Capítulo 128Cecília já estava longe quando Jussara chegou ao estacionamento subterrâneo da empresa, estacionando o carro de qualquer jeito. Ela saiu do veículo apressada, sem nem se preocupar em trancar as portas, e entrou no elevador que levava ao andar da presidência. Seu coração batia descontroladamente, e o ar parecia faltar enquanto suas emoções oscilavam entre a raiva e a dor. Na sua mente, a imagem das fotos que recebera no celular se repetia como um pesadelo. Não conseguia reconhecer a mulher, mas sabia que o ambiente era a sala de Gabriel. "Como ele pôde fazer isso comigo?", pensava, tentando encontrar alguma lógica para o que via. Quando o elevador finalmente chegou ao andar da presidência, Jussara sentiu as pernas fraquejarem. Mesmo assim, caminhou decidida em direção à sala do marido. Cada passo parecia pesar uma tonelada. Ao alcançar a porta, parou por um momento, respirando fundo enquanto segurava a maçaneta. — É agora... — sussurrou para si mesma, tentando reunir
Capítulo 129Jussara saiu da delegacia com passos firmes, sentindo-se mais leve depois de prestar queixa. Entrou no carro e ouviu o celular tocando. Respirou fundo, colocou no viva-voz enquanto ajustava o cinto e ligava o veículo. Em seguida, começou a dirigir em direção à empresa.— Amor, onde você está? — A voz de Gabriel soava preocupada do outro lado da linha.— Estou voltando para a empresa — respondeu ela, tentando manter a calma na voz.— O que aconteceu? — insistiu ele, claramente inquieto.Jussara suspirou, mas manteve o tom tranquilo.— Não se preocupe, está tudo resolvido.— Tem certeza? Sua voz parece cansada...— Estou bem, Gabriel. Só quero chegar aí para ter certeza de que você está melhor.Ele hesitou por um momento, mas acabou concordando:— Tudo bem, eu vou te esperar.Jussara desligou o telefone e apertou o volante com mais força. Apesar de suas palavras tranquilizadoras, seu coração ainda estava acelerado com tudo o que tinha acontecido. Porém, ela sabia que precis
Capítulo 130Gabriel segurou a mão de Jussara, Dona Amélia os observava com curiosidade.- Mãe, antes de nos recolhermos, tenho uma surpresa para contar.Dona Amélia franziu o cenho, intrigada, mas um sorriso ansioso surgiu em seu rosto.- Uma surpresa? O que é, meu filho?Gabriel olhou para Jussara, que sorriu timidamente, e voltou-se para a sogra.- Bem, descobrimos hoje algo maravilhoso, algo que vai mudar nossas vidas.Dona Amélia colocou a mão no peito, emocionada, enquanto seus olhos alternavam entre os dois.- Não me diga que...- Vamos ter gêmeos, mãe! - anunciou Gabriel com entusiasmo.Por um momento, o tempo pareceu parar. Dona Amélia ficou boquiaberta, as lágrimas rapidamente se formando em seus olhos.- Gêmeos? Vocês estão falando sério?Jussara assentiu, emocionada.- Sim, é verdade. Estamos esperando dois bebês.Dona Amélia levou as mãos ao rosto, agora chorando de alegria. Ela envolveu os dois em um abraço caloroso.- Oh, meus queridos, isso é a melhor notícia que eu po
Capítulo 131Jussara se afastou do batente da porta com um sorriso nos lábios e disse, animada:- Que tal sairmos para comemorar?Gabriel olhou para ela curioso, levantando uma sobrancelha enquanto ajeitava o relógio no pulso.- O que você tem em mente, amor?- Pensei em algo simples, mas especial. Poderíamos ir ao parque fazer um piquenique. É um ótimo jeito de aproveitar o dia em família.Antes que Gabriel pudesse responder, as crianças, que estavam na sala ouvindo a conversa, começaram a pular e gritar de felicidade:- Uhuu! Vamos, mamãe! Vamos!Caterina segurou a mão do irmão mais velho, Júnior, e puxou-o pelo braço, como se já estivessem prontos para sair. Gabriel, contagiado pela animação dos pequenos, sorriu e concordou, levantando-se.- Parece que a decisão foi tomada. Vamos ao parque!Jussara riu da empolgação das crianças e foi até a cozinha organizar as coisas para o piquenique, enquanto Gabriel ajudava os pequenos a pegar brinquedos para levar.O sol brilhava naquela linda
