Não se ouvia som algum do banheiro por um longo tempo. Depois de uma boa espera, Tatiana finalmente falou:- Sério, você não encontrou? Não tem problema se for mais grosso...Embora já estivesse no início do verão, a temperatura à noite ainda não era alta. Além disso, a Mansão dos Borges estava construída na montanha, onde a temperatura noturna provavelmente exigiria cobertas, então não havia problema em se vestir um pouco mais. Afinal, qualquer coisa era melhor do que os dois pedaços de tecido que ela tinha em mãos.Lorenzo também permanecia em silêncio. Após um momento, ele falou novamente:- Eu já procurei em todos os lugares possíveis, que tal você vestir suas roupas antigas e procurar você mesma?Ele fez menção de sair.- Espere! - Tatiana, vendo a silhueta dele se afastando através do vidro fosco, só pôde gritar para tentar impedir. - Me dê sua camisa...Em seguida, a porta do banheiro se abriu ligeiramente, e o braço fino da mulher se estendeu para fora. A única imperfeição era
Tatiana permaneceu em silêncio. Após um longo tempo, quando nenhum som vinha de fora, como se o trovão e o relâmpago fossem apenas uma peça pregada, a voz da mulher ressoou novamente.- Ela tem medo de trovão, não é?Uma única frase evocou muitas memórias. Foi no aniversário do vovô Jacarias, também aqui. O velho não gostava de Carolina, e com a idade, também não gostava de celebrar aniversários com grande estardalhaço. Ele apenas reunia a família na Mansão dos Borges para uma refeição juntos, uma forma de celebrar.Tatiana, naturalmente, foi convidada.Naquela época, Carolina já estava praticamente num relacionamento confirmado com Lorenzo, mas o velho nunca aceitou, declarando publicamente que a nora da família Borges era apenas Tatiana, o que tornou Lorenzo ainda mais rebelde. Ele voltava tarde, quando a mesa já estava limpa. O velho nem queria ver o neto, então, subia mais cedo.Foi ela quem secretamente guardou um pouco de comida para ele, esquentando o alimento na cozinha quando
A mulher que o abraçava não falava, apenas apertava mais forte, como se quisesse puxar o rapaz para se deitar junto com ela.Os trovões lá fora iam diminuindo, mas o barulho da chuva aumentava, batendo como um dilúvio no telhado. Lorenzo baixou os olhos para a garota ao seu lado, com os lábios finos firmemente fechados. Depois de um tempo, sem conseguir suportar mais a visão das cicatrizes quase invisíveis, estendeu a mão tentando arrumar sua roupa. Assim que a ponta dos seus dedos quentes tocou o ombro dela, a mulher deitada de repente abriu os olhos e se sentou bruscamente.- O que você está fazendo? - Ela o encarava fixamente.A mão de Lorenzo ainda estava no ar, surpreso pelo olhar de Tatiana, indeciso se recolhia a mão ou não. Por um momento, ele se recolheu e desviou o olhar:- Sua roupa está desarrumada.Ela se levantou tão de repente que a camisa branca escorregou pelo ombro, revelando uma pele pálida que mal se via na escuridão. A mulher parecia confusa, olhando para baixo len
Lorenzo foi chutado direto para o chão, que, por sorte, ainda estava coberto com os cobertores que ele havia usado na noite anterior, amortecendo a queda. Mesmo assim, ele ficou assustado, especialmente porque o mau humor matinal o deixou com uma expressão péssima. Tatiana, sem entender nada, começou a acusar o homem:- Lorenzo, você realmente é esse tipo de pessoa! Se você não está acostumado com a cama, deveria ter falado antes. O que significa subir na cama no meio da noite?O homem olhou para ela, soltando uma risada fria.- Eu subi na cama? Tatiana, você bebeu demais de novo?Ele ainda estava irritado e não queria prolongar a conversa com Tatiana, então foi diretamente para o banheiro. Tatiana começou a pensar rapidamente. Ela não havia bebido na noite anterior, então não era um lapso de memória. Apesar de algumas lembranças estarem um pouco nebulosas, parecendo sonhos, a imagem dela pedindo pateticamente por companhia para dormir estava clara em sua mente. E mais, quando acordou,
