Agora O clima ficou mais pesado quando Ethan observou Valentina correr na direção do Oliver o abraçar. Eles pareciam se conhecer há muito tempo e gostar um do outro. Com os olhos arregalados e com o semblante indignado, Ethan observou Oliver pegar a menina no colo e oferecer a ela um presente. A menina parecia radiante. Quando Oliver olhou para Ashley, sentiu os ombros dela expressarem certa discordância. Ele percebeu, pelo clima ruim que pairava sobre a casa, que Ashley não havia contado a verdade para o pai. — O que está acontecendo aqui? – Ethan exigia uma explicação – não me diga que você contou a verdade a ele, Ashley? Ela caminhou apressada na direção dele, segurando no seu braço e sussurrando no seu ouvido. — Não vamos ter essa conversa na frente da Valentina, pai. — Eu fico muito aliviado em saber que eu não sou o único sendo enganado aqui. Oliver observava os dois quando colocou Valentina no chão e a ajudou a desembrulhar o presente. Marina atravessou a porta da casa
Ashley não conseguia raciocinar direito com Oliver tão perto dela. Quando o choro cessou e o desespero diminuiu, ela afastou-se dele lentamente como se estivesse pisando em um campo minado, ao ponto de explodir. Era como se as palavras do Ethan, relembrando o passado, ecoasse na sua cabeça, fazendo-a se sentir uma idiota por permitir que ele ficasse tão próximo. — Você deveria ter avisado que viria – ela enxugou as lágrimas, agora já de costas para ele – talvez assim, eu teria evitado tanta confusão. — Ou me impedido de vir – disse, decepcionado, recolhendo a dignidade e se afastando dela também – eu queria ver a Valentina. Ashley virou-se olhando para ele e tentando encontrar qualquer vestígio de sinceridade no rosto de Oliver. — Você acha que ela não é sua filha – foi quase como um sussurro – por que quer vê-la? — Os meus motivos não interessam Ashley. — Estamos falando da nossa filha, Oliver – outra lágrima ameaçou cair dos seus olhos. A sua voz estava visivelmente alterada –
Ashley mal conseguiu dormir naquela noite. Tentou ligar para o Ethan, mas ele havia desligado o celular. O seu pai já era um homem de idade por isso já tinha algumas limitações. Estava longe de casa e não tinha onde dormir. Ashley até considerou ir atrás dele, mas já era tarde da noite e ela não tinha ideia de onde o encontraria. Era muito cedo quando ela ligou para a fazenda perguntado se Ethan já havia retornado, mas o funcionário que cuidava do local, disse que não sabia onde Ethan estava, o que aumentou a preocupação de Ashley. Ela se arrumou para ir trabalhar, mas a vontade que tinha era correr pelas ruas e encontrar o seu pai. Quando chegou a cozinha, Marina já preparava o café e lançou a ela um olhar bem preocupado. — O que aconteceu dessa vez? – Encheu uma xícara com café e ofereceu a ela. — Eu não sei – balançou a cabeça, enquanto olhava para o líquido preto sem vontade de tomá-lo – e se aconteceu alguma coisa com o meu pai? Ele foi assaltado, dormiu nas ruas? Sentiu um
Era um dia esplêndido e ensolarado, mas dentro de Oliver parecia chover sem parar. Ele passou por Val sem dar a ela a devida atenção. Ignorou sem cerimônias a presença da mulher, que sorria para ele, feliz em tê-lo novamente na empresa. Mas logo o sorriso desapareceu, quando a porta do escritório fechando foi tudo o que ela recebeu dele. Havia alguma coisa de errado com Oliver. Ashley chegou logo em seguida, e parecia tão mal-humorada quanto Oliver. — Mas o que está acontecendo com vocês dois? – Colocou as mãos apoiadas na cintura, olhando para Ashley ainda mais confusa. — Comigo não há nenhum problema – ela murmurou, enquanto se ajeitava na cadeira – fui beijada pelo Alfonso hoje. Ao ouvir essas palavras, ela entendeu imediatamente o que estava acontecendo. — E o Oliver viu esse beijo? – Ashley não olhou para ela e pareceu reagir mal a pergunta. — Acho que sim, eu não sei – deu de ombros como se não se importasse – eu estava tão fascinada com o beijo que não reparei. — Não p
