Capítulo 129Jussara saiu da delegacia com passos firmes, sentindo-se mais leve depois de prestar queixa. Entrou no carro e ouviu o celular tocando. Respirou fundo, colocou no viva-voz enquanto ajustava o cinto e ligava o veículo. Em seguida, começou a dirigir em direção à empresa.— Amor, onde você está? — A voz de Gabriel soava preocupada do outro lado da linha.— Estou voltando para a empresa — respondeu ela, tentando manter a calma na voz.— O que aconteceu? — insistiu ele, claramente inquieto.Jussara suspirou, mas manteve o tom tranquilo.— Não se preocupe, está tudo resolvido.— Tem certeza? Sua voz parece cansada...— Estou bem, Gabriel. Só quero chegar aí para ter certeza de que você está melhor.Ele hesitou por um momento, mas acabou concordando:— Tudo bem, eu vou te esperar.Jussara desligou o telefone e apertou o volante com mais força. Apesar de suas palavras tranquilizadoras, seu coração ainda estava acelerado com tudo o que tinha acontecido. Porém, ela sabia que precis
Capítulo 130Gabriel segurou a mão de Jussara, Dona Amélia os observava com curiosidade.- Mãe, antes de nos recolhermos, tenho uma surpresa para contar.Dona Amélia franziu o cenho, intrigada, mas um sorriso ansioso surgiu em seu rosto.- Uma surpresa? O que é, meu filho?Gabriel olhou para Jussara, que sorriu timidamente, e voltou-se para a sogra.- Bem, descobrimos hoje algo maravilhoso, algo que vai mudar nossas vidas.Dona Amélia colocou a mão no peito, emocionada, enquanto seus olhos alternavam entre os dois.- Não me diga que...- Vamos ter gêmeos, mãe! - anunciou Gabriel com entusiasmo.Por um momento, o tempo pareceu parar. Dona Amélia ficou boquiaberta, as lágrimas rapidamente se formando em seus olhos.- Gêmeos? Vocês estão falando sério?Jussara assentiu, emocionada.- Sim, é verdade. Estamos esperando dois bebês.Dona Amélia levou as mãos ao rosto, agora chorando de alegria. Ela envolveu os dois em um abraço caloroso.- Oh, meus queridos, isso é a melhor notícia que eu po
Capítulo 131Jussara se afastou do batente da porta com um sorriso nos lábios e disse, animada:- Que tal sairmos para comemorar?Gabriel olhou para ela curioso, levantando uma sobrancelha enquanto ajeitava o relógio no pulso.- O que você tem em mente, amor?- Pensei em algo simples, mas especial. Poderíamos ir ao parque fazer um piquenique. É um ótimo jeito de aproveitar o dia em família.Antes que Gabriel pudesse responder, as crianças, que estavam na sala ouvindo a conversa, começaram a pular e gritar de felicidade:- Uhuu! Vamos, mamãe! Vamos!Caterina segurou a mão do irmão mais velho, Júnior, e puxou-o pelo braço, como se já estivessem prontos para sair. Gabriel, contagiado pela animação dos pequenos, sorriu e concordou, levantando-se.- Parece que a decisão foi tomada. Vamos ao parque!Jussara riu da empolgação das crianças e foi até a cozinha organizar as coisas para o piquenique, enquanto Gabriel ajudava os pequenos a pegar brinquedos para levar.O sol brilhava naquela linda
Capítulo 132Gabriel e Francisco caminham rapidamente em meio às árvores, chamando o nome de Caterina. O silêncio é cortado apenas pelo som dos pássaros e pelo farfalhar das folhas. Depois de alguns minutos, encontram a bola caída no chão, mas nenhum sinal da menina.Gabriel, segurando a bola, sente o coração apertar ainda mais. Ele percebe marcas no chão, como pegadas de adultos e algo que parece ter sido arrastado.— Francisco, veja isso! — diz ele, apontando para as marcas.Francisco examina o chão e confirma:— Alguém a pegou...A preocupação dá lugar ao desespero, mas Gabriel tenta manter o foco.***Enquanto isso, Jussara, tenta manter a calma enquanto cuida de Cláudio. É nesse momento que seu celular toca. O número é desconhecido. Ela atende, nervosa.— Alô?Uma voz distorcida responde:— Se quiser sua filha de volta, faça exatamente o que eu mandar. Não avise a polícia, ou nunca mais verá Caterina.Jussara sente o sangue gelar.— Quem é você? O que quer? Por favor, devolva min
