Capítulo 34Dona Amélia bateu suavemente na porta e, ao ouvir o consentimento de Gabriel, entrou com elegância, ajustando a bolsa no braço. — Tudo bem, meu amor? Gabriel levantou os olhos dos papéis, surpreso. — Mamãe? Não esperava vê-la por aqui. Estou ótimo, obrigado. Ela caminhou até ele, analisando-o com o olhar experiente. — Sabe, ainda bem que eu vim. — O que quer dizer? — Deixe comigo, meu querido. Eu resolvo. Ele arqueou uma sobrancelha, mas não insistiu. — Está certo. — Você já almoçou? Parece um pouco abatido. Gabriel suspirou e passou a mão pelo rosto. — Estou um pouco cansado. Ainda não almocei. — Então, somos dois. Vamos aqui pertinho, estou faminta. Ele sorriu e se levantou. — Claro, mamãe. Como a senhora quiser. Dona Amélia lhe ofereceu um sorriso caloroso. — Sempre tão educado. Que orgulho. Completamente diferente de como estava após o acidente, mas te entendo, era difícil tudo aquilo para você, querido. Gabriel parou por um instante
Capítulo 35Dona Amélia estava sentada na sala de estar, conversando ao telefone com Clara. Ela ajeitou o óculos e se recostou no sofá, enquanto ouvia atentamente.— Claro, Clara, será um prazer. A apresentação de ópera? Adoraria. Quando será?Clara, do outro lado da linha, sorriu ao ouvir a resposta positiva de Dona Amélia.— Que bom que você aceitou! Vai ser na próxima sexta-feira. É uma oportunidade perfeita para você se divertir um pouco. Ah, e eu pensei em algo. Que tal convidar seu filho, Gabriel, e a namorada dele para se juntarem a nós?Dona Amélia fez uma pausa, refletindo.— Hmm, acho que seria ótimo. Vou convidá-los e, se puderem, será uma ótima oportunidade para todos nós aproveitarmos uma noite agradável juntos.Clara, satisfeita, respondeu com entusiasmo.— Fico feliz que tenha aceitado o convite! Acho que será uma ótima noite, com boa música e boa companhia.Dona Amélia sorriu, com os olhos brilhando ao imaginar o evento.— Com certeza, Clara. Vou falar com Gabriel sobr
Capítulo 36Gabriel digitou rapidamente no celular, enviando uma mensagem para Jussara:Gabriel:"Oi, amor. Onde você está?"A resposta dela veio pouco depois:Jussara:"Vim ao salão cortar o cabelo e fazer as unhas. Não avisei sua mãe porque ela tinha saído."Gabriel sorriu, imaginando-a se cuidando, e respondeu:Gabriel:"Tudo bem. Aproveite o dia. Só queria avisar que fomos convidados para uma ópera."Jussara:"Ópera? Nossa, que chique! Quando?"Gabriel:"Sexta à noite. Minha mãe quer que a gente vá juntos. Está tudo bem para você?"Jussara:"Claro! Perfeito. Amo você!"Gabriel:"Também amo você. Até daqui a pouco."Ele guardou o celular, satisfeito, e já começou a pensar em como seria sexta à noite com Jussara.Gabriel chamou sua secretária pelo interfone.— Pode chamar o Marcos para vir à minha sala, por favor? — pediu ele, com a voz tranquila, mas firme.Pouco depois, a secretária retornou:— Senhor Gabriel, o Marcos saiu da empresa há pouco. Parece que foi logo depois de conver
Capítulo 37No início da noite, Marcos estava em uma boate, afundado em um sofá de couro na área VIP, com um copo de whisky na mão. Seus olhos estavam vermelhos, não apenas pela bebida, mas também pela raiva e frustração que transbordavam de cada palavra. Ao seu lado, seu amigo Gustavo ouvia atentamente, embora tivesse a expressão de quem estava se divertindo mais com o drama do que oferecendo consolo.- Cara, você não vai acreditar no que aconteceu hoje - começou Marcos, balançando o copo e deixando o líquido âmbar quase transbordar. - Minha vó, a bruxa da Dona Amélia, me fez passar a maior vergonha na empresa.- Como assim? - Gustavo perguntou, rindo de leve enquanto pegava um punhado de amendoins da mesa.- Foi até o RH, cara! RH! Falou que era inadmissível minha atitude. Fez parecer que eu estava tendo um caso ou algo assim. Agora todo mundo tá falando de mim nos corredores, com aqueles olhares de julgamento.- Ah, mano, mas você tava mesmo? - provocou Gustavo, dando uma risadinha
