Liliane permaneceu impassível, batendo no vidro. As secretárias lá dentro viraram suas cabeças quando viram Liliane e ficaram em silêncio.Liliane deu um passo adiante e sorriu, perguntando: - Por que vocês param de conversar assim que eu entro? Não deveriam me incluir na conversa como parte interessada?As secretárias se entreolharam, sem ousar dizer uma palavra.Liliane, carregando alguns documentos, parou perto da mesa da frente e olhou friamente para todas elas. - Em vez de focar em fofocas, vocês deveriam se concentrar mais no trabalho.Depois de colocar os documentos na mesa, dizendo: - Secretária-Geral Anita, liderar a conversa ociosa no trabalho não é uma responsabilidade pequena. Vá pegar seu salário deste mês do departamento financeiro e depois pode sair.Os olhos de Anita se arregalaram. Ela se levantou rapidamente e perguntou: - Você quer me demitir por causa disso?- Apenas por isso? - Liliane riu e perguntou de volta. - Dois dias atrás, os documentos do Grupo Olimpas
Hospital Central de Cidade Pompeia.Liliane e Marcela finalizaram os procedimentos de internação e retornaram ao quarto. Mavis estava deitada na cama, pálida após a sedação. William, com um rosto preocupado e culpado, observava-a.Liliane, controlando sua amargura interior, se aproximou com a ficha médica em mãos.- Sr. William, tudo está em ordem.William não a aceitou.- Pergunte ao Jorge se encontrou o histórico médico de Mavis.Liliane assentiu e saiu do quarto com Marcela. Após ligar para Jorge, Liliane transmitiu a mensagem de William. Jorge, do outro lado da linha, ficou em silêncio por alguns segundos.- Ela sofreu um trauma psicológico grave na infância, está em tratamento com um psicólogo e toma medicamentos psiquiátricos. Conversamos com o ex-diretor, mas ele não tinha informações, e estou prestes a entrar em contato com o vice-diretor.Encerrando a ligação, Marcela expressou sua suspeita.- Ela pareceu assustadora, mas por que nunca demonstrou nenhum sintoma antes?Lili
Mavis ficou perplexa por um momento, até que finalmente compreendeu. O que mais poderia fazer William parecer tão preocupado e sair com tanta pressa, senão Liliane? Mas, por que Liliane tinha o poder de ocupar um lugar tão importante no coração de William? Ela era apenas uma amante, alguém que não pertencia à alta sociedade. Seu rosto escureceu. Se esse era o caso, então não deveria culpá-la por agir com determinação!...Depois de compartilhar sua localização, Liliane, fingindo inocência, guardou o celular em seu bolso. Pular do carro era muito arriscado. Ela não podia agir de forma imprudente. Liliane fechou os olhos, apoiada na porta do carro, pensando no que fazer a seguir.Dez minutos depois, o carro parou. Liliane olhou para a frente e viu um armazém abandonado. - Saia do carro! De repente, a porta do carro se abriu e um estranho agarrou o braço dela.Liliane olhou para o homem à sua frente, fingindo estar assustada. - Quem é você? Por que me trouxe aqui?O homem fez um
Ele finalmente chegou.William olhou para Liliane, que estava agachada no chão, seus olhos revelando um frio aterrorizante. Ele olhou com raiva para Carvalho.- Você não é nada mal, ousando levar embora a minha pessoa.Carvalho se levantou rapidamente e, tremendo, gaguejou: - Tio... Tio William!William deu alguns passos em direção a ele e, com um olhar semicerrado, disse: - Você ainda sabe que eu sou seu tio? Carvalho estava apavorado e engoliu em seco. De repente, ele parecia perceber algo e seus olhos se fixaram em Liliane. - Tio William! Fui eu quem a trouxe até aqui, mas foi por sua causa! Você não entende, acabei de descobrir! Essa mulher tem más intenções em relação a você! Ela te odeia, a ponto de querer te envenenar, tio William! Você tem que acreditar em mim!William olhou de relance para Liliane, que estava de pé ao seu lado, como se nada estivesse acontecendo, e ele esboçou um sorriso irônico. - Se você é tão prestativo, é claro que eu, como tio, devo lhe dar um pres