Na entrada do banheiro, Tatiana estava paralisada. Ela entrou repentinamente, fazendo Lorenzo, que estava arrumando as coisas, parar abruptamente. A "camisola" fina, que acabara de ser levantada, parecia também estar assustada, tremendo enquanto Tatiana invadia o local, revelando completamente seu design.Tatiana prendeu a respiração, sentindo vontade de morrer! Lorenzo também seguiu seu olhar e, ao perceber o que estava segurando, arqueou as sobrancelhas ligeiramente. Não era à toa que ela estava tão desconfortável na noite anterior, pedindo para trocar de camisola.Sua mãe realmente...Sem dizer nada, Lorenzo, com uma expressão serena, colocou a peça de tecido, que mal podia ser chamada de camisola, no cesto de roupa suja.- Vamos.Ao ver isso, Tatiana escondeu sua expressão embaraçada e silenciosamente seguiu atrás de Lorenzo. Ambos permaneceram em silêncio, e a atmosfera não era das melhores.No andar de baixo, Nanda e Thais já haviam acordado, com o café da manhã arrumado na mesa,
Tatiana não tinha medo dele, nem se intimidava com esse olhar. Ela só estava confusa. Afinal, ele foi bastante paciente com ela na noite anterior, então por que de repente ele a olhava com um olhar reservado para inimigos? As palavras que ela acabou de dizer para a Sra. Nanda não deveriam tr ofendido, certo?Mas Tatiana logo desapegou, afinal, mais cedo ou mais tarde, eles seguiriam caminhos separados, então ela não precisava se preocupar com o que ele estava pensando.Se ele a odeia, que assim seja. Como ela mesma disse, nem todo mundo no mundo tem que gostar dela. Lorenzo também pode não gostar dela.Ela começou a tomar o café da manhã calmamente. Depois de sair da mesa, Lorenzo não deu mais atenção. Ele vestiu o terno que estava no sofá, se inclinou para pegar o celular na mesa de chá e o ligou.Thais trouxe o café da manhã da cozinha e, vendo a tigela de Lorenzo e ele mesmo, não conseguiu evitar de falar:- O jovem mestre já vai trabalhar, não quer comer mais um pouco? E sobre o fe
Boris ficou atônito por um momento, sem saber como responder. Ele certamente não poderia dizer ao seu chefe que a esposa parecia bastante feliz, certo? Afinal, era um divórcio, não um casamento alegre. Mas também parecia muito hipócrita dizer que a esposa estava muito triste. Boris ponderou por um momento e disse:- A senhora não pareceu ter muita reação, só disse para se encontrar às quatro da tarde.Do outro lado da linha, veio um riso frio:- Ela não teve reação? Provavelmente está rindo até não poder mais.A última frase soou como se estivesse rangendo os dentes de raiva. Boris ficou em silêncio por dois segundos, muito sério:- Não pareceu tão exagerado.Se ele se lembrasse corretamente, a esposa apenas tinha um sorriso suave, parecia feliz, mas não ao ponto de rir em voz alta. Após falar, foi a vez de Lorenzo ficar em silêncio. Depois de uns dez segundos, a ligação foi desligada. Boris ficou sem palavras.Hospital.O homem parado em frente à janela do quarto de hospital tinha o r
Um arrepio silenciosamente subiu pelas costas de Carolina. Era apenas uma linha de texto, sem sequer um emoticon extra, mas fez com que um sentimento de sufocamento ressurgisse no peito de Carolina. Ela respirou fundo, provavelmente sentindo que a pessoa do outro lado da tela não poderia fazer nada a ela, e, irritada e envergonhada, começou a digitar freneticamente no celular. Carolina: "Fique tranquilo! No dia do casamento, com certeza vou te convidar!" Não houve mais resposta do outro lado. Carolina esperou por um longo tempo, pensando que aquele homem assustador mandaria uma mensagem de expectativa ou algo do tipo, mas não veio nada. Ela estava tão irritada que pensou em jogar o celular, mas acabou se segurando. Momentos depois, ela encontrou outro contato sem foto e, com as mãos trêmulas, enviou uma mensagem. Carolina: "Loh, você não quer reconsiderar? Se é por pena da minha doença, isso seria muito injusto com você. Eu posso ver que você gosta da minha irmã, pense bem sobre