- Estou elogiando sua nobreza, por que se incomoda? Tatiana lançou um olhar de desdém para Guilherme, pálido como cera, sem demonstrar medo. Ela tinha coragem de o insultar mesmo quando foi sequestrada, por que teria medo agora de um louco que mal conseguia ficar de pé?Guilherme sentiu uma onda de sangue subir à cabeça e lutou para se levantar.Mas, assim que se endireitou, seu corpo caiu novamente como se tivesse perdido toda a estrutura óssea, a dor intensa deixou seu rosto ainda mais pálido.Não parecia nada com os sintomas de uma febre, mas sim...Nesse momento, Tatiana também percebeu algo estranho, especialmente depois que Guilherme se moveu um pouco e ela sentiu um leve cheiro de sangue no ar.Ela se aproximou com uma expressão séria, levantou a mão para ver onde Guilherme estava sentado, mas antes que pudesse tocá-lo, ele a repeliu com um tapa.- Fique longe de mim. Sua voz era fraca, mas teimosa.Tatiana olhou para ele com desgosto, seu rosto mostrou uma mistura de emoções.
Guilherme riu desdenhosamente e disse:- Se você queria me machucar, por que esperou até agora? Você nem precisava voltar hoje, poderia ter me deixado aqui para morrer sozinho.Sem comida nem água, as necessidades básicas de energia do corpo não poderiam ser atendidas, e ele não teria escolha a não ser esperar pela morte.Se ela realmente quisesse sua vida, por que se incomodar em fazer algo tão desnecessário e sujar as próprias mãos?Ao ver que ele havia entendido mal, Tatiana esboçou um leve sorriso.- Você está pensando demais, eu nunca quis que você morresse. Dar-lhe outra facada seria apenas uma vingança pelo mal que você me fez nos últimos dias, afinal, você me deixou assim, deve haver alguma compensação, não é?Ela tocou seu próprio pescoço, com um sorriso completamente inofensivo.A adaga na mão de Tatiana fazia com que suas palavras parecessem um tanto ameaçadoras.De repente, o silêncio tomou conta da caverna, apenas o crepitar suave da lenha queimando podia ser ouvido.Guilh
Assim que seus pensamentos começaram a emergir, se alastraram como um vírus.A luz da fogueira na caverna tremeluzia, mas como ninguém estava alimentando o fogo, estava prestes a se extinguir.Guilherme baixou os olhos e, suavemente, levantou a mão para jogar um pedaço de madeira no fogo.Ele observou a chama enfraquecer um pouco com o galho recém-jogado e, após ouvir um leve estalo, a chama subitamente se elevou e iluminou toda a caverna.Foi nesse momento que Guilherme, suportando uma dor intensa, se levantou com dificuldade.No instante em que se levantou, sua visão ficou turve e ele quase caiu no chão. Felizmente, foi apenas um momento, e quando sua consciência ainda não estava completamente restaurada, seu corpo já se apoiava instintivamente nas paredes rochosas da caverna para se estabilizar.Ele apertou os lábios, aliviado, antes de finalmente conseguir ficar de pé.Levantou o olhar e olhou para a fria escuridão lá fora antes de cambalear em direção ao exterior.Ele conhecia o c
- O quê?Claramente, Guilherme também não tinha intenção de repetir o que disse, já que ele se apoiou novamente na parede de pedra e se sentou em seu lugar. A pressão em sua ferida fez com que ele mudasse a expressão, e ele fechou os olhos, suportando a dor por um bom tempo antes de conseguir se aliviar.Tatiana na verdade tinha ouvido o que ele disse, só não tinha entendido o significado das palavras dele naquele momento.Agora ela entendia, ele estava aguentando a dor e se forçando a sair porque ela estava demorando, então ele decidiu sair à sua procura.Um sorriso zombeteiro surgiu em seus lábios e Tatiana provocou:- Eu digo, seu louco, você não estaria preocupado que eu encontrasse algum perigo lá fora, e por isso saiu à minha procura, estaria?- Como assim? - Rebateu Guilherme.Quando ele finalmente abriu os olhos, seu corpo de repente ficou rígido.O suor frio em sua testa foi suavizado por uma brisa fria, e a irritação e frustração que sentia foram aliviadas pela umidade da com
