A sala de reuniões permaneceu em silêncio por um longo tempo.Daniel estava com o rosto sombrio, claramente mostrando sua profunda insatisfação.Rafaela se sentava na posição mais distante, no canto da sala. Desde que Rafaela voltou, ela parecia ser outra pessoa.Mas ninguém prestava atenção nela; estar ali hoje era apenas para fazer número.Nicole franziu as sobrancelhas, mas em seu coração, estava radiante de alegria.Das pessoas naquela sala de reuniões, ela era a que mais desejava a chegada de Janaína, e não poupou esforços para garantir que Janaína estivesse presente hoje.Finalmente, ela conseguiu, por meio das palavras de Janaína, colocar na mesa a questão que mais lhe preocupava.No entanto, ela não podia deixar transparecer sua satisfação.Exteriormente, se mostrava indignada:— Tia, a Vali acabou de falecer, e você já está falando dessas coisas. Não acha que é muita falta de consideração?! A Vali herdou o Grupo Freitas, o Grupo Freitas é dela. Como você pode... Como pode...S
Aquele olhar, frio de dar medo. O olhar de Daniel para ela sempre fora caloroso, como poderia ser diferente? Mas logo, o gelo em seus olhos desapareceu, e quando ela voltou a olhá-lo, seu olhar já tinha recuperado a ternura. Mas há pouco... Teria sido uma ilusão dela? Não, não foi! A frieza que lhe causou um calafrio era muito nítida, definitivamente não era uma ilusão. Nicole franziu a testa, precisava entender. Enquanto tentava descobrir, ouviu Daniel dizer lentamente: — Eu só tenho uma irmã agora, o que vou fazer? Aquela voz estava cheia de dor. Nicole despertou de repente, quanto mais Daniel sofria, mais ela precisava desempenhar seu papel. — Irmão, eu vou ficar ao seu lado para sempre! Agora só restava uma irmã, e claro, era ela! — Dez por cento das ações, é suficiente? — Daniel continuou. Se antes consolar Daniel era sua tarefa, agora, ao ouvir essa pergunta, sua mente se concentrou completamente. "Não é suficiente! Claro que não é!" Ela queria tud
Aquela voz, de fato, revelava insatisfação. Valentina sentiu uma leve sensação de mau pressentimento em seu coração. Ela olhou para o chão, tentando se manter alheia, fingindo que não tinha ouvido nada. Não muito longe dali, sentado no sofá, Mateus franziu as sobrancelhas. Algo estava errado, muito errado. Ele já a observava havia um bom tempo e, de acordo com a rotina, ela deveria ter percebido o olhar dele, retribuído com um olhar, para que seus olhares se encontrassem e ele pudesse seguir com suas próximas ações. Mas... "Será que ela não percebeu meu olhar?" Mateus chegou a piscar repetidas vezes, aumentando a intensidade de seu olhar, mas ela continuava sem reagir. Algo estava errado, muito errado mesmo! Então, ele teve que recorrer a outro método: — Querida... Chamou uma vez, mas Valentina continuou sem reagir. As sobrancelhas de Mateus se franziram ainda mais. "Não deveria ser assim, será que minha voz está baixa?" — Querida... — Chamou de novo. Aind
A atmosfera na mesa de jantar estava extremamente estranha.Afonso e Henrique Castro, com sorrisos no rosto, serviam comida para ela.— Vali, coma isso, você adora...Assim que a comida foi colocada no prato de Valentina, alguém imediatamente disse:— Querida, fui eu que fiz.Mateus olhava para Valentina, com o rosto claramente dizendo: "Querida, me elogie."— Hum! Horrível!Henrique Castro, que não suportava Mateus, tinha isso estampado no rosto, sem tentar esconder. Remexia a comida no prato, dava uma mordida e quase a cuspia fora. Porém, ele tinha vindo ao almoço para estar com Valentina e acabou não almoçando antes de vir.Sem ter conseguido almoçar, sua fome já havia sido substituída pela irritação.No entanto, irritado ou não, ao colocar a comida na boca, ele realmente sentiu um pouco de fome."Não esperava que o Mateus tivesse alguma habilidade na cozinha... Até que não é tão ruim?"Ele "engoliu com esforço", já que a ideia inicial era cuspir e menosprezar Mateus, mas agora só r
