— Rafaella... — Murmurou Afonso, pronunciando o nome dela.Quase sentiu certa simpatia por ela por causa da semelhança nos olhos.Por isso, quando viu que eles estavam descendo a montanha, seus olhos a seguiram, e foi esse gesto que lhe permitiu ver claramente todas as expressões e intenções de Rafaella."Rafaella... Ela sente ciúmes da Valentina!"E ao lidar com aquele "irmão", ela se disfarçou de maneira tão natural.Essa mulher tinha pensamentos profundos e maliciosos em relação a Valentina, sem dúvidas.E o acidente de carro e o atentado de antes...Afonso começou a se preocupar com Valentina.Franziu a testa, e nesse momento, uma ligação entrou. Afonso olhou para o identificador de chamadas e atendeu o telefone.— Tio, eu estava indo te procurar. Ouvi dizer que você foi para a Serra da Esperança. Você acabou de chegar na cidade JC, o que foi fazer na Serra da Esperança?Do outro lado da linha, o Sr. Henrique estava bastante confuso.De repente, ele se lembrou de que a família Frei
O tempo passava minuto a minuto, e o céu começava a clarear.Valentina continuava segurando a mão dele, relembrando inúmeras vezes em sua mente as cenas em que ele se ergueu para protegê-la, se colocando à sua frente repetidamente.Ela sentia claramente que algo em seu coração, que antes era tão firme, estava começando a mudar.— Mateus... — Valentina fixou seu olhar no rosto pálido dele, sem cor.Quando as palavras saíram de sua boca, parecia que uma decisão havia sido tomada.Sr. Henrique e Helen entraram no quarto de hospital e ouviram Valentina murmurar algo, mas não conseguiram entender bem.— Vali, você precisa descansar.Valentina havia passado a noite inteira acordada, e sua exaustão era visível a olho nu. O Sr. Henrique sentia uma profunda dor ao vê-la assim.Ele deu um sinal com os olhos para Helen, que imediatamente se aproximou.— Vali, eu preparei o café da manhã, vamos comer algo primeiro.Sem esperar pela recusa de Valentina, Helen a puxou pela mão.As duas saíram do qua
Rafaella estava com o rosto cheio de preocupação por Valentina, algo que Daniel percebeu, o que o deixou bastante satisfeito.Ele não queria que Rafaella se preocupasse, então a tranquilizou, dizendo: — Não importa quem a Valentina tenha ofendido, a família Freitas não permitirá que ninguém a machuque.O sorriso de Rafaella congelou por um instante, mas logo voltou ao normal, rápido demais para ser percebido. Ela ergueu o rosto com um sorriso: — Irmão, e se eu ofender alguém, você também não deixará ninguém me machucar?— Claro que não, você e a Valentina são as pessoas mais queridas para mim. Passarei a vida inteira protegendo vocês duas. — Daniel respondeu com firmeza.O telefone em sua mão ainda estava conectado. Do outro lado da linha, uma voz ansiosa se fez ouvir: — Sr. Daniel...Daniel franziu a testa, lançou um olhar tranquilizador para Rafaella e se virou para sair do salão.Rafaella permaneceu no mesmo lugar, olhando para a janela de vidro do chão ao teto, com os olhos
A voz de Vitor deixou Kayra momentaneamente atônita. Como ela poderia deixar que ele soubesse o que estava realmente fazendo? Em um instante, Kayra se recompôs, franzindo a testa com sua habitual gentileza e fragilidade. Ela suspirou e disse: — Nem sei o que está acontecendo, estou irritada hoje. Veja só o que fiz ao escritório, está uma bagunça. Vou arrumar agora. Kayra colocou a caneta de lado, mas antes que pudesse se agachar, Vitor a impediu. — Deixe isso, talvez você não tenha dormido bem na noite passada e esteja muito cansada? — Vitor a segurou com carinho. — Descanse um pouco, deixe que os empregados arrumem. Acabei de receber uma ligação da velha mansão, disseram que precisam falar com você, mas não se preocupe, qualquer coisa que seja, eu resolvo. Vitor acomodou Kayra no sofá, preocupado que sua esposa fosse perturbada por qualquer outra questão. No entanto, ao ouvir que algo estava acontecendo na velha mansão, Kayra se levantou imediatamente. — Será que minha
