— Eu claramente... Eu claramente o amo tanto. — Kayra disse isso rindo alto, e, embora Valentina já tivesse uma leve suspeita, ainda ficou chocada ao ouvir aquelas palavras.Amá-lo?"A Kayra... Ela é a madrasta do Mateus!"— Kayra, cale-se.Desta vez, quem pediu para Kayra se calar não foi a Sra. Nina, mas sim Vitor.Vitor olhava para Kayra, deitada na cama do hospital, com uma expressão que misturava raiva, nojo e uma série de emoções contraditórias.— Louca, você é louca!Naquele dia no penhasco, ele já tinha ouvido aquelas palavras uma vez.Nos últimos dias, ele tentava afastar esse pensamento de sua mente.Mas agora ele entendia que havia certas verdades das quais não podia escapar.Ele pensava que Kayra o tinha traído, que estava envolvida com o Sadi apenas por ressentimento, como uma forma de vingança ou talvez de buscar algum consolo emocional, já que ele ainda amava Emanuele.Mas a verdade era que os sentimentos de Kayra sempre tinham sido voltados para o filho dele.— Louca? —
Valentina olhava para Kayra, deitada na cama do hospital.Kayra tinha um olhar enlouquecido, e até mesmo um leve sorriso fazia suas feridas doerem, ao ponto de ela ranger os dentes de dor.Mas, ainda assim, ela ria descontroladamente.Ela estava satisfeita, zombando.Satisfeita por ter destruído tantas pessoas sozinha, enquanto ria dos tolos que caíram em suas armadilhas, lamentáveis e patéticos.A raiva dentro de Valentina aumentava a cada momento. Ela encarou Kayra e, em meio às risadas dela, falou calmamente:— Você não o ama!Kayra parou. Suas risadas cessaram abruptamente. O sorriso congelou em seu rosto, mas só por um instante; logo, seu semblante voltou ao mesmo ar de deboche.— Eu o amo! Eu o amo mais do que qualquer um de vocês! — Respondeu Kayra com orgulho.Valentina soltou uma risada fria.— É mesmo? Você o ama tanto que quer vê-lo morto, quer colocá-lo em perigo? Esse tipo de amor... Você acha que é amor? É só a sua mente doentia. Você está irritada, irritada porque ele nã
A Sra. Nina olhou para Valentina com um olhar ansioso. Valentina, por outro lado, ainda estava em choque com a notícia que acabava de receber. "Grávida... Ela está grávida?" O olhar de Valentina caiu sobre sua barriga, e uma sensação estranha se formou em seu coração. Quando suas mãos tocaram a barriga, ela até tremeu um pouco, e a palavra "grávida" continuava ecoando em sua mente. Ela estava grávida! O filho dela e de Mateus... — Vali? — A Sra. Nina, sem receber resposta, não pôde deixar de perguntar novamente, seu coração cheio de incerteza. Mateus havia desaparecido por tanto tempo, e eles não o encontraram até agora. Talvez ele realmente estivesse morto. Valentina era tão jovem... Ela... — Claro. — Valentina finalmente se lembrou da pergunta da Sra. Nina e respondeu com firmeza. — Eu vou ter o bebê. O filho dela e de Mateus. Ela definitivamente iria tê-lo. A Sra. Nina se emocionou até as lágrimas. — Bom, boa menina... O Mateus... Ele... — O Mateus vai
No quarto de Mateus, Valentina já havia estado ali uma vez.A tonalidade do ambiente era fria, transmitindo uma sensação de opressão; ela quase podia sentir o estado de espírito de Mateus enquanto morava ali. Ele sempre se reprimiu.— Eu quero mudar isso aqui. — Disse Valentina.A Sra. Nina se surpreendeu por um momento, mas logo respondeu:— Claro, você pode mudar o que quiser. Vou arranjar alguém para te ajudar. Se precisar de algo, é só pedir a ela.No dia seguinte, a Sra. Nina trouxe uma pessoa.— Sra. Mello, meu nome é Sofia. A partir de agora, se precisar de alguma coisa, pode me chamar.Valentina estava escrevendo e desenhando em um papel.Quando levantou os olhos, viu Sofia. A jovem tinha olhos claros e limpos, parecia muito dócil e estava na faixa dos vinte e poucos anos.Valentina não queria falar, apenas sorriu educadamente.Sofia era silenciosa, mas muito eficiente em seu trabalho.Enquanto Valentina começava a reformar o quarto, Henrique Coelho retornou à velha mansão. Ao
