silêncio, ela soltou um riso de desprezo.- Você é tão tolo que chega a ser ingênuo.Guilherme inclinou a cabeça e um sorriso surgiu em seu rosto pálido. Uma gota de água escorreu lentamente pela sua testa.- Acho que sua descrição sobre mim está bastante precisa, mas você não acha estúpido falar assim com um louco?Ela realmente pensou em negociar com um louco desenfreado, em convencer ele a ser uma boa pessoa.Que ridículo.- Dito dessa forma, parece que eu realmente sou um pouco tola. Mas ainda quero perguntar ao Sr. Borges. - Tatiana imitou o jeito dele. - Sr. Borges, o que estava pensando quando salvou minha vida?Se ele fosse verdadeiramente frio e cruel, ele não teria a salvado.De certa forma, ele também era um pouco ridículo.Guilherme riu suavemente e disse:- Você já disse que sou um louco, e loucos fazem o que bem entendem, sem pensar demais.- Certo, você tem um ponto. - Concordou Tatiana, acenando com a cabeça. - Então, posso entender que naquele momento, o
- Isso foi o que você disse, eu não disse nada.Tatiana sorriu para ele, baixou os olhos para a pequena faca em suas mãos e testou a lâmina da faca. Sob a luz do fogo, a adaga brilhava com um frio sinistro, que também fazia o sorriso no rosto de Tatiana parecer um tanto sombrio.- Você disse que eu sou a "Virgem Maria", eu só expliquei o termo. Mas foi você quem disse, não confunda suas memórias.- Isso faz alguma diferença? - Perguntou Guilherme, respirando pesadamente e confuso.Tatiana manteve o sorriso.- Claro que faz diferença.Ela segurou a adaga e lentamente a moveu em direção à ferida de Guilherme, passando no ar acima dela, assustando ele ao ponto de eriçar os cabelos de sua nuca.- Eu estava disposta a voltar e salvar você por causa do último vestígio de humanidade em você, não quero ver você morrer nas montanhas, mas isso não significa que eu acredite que um libertino que se redime vale seu peso em ouro. Gosto muito de uma frase que as pessoas dizem na internet, que os mau
Cidade R, cais do rio.Um lugar que, em dias comuns, era um burburinho constante de carga e descarga, naquele momento estava assustadoramente silencioso, sem uma única alma à vista, o que dava um ar sinistro ao ambiente.No fundo do armazém, um feixe de luz ofuscante brilhava sobre as cabeças das pessoas reunidas ali, iluminando os líderes do cais, agora cercados no centro.Neste momento, eles estavam sentados em cadeiras, com as mãos e pés amarrados aos encostos, completamente imobilizados.Um deles lentamente abriu os olhos e foi momentaneamente cegado pela luz intensa.Quando sua visão se ajustou, viu vários homens de terno. Ele reconheceu seus rostos apenas de televisão e jornais.Lorenzo do Grupo Borges de Cidade R, Leopoldo do Grupo MRC de Cidade B, Eduardo da Empresa de Entretenimento Starpulse e o ator Elio Murilo...Qualquer um daqueles nomes era influente por si só. "Devo estar sonhando, como posso ver todos eles de uma vez?" O homem não sabia o que estava acontecendo e não
O cheiro de desinfetante era um tanto irritante.Guilherme abriu os olhos sob uma luz ofuscante e franziu a testa pela intensidade. Parecia ainda estar preso naquele sonho que não queria acordar. Mesmo depois de reconhecer onde estava, ele continuou deitado na cama do hospital. Seu desejo era fechar os olhos novamente e recair no sonho.Uma voz soou ao seu lado:- Sr. Guilherme, você acordou?O homem ao lado da cama se apressou em se aproximar. Guilherme franziu ainda mais a testa e se sentou com dificuldade.- Sr. Guilherme, você finalmente acordou, estávamos todos muito preocupados, você não pode mais se comportar dessa maneira. Você sabe, os velhos raposas de Cidade A estão todos de olho em você, se algo acontecesse...- Zeca, você está fazendo muito barulho. - Interrompeu Guilherme.Ele já estava sofrendo com uma dor abdominal intensa, não estava no momento para ouvir um - Tudo bem, tudo bem, eu estava errado, perturbei o seu descanso, Sr. Guilherme. - Disse Zeca. - Mas da próxima
Lorenzo estreitou os olhos, mas não respondeu. O ancião manteve um sorriso despreocupado.- Não se preocupe em me chamar de vovô Benjamim, as pessoas são assim, especialmente os jovens, sempre com um espírito rebelde no coração. Eu realmente gosto dos jovens, vocês têm essa determinação e estão dispostos a se sacrificar pelos outros, são qualidades admiráveis!Lorenzo ignorou a conversa sem lógica do homem e perguntou diretamente:- Onde ela está? - Lorenzo tentou controlar a emoção em suas palavras. - Quero que ela esteja segura, o que você quer que eu faça?Tudo tinha seu preço, como um homem de negócios, Lorenzo entendia bem isso.O velho riu alegremente e disse:- Falar com um jovem inteligente é realmente diferente.Ele se serviu de uma xícara do chá quente que estava sobre a mesa e provou calmamente.Preocupado com a segurança de Tatiana, Lorenzo deu um passo à frente e disse:- Seja qual for seu pedido, eu aceito. Me diga, onde ela está?- Jovem... - O ancião continuou a sabore
Lago Montanhas.No topo de um edifício abandonado, as paredes cobertas de musgo claramente mostravam seu estado de degradação. No local mais recluso do complexo, um estacionamento subterrâneo aparentemente insignificante, reunia uma quantidade surpreendente de pessoas. Havia um garoto loiro, quase invisível na entrada, os jogadores de cartas bebendo no centro, e outros seis gritando e torcendo ao lado da mesa- Jair, como vamos lidar com aquela mulher? O chefe não deu instruções claras, e ficar aqui esperando não parece uma solução. - Disse um dos homens da mesa, lançando um olhar de soslaio para o homem de pequenos olhos e lábios arrebitados que estava no lugar principal.Jair parecia perdido em suas cartas, seus olhos semicerrados fixos no baralho que segurava.Antes que Jair pudesse responder, o garoto loiro cheio de sardas disse:- Vocês só sabem reclamar, não é? É só uma mulher, além disso, ela deixou aquele senhor gravemente ferido. O que podemos fazer com ela? Estamos aqui esp
No instante em que a porta da jaula se abriu, as pessoas ao redor começaram a gritar roucamente. Eram como um bando de selvagens, exclamando com excitação ao avistar uma presa.Mesmo estando exausta, Tatiana não poderia continuar fingindo dormir naquela situação.Ela levantou levemente os olhos, observando a multidão animada ao seu redor, e manteve os lábios firmemente apertados.Alguns cuspiam na direção da gaiola, outros lhe mostravam o dedo do meio, e alguns mascavam chiclete como se avaliassem uma mercadoria.Tatiana sentia repulsa por aqueles olhares, mas naquela circunstância, a submissão temporária parecia ser sua única opção.Afinal, se esconder na gaiola não a poupava de nada.Ela se moveu lentamente e sair da grande jaula. A cada movimento que fazia, os gritos ao redor se ampliavam.- Jair, essa moça é bem bonita! Ela parece familiar, como se fosse uma celebridade.- Qual? Pesquisa aí, se for mesmo uma celebridade, vamos ter uma foto para nos gabar depois.- Que celebridade,