Capítulo 133Riddick estava sentado à mesa do escritório na mansão Monteiro. Seu notebook piscava com as imagens das câmeras próximas ao parque onde Caterina havia desaparecido. Ele trabalhava meticulosamente, sua expressão séria e fria. A experiência como ex-assassino lhe dava paciência, mas a raiva que sentia de situações como essa fazia seu sangue ferver.Enquanto avançava lentamente nas filmagens, sua mente foi invadida por lembranças sombrias. Ele lembrava dos tempos em que aceitava contratos para eliminar pessoas. Sempre que descobria que crianças estavam envolvidas nos jogos sujos de seus alvos, não hesitava: os contratantes viravam as próximas vítimas. Isso havia se tornado uma espécie de código moral para ele.De repente, algo chamou sua atenção. Ele pausou o vídeo e voltou alguns segundos.- Espere... - murmurou, inclinando-se para mais perto da tela.As imagens mostravam um carro preto entrando em uma estrada secundária, aparentemente isolada.- Bingo! - exclamou, satisfeit
Capítulo 1Brasil — São Paulo — SP.Gabriel Monteiro, CEO de uma das maiores empresas de tecnologia médica do país, estava no centro do silêncio da sala de estar, observando a chuva bater nas imensas janelas de vidro. Desde o acidente que o deixou numa cadeira de rodas, seu temperamento, já severo, piorara ainda mais. Ele odiava a ideia de depender de alguém, especialmente agora que sua mãe, a única pessoa em quem confiava, estava para viajar.Gabriel escutou um barulho às suas costas e se virou, ficou observando a mãe. Ela começou a falar toda ansiosa sobre a viagem para a Europa. Ele não a ouvia. Sua mente estava presa ao incômodo de ser tratado como se jamais fosse se recuperar do acidente que sofreu. Ficou perturbado ao ouvir que teria uma enfermeira para cuidar dele.- Eu não preciso de nenhuma babá cuidando de mim, mãe - ele grunhiu, com a voz firme.Ela suspirou, ignorando sua explosão de raiva com a paciência de quem já estava acostumada com o temperamento difícil do filho.-
Capítulo 2Jussara ouviu uma leve batida em sua porta. Ela abriu e viu Dona Amélia, que parecia já estar de saída, carregando uma pequena bolsa de viagem.— Jussara, querida, eu preciso sair agora. A situação da minha irmã é delicada, e vou direto para o aeroporto — disse Dona Amélia, ajeitando o casaco enquanto dava um sorriso breve, mas preocupado.— Claro, Dona Amélia. Pode deixar que eu cuido de tudo aqui — respondeu Jussara, passando segurança.Dona Amélia suspirou em alívio, segurando a mão de Jussara por um instante.— Obrigada, minha querida. Ele é teimoso, mas tenha paciência. O Gabriel... — ela hesitou, buscando as palavras. — Ele está com a alma tão ferida quanto o corpo.Jussara assentiu, vendo o amor e a dor que transpareciam nos olhos da mãe. Com um aceno breve, Dona Amélia partiu, deixando a mansão em um silêncio quase absoluto.Assim que fechou a porta, Jussara foi até a mesa onde havia anotado os horários dos remédios de Gabriel. O primeiro deles estava próximo, então
Capítulo 3Jussara entrou no quarto e, ao fechar a porta atrás de si, recostou-se nela, ainda tentando assimilar o que acabara de acontecer. Sentia o coração batendo rápido e as mãos trêmulas, enquanto lembrava do beijo intenso de Gabriel. Uma sensação de vulnerabilidade a pegou de surpresa; ele a havia deixado abalada, e a imagem daquele momento ainda girava em sua mente.Ela passou a mão nos lábios, onde o toque dele parecia ainda presente, e suspirou, um tanto indignada consigo mesma. Não fazia sentido. O que ele estava pensando? E por que ela reagiu daquela forma, caindo tão facilmente na provocação dele?"Caí como um patinho," pensou, sentindo-se incrédula. Era impossível negar que aquele fora o melhor beijo que já tivera.Mas, ao mesmo tempo, uma dúvida insistente começava a se formar. Será que ele apenas estava testando os limites? Ou era uma espécie de jogo para ele? Ainda que ela tentasse manter o profissionalismo, Gabriel estava conseguindo abalar suas defesas.Respirando fu