A conversa chegou a aquele ponto, silenciando o ambiente. Liliane ficou parada à porta, perplexa. De quem sua mãe estava falando ao mencionar “a criança” ?Com certeza não poderia ser ela. Como ela poderia não ter laços de sangue com seu pai? Nos últimos anos, ele mudou muito de personalidade, era verdade, mas na infância, ele era um homem diligente e responsável.Liliane balançou a cabeça, não podia ficar especulando sobre certas coisas. Ao entrar, ela olhou para sua mãe, sentada na cama, com uma expressão sombria.- Mãe, você e o pai estão brigando de novo? - Perguntou Liliane.Ao ouvir a voz, Fátima virou de repente a cabeça, olhando cinfusa para Liliane. - Você, chegou e nem cumprimentou? - Disse Fátima.Liliane se sentou ao lado da cama, ficando em silêncio por um momento. - Mãe, que história é essa de laços de sangue? - Perguntou Liliane.Fátima desviou o olhar, evitando o contato visual. - Apenas um parente da família do seu pai, não tem nada a ver com você, não se preocupe
- Seu chefe? - Exclamou Fátima, surpresa.- Pessoas que cobram as dívidas do pai sempre me perseguem. Meu chefe é legal, então ele arranjou alguns seguranças para me acompanhar. - Explicou Liliane, com calma.- Que bom que está tudo bem. Da próxima vez, não desligue o celular, você me assustou. - Disse Fátima, aliviada.Liliane a tranquilizou antes de encerrar a chamada.Ela se aproximou da janela, nervosa, observando o movimento lá embaixo.Em menos de dez minutos, um carro preto de luxo entrou rapidamente no quintal. William saiu do carro, com uma expressão sombria, e entrou na mansão.Liliane fechou os olhos cansados, sabendo que outra batalha estava prestes a começar.Ela se virou, apreensiva, caminhando em direção à porta do quarto.Enquanto sua mão alcançava a maçaneta, a porta foi abruptamente chutada e aberta com um estrondo.A porta bateu em seu ombro, uma dor surda se espalhou por sua cabeça.Instintivamente, Liliane segurou o ombro, franzindo a testa enquanto encarava o hom
No hospital.Após lidar com os assuntos durante toda a noite, William foi verificar Mavis. Ao ver ele, Mavis se apressou em se sentar na cama.- William, você veio? - Disse Mavis, ansiosa.- Você pode deitar, não precisa se levantar. - Respondeu William, com calma.Ao perceber que William não se aproximava, um leve desapontamento passou pelos olhos de Mavis.- Estou bem, descansei a noite toda. - Suspirou Mavis. - Só que ontem, acabei causando problemas novamente.- Não procure ela mais. Ela não dirá nada de bom. Se lembre de se proteger. - Disse William, franzindo a testa.Mavis, timidamente, perguntou: - Posso considerar que você está se preocupando comigo? - Algumas coisas podem ser evitadas. - Disse William e seus olhos escureceram ligeiramente.Não ouvindo a resposta que desejava, a expressão de Mavis endureceu por um momento. Logo percebeu o rosto cansado de William.- William, você não descansou bem ontem? - Perguntou Mavis, com preocupação.- Estou bem. Se você estiver bem, v
Durante três dias consecutivos, William voltava para casa ouvindo Lucinda falar sobre a greve de fome de Liliane. Nos primeiros dias, ele conseguia suportar, mas já haviam se passado três dias!Ela estava disposta a sacrificar sua saúde por outro homem e em troca de liberdade? William subiu as escadas com um rosto sombrio, dispensou os seguranças e abriu a porta do quarto de Liliane.O quarto só estava iluminado pelo brilho do computador, revelando uma mulher encolhida na cama. Quando William se aproximou, sua atenção foi atraída por duas garrafas de remédio na frente do computador.Ao pegar as garrafas, ele franziu a testa ao perceber que eram analgésicos. Ele abriu uma das garrafas e viu que estava quase vazia. Seu rosto ficou mais sombrio.Após colocar as garrafas de volta, William foi até a beira da cama e sacudiu Liliane, que estava dormindo profundamente, devido à fome. - Se levante! - Chamou William.Liliane, tonta de fome, acordou ao ver o rosto bonito de William, pensando
