Oliver ainda estava sem acreditar. Uma pitada de satisfação brilhou em seus olhos quando ele ouviu o que Ashley tinha para falar. Um sorriso brincou em seus lábios, fazendo Ashley quase se arrepender de ter feito aquilo, indo embora sem olhar para trás. Ashley vestia um blazer verde, oliva e uma saia preta, que deixava metade das suas pernas amostra. Sua pele branca e delicada parecia brilhar nos primeiros raios de sol daquela manhã e seus olhos faiscavam na direção de Oliver, deixando-o cada vez mais desconcertado. — Por que você mudou de ideia? – Perguntou, tentando disfarçar o olhar malicioso que lançava para ela. — Oliver, por favor – revirou os olhos – eu estou aqui, não é mesmo? Você não respondeu se me aceita de volta. Foi estranho para ela dizer aquelas palavras, ainda mais sabendo que já havia sido rejeitada uma vez por ele. E se isso não passasse de um plano diabólico de Oliver para se vingar dela? Ashley não havia pensado nisso, e ainda que fosse, precisaria arriscar.
Stefany estava devastada. Uma quantia de lágrimas caiu pelas bochechas rosadas dela. Não pode evitar, mesmo sabendo que aquilo era um sinal claro de fraqueza. Ver Ashley de volta deixou o seu coração revoltado. Tudo o que ela queria era que o chão se abrisse e a engolisse. — O que essa mulher está fazendo aqui, Oliver? – Ela perguntou com os dentes cerrados. A sua mente vagou de volta para o dia em que Ashley foi embora, levando com ela o filho secreto que Oliver nem sequer sabia da existência. Com ela de volta, todo o seu esforço em separá-los poderia ter sido em vão. E se Oliver descobrir da existência dessa criança? — O que você está fazendo aqui? – Oliver arqueou as sobrancelhas, lançando a ela um olhar fulminante – quantas vezes eu vou ter que repetir que precisa bater na porta antes de entrar? — Eu sou a sua mulher – ela gritou, lançando o olhar mais ameaçador para Ashley – eu vou entrar e sair daqui à hora que eu bem entender. Ela não permitiria que Oliver a humilhasse na
A mulher bem-vestida, de cabelos longos, saiu do elevador desnorteada. A maquiagem borrada dava a ela aparência de desespero. Stefany caminhou rápido até a saída, quando o seu salto quebrou e o seu corpo foi projetado ao chão. Que desastre! Nesse momento, Stefany lentamente abriu os olhos e observou aquelas pessoas estranhas com expressões de piedade nos seus rostos. Ela era a esposa de Oliver, todos a conhecia. Ela seria o assunto principal de todos a partir dali. — Estão olhando o quê? – Com lágrimas nos olhos, ela gritou com os curiosos. Um dos seguranças de Oliver tentou ajudá-la, mas Stefany jogou sobre ele toda a sua fúria. Empurrou o empregado para o lado e saiu da empresa com os pés descalças, arrastando a própria dignidade. De fato, não havia ninguém naquela empresa que não conhecesse a esposa de Oliver, porém ninguém a suportava. Stefany constantemente tratava mal todos os empregados. Era arrogante e mesquinha. Ela tinha uma expressão de aborrecimento no rosto, quan
Oliver e Ashley ficaram trancados no escritório por quase duas horas antes do almoço. Ele entregou para ela relatórios do homem que eles se reuniriam e da importância da empresa dele para o crescimento da empresa de Oliver. Enquanto ela se debruçava sobre os documentos, Oliver se pegava a observando por tanto tempo, que nem percebia que os seus olhos denunciavam a admiração que tinha pela inteligência daquela mulher. Quando Ashley fechou a pasta e lançou o olhar para ele, sabia que as suas bochechas haviam ficado vermelhas. Como ele a olhava, a fazia sentir-se culpada em todos os sentidos. Esse olhar sempre foi a sua arma mais poderosa. O jeito mais eficaz de fazer Ashley ceder aos seus pedidos. Ela se levantou, ainda sob o olhar observador dele, se aproximou e lhe devolveu os documentos. — O que concluiu? – Ele desviou o olhar quando percebeu o que estava fazendo. — Não vai ser tão difícil convencê-los a fazer parceria com a sua empresa. Oliver sorriu com a conclusão dela
Ashley podia sentir as bochechas queimando na proporção que o olhar de Alfonso se intensificava na direção dela. Naquele momento ela se lembrou sobre o que Oliver havia alertado. Ajeitou a postura e encarou as coisas apenas como profissional. Meio segundo depois ela estava apaticamente calma. — Se eu soubesse que traria a Ashley, já teria fechado negócio com você há muito tempo – disse Alfonso, sem perceber o quanto ele estava sendo inconveniente. Oliver cerrou os punhos, furioso por tratar Ashley tão formalmente, como se a conhecesse há muito tempo. Os olhos dele tinha um brilho frio e profundo. Ele observou Alfonso na possibilidade de desistir daquele negócio imediatamente, quando Ashley disse: — Lembre-se que o senhor fará negócios com o Oliver e não comigo – Ashley declarou, sem demora – eu sou apenas uma funcionária e estou aqui para ajudar. A expressão de Oliver tornou-se serena. Ele sorriu para ela, orgulhoso. — Sem sombras de dúvidas – o homem não parecia ofendido – de
Ashley nunca imaginou que a casa de Marina era tão longe do centro da cidade. Ainda que o trânsito estivesse calmo, a sensação que ela tinha era que não chegaria nunca ao seu destino. Quando o táxi finalmente estacionou em frente à casa, ela entregou o dinheiro ao motorista e disse que ele poderia ficar com o troco. Embora a temperatura estivesse baixa, fazendo muito frio na cidade naquele dia, frio era o que menos Ashley conseguia sentir. Haja visto que a adrenalina e a preocupação corriam pelo seu corpo, esquentando-a mais do que deveria. O seu sangue fervia. Antes de entrar na casa, Ashley observou ao redor. Não havia sinal de qualquer carro estranho, mas isso não a fez se acalmar. Os instintos de Ashley diziam que algo de muito errado estava prestes a acontecer. Abriu a porta e entrou no local. Não havia ninguém na sala, mas Ashley escutou a voz de Valentina no quarto. Correu em direção à voz dela. A menina brincava com a baba e tudo parecia calmo. Quando Valentina viu, Ashley
Stefany Stefany havia voltado a mansão quando o sol já se escondia por detrás da montanha. Depois que saiu da casa de Ashley, passou o resto do dia refugiado na cafeteria da cidade, planejando o próximo passo do seu plano diabólico. Quando chegou na mansão, Oliver já estava na sala de jantar, sendo servido por um dos empregados. Estranhou ele não está trancado no escritório como costumava sempre fazer. Contudo, não esperava encontrá-lo tão cedo e ter que enfrentar a sua fúria novamente. — Onde você estava? – Levou a xícara até os lábios, tomando um longo gole de chá. — Estava perambulando por aí – sentou-se ao lado dele. Com uma voz calma, continuou dizendo – quero pedir desculpas pelo que aconteceu na empresa hoje. Oliver largou a xícara sobre a mesa e lançou até ela um olhar desconfiado. Stefany não era o tipo de mulher que pedia desculpas facilmente. Às vezes Oliver acreditava que o orgulho dela era maior que qualquer outra coisa que ela pudesse sentir. Ele sabia também que
Marina tremia atrás do volante. Se ela não tivesse chegado a tempo, talvez Valentina não estivesse mais entre elas. Só Deus saberia o que aconteceria com aquela pobre criança. — Você precisa ficar mais atenta – continuava repreendendo a baba, que chorava descontroladamente – aquela mulher estava pronta para colocar as mãos na Valentina. — Me desculpe, senhora Marina – mas os soluços impediam que ela continuasse. — Imagina a Ashley sabendo disso – não olhou para a mulher – eu confiei em você quando, indiquei seus serviços a ela. — Não conte a ela, senhora Marina – implorou a babá – não acha que a Ashley já tem problemas demais para se preocupar? Marina lançou um olhar rápido a ela, percebendo o desespero da mulher, resolveu não a torturar mais. De algum modo, a babá tinha razão em não querer contar o ocorrido a Ashley. — Não vamos contar nada a Ashley – estacionou o carro em frente à casa – mesmo porque a responsabilidade também é minha. Virou o rosto para observar Valentina,