Capítulo 38Na sala de estar, a lareira crepitava suavemente. Gabriel e Jussara estavam sentados lado a lado no sofá, enquanto Dona Amélia já havia se retirado para descansar. Pouco depois, a cozinheira entrou discretamente com um carrinho elegantemente montado, trazendo dois tipos de fondue: queijo e chocolate, acompanhados de frutas, pães, e outros acompanhamentos cuidadosamente dispostos.- Espero que gostem, Sr. Gabriel. Preparei com muito carinho - disse a cozinheira antes de se retirar.Gabriel sorriu e agradeceu com um aceno. Assim que ficaram a sós, ele se virou para Jussara e segurou sua mão com ternura.- Achei que a noite merecia algo especial - disse ele, olhando-a nos olhos. - Você me inspira a querer fazer coisas assim, a querer te mimar sempre.Jussara sorriu, um leve rubor colorindo suas bochechas.- Você já faz tanto por mim, Gabriel. Nem sei como agradecer por ser tão... Amoroso.Gabriel soltou uma risada baixa e pegou uma peça de pão, mergulhando no fondue de queijo
Capítulo 39Na sexta-feira, enquanto revisava relatórios em seu escritório, Gabriel foi interrompido pelo toque do telefone. Era o RH informando que Marcos não comparecia ao trabalho havia dois dias e não havia dado qualquer satisfação. Gabriel, surpreso, respondeu:— Não estava ciente disso. Vou tentar falar com ele. Obrigado por me avisar.Assim que desligou, tentou ligar para o celular do filho, mas as chamadas não foram atendidas. Sua preocupação aumentou, e ele decidiu recorrer a um meio mais direto. Pediu ao RH o telefone fixo da casa de Marcos e, com um leve hesitar, discou o número.Do outro lado da linha, a voz feminina de sua ex-mulher, atendeu.— Alô?— Laura? É o Gabriel. Tudo bem? — Sua voz era cortês, mas havia uma ponta de urgência.— Gabriel? Que surpresa. Tudo bem, e você?— Bem, obrigado. Estou ligando porque o Marcos não tem aparecido no trabalho. Liguei para o celular dele, mas não obtive resposta. Você sabe onde ele está?Houve um silêncio do outro lado, e Gabriel
Capítulo 40Na cozinha, Jussara e Dona Amélia riam com gosto de uma das histórias engraçadas que o chefe de cozinha havia contado sobre um desastre culinário em sua juventude.- E ele ainda teve coragem de servir o bolo todo queimado! - exclamou Dona Amélia, limpando uma lágrima de tanto rir.- Eu não aguentaria! - disse Jussara, segurando o riso enquanto imaginava a cena.De volta ao quarto, Gabriel desligou o chuveiro e envolveu a toalha na cintura, a água escorrendo lentamente por seus ombros largos e peito musculoso. Ele passou a mão pelos cabelos molhados, preparando-se para vestir algo mais confortável quando ouviu a porta se abrir.Jussara entrou no quarto e parou na entrada, os olhos fixos nele. Por um instante, o tempo pareceu desacelerar. A visão de Gabriel, ainda com o corpo úmido e com os músculos delineados sob a luz suave do quarto, fez com que ela sentisse uma onda de calor subir por seu corpo.- Está tudo bem? - perguntou Gabriel, percebendo o olhar intenso dela enquan
Capítulo 41Após o jantar, Gabriel, Jussara e Dona Amélia seguiram para a ópera. O teatro estava lotado, com pessoas elegantemente vestidas que conversavam animadamente enquanto aguardavam o início da apresentação. Gabriel sentia-se satisfeito com a noite, mas isso mudou assim que ele avistou Débora, uma ex-namorada que há tempos não via, caminhando na direção oposta.Ela parecia não ter mudado nada, com o mesmo sorriso confiante e um vestido vermelho chamativo. Assim que o reconheceu, seu olhar brilhou com uma mistura de surpresa e malícia. Gabriel suspirou internamente, torcendo para que ela passasse direto, mas era Débora. Ela nunca perdia uma oportunidade.— Gabriel! — chamou, parando à frente deles.— Débora. — Ele manteve a compostura, forçando um sorriso educado. — Boa noite.— Boa noite! — disse ela, lançando um olhar de cima a baixo para Jussara, como quem avalia a concorrência. — Não esperava te encontrar aqui.— Pois é, estamos aqui para aproveitar a ópera — respondeu Gabri