André— Ian, espera! Não faça nenhuma loucura neste momento — me apressei para impedir meu primo de cometer uma burrada. Continuo tentando processar o choque em descobrir sobre a loucura que Luciana cometeu por amar, porém, se meu primo cancelasse o casamento, o nome da nossa família ficaria manchado, principalmente por conta da família da noiva que tinha tanta influência no Estado quanto a nossa.— Primo, não vou me casar com aquela criminosa. Não me peça para fingir que tudo está bem quando sabemos bem que não tá.Escuto ele dizer. Entendo o lado dele, entretanto precisamos manter a calma numa situação dessas, mesmo que sacrifícios sejam necessários.— André e Ian, o que os dois estão fazendo no corredor?Minha mãe surge do nada, para atrapalhar a conversa e eu espero que Luciana não tenha feito nenhuma idiotice, piorando ainda mais toda a situação.— Tia, eu preciso falar algo muito importante com a senhora — Ian começa a falar, porém, minha mãe o interrompe.— O que você aprontou
LorennaQuinze dias passaram, desde o casamento do Ian e Luciana. A cerimônia foi de bastante tensão e desconfiava que algo grave aconteceu antes do casamento. Na verdade, sentia que André escondia algo de mim, bem antes da chegada da noiva. Quando ele apareceu no quarto da filha para chamar nós duas, percebi seu rosto com um olhar estranho e desconfiava que ele poderia ter ouvido a nossa discussão? Se fosse isso, por qual motivo não me dizia nada ou confrontava a filha? Na ausência do primo, André chegava em casa mais tarde, pois Ian era o responsável jurídico da construtora e com alguns novos contratos milionários para lidar, Antônio preferiu esperar o sobrinho voltar de viagem. Em uma noite fomos jantar na mansão e Rose me confidenciou que a lua de mel do sobrinho não estava bem como Ian insistia em dizer. Contou que por duas vezes, ligou para o hotel e os dois não estavam, sendo que Luciana disse para a minha sogra que estava muito cansada e queria voltar logo para o Brasil.— Lor
AndréDesci para o meu escritório com pressa. Não quero ter que explicar para Lorenna o que anda acontecendo, para não deixá-la preocupada. O dia no escritório foi extremamente estressante. A discussão com Ian que voltou de viagem sem avisar, as acusações que ele me fez, por eu impedir de revelar tudo sobre a armação da mulher e de como ele viveu um inferno nos dias em que esteve em lua de mel. Meus pais ainda não sabiam de nada, evitava ao máximo ter que revelar o rumo das coisas. Além disso, eu não conversei com Isabella sobre suas mentiras. Pensava no que fazer com a minha filha, para que ela aprendesse a agir de maneira correta em relação às coisas da vida. Eu andava pesquisando colégios fora do Brasil e estava pensando seriamente em colocar Isabella em um intercâmbio. Dessa forma, seguiria os estudos no exterior e aprenderia que a vida não é como ela deseja. Abro notebook, para trabalhar em um novo projeto, quem sabe eu tiraria da mente a discussão com meu primo, que ainda rondav
LorennaEnquanto eu me vestia, decidi ir até o escritório para conversar com o André. Ele não estava bem, notei isso no banho e nem mesmo os carinhos que fiz nele, foram retribuídos. Algo que ele sempre fazia quando tomamos banho juntos. Então vesti a primeira roupa que encontrei e fui atrás dele. Ao entrar e encontrar sua expressão séria, sabia que algo muito grave andava acontecendo. Após fazer ele me contar os problemas, não pude deixar de ficar em choque com a questão dele mandar Isabella para estudar fora, algo que já era previsto, quando eu fui contratada para trabalhar na casa dos pais dele. Eu de verdade, não tinha noção de que todos os requisitos na realidade eram para morar fora do Brasil. Agora o que me deixou ainda mais surpresa e de uma maneira não muito boa, foi ouvir que a Luciana tinha armado para casar com o primo dele.— André, você não acha que é muito absurdo o que acabou de me contar?Questionei, voltando a sentar em seu colo.— Eu me fiz a mesma pergunta quando o