O rosto de Mavis escureceu, ela se apressou em se sentar.- Entendi! - Disse Mavis.Depois que Pablo saiu, Mavis tomou um banho, vestiu um roupão e fez uma ligação. - Entregue o celular a eles. - Instruiu Mavis, depois do outro lado atender a ligação.No momento em que a porta se abriu, as palavras furiosas de seu pai adotivo, Murilo, também foram ouvidas. - Vá embora! Eu não atendo telefonemas! - Gritou Murilo.- Srta. Mavis, agora você pode falar. - Falou o guarda.- Papai, mamãe, faz um tempo que não ligo para vocês, parece que o temperamento de vocês piorou um pouco. - Disse Mavis, sorrindo.- Cale a boca! Não deveríamos ter trazido você de volta naquela época! - Gritou Inês, a mãe adotiva.- Não seja tão feroz, só quero saber o que vocês decidiram. - Comentou Mavis, casualmente.- Eu passei metade da minha vida sendo honesto! Eu nunca faria algo tão descarado! Repito! Ou você nos mantém até a morte, ou eu não vou mentir por você! - Respondeu Murilo. Mavis deu um gole em sua beb
- O que você estava pensando agora? - Perguntou William, com raiva.Liliane ainda estava perdida em pensamentos quando ouviu o rugido furioso de William à sua frente. - Desculpe, não consegui reagir a tempo. - Explicou Liliane, com os lábios cerrados, levantando os olhos.Ao ver Liliane se culpando, a raiva de William subitamente se transformou em um desconforto no peito. - Deixe pra lá, entre no carro. - Disse William. Liliane concordou em voz baixa, lançando um olhar distante para a ala do hospital antes de seguir William para o carro.Enquanto o veículo arrancava, Liliane murmurou baixinho: - Obrigada.William, tirando o paletó sujo, ignorou as palavras dela, seus olhos expressavam uma irritação sutil. “O que tinha acontecido com ele?”- Pensava Liliane.Ele agiu por instinto ao ver Liliane em perigo, mas sua vida valia mais do que a dela. - Você andou se envolvendo com alguém recentemente? - Perguntou William, com frieza.- Não sei, além de ofender o Carvalho, não faço ideia d
Nos próximos dois dias, mesmo ao ir ao hospital, Liliane estava acompanhada por dois seguranças. No entanto, ela não se incomodava, afinal, ainda não sabia quem era o assassino. A única complicação era que ela não podia fazer o exame de gravidez no departamento de ginecologia.Depois de pensar bastante, Liliane enviou uma mensagem para Marcela.“Marcela, você poderia me ajudar?”A resposta de Marcela foi rápida. “Claro, o que você precisa?”Liliane explicou brevemente a situação e o que gostaria de fazer. “Preciso ir agora?”- Perguntou Marcela.“Sim, pode ser?” - Respondeu Liliane. “É claro, às dez horas, nos encontramos na entrada do hospital.”- Disse Marcela.Vendo que já eram nove horas, Liliane trocou de roupa e saiu. Ao chegar à entrada do hospital, Marcela olhou fixamente para os seguranças robustos atrás de Liliane e comentou: - O chefe realmente tem um gosto único em selecionar pessoas, ninguém ousaria se aproximar...- Vamos entrar. - Disse Liliane, suspirando.Sob o pret
Após a ligação, Mavis saiu do corredor de emergência e coincidentemente encontrou Liliane, que segurava documentos enquanto esperava o elevador. - Que coincidência, secretária Liliane. - Disse Mavis e se aproximou sorrindo.Liliane ignorou o cumprimento. Sem se importar, Mavis, com uma postura arrogante, sugeriu: - Ouvi dizer que você não está se sentindo bem ultimamente. Que tal eu substituir você amanhã na bebida com William? Liliane continuou ignorando. Diante da indiferença de Liliane, Mavis começou a perder a paciência. - Liliane, por que é tão arrogante? - Perguntou Mavis, baixando a voz.- Você não consegue se controlar? - Disse Liliane, com desdém, dando a ela um olhar frio. - Eu te avisei que sua alegria seria passageira. Amanhã à noite, estarei ao lado de William! - Ameaçou Mavis, irritada.- Você realmente quer se fazer parecer uma amante? - Retrucou Liliane, perplexa. Além disso, William não costumava beber na festa anual.Mesmo que ele bebesse, não tinha a ver co