No escritório, no entanto, não havia ninguém. Rafaella ficou um pouco desapontada e estava prestes a sair quando viu o convite em cima da mesa. No convite, estava claramente impresso o nome "Grupo LT". Rafaella imediatamente percebeu que era para o banquete daquela noite. Com aquele convite, ela poderia ir diretamente... Após hesitar por um momento, Rafaella finalmente pegou o convite que estava sobre a mesa.... Desde a manhã, quando Helen a puxou para fora do quarto de Mateus, Valentina havia voltado ao quarto novamente, mas Mateus não estava mais lá. Se não fosse por Délcio, que chegou a tempo para informá-la que Mateus tinha saído para resolver alguns assuntos assim que acordou, ela teria quase desmaiado. — Se a senhora quiser ver o Sr. Mateus, posso levá-la até ele. Sem outras pessoas por perto, o "senhora" saiu dos lábios de Délcio de forma especialmente natural. Se fosse antes, Valentina teria rejeitado essa forma de tratamento, mas agora ela já havia aceitad
Rafaella estava furiosa por dentro. As palavras dessas pessoas eram cruéis, mas todas verdadeiras. Além disso, os outros só sabiam que Valentina era a neta adotiva do Sr. Jorge, mas não conheciam sua verdadeira identidade. Se fosse revelado que Valentina era descendente da família Freitas, essas pessoas certamente a tratariam com ainda mais respeito. E ela... Rafaella olhou para Valentina, que estava no centro das atenções, e suas mãos se fecharam em punhos sem que ela percebesse. Ela continuava radiante, como sempre. Ou talvez, no futuro, ela brilhasse ainda mais. "Mas eu... Mesmo que tenha mudado meu rosto, ainda serei ofuscada por ela?" Rafaella não havia esquecido o propósito de mudar de rosto. De Nicole para Rafaella, desta vez, ela iria conseguir o que queria. Com os olhos baixos, Rafaella parecia estar planejando algo em sua mente. E, no meio da multidão, outra pessoa também estava insatisfeita. Kayra estava ao lado de Nina, mantendo um sorriso no rosto,
Não era só Valentina. Afonso também confirmou: — Sim, nós nos conhecemos! — Conhecem? O Sr. Henrique ficou um pouco confuso. Seu tio havia chegado à cidade JC no dia anterior, então como eles poderiam se conhecer? A dúvida em seu coração só aumentava. Mas Afonso, naquele momento, não estava preocupado em esclarecer a dúvida do Sr. Henrique. Ele fixava o olhar em Valentina, com uma intensidade que parecia querer vê-la de novo, como se a estivesse redescobrindo. Aquele olhar, até mesmo Valentina percebeu algo estranho. — Vali... Bom, muito bom, eu já deveria ter te reconhecido, mas agora ainda não é tarde... — Afonso estava claramente emocionado. O Sr. Henrique nunca tinha visto Afonso desse jeito. Na visão que o Sr. Henrique tinha de Afonso, ele sempre foi uma pessoa reservada, nunca expressando emoções de forma tão aberta. Quando percebeu que Afonso parecia querer segurar a mão de Valentina, o Sr. Henrique instintivamente estendeu a mão, bloqueando Valentina. —
— Vali, não tenha medo!Rafaella rapidamente colocou Valentina atrás de si, encarando Afonso com uma postura defensiva.— Senhor, sem provas, você não pode sair por aí dizendo essas coisas. A Vali é da família Freitas. Alegar que ela é sua filha sem motivo aparente me parece uma atitude de má fé. — Rafaella continuou. — Vali, vamos embora!Ela tentou puxar Valentina para sair.Nesse momento, tudo o que Rafaella queria fazer, era levar Valentina embora dali.Se Valentina saísse, isso indicaria ao mundo exterior que ela não reconhecia ser filha da família Castro!Os passos de Rafaella eram apressados.Mas como o Sr. Henrique deixaria Valentina ir embora?Rafaella e Valentina mal haviam dado alguns passos quando o Sr. Henrique rapidamente se colocou na frente delas.Antes que ele pudesse falar, a voz de Afonso soou novamente:— Quem disse que não tenho provas?Provas?Rafaella apertou a mão de Valentina com mais força. Se realmente houvesse provas, o que ela faria?— Ela é minha filha, e