Após um longo silêncio, ela soltou um riso de desprezo.- Você é tão tolo que chega a ser ingênuo.Guilherme inclinou a cabeça e um sorriso surgiu em seu rosto pálido. Uma gota de água escorreu lentamente pela sua testa.- Acho que sua descrição sobre mim está bastante precisa, mas você não acha estúpido falar assim com um louco?Ela realmente pensou em negociar com um louco desenfreado, em convencer ele a ser uma boa pessoa.Que ridículo.- Dito dessa forma, parece que eu realmente sou um pouco tola. Mas ainda quero perguntar ao Sr. Borges. - Tatiana imitou o jeito dele. - Sr. Borges, o que estava pensando quando salvou minha vida?Se ele fosse verdadeiramente frio e cruel, ele não teria a salvado.De certa forma, ele também era um pouco ridículo.Guilherme riu suavemente e disse:- Você já disse que sou um louco, e loucos fazem o que bem entendem, sem pensar demais.- Certo, você tem um ponto. - Concordou Tatiana, acenando com a cabeça. - Então, posso entender que naquele momento, o
- Isso foi o que você disse, eu não disse nada.Tatiana sorriu para ele, baixou os olhos para a pequena faca em suas mãos e testou a lâmina da faca. Sob a luz do fogo, a adaga brilhava com um frio sinistro, que também fazia o sorriso no rosto de Tatiana parecer um tanto sombrio.- Você disse que eu sou a "Virgem Maria", eu só expliquei o termo. Mas foi você quem disse, não confunda suas memórias.- Isso faz alguma diferença? - Perguntou Guilherme, respirando pesadamente e confuso.Tatiana manteve o sorriso.- Claro que faz diferença.Ela segurou a adaga e lentamente a moveu em direção à ferida de Guilherme, passando no ar acima dela, assustando ele ao ponto de eriçar os cabelos de sua nuca.- Eu estava disposta a voltar e salvar você por causa do último vestígio de humanidade em você, não quero ver você morrer nas montanhas, mas isso não significa que eu acredite que um libertino que se redime vale seu peso em ouro. Gosto muito de uma frase que as pessoas dizem na internet, que os mau
Cidade R, cais do rio.Um lugar que, em dias comuns, era um burburinho constante de carga e descarga, naquele momento estava assustadoramente silencioso, sem uma única alma à vista, o que dava um ar sinistro ao ambiente.No fundo do armazém, um feixe de luz ofuscante brilhava sobre as cabeças das pessoas reunidas ali, iluminando os líderes do cais, agora cercados no centro.Neste momento, eles estavam sentados em cadeiras, com as mãos e pés amarrados aos encostos, completamente imobilizados.Um deles lentamente abriu os olhos e foi momentaneamente cegado pela luz intensa.Quando sua visão se ajustou, viu vários homens de terno. Ele reconheceu seus rostos apenas de televisão e jornais.Lorenzo do Grupo Borges de Cidade R, Leopoldo do Grupo MRC de Cidade B, Eduardo da Empresa de Entretenimento Starpulse e o ator Elio Murilo...Qualquer um daqueles nomes era influente por si só. "Devo estar sonhando, como posso ver todos eles de uma vez?" O homem não sabia o que estava acontecendo e não
O cheiro de desinfetante era um tanto irritante.Guilherme abriu os olhos sob uma luz ofuscante e franziu a testa pela intensidade. Parecia ainda estar preso naquele sonho que não queria acordar. Mesmo depois de reconhecer onde estava, ele continuou deitado na cama do hospital. Seu desejo era fechar os olhos novamente e recair no sonho.Uma voz soou ao seu lado:- Sr. Guilherme, você acordou?O homem ao lado da cama se apressou em se aproximar. Guilherme franziu ainda mais a testa e se sentou com dificuldade.- Sr. Guilherme, você finalmente acordou, estávamos todos muito preocupados, você não pode mais se comportar dessa maneira. Você sabe, os velhos raposas de Cidade A estão todos de olho em você, se algo acontecesse...- Zeca, você está fazendo muito barulho. - Interrompeu Guilherme.Ele já estava sofrendo com uma dor abdominal intensa, não estava no momento para ouvir um - Tudo bem, tudo bem, eu estava errado, perturbei o seu descanso, Sr. Guilherme. - Disse Zeca. - Mas da próxima