Tatiana, ao ouvir isso, olhou para ele sem dizer nada, apenas silenciosamente arrumou a caixa de medicamentos.- Guarde as coisas de volta, e tente não usar a mão direita na próxima semana. Você deve ter um médico da família, se for necessário, vá ao hospital, não negligencie sua saúde. - Ela disse calmamente, empurrando a caixa de medicamentos em direção a Lorenzo, com uma expressão tranquila, pegou um lenço umedecido e começou a limpar suas próprias mãos. Lorenzo obedientemente fez o que foi pedido. Quando ele voltou, Nanda já estava sentada ao lado de Tatiana, com frutas cortadas, e começaram a conversar casualmente.Eles não mencionaram o que aconteceu na família Garrote, apenas perguntaram sobre a situação atual de Tatiana após retornar ao país e sobre seu irmão. Lorenzo não se sentou, apenas ficou em pé silenciosamente atrás do sofá, deslizando o dedo sem propósito no celular. Não demorou muito, Tatiana de repente disse que tinha que ir:- Sra. Nanda, já está tarde, preciso ir, s
Como se o sabor se sobrepusesse momentaneamente a uma memória armazenada, ele agarrou fragmentos fugazes de lembranças. Mas ao provar novamente, Lorenzo só sentiu o doce sabor do bolo, doce mas não enjoativo, realmente uma delícia. Talvez querendo reencontrar aquele sabor da memória, Lorenzo tentou pegar outro pedaço, mas Nanda rapidamente o impediu.- Foi a Tati quem fez para mim. Permitir que você provasse um pedaço já foi um grande favor, como você ainda tem cara de pau para pegar mais! - Exclamou Nanda.Lorenzo levantou os olhos e olhou para Tatiana, que apenas sorria levemente, segurando sua xícara de água, sem dizer uma palavra para defender o rapaz. Obviamente, assim como sua mãe, ela não queria ter nada a ver com ele. Lorenzo, sem se irritar, se retrai silenciosamente, pegando um guardanapo para limpar discretamente as pontas dos dedos.- Vou subir primeiro, continuem conversando. - Disse ele, indo embora sem sequer pegar o celular deixado na mesa de centro.Nanda observou sua
- Você também disse que era uma coisa do passado, mas as pessoas crescem, não podem ficar presas ao passado para sempre. Quanto ao que sinto... - Tatiana soltou um leve sorriso, com um olhar frio nos olhos. - Só posso dizer que ele foi uma presença especial na minha vida, e ainda é. Mas a atual eu não desistirá das coisas importantes da minha vida por causa de pequenas diferenças, como fazia antes.Além disso, o Lorenzo de agora também não tem a mesma importância no mundo dela como antes. No fim das contas, Lorenzo é quem foi abandonado. Ao deixar esse carinho para trás, ela poderá descobrir que há muitas outras coisas melhores no mundo. Ela gostava da cultura tradicional de alimentação, se interessava por design, poderia tecer livremente seus sonhos. Além disso, há muitas pessoas que ela ama e respeita, assim como aqueles que a amam.Então, por que ela deveria se apegar a esse sentimento rotulado como amor, que não passa de uma paixão unilateral? Ela poderia ter pensado ingenuamente q
Lorenzo olhou para a garota com indiferença, curvando os lábios:- Certo, vai lá abrir a porta, que eu saio para fora daqui na frente dos seus olhos.Ao ouvir isso, Tatiana também se deu conta, lembrando do som que ouviu atrás de si enquanto trocava mensagens com Edu. Naquele momento, ela não sabia que Lorenzo estava no banheiro, então não prestou atenção àquele som.Se fosse verdade...Tatiana levantou o olhar, encontrando os olhos de Lorenzo brilhando com um sorriso, e não pôde evitar de ranger os dentes. Ela não acreditava nessa maldade, ainda assim foi em direção à porta do quarto. Como esperado, a porta estava trancada. Ela girou a maçaneta frustrada várias vezes, mas ainda assim não conseguiu abrir a porta, ficando furiosa. De súbito, chutou a barreira.Atrás dela, Lorenzo, testemunhando tudo, não pôde conter uma risada, alta o suficiente.- Ainda dá risada! - Tatiana se virou, olhando para ele furiosamente.Depois de voltar para casa, ela pensou em ser enganada pela família Garr