Janaína segurava com força o volante, e o impulso de antes desapareceu completamente.— Desça!Daniel falou pela terceira vez, batendo com a palma da mão no capô do carro. O som estrondoso fez Janaína engolir em seco.Ela tinha um pressentimento.Se não saísse do carro, Daniel certamente destruiria o veículo.Ela respirou fundo e decidiu sair.Ao abrir a porta do carro, sentiu uma brisa fria.Ao redor do carro de Daniel, vários carros de luxo a cercavam.Além de Daniel, Afonso e Henrique Castro também estavam lá.Os três provavelmente souberam que ela estava indo procurar Valentina e deixaram imediatamente o que estavam fazendo para vir até ali.Janaína se sentiu incomodada."Essa Valentina é realmente sortuda! Tanta gente protegendo ela, deve nem sentir o vento soprar."Janaína olhou para o muro da Mansão da Família Mello e, apesar de sentir inveja, seu impulso parecia fraco.— Eu só queria ver a Valentina, é natural uma tia querer ver a sobrinha, não é?Apesar de falar assim, ela est
Nos últimos dias, o Grupo Freitas estava imerso em uma atmosfera estranha.Desde o jantar na mansão, quando Rafaella apareceu, ela não foi mais vista.Quanto à Srta. Rafaella e à Srta. Valentina, quase todos preferiam Valentina.A Srta. Rafaella era sorridente e, embora parecesse radiante, sempre dava a impressão de ser difícil de se aproximar. Já a Srta. Valentina era diferente.Ela era educada, distante, mas fazia as pessoas quererem se aproximar.A notícia da morte da Presidente Valentina, que havia circulado anteriormente, foi um mal-entendido, e todos ficaram muito aliviados com isso.Mas, antes daquele jantar, o Sr. Daniel havia redistribuído as ações que originalmente pertenciam à Presidente Valentina durante a assembleia de acionistas. Agora, com a Presidente Valentina viva, o que acontecerá com essa redistribuição de ações?Essa questão despertava a curiosidade de todos, mas, ao mesmo tempo, ninguém se atrevia a perguntar ou discutir isso em particular.No entanto, Janaína não
Rafaella... Nos olhos dos presentes, um brilho estranho passou rapidamente. Até mesmo nos olhos de Rafaela, que estavam abaixados, houve um breve movimento. Janaína percebeu a reação deles e achou um tanto estranha. Após refletir, se lembrou de que, desde o jantar daquele dia, não havia visto Rafaella novamente, nem ouviu falar nada sobre ela. — Ela... Janaína estava prestes a continuar a pergunta, quando Daniel a interrompeu. — A tia não quer os 10% das ações? "Quero, como não quero?!" Mas... — Valentina... Janaína olhou para Valentina. A atitude e o desagrado de antes eram uma coisa, mas ela sabia bem que aqueles 10% das ações pertenciam a Valentina, e tudo dependia do que ela decidisse. Se Valentina não aceitasse, nem que causasse um grande alvoroço, não haveria como se manter firme. Valentina encontrou o olhar de Janaína e sorriu de forma tranquila. — O que a tia quer dizer? Janaína hesitou, mas acabou falando: — Aquelas ações que o Daniel distribu
Ela estava surpresa.Surpresa com as palavras de Valentina. Achava que, naquele dia, Valentina as havia chamado para retirar a promessa que Daniel fez naquele encontro.Ela sabia que a razão pela qual Daniel havia aceitado os 10% das ações na reunião dos acionistas não passava de um jogo, um jogo feito especialmente para Nicole.Daniel havia elevado a falsa Rafaella, fazendo ela esperar e se vangloriar, apenas para ver todas as suas esperanças e seu orgulho se transformarem em nada. Esse era o seu objetivo.Já que o objetivo havia sido alcançado, aqueles 10% certamente não seriam dados de verdade.De qualquer forma, a promessa ainda era apenas verbal; nenhum processo havia sido formalizado, e era fácil desfazer esse compromisso.Mas ela não esperava que Valentina dissesse que os 10% ainda estavam válidos.Eles ainda eram de direito delas...Rafaela olhou para Valentina, passando da surpresa à incredulidade, até chegar a uma leve admiração que transbordava. Nos olhos de Valentina, ela n