Sérgio definitivamente não havia esquecido os tempos de infância em que aprendeu a cozinhar e foi "torturado" pelo pai, às vezes até zombado por aquele senhor idoso.Era, sem dúvida, o pesadelo de sua vida.Havia uma rixa entre seu pai e aquele senhor, mas de alguma forma sempre acabava envolvendo ele.Não apenas na infância, mesmo depois de ter casado e tido filhos, sempre que aquele senhor e seu pai se encontravam, suas habilidades culinárias eram trazidas à tona para serem discutidas.Por sorte, as duas famílias não tinham muito contato, então ele não tinha que lidar com aquele estresse.Ele pensou que nunca mais veria o velho senhor da família Valente em sua vida, alguém que, apesar de falar de forma venenosa e desagradável, possuía habilidades impressionantes e uma personalidade indomável.Ele nunca imaginaria que o encontraria na Mansão da família Orsi.Sérgio ficou paralisado por um bom tempo, pensando até que tinha se confundido. Ele não ousou o cumprimentar, temendo que o senh
Giovanna esperou pelo momento certo para falar:- Nossa cidade também tem muitos pontos turísticos interessantes, e não é uma má ideia fazer um passeio nesta época do ano. Podemos sair pela manhã, dar uma volta, e quando ficar mais quente, voltamos. À tarde, podemos ficar no quintal conversando e colhendo algumas frutas. Por coincidência, minha filha voltou para casa não faz muito tempo. Sr. Alves, se não se importar, poderíamos levar a Taís conosco, assim ela pode se familiarizar um pouco com a Cidade B.- Eu não me importo, claro, se a Taís também não se importar. - Respondeu Rafael sem olhar diretamente para Tatiana. - Afinal, eu também não conheço bem a Cidade B, e se por acaso escolhermos um lugar ruim para visitar, não seria bom para a Taís.Ele sabia que não podia ter muita pressa.Se concordasse imediatamente com Giovanna, poderia acabar assustando Tatiana. Ele não queria perder todo o progresso que havia feito.Portanto, preferiu ser retraído.Giovanna, no entanto, não concord
A atmosfera tensa e rígida deixou Tatiana extremamente constrangida. Ela segurou Pedro, que estava ficando cada vez mais irritado, e explicou:- Desculpa, Pedro, é que hoje o seu irmão me ajudou muito, e à noite ele me trouxe ao hospital, e como ele me deu carona até aqui eu não achei que...- Ele não é meu irmão! Pedro explodiu com Tatiana pela primeira vez, se soltando friamente da mão dela. Na porta do quarto do hospital, onde havia pouco espaço, os três acabaram se enfrentando, e Pedro, sem controlar sua força, fez com que a mão de Tatiana batesse forte no batente da porta.A dor no braço fez Tatiana gritar de dor, e ela instintivamente cobriu o braço com a mão. Vendo isso, os dois irmãos mudaram a expressão imediatamente.- Taís!- Taís...Ambos chamaram por ela ao mesmo tempo, e se apressaram em verificar a gravidade do ferimento de Tatiana. Ela acenou com a mão, escondendo o braço ferido atrás do corpo.- Não é nada, só não estava esperando isso, não se preocupem.Ela não conh
Taís estava com os pensamentos um pouco confusos. Ela não queria pensar no homem que, naquele momento, jazia na cama de hospital, tão frágil que mal podia se levantar, mas sua mente, sem perceber, ela fantasiava sobre como ele estaria no futuro. Haveriam cicatrizes feias marcando seu rosto, olhares estranhos das pessoas ao redor? Só de pensar nisso um tormento tomava seu coração.Taís se esforçou para suprimir todas aquelas imagens de sua mente, e abriu o tubo de pomada para focar em outra coisa. Ela levantou a manga fina de sua blusa, expondo as inúmeras cicatrizes. Eram marcas que, apesar de terem sido suavizadas pelo tempo, ainda eram visivel o suficiente para serem chocantes.Havia também uma mancha roxa e vermelha no local onde ela havia batido o braço na porta. Pedro queria ver a marca que ele acidentalmente causou em Taís, mas a visão das cicatrizes antigas o fez congelar. As marcas deixadas pelas facas no braço de Taís, longas e finas, embora não cobrissem todo o seu braço de