Quarto de casamento. Se Lorenzo não tivesse mencionado, Tatiana realmente não teria nenhuma lembrança disso. Ela levantou os olhos, deu uma olhada rápida no quarto e percebeu que a decoração era basicamente igual à do quarto em que ela morava na família Borges. No entanto, olhando mais de perto, se podia notar diferenças claras.Havia um closet adicional, provavelmente resultado da junção com o quarto ao lado. Não só isso, mas o tapete ao lado da cama se estendia até a varanda externa, apenas oculta por cortinas. A mulher só percebeu isso ao ser lembrada. Esse espaço, antes em seu quarto, era apenas uma janela saliente. Claramente, este não era o quarto em que ela havia morado anteriormente; apenas suas coisas tinham sido movidas para cá.- Lembrou? - Lorenzo perguntou, vendo a expressão dela.Tatiana desviou o olhar, olhando para ele friamente:- Sim, obrigada por me lembrar, Presidente Borges. Acabei de me lembrar. Também sinto muito, mas esta noite vou ter que usar o seu quarto e da
Não se ouvia som algum do banheiro por um longo tempo. Depois de uma boa espera, Tatiana finalmente falou:- Sério, você não encontrou? Não tem problema se for mais grosso...Embora já estivesse no início do verão, a temperatura à noite ainda não era alta. Além disso, a Mansão dos Borges estava construída na montanha, onde a temperatura noturna provavelmente exigiria cobertas, então não havia problema em se vestir um pouco mais. Afinal, qualquer coisa era melhor do que os dois pedaços de tecido que ela tinha em mãos.Lorenzo também permanecia em silêncio. Após um momento, ele falou novamente:- Eu já procurei em todos os lugares possíveis, que tal você vestir suas roupas antigas e procurar você mesma?Ele fez menção de sair.- Espere! - Tatiana, vendo a silhueta dele se afastando através do vidro fosco, só pôde gritar para tentar impedir. - Me dê sua camisa...Em seguida, a porta do banheiro se abriu ligeiramente, e o braço fino da mulher se estendeu para fora. A única imperfeição era
Tatiana permaneceu em silêncio. Após um longo tempo, quando nenhum som vinha de fora, como se o trovão e o relâmpago fossem apenas uma peça pregada, a voz da mulher ressoou novamente.- Ela tem medo de trovão, não é?Uma única frase evocou muitas memórias. Foi no aniversário do vovô Jacarias, também aqui. O velho não gostava de Carolina, e com a idade, também não gostava de celebrar aniversários com grande estardalhaço. Ele apenas reunia a família na Mansão dos Borges para uma refeição juntos, uma forma de celebrar.Tatiana, naturalmente, foi convidada.Naquela época, Carolina já estava praticamente num relacionamento confirmado com Lorenzo, mas o velho nunca aceitou, declarando publicamente que a nora da família Borges era apenas Tatiana, o que tornou Lorenzo ainda mais rebelde. Ele voltava tarde, quando a mesa já estava limpa. O velho nem queria ver o neto, então, subia mais cedo.Foi ela quem secretamente guardou um pouco de comida para ele, esquentando o alimento na cozinha quando
A mulher que o abraçava não falava, apenas apertava mais forte, como se quisesse puxar o rapaz para se deitar junto com ela.Os trovões lá fora iam diminuindo, mas o barulho da chuva aumentava, batendo como um dilúvio no telhado. Lorenzo baixou os olhos para a garota ao seu lado, com os lábios finos firmemente fechados. Depois de um tempo, sem conseguir suportar mais a visão das cicatrizes quase invisíveis, estendeu a mão tentando arrumar sua roupa. Assim que a ponta dos seus dedos quentes tocou o ombro dela, a mulher deitada de repente abriu os olhos e se sentou bruscamente.- O que você está fazendo? - Ela o encarava fixamente.A mão de Lorenzo ainda estava no ar, surpreso pelo olhar de Tatiana, indeciso se recolhia a mão ou não. Por um momento, ele se recolheu e desviou o olhar:- Sua roupa está desarrumada.Ela se levantou tão de repente que a camisa branca escorregou pelo ombro, revelando uma pele pálida que mal se via na escuridão. A mulher parecia confusa, olhando para baixo len