Mike

      A comida que Richard havia trazido já estava quase acabando, José foi falar com Richard que estava sentado no chão limpando o 38.

— Só durou dois dias, o que vai fazer a respeito?

— Você só sabe me cobrar? Provavelmente buscar mais.

—E onde você esteve? Você não me respondeu naquele dia.

— Eu já disse, estava sendo útil!

— Em que sentido?

— Quer mesmo saber? Eu estava ajudando uma garota de mais ou menos uns 25 anos que tem um filho pequeno.

José deu uma risadinha debochada e disse:

— Então você estava sendo inútil como sempre!

Richard se levanta bravo e fala.

— Como que é?

— Ajudando os outros e deixando sua família sem saber se você estava vivo ou morto!

— Eu voltei e trouxe comida, ajudei os dois lados!

— Nesses tempos, você deve ajudar apenas os conhecidos, foda se os outros!

Richard apenas balança a cabeça e fala decepcionado.

— Você não a conheceu? Temos que ajudar se pudermos, não somos essas coisas lá fora, somos humanos, cadê sua bondade pai?

— Morreu com esse mundo! Diferente de você eu já entendi, sobreviver acima de tudo!

— Com esse seu jeito você não vai longe pai.

— Veremos quem vai mais longe então!

José sai andando bravo e ao sair do quarto, Julia entra e vai até Richard.

— Papai, por que você e o vovô sempre brigam?

Richard se senta novamente e abraça sua filha.

— Sabe que nem eu sei filha.

— Você não sabe por que brigam? Engraçado isso.

Richard abre um sorriso e fala.

— Pois é né.

— Eu ouvi a parte de que você estava ajudando uma garota com um filho.

— E o que você acha dessa minha atitude filha? Acha que eu fiz errado?

— Jamais papai, eu achei incrível! Meu pai é um herói, o vovô está errado na minha opinião.

— Você é mesmo minha filha, pensamos igual.

— Sim!

Richard abre o tambor do 38 e vê que só tem 2 balas, e a arma dada por Isa estava descarregada.

— Papai, e a comida? Acabou.

— Eu sei filha, precisamos de mais balas também.

— O que você vai fazer papai?

— Nós vamos ter que sair dessa casa, por mais que seja segura, morreremos de fome aqui.

— Mas pra onde iremos? E quando?

— Amanhã e pra onde? Eu não sei filha, mas vamos achar um lugar seguro filha.

Julia abraça muito forte seu pai e fala.

— Ok.

E assim aconteceu, no dia seguinte de manhã, eles arrumaram as coisas e se foram dali procurar um lugar melhor, com mais suprimentos, andando durante uma semana mais ou menos, Richard consegue achar algumas balas para as armas, sempre que podem evitam de enfrentar as coisas, economizar as balas, já que barulho as atrai e numa certa noite eles entraram em uma loja de conveniência de um posto de gasolina que estava todo destruído, carros tombados, os vidros da loja quebrados e como sempre mortos por todos os lados, mas nenhuma das coisas, adentrando na loja, Richard com seu 38 e facão, seu pai com a arama dada por Isa agora carregada, começaram a vasculhar as prateleiras, algumas estavam derrubadas, Julia viu no chão, pertos da prateleiras caídas, um doce que ela amava muito, sem pensar duas vezes a garota foi pegá-lo, mas ao chegar perto uma daquelas coisas sai de baixo das prateleiras e agarra o braço de Julia que começa a gritar desesperadamente, Richard ao perceber a situação corre até ela e retira a coisa de cima da garota e a mata, outras coisas começaram a sair debaixo das prateleiras Richard pega na mão de Julia e dá um sinal para seu pai e eles correm para a porta dos fundo da loja, mas os gritos de Julia atraiu outras coisas de fora, Richard e José mataram algumas, mas elas eram muitas, encurralados Richard abraça sua família achando que era o fim, mas antes que as coisas pudessem tocá-los, Richard ouve tiros, estavam acertando as coisas, ele também viu algumas luzes de carros e ouviu alguém gritando.

— Eles estão aqui, matem os infectados!!!

As luzes não estavam deixando Richard ver direito, mas ele via algumas sombras matando as coisas e ao final daquela loucura Richard estava aliviado por estar vivo, mas confuso, quem são essas pessoas? ele pensou.

Então entre as luzes e várias pessoas bem armadas, um cara negro de jaqueta de couro desceu de uma moto, se aproximou e disse:

— Ei vocês estão bem?

— Agora sim. — Falou Richard olhando para as coisas mortas em volta.

— Da hora, e quem são vocês? — A pessoa estranha perguntou.

— Quem são vocês primeiro? —Disse José com arrogância e medo.

O cara deu risada e disse:

— Se acalma fóssil eu sou Douglas, mas todos me chamam de Mike.

Richard responde.

— Eu sou Richard e esses são meu Pai José e minha filha Julia. Obrigado pela ajuda.

— De nada cara, vocês estavam precisando, estão sozinhos ou com algum grupo?

— Somos só nós.

— Ei —disse José— por que você está falando a verdade pra ele? Nem o conhece!

— Eles nos ajudaram pai!

Mike se pronuncia.

— Olha se a gente quisesse te matar já teríamos feito, ok?

José se cala e abaixou a cabeça com raiva e Mike continua.

— Então já que estão sozinhos poderiam vir com a gente.

— Tem mais de vocês? —Disse Richard—vocês têm um lugar?

Mike sorriu e disse:

— Temos sim, comida, bebida e energia por enquanto.

Julia abriu um sorriso de orelha a orelha, até José levantou as sobrancelhas em sinal de felicidade.

— Pai, parece uma boa já que estamos a um bom tempo sem banho e um lugar— falou coçando a cabeça.

Quando Richard olhou a menina ela estava com um olhar de estar aponto de implorar para ir.

Richard olhou para seu pai, suspirou e disse:

— Bom Já que vocês nos salvaram, seria uma boa fazer parte do seu grupo, se não tiver nenhum problema.

Nessa hora outras pessoas que estavam com Mike olharam feio e um deles com um moicano disse:

— Ei Mike! Não podemos levá-los, as ordens são de não levar mais ninguém!

Mike respondeu.

— Eu sei Cobra, mas eles precisam de ajuda, você viu!

Nessa hora uma mulher de cabelos curtos e piercing no nariz disse.

— Cobra está certo! Você não pode ir contra as ordens!

— Essa escolha é minha Carol, eu arco com as consequências se houverem consequências. Ok?

Os dois ficaram quietos, mas dava pra perceber que não gostaram, outras pessoas ali presentes nem falaram nada, só olhavam feio para Richard e sua família

— Tem certeza que podemos ir com vocês? —Disse Richard.

Mike abriu novamente um sorriso e disse:

— Podem sim, temos que nos ajudar se quiser nos sobreviver, seu pai e filha vão num dos carros e você vem comigo.

Richard achou estranho e disse:

— Por que tenho que ir separado deles?

— Precisamos conversar.

Richard olhou meio desconfiado, mas foi mesmo assim, no caminho eles conversam.

— Então, o que você queria conversar?

— Estou levando vocês por que parecem serem pessoas boas pessoas, mas não sou quem está no comando do lugar, você terá que conversar e convencer ela pra ficarem ok?

— Ok ... espera, ELA?

Mike gargalhou e disse:

— Está surpreso por ser uma mulher quem nos lidera?

— Um pouco, mas está ok. —Disse sorrindo.

— Ela pode ser mulher, mas coloca qualquer cara no bolso. —Mike terminou a frase dando risada.

Richard exclamou.

— Espero que eu consiga convencê-la.

— Vou tentar te ajudar, as suas ordens é pra nunca trazerem pessoas de fora e por isso meus companheiros fizeram aquelas caras e falaram aquelas coisas, mas são boas pessoas, eles só estão seguindo regras, a ideia de levar você e sua família é só minha nossa líder não gosta de pessoas novas sabe?

— Por quê?

— Pelo visto você não viveu nada desse "Novo Mundo" né?

— Como assim? —Disse Richard— já vi essas coisas fazendo várias atrocidades.

— Vocês os chamam de coisas? —Riu enquanto falava.

— Vocês chamam de que?

— Infectados, já que foram infectados por radiação, quando chegarmos eu te falo mais deles.

— Ok. —Disse Richard— Vou querer saber mais sim.

— Os Infectados não chegam nem perto da verdadeira ameaça.

— Tem coisa pior que os ... Infectados?

— Tem.

— O que é?

— A humanidade sem regras, limites e leis.

Richard se calou por um segundo, e perguntou?

— O que você já passou? Pra estar falando assim.

— Eu estava com minha mulher e dois filhos no meu carro, estávamos fugindo dos infectados e tentando achar um bom lugar pra ficar, quando um grupo de cinco caras nos parou dando tiros nos pneus do carro, eles pediram pra eu sair com as mãos pra cima, então eu sai e minha família também, eles olharam como leões famintos para minha família e me falaram que já estavam sem comer nada a três dias, eu disse que podiam pegar o que quisessem no carro e eles falaram que iriam mesmo e um pouco mais, nessa hora os filhos da puta tiraram minhas armas e começaram a nos espancar, xingar e dar risada da situação, me amarram e fizeram assistir o estupro da minha esposa enquanto isso os outros matavam meus filhos e prepararam as coisas para um jantar, naquela noite depois de apanhar muito eles começam a assar a carne deles como se fossem pedaços de vaca .... fizeram o mesmo com minha esposa depois do estupro, depois de comerem quase tudo e rirem muito um deles veio até mim, eu estava chorando e perguntei o porquê disso, ele disse, " o mundo é assim agora preto filho da puta, você tem sorte de te deixarmos vivo e inteiro" ele me disse isso e riu, eles foram embora e eu jurei que não confiaria mais em ninguém, fiquei sozinho evitando encontram pessoas e as que encontrava eu as matava se necessário, até que encontrei A Comunidade, é onde estou levando vocês, aprendi a ser como era antes, levou bastante tempo, eu queria machucá-los mas a Jade me ajudou e daí resolvi dar uma segunda chance a quem merece, por isso ajudei vocês lá trás.

— Nossa que história, nem sei o que dizer, e os caras? Você os encontrou de novo? E quem é Jade?

Mike disse com um sorriso no rosto.

— A se encontrei, eu dou uma segunda chance pra quem merece, pra eles eu dei a "segunda chance" ... matei todos e cortei as pernas do líder ainda vivo e disse " você tem sorte de eu te

deixar vivo, mas não tão inteiro assim" ele me xingava muito então três Infectados apareceram e ele começou a me implorar pra não deixar ele ali, dei meia volta, montei em minha moto e fui embora, os Infectados o mataram. E a Jade é a líder da Comunidade que moramos.

— Entendi, pelo menos você conseguiu sua vingança e sinto muito pela sua família.

— Não sinta, eu já senti de mais até perceber que eles então em um lugar melhor. —Disse sorrindo e olhando para o céu.

Richard sorriu e disse:

— Que bom que você pensa assim.

— Estamos chegando. —Disse Mike.

Quando eles pararam e desceram dos veículos viram um condomínio de casas com muitas alterações, muros erguidos além do normal, cercas e umas torres de vigia.

— UAU! vocês construíram tudo? —Disse Richard surpreso.

— Só o básico —sorriu— a estrutura já estava aí quando chegamos foi só adaptarmos.

— Incrível!

— Vocês fizeram tudo isso em apenas uma semana? —Disse José.

Mike olhou como se não tivesse entendido e disse:

— Duas semanas? não, fizemos a um mês atrás.

— Mas por que? —Disse José—Se tudo isso começou a uma semana?

Todos em volta riram muito ao ouvir e Richard ficou sem entender, Mike rindo disse

— De qual lugar vocês vieram? Esse apocalipse já começou a mais de messes.

Eles ficam surpresos e Richard diz.

— Mas como isso é possível? Até uma semana estávamos em nossas vidas normais.

— Essa radiação foi se alastrando pelo mundo a messes após aquele acidente, vocês devem ter sido os últimos atingidos, no caso a cidade de vocês.

— Mas e aquela reportagem? —Disse Julia— Parecia recente.

— Pra não deixar as cidades ainda não atingidas em pânico a mídia ficou repassando essa reportagem por um tempo pra fingir que estava tudo no controle, mas isso não adiantou de nada já que ninguém controlou porra nenhuma, entenderam?

— Minha nossa. —Disse Richard.

Julia e José ficaram sem palavras, Cobra veio até eles e disse:

— Vamos! Você tem que falar com a Jade.

— A quase esqueci, —Disse Mike— mesmo não sabendo se vão ficar vou falar mesmo assim, Bem Vindos A Comunidade.

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