Pedro estava com uma dor de cabeça terrível. Estava prestes a começar a xingar, quando ouviu Rafael dizer de maneira displicente: - Em vez de ficar aqui discutindo comigo, é melhor terminar logo essa refeição, assim eu posso dar o fora mais rápido e parar de te incomodar. Pedro olhou para o homem que fingia limpar os óculos de grau com desdém. Ele queria poder arrancar aqueles óculos e os pisotear até virarem pó! Aquele hipócrita! - Eu estou te dizendo, fica longe da Taís. - Avisou Pedro, e pegou os talheres para começar a comer. Rafael lhe lançou um olhar de relance e colocou os óculos de volta, esboçando um sorriso preguiçoso.- Mas o que eu posso fazer? A Taís até me pediu ajuda, e até notei que a tia Giovanna gosta muito de mim. Eu não quero me afastar da Taís, ela é tão adorável... Pedro imediatamente perdeu a vontade de comer.- Rafael! - Se não fosse pelo fato de a comida ter sido feita por Tatiana, provavelmente ele já teria jogado tudo em Rafael. - Você sabe mui
Ele simplesmente não esperava que Tatiana reagisse daquela maneira. Em vez de dizer cruelmente que ele merecia, ela prometeu cuidar de seus ferimentos. Mas as palavras que ela deixou antes de partir ainda eram como uma lâmina, e destruíram qualquer esperança remanescente que ele tivesse. Independentemente do que ele pensasse agora, entre ele e ela, não havia mais possibilidade. Um amor despedaçado realmente não poderia ser reparado?Na mente de Lorenzo, restavam apenas as palavras que Tatiana havia dito ao partir. Ele não tinha o menor interesse nas disputas entre os irmãos da família Alves. Mesmo quando ouvia a discussão dos dois, em sua mente só havia Tatiana.- Como Rafael pode ter algo a ver com a Taís?Pedro estava puxando uma cadeira para se sentar ao lado da cama de hospital, mas parou com a pergunta e soltou um riso irônico.- Você me pergunta? Ninguém sabe o que ele estava pensando, desde os tempos na família Lacerda, ele sempre perguntava sobre ela para Ademir... - Pedro se
Tatiana não tinha tempo para olhar as mensagens que Pedro estava enviando naquele momento. Seu celular estava no bolso e ela não o havia tirado desde que saiu do quarto do hospital de Lorenzo, onde o clima não estava dos melhores. Até que, quase chegando à porta do elevador, se lembrou de que havia esquecido Rafael no quarto. A ideia de voltar a enchia de aversão, então ela parou, se sentou casualmente no corredor do hospital e esperou em silêncio que Rafael saísse.Inconscientemente, ela começou a ponderar sobre algumas coisas. Seu olhar disperso se fixou no céu azul intenso do lado de fora do hospital, e seus pensamentos gradualmente tomaram conta. Na verdade, muito tempo atrás, o Lorenzo de suas memórias também havia a protegido com cuidado e precaução, como como havia feito mais cedo naquele dia. Só que o tempo havia passado há muito e, após tantos eventos, ela quase havia esquecido.Ela se lembrou de quando estava na escola, por causa da família Garrote ter se elevado socialment
Gostar era, em essência, uma palavra mágica.Independentemente do tipo de afeição, aquela palavra sempre trazia felicidade ao coração.Para Tatiana era possível gostar de um animal fofo, de uma bela paisagem vista da janela, ou do prazer de aprender sobre a história antiga e moderna.Mas era possível também simplesmente gostar de alguém.Ela não se apressou em responder, e passou um longo tempo olhando para Rafael.Por fim, ela disse:- Sr. Alves, como você imaginou, meu comentário anterior não tinha uma intenção pura. Talvez seja por aquele leve palpitar do coração quando você se aproximou de mim, talvez seja pelas várias vezes que você me ajudou, ou pela sua sempre presente cortesia. Mas, seja qual for o motivo, definitivamente não é porque eu gosto de você com todo o meu coração. Até posso dizer, irresponsavelmente, que Lorenzo ainda ocupa algum espaço no meu coração. Dito isso, você ainda manterá a sua atitude anterior?Ela tinha um carinho de longa data por Lorenzo, e não podia af