Era um dia esplêndido e ensolarado, mas dentro de Oliver parecia chover sem parar. Ele passou por Val sem dar a ela a devida atenção. Ignorou sem cerimônias a presença da mulher, que sorria para ele, feliz em tê-lo novamente na empresa. Mas logo o sorriso desapareceu, quando a porta do escritório fechando foi tudo o que ela recebeu dele. Havia alguma coisa de errado com Oliver. Ashley chegou logo em seguida, e parecia tão mal-humorada quanto Oliver. — Mas o que está acontecendo com vocês dois? – Colocou as mãos apoiadas na cintura, olhando para Ashley ainda mais confusa. — Comigo não há nenhum problema – ela murmurou, enquanto se ajeitava na cadeira – fui beijada pelo Alfonso hoje. Ao ouvir essas palavras, ela entendeu imediatamente o que estava acontecendo. — E o Oliver viu esse beijo? – Ashley não olhou para ela e pareceu reagir mal a pergunta. — Acho que sim, eu não sei – deu de ombros como se não se importasse – eu estava tão fascinada com o beijo que não reparei. — Não p
O dia estava adorável e a luz do sol refletia o movimento agitado da cidade. O carro dirigia em uma velocidade menor do que o de costume. O silêncio era sepulcral. Ethan e Oliver, lado a lado, prontos para acertas as suas diferenças. — Por favor, não conte a Ashley o que aconteceu hoje – Oliver se surpreendeu com o tom de voz do homem que a poucas horas atrás havia o enfrentado. — Que diferença isso fará, você disse que não a perdoaria – zombou desdenhosamente – recusou o dinheiro que ela havia dado a você. Um problema a mais não fará diferença. A expressão fria no rosto de Oliver, fez Ethan se sentir estranho. — Não quero nada que venha de você, Oliver – declarou – você ia nos jogar no meio da rua. Humilhou a minha filha. — O que você está fazendo agora não é muito diferente – continuou disposto a fazer Ethan perceber o erro que havia cometido – apostar a fazenda? O único patrimônio que a Ashley e a Valentina têm? Por quê? Do ego ferido, ou por que não se perdoa por apostar a pr
Oliver chegou à empresa quase, duas horas depois do almoço. Ele sabia que no momento em que abrisse a boca para conversar com Ashley, a moça o tornaria um vilão. Ele não parou para olhá-la, girou a maçaneta da porta e disse, antes de entrar. — Eu preciso que venha até a minha sala, Ashley. Agora. Ela olhou para ele assustada. Pelo tom de voz, o assunto parecia sério. O estranho era ela acreditar que Oliver a demitiria devido ao beijo que havia dado em Alfonso. O seu coração quase a trai. Quando se levantou, deixou de sentir os batimentos cardíacos e sentia como se ele estivesse na sua garganta. Tentou o inevitável, mas já era tarde demais, quando entrou na sala os seus olhos encontraram-se com os de Oliver. Caminhou exacerbada em direção a ele e disse: — O que aconteceu, Oliver? – Indagou ela, com a expressão de preocupação. — Porque haveria algo, Ashley? – Ela arregalou os olhos na direção dele, achando que Oliver estava brincando com a sua cara – me parece preocupada. — Não
— Por que estamos nessa casa? – Ashley sentiu o seu coração apertar com a proximidade da resposta. — Antes de responder essa pergunta, você precisa entender por que eu estou aqui – no entanto, Ethan não sabia por onde começar. A dor no seu peito parecia se intensificar conforme ele pensava nas consequências daquela revelação. Um silêncio ensurdecedor consumiu o ambiente, de modo que Ethan não sabia por onde começar a falar. Ashley não o perdoaria por ir novamente ao casino e pior, ter apostado a fazenda, coisa a qual Ashley tanto lutava para manter. Ela também não o entenderia por que mentiu esse tempo todo sobre Oliver, fazendo-a acreditar que ele era um monstro. Mas Ashley continuava esperando ele dizer qualquer coisa e essa espera quase a enlouqueceu. Onde o senhor estava, pai? – Indagou impaciente – eu fiquei preocupada quando liguei para a fazenda e me disseram que o senhor não estava lá. — A fazenda – começou a dizer, sentindo um nó sufocando a sua garganta – eu estava no ca
Ashley estava alguns quilômetros longe de casa. O céu ganhava um tom alaranjado e ia escurecendo ao pouco, como e acompanhasse a dor que Ashley carregava. A escuridão também estava dominando-a. Incapaz de raciocinar ou chegar a uma conclusão, ela apenas caminhava pela rua de La veja. Todo o mundo estava correndo, com presa de chegar em casa depois de um dia agitado e cansativo. Todo procuravam um refúgio, enquanto ela vagava em rumo. O celular na bolsa não parava de vibrar, mas ela não insinuava nenhum movimento de que iria atender. Ashley achava que era melhor ficar sozinha, ainda que não conseguisse chegar à conclusão alguma sobre o que estava acontecendo naquele momento. De repente uma freada brusca a assustou, fazendo os seus extintos ressuscitarem. Ela arregalou os olhos, enquanto pensava no pior. Outro susto, dessa vez mais intenso, aconteceu quando Oliver saiu de dentro do carro e parou bem a sua frente. Ashley revirou os olhos. Não iria perguntar o que ele fazia ali, porqu
Oliver dirigiu para casa pensando sobre tudo que havia acontecido. Ele não entendia, porque havia beijado Ashley ou talvez não quisesse admitir sentir algo profundo por ela. Estacionou o carro em frente a mansão e ainda conseguia sentir o gosto doce do beijo dela. Ele não conseguia parar de pensar naquilo. Estava disposto a entrar e subir indo direito para o seu quarto, mas a presença de Stefany o impediu. Ela vestia uma camisola vermelha e tinha um copo cheio de bebida em uma das mãos. Estava abatida, com olheiras profundas e os cabelos desarrumados. Oliver nunca havia visto ela tão mal assim. Stefany esperava ele sentada na sala, com ansiedade e impaciência. — Onde você estava, Oliver? – Se aproximou dele o suficiente para sentir o odor do álcool que exalava da sua boca. — Estava trabalhando para sustentar os seus luxos – disse ele demonstrando indiferença ao seu sofrimento – aliás, eu não entendo por que continuamos juntos. Talvez eu tenha pena de você. A raiva a consumiu quase
— Vai me dizer o que aconteceu ali fora? - Marina a observava e sabia que algo havia acontecido e mexido com Ashley profundamente. — Não sei se quero falar sobre isso agora – respondeu, um pouco irritada. Entretanto, Ashley não sabia explicar o que realmente estava deixando-a irritada. Se havia sido as coisas que ouviu Ethan contar, ou se havia sido o beijo dado por Oliver. — O Oliver beijou você? – A pergunta parecia mais uma afirmação que fez a irritação de Ashley se triplicar – vamos Ashley, me conta o que aconteceu? Ashley olhou para Marina em dúvida, se estava disposta a reviver aquele dia novamente. Sentou-se no sofá enquanto observava Valentina brincando tranquilamente. Desde o dia em que havia voltado para Las Vegas que a sua vida parecia ter virado de cabeça para baixo. As coisas estavam acontecendo rápido demais, de modo que Ashley não sabia se estava no controle. Marina cruzou o antebraço sobre o peito e encarou Ashley, esperando ansiosamente que ela lhe contasse cada
Houve um silêncio absoluto. Ashley estava sem reação e era quase impossível distinguir o que ela estava sentindo. Não havia expressão nenhuma no seu rosto. Depois de alguns segundos, ela conseguiu esboçar um sorriso, mas ainda assim não conseguia dizer nada. — Talvez eu esteja indo rápido demais – ele percebeu que ela não parecia empolgada com aquele pedido. — Não, Alfonso, eu… – as palavras morreram na sua garganta – eu não sei o que te dizer. A resposta tirou todo o brilho que havia no rosto de Alfonso. Sentiu como se um balde de água fria fosse jogado sobre o seu coração. — Desde quando retornei a essa cidade que as coisas parecem está no modo acelerado – soltou um longo e pesado suspiro, como se dizer aquilo fosse dolorido – eu quero um tempo para pensar. Alfonso travou o maxilar, nitidamente decepcionado, mas não parecia disposto a desistir facilmente de Ashley. — Eu compreendo perfeitamente – o sorriso que ele ofereceu a ela foi genuíno – eu espero o tempo que for preciso.