"Sério? Como poderia ser verdade?"A Sra. Kayra e o Sr. Mateus, uma era a madrasta, o outro era o filho deixado pela Sra. Emanuele. Entre os dois, a superfície poderia parecer calma, mas, na verdade, eles estavam em guerra.Desta vez, o disfarce do Sr. Mateus era apenas para enganar os olhos da Sra. Kayra."A Sra. Kayra tentou várias vezes prejudicar a Sra. Mello. Como ela poderia estar genuinamente preocupada com o Sr. Mateus?"Enquanto pensava nisso, veio um som da direção da sala de cirurgia.— Mateus... — A Sra. Nina gritou, apoiada em sua bengala, e se apressou em direção ao local.Os outros a seguiram de perto e, finalmente, do lado de fora da sala de cirurgia, viram Mateus sendo levado para fora.Ele estava com os olhos fechados, com marcas do acidente de carro em seu rosto, suas mãos, pernas e peito estavam cobertos, mas seu rosto, visivelmente sem vida, ainda podia ser visto.Desde o acidente, parecia não haver nenhuma melhora.— Mateus, Mateus, sou sua avó, você precisa ser f
— Daqui a três dias, desejo sucesso a você, e também desejo... Sucesso a mim! Nicole fez uma pausa. Desejar sucesso a ela, Nicole entendia, mas a senhora desejar sucesso a si mesma...? Se recuperando, Nicole não compreendia, mas concordou: — Que nós duas tenhamos sucesso. A Sra. Kayra certamente pensava que, se ela tivesse sucesso, Nicole também teria. Kayra sabia que Nicole não entendia, mas não explicou; não tinha intenção de fazê-la entender. Aquilo era um assunto dela, um plano dela, um... Futuro dela! Naquela noite, Mateus não voltou. Valentina, que estava esperando por ele, recebeu uma ligação de Henrique Castro, que lhe disse que Mateus estava ocupado com algo importante e que ela não deveria esperá-lo. Antes de desligar, ele ainda disse de forma misteriosa: — Vali, amanhã eu e o tio vamos te visitar, e tenho uma surpresa para você. "Surpresa? Que surpresa?" Valentina sorriu, sentindo uma leve expectativa em seu coração. Henrique Castro, por causa dessa
Diante dela estava um prato de arroz à grega, que parecia... Razoavelmente bom.— Rápido, rápido, se sente. — Henrique Castro estava ansioso, esperando elogios de Valentina.Ele mesmo entregou a colher para Valentina, observando enquanto uma colherada de arroz à grega era levada à boca dela.— E aí, e aí?Ele havia usado todas as suas habilidades culinárias.Só Deus sabia quantos ingredientes ele desperdiçou na última hora na cozinha, mas dessa vez, finalmente, ele conseguiu fazer algo que talvez merecesse um elogio de Valentina...Mas Valentina mal começou a mastigar e já ouviu um "croc".O som não foi alto, mas Henrique Castro estava bem ao lado de Valentina e pôde ouvir claramente.Até Afonso, que estava por perto, percebeu.O silêncio repentino era desconfortável.Valentina ficou nervosa. De repente, parou de mexer a boca. Ela sentiu que tinha mordido uma pedrinha. Mas como poderia haver uma pedrinha ali?Valentina pensou consigo mesma: "Deve ser uma uva-passa, mas como pode estar
Mateus não voltava ao lugar onde Valentina morava havia três dias. Ele estava preso. A Sra. Nina, de alguma forma, decidiu de repente que queria cuidar dele pessoalmente. Esse "cuidar pessoalmente" não significava que ela fazia tudo sozinha, mas passava a maior parte do tempo no hospital. Mateus parecia estar soldado à cama da UTI. A Sra. Nina, ao que parecia, realmente se importava com ele. Mesmo fora do horário de visitas, ela vestia roupas esterilizadas, escondida ao lado da cama, observando os diversos aparelhos conectados ao corpo de Mateus. — Mateus, você tem que melhorar, o Grupo Mello ainda espera por você, a vovó ainda espera por você... Ah, se eu soubesse antes o quanto você se importava com a Valentina, quando ela veio para a cidade JC, eu teria deixado vocês ficarem juntos. Não teria chegado a esse ponto... Separados por vida e morte, é um sofrimento para você... Você a ama tanto, e ela com certeza também ama você, ela também quer que você viva bem, não faça mai