O dia estava adorável e a luz do sol refletia o movimento agitado da cidade. O carro dirigia em uma velocidade menor do que o de costume. O silêncio era sepulcral. Ethan e Oliver, lado a lado, prontos para acertas as suas diferenças. — Por favor, não conte a Ashley o que aconteceu hoje – Oliver se surpreendeu com o tom de voz do homem que a poucas horas atrás havia o enfrentado. — Que diferença isso fará, você disse que não a perdoaria – zombou desdenhosamente – recusou o dinheiro que ela havia dado a você. Um problema a mais não fará diferença. A expressão fria no rosto de Oliver, fez Ethan se sentir estranho. — Não quero nada que venha de você, Oliver – declarou – você ia nos jogar no meio da rua. Humilhou a minha filha. — O que você está fazendo agora não é muito diferente – continuou disposto a fazer Ethan perceber o erro que havia cometido – apostar a fazenda? O único patrimônio que a Ashley e a Valentina têm? Por quê? Do ego ferido, ou por que não se perdoa por apostar a pr
Oliver chegou à empresa quase, duas horas depois do almoço. Ele sabia que no momento em que abrisse a boca para conversar com Ashley, a moça o tornaria um vilão. Ele não parou para olhá-la, girou a maçaneta da porta e disse, antes de entrar. — Eu preciso que venha até a minha sala, Ashley. Agora. Ela olhou para ele assustada. Pelo tom de voz, o assunto parecia sério. O estranho era ela acreditar que Oliver a demitiria devido ao beijo que havia dado em Alfonso. O seu coração quase a trai. Quando se levantou, deixou de sentir os batimentos cardíacos e sentia como se ele estivesse na sua garganta. Tentou o inevitável, mas já era tarde demais, quando entrou na sala os seus olhos encontraram-se com os de Oliver. Caminhou exacerbada em direção a ele e disse: — O que aconteceu, Oliver? – Indagou ela, com a expressão de preocupação. — Porque haveria algo, Ashley? – Ela arregalou os olhos na direção dele, achando que Oliver estava brincando com a sua cara – me parece preocupada. — Não
— Por que estamos nessa casa? – Ashley sentiu o seu coração apertar com a proximidade da resposta. — Antes de responder essa pergunta, você precisa entender por que eu estou aqui – no entanto, Ethan não sabia por onde começar. A dor no seu peito parecia se intensificar conforme ele pensava nas consequências daquela revelação. Um silêncio ensurdecedor consumiu o ambiente, de modo que Ethan não sabia por onde começar a falar. Ashley não o perdoaria por ir novamente ao casino e pior, ter apostado a fazenda, coisa a qual Ashley tanto lutava para manter. Ela também não o entenderia por que mentiu esse tempo todo sobre Oliver, fazendo-a acreditar que ele era um monstro. Mas Ashley continuava esperando ele dizer qualquer coisa e essa espera quase a enlouqueceu. Onde o senhor estava, pai? – Indagou impaciente – eu fiquei preocupada quando liguei para a fazenda e me disseram que o senhor não estava lá. — A fazenda – começou a dizer, sentindo um nó sufocando a sua garganta – eu estava no ca
Ashley estava alguns quilômetros longe de casa. O céu ganhava um tom alaranjado e ia escurecendo ao pouco, como e acompanhasse a dor que Ashley carregava. A escuridão também estava dominando-a. Incapaz de raciocinar ou chegar a uma conclusão, ela apenas caminhava pela rua de La veja. Todo o mundo estava correndo, com presa de chegar em casa depois de um dia agitado e cansativo. Todo procuravam um refúgio, enquanto ela vagava em rumo. O celular na bolsa não parava de vibrar, mas ela não insinuava nenhum movimento de que iria atender. Ashley achava que era melhor ficar sozinha, ainda que não conseguisse chegar à conclusão alguma sobre o que estava acontecendo naquele momento. De repente uma freada brusca a assustou, fazendo os seus extintos ressuscitarem. Ela arregalou os olhos, enquanto pensava no pior. Outro susto, dessa vez mais intenso, aconteceu quando Oliver saiu de dentro do carro e parou bem a sua frente. Ashley revirou os olhos. Não iria perguntar o que ele fazia ali, porqu