Capítulo 132Gabriel e Francisco caminham rapidamente em meio às árvores, chamando o nome de Caterina. O silêncio é cortado apenas pelo som dos pássaros e pelo farfalhar das folhas. Depois de alguns minutos, encontram a bola caída no chão, mas nenhum sinal da menina.Gabriel, segurando a bola, sente o coração apertar ainda mais. Ele percebe marcas no chão, como pegadas de adultos e algo que parece ter sido arrastado.— Francisco, veja isso! — diz ele, apontando para as marcas.Francisco examina o chão e confirma:— Alguém a pegou...A preocupação dá lugar ao desespero, mas Gabriel tenta manter o foco.***Enquanto isso, Jussara, tenta manter a calma enquanto cuida de Cláudio. É nesse momento que seu celular toca. O número é desconhecido. Ela atende, nervosa.— Alô?Uma voz distorcida responde:— Se quiser sua filha de volta, faça exatamente o que eu mandar. Não avise a polícia, ou nunca mais verá Caterina.Jussara sente o sangue gelar.— Quem é você? O que quer? Por favor, devolva min
Capítulo 133Riddick estava sentado à mesa do escritório na mansão Monteiro. Seu notebook piscava com as imagens das câmeras próximas ao parque onde Caterina havia desaparecido. Ele trabalhava meticulosamente, sua expressão séria e fria. A experiência como ex-assassino lhe dava paciência, mas a raiva que sentia de situações como essa fazia seu sangue ferver.Enquanto avançava lentamente nas filmagens, sua mente foi invadida por lembranças sombrias. Ele lembrava dos tempos em que aceitava contratos para eliminar pessoas. Sempre que descobria que crianças estavam envolvidas nos jogos sujos de seus alvos, não hesitava: os contratantes viravam as próximas vítimas. Isso havia se tornado uma espécie de código moral para ele.De repente, algo chamou sua atenção. Ele pausou o vídeo e voltou alguns segundos.- Espere... - murmurou, inclinando-se para mais perto da tela.As imagens mostravam um carro preto entrando em uma estrada secundária, aparentemente isolada.- Bingo! - exclamou, satisfeit
Capítulo 134Riddick ajustou o fone de ouvido, com os olhos fixos no monitor. Ele estava analisando cada detalhe do galpão onde Caterina estava sendo mantida. Em sua mente, o plano começava a se formar. — Vou precisar de armas leves, equipamentos de visão noturna e um veículo discreto — murmurou para si mesmo, já abrindo uma lista de contatos no celular. Gabriel entrou na sala, seu rosto preocupado.— Riddick, como está o progresso? Riddick se virou para ele.— Sei onde ela está. O galpão tem dois pontos de entrada principais e um corredor interno que leva a uma sala mais protegida. É provável que ela esteja lá. — E o que você vai fazer? — Vou entrar, neutralizar os homens e tirar sua filha de lá. Mas preciso que mantenham a calma e fiquem aqui. Não posso me preocupar com mais ninguém no campo. Gabriel assentiu, apertando os punhos. — Só... traga minha filha de volta, Riddick. — Eu vou. Ele pegou uma mochila que havia preparado rapidamente e saiu da mansão. ***Cat
Capítulo 135Riddick vasculhou os arredores do galpão em silêncio, seguindo os ruídos sutis e usando sua experiência para evitar armadilhas. Em poucos minutos, encontrou Caterina sentada em um canto, abraçada aos joelhos, com o rosto úmido de lágrimas. Seus olhos se arregalaram ao vê-lo, mas ela permaneceu imóvel, desconfiada e assustada. — Caterina? — ele chamou, em um tom suave. — Eu sou Riddick. Estou aqui para te levar de volta para sua família. Ela o olhou com hesitação, apertando ainda mais os joelhos. — Meu papai disse que eu não devo falar com estranhos... Riddick respirou fundo, entendendo a cautela dela. Ele se ajoelhou para ficar no nível dela e tirou o celular do bolso, ligando para Gabriel.— Senhor Monteiro, estou com sua filha. Ela está segura, mas um pouco assustada. Vou colocá-lo no viva-voz para que ela ouça sua voz. Ele ativou o alto-falante e estendeu o celular para perto de Caterina. — Caterina, meu amor? — a voz de Gabriel soou do outro lado. — Papa