“Seu pai esteve aqui esta noite, teve uma grande discussão com sua mãe e até conseguiu tirar o dinheiro dos remédios dela do hospital.”, disse Carlos.“Como está minha mãe?”, perguntou Liliane, franzindo a testa.“Estou aqui para ela, não se preocupe. Dei mil reais para ele e ele parou de causar confusão.”, respondeu Carlos.“Como ele tem coragem de aceitar dinheiro de Carlos?!” , pensava Liliane, com surpresa.Embora Liliane não gostasse da atitude arbitrária de Carlos, decidiu não dizer muito, afinal, ele estava fazendo isso pela sua mãe.Mas sabia que, uma vez feito isso, poderia se repetir inúmeras vezes.Ela decidiu, então, dar um toque.“Dr. Carlos, obrigada por ajudar minha mãe desta vez, mas da próxima vez, por favor, não dê dinheiro ao meu pai. Se ele aparecer novamente, peça para ele falar comigo, por favor.”, disse Liliane, depois de transferir mil reais para Carlos.Carlos não recusou, sabia que Liliane não gostava de dever favores.“Entendi. Quando você poderá voltar?”, pe
Mesmo diante de todos, ela ainda mantinha um semblante suave e virtuoso. Algumas horas depois, eles chegaram à Serafim. Desta vez, William não deixou Jorge levar Liliane de volta ao Jardim Azul, em vez disso, foram juntos para a empresa. Ao retornar ao seu escritório, Liliane olhou com surpresa para a parede de vidro que havia sido removida. O que antes a separava do escritório do CEO agora estava integrado. A alegria de Liliane ao voltar para a empresa desmoronou ao ver aquela cena. Ele estava realmente monitorando cada palavra e ação dela? Liliane avançou com raiva em direção a William, que estava sentado à mesa. - Você está passando dos limites! - Disse Liliane, furiosa.- Está descontente? - Perguntou William, erguendo os olhos.Descontente? Como ele ousava perguntar isso? Será que ele ficaria contente sendo monitorado assim?- Não vou mais trabalhar! Vou embora! - Disse Liliane, apertando os dentes.A expressão de William ficou séria. - Quer aproveitar minha ausência pa
- Então, por favor, a partir de agora, cuide dela. Não venha me provocar por qualquer motivo! - Disse Liliane, sorrindo de leve.Dizendo isso, Liliane saiu apressada pela porta, deixando William franzindo a testa em seu escritório.Momentos depois, William pegou o celular e ligou para Jorge. - Como está a investigação? - Perguntou William.- Sr. William, não conseguimos confirmar a morte da vice-diretora do orfanato, mas descobrimos a professora que acompanhou a Srta. Mavis na época. Ela disse que Srta. Mavis foi vítima de bullying, sofrendo algum trauma psicológico, mas o orfanato abafou o assunto. - Respondeu Jorge.William ficou com a expressão séria. - Há mais alguma coisa. - Continuou Jorge.- Diga. - Disse William.- O diretor disse que a garota com uma pinta na orelha se chamava Lívia. Srta. Mavis provavelmente mudou de nome após ser adotada. - Explicou Jorge- Já conseguiram contato com os pais adotivos? - Perguntou William, franzindo a testa. - Antes já tentamos, mas quando
A conversa chegou a aquele ponto, silenciando o ambiente. Liliane ficou parada à porta, perplexa. De quem sua mãe estava falando ao mencionar “a criança” ?Com certeza não poderia ser ela. Como ela poderia não ter laços de sangue com seu pai? Nos últimos anos, ele mudou muito de personalidade, era verdade, mas na infância, ele era um homem diligente e responsável.Liliane balançou a cabeça, não podia ficar especulando sobre certas coisas. Ao entrar, ela olhou para sua mãe, sentada na cama, com uma expressão sombria.- Mãe, você e o pai estão brigando de novo? - Perguntou Liliane.Ao ouvir a voz, Fátima virou de repente a cabeça, olhando cinfusa para Liliane. - Você, chegou e nem cumprimentou? - Disse Fátima.Liliane se sentou ao lado da cama, ficando em silêncio por um momento. - Mãe, que história é essa de laços de sangue? - Perguntou Liliane.Fátima desviou o olhar, evitando o contato visual. - Apenas um parente da família do seu pai, não tem nada a ver com você, não se preocupe