Lorenna— Amiga, tudo que você acabou de me contar é piada? Sério Lorenna, uma hora dessas e você querendo tirar sarro de mim.Juliana e eu estamos na casa da minha mãe. André veio me deixar cedo antes de sair para o trabalho. Ficaria o dia inteiro ajudando com as coisas da casa e aproveitei que mamãe saiu para a feira, pra conversar com Juliana sobre tudo o que descobri.— Acha que eu tenho cara de quem brincaria com algo sério? O André tá arrasado com a filha e a briga com o primo. Estou tentando ajudar com o que eu posso, mas você deve imaginar o quanto o meu namorado anda triste com tudo isso. Hoje ele vai almoçar com os pais e a filha, vai contar sobre a decisão da Isabella indo morar nos Estados Unidos e falar com a mãe dele sobre contratar uma pessoa responsável para morar junto com a filha.Comentei, enquanto passava as roupas da minha sobrinha que eu comprei no dia anterior e que mamãe havia colocado para lavar. Juliana sentada no sofá, ouvia tudo sem acreditar em nada.—
André — Você queria falar comigo? A porta do meu escritório se abre e Ian surge. Eu estava terminando de organizar alguns papéis para ir almoçar. Hoje iria até a casa dos meus pais, para conversar sobre a minha decisão referente ao destino da minha filha e conversar com Isabella também. — Entra! Eu pensei que você não iria aparecer agora. Apontei para que Ian senta-se na cadeira à minha frente. Lorenna na noite passada conversou comigo sobre tudo que aconteceu e me aconselhou a pedir desculpas ao meu primo e tentar ajudar no que for necessário para que o divórcio aconteça com mais facilidade. — Se for para saber o andamento do contrato para a construção do supermercado, pode ficar tranquilo. Eu dei prioridade ao contrato logo assim que voltei do inferno que foi aqueles dias longe do trabalho. Ian diz, sem esconder a raiva na voz. — Eu quero conversar contigo sobre sua lua de mel e o seu casamento — respondi, encostando-me melhor na cadeira. — Conversar sobre? Eu casei como voc
André— Então Lorenna, foi passar o dia na casa da Carmen?Minha mãe chama a minha atenção, a mesa do almoço. Depois da conversa com Ian, fui buscar Isabella no colégio e viemos para casa. Antes de voltar para o escritório, conversaria com a minha filha sobre o intercâmbio nos Estados Unidos e com a minha mãe falaria em relação a contratação de uma pessoa para morar com Isabella, pelos próximos três anos, podendo se estender o prazo se Isabella quisesse seguir com a faculdade. — Lorenna, comprou mais uma parte do enxoval da sobrinha e hoje foi pra casa da mãe ajudar a organizar tudo.Respondi, voltando a comer. Minha filha seguia calada, respondendo apenas o que os avós questionavam.— André, seu primo não quis almoçar com a gente?Papai perguntou. Eu até tentei convencer meu primo, mesmo após a nossa conversa, porém Ian disse que tinha muito trabalho acumulado no escritório.— Ian, tem bastante trabalho no escritório. Podemos marcar depois um almoço aqui para a volta do meu primo.R
Lorenna— Esse não é o caminho para casa — André dirigia pelas ruas de São Paulo, em uma direção que não levava a nossa casa. Após o jantar com a minha mãe, conversamos um pouco sobre alguns detalhes referentes ao quarto da minha sobrinha e mamãe comentou sobre a viagem com as senhoras da igreja para Aparecida do Norte no final do ano. Ela não passaria Natal e nem Ano Novo comigo esse ano. Por um lado fiquei triste, por não ter sua presença, visto que eu estava pensando em organizar a ceia na minha nova casa e além disso seria o primeiro ano que minha irmã passaria longe da família. Já por outro lado, fiquei feliz porque de certa forma a viagem seria uma distração para ela.— Decidi parar em outro lugar antes de ir para casa — respondeu entrando na rua que levava até a represa.— Você conversou com a sua filha no almoço? Questionei segurando em sua mão com carinho.— Conversei com Isabella e também com os meus pais. Contei sobre o intercâmbio e não queria ter